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História Nocaute - 01. Money


Escrita por: mackenzie-

Capítulo 2 - 01. Money


Bliss Moore

{...}

— Um cachorro comeu seu dever de casa, Bliss? — se contentou para não rir, franzindo o cenho, ela se inclinou um pouco para chegar mais perto da mesa.

— Na verdade, eu tenho renite. Só não arranjei uma desculpa boa — dou de ombros, abraçando a mochila que estava em meu colo.

Lindsay abaixa a cabeça, pegando um papel, no qual começa a escrever, com calma, coisas que meu campo de visão não me permitia olharem em espreita.

— Detenção — diz séria desta vez.

— Vamos lá, Lind, não é para tanto. Já fiz coisas piores — imploro, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Por isso mesmo, Bliss. Já não é a primeira vez que você aparece na minha sala com problemas — ela dá uma pausa, juntando as mãos em cima da folha, rapidamente, ajeita seus óculos pretos — Relevei à primeira, a segunda, mas a terceira... Irão me questionar.

— Eu sou sua preferida — arrasto um pouco as palavras, pedindo.

Ela sorri, seus lábios se movem lentamente quando ela diz:

— Não posso fazer nada, meu bem — Lindsay encosta nas costas da cadeira, arrumando seus cabelos loiros.

Gemo, pensando no que irei falar aos meus pais sobre isso. Mordisco os lábios, afastando uma mecha de cabelo moreno. Nunca havia estado na detenção. Ela escorrega a folha para minha frente, eu a pego, levantando-me.

— Foi um prazer fazer negócios com você, senhorita Lindsay — rio, indo até a porta, abrindo-a parcialmente.

— Não se esqueça, sábado, às nove e meia — grita para mim.

— Argh! — resmungo — Continuo sendo sua preferida, certo? — pergunto, antes mesmo de ultrapassa-la.

— Saia daqui, Bliss — ouço-a gargalhar, enquanto joga um papel amassado em minha direção, o mesmo acerta meu ombro. 

— Foi o que imaginei — sorrio para ela, enquanto passo pela porta de carvalho.

Olho em volta da pequena sala que espera que no momento está apenas com a presença de um garoto, que se sentava na poltrona preta de couro localizada em uma das paredes do cubículo. Ele se mantinha de cabeça baixa, com seu moletom preto que demarcava seus músculos, a touca da blusa que está por cima de um boné é preto também, deixando escapar alguns fios loiros. Uma das suas mãos está no bolso, à outra mexendo em seu celular, que imitia uma luz fluorescente em sua face.

Enfio minha cara no vão da porta, que eu me impressiono por ainda estar segurando a maçaneta.

— O novo integrante da família Addams está aqui — falo um tanto alto.

Ela ri.

— Já vou chama-lo.

Passo pela segunda porta, e no mesmo instante o sinal toca, fazendo-me suspirar em alivio, pois agora veria Teresa e Rachel. Em um êxodo estudantil, os corredores estavam repletos de adolescentes de ressacas, meninos do futebol lançando cantadas machistas e garotas usando roupas tão curtas que excede o regulamento de vestimenta da escola. Batendo no ombro de vários deles, consigo chegar até o refeitório, onde ouço alguém pronunciar em voz alta:

— Rufem os tambores para a rainha — a voz tão reconhecível me fez olhar em direção à mesa que eu sempre me sentava. É Matthew, com seus cabelos castanhos, juntamente com Christian que se virou no mesmo instante.

— Rufem os tambores para a rainha — agora foi Christian.
  Matthew bate intensivamente na mesa, fazendo um barulho abafado e estridente. Começo a andar jogando os cabelos, finjo estar dando autógrafos e conversando com repórteres, até que chego à mesa.

Ouço risos de pessoas que passam por mim. Teresa ria, colocando a mão na barriga. Christian se joga em cima de mim, deitando-se em meu colo, gritando como uma fangirl aloprada. Acabamos rindo da situação engraçada e constrangedora. Todos do refeitório viram isso, e, por incrível que pareça, todos acham graça.

— Onde esteve onde a noite, gracinha? — indagou, Matthew.

— Na festa, ué — rio de nervoso, relembrando-me do garoto de olhos cativantes que me deixou presa naquele quarto com minutos de prazer. O que também me fez lembrar na ressaca que acordei nesta manhã, almejei diversas vezes e calculei não vir a aula. Péssima ideia ter aceitado uma festa no meio da semana.

— Ah é? — Matthew morde sua maçã.

— É — empertigo-me na cadeira, apoiando o rosto nas mãos.

Eles soltam em um couro ‘hum’ que me deixa extremamente sem graça.

— Idiotas — pego a maça da mão de Matthew, mordendo-a.

Christian, Matthew, e Teressa. Meus amigos desde segunda série. Conhecemo-nos em uma briga por território, no qual eu e as meninas queríamos brincar de casinha no parquinho, e Matthew e Chris queriam brincar com seus soldadinhos.

Todas as pessoas do refeitório se calaram, assim como todos de nossa mesa. Apenas ouve-se a porta da frente sendo aberta, e, de lá, aparece o garoto que eu desejava não ver hoje. Com seus cabelos loiros-meio-castanho e lábios rosados, Bieber aparece daquela porta, com ambas as mãos no bolso. O olhar confiante e amedrontador corre o olhar pelo salão, parando rapidamente em mim, que no mesmo instante afundei na cadeira vermelha. Relembro-me da noite anterior; primeiro a luta, em seguida os beijos, tirando a roupa... E eu implorando por mais de suas estocadas. Merda!

É incrível como a vida pode ser tão ruim comigo. Nunca fiz isso antes e quando faço, parece que tudo vai contra o meu favor.  Percebo que ele me olha por cima do celular, fitando todas minhas caracteristicas, me deixando envergonhada.

— Quem é ele? — Teresa joga seu corpo para frente, chegando mais perto de todos, como se fosse contar-nos um segredo.

— É o nosso novo Calouro — Chris esfrega uma mão a outra.

Tess joga o cabelo para trás, apoiando o seu queixo na mão, onde o cotovelo está posto em cima da mesa. Ela olha por cima de seu ombro o menino, que está sentado em silêncio, ainda com celular em mãos.

— Ele é um gatinho... — diz ela

E como!, pensei.

Todos me olham, percebendo a falta de palavras que eu tinha na boca hoje. De costume, eles me veem falando como uma matraca.

— Conhece ele, Bliss? — perguntou Chris.

 Nego com a cabeça, pressionando um lábio contra o outro. Pego minha mochila com as mãos tremulas, deixando Matthew, Teresa e Christian estupefatos. Empurro a porta, dando vista ao corredor. Ando, de início, rápido, pensando em qual aula eu teria agora, para poder ficar na sala até o sinal tocar. Contudo, eu não teria aula, e sim daria aula para Matthew, o qual é péssimo em Cálculo Avançado.

Agora, amaldiçoo a senhorita Hudson por me dar essa maldita tarefa de ajudar Matthew. Não poderia ter escolhido outra pessoa para ajudar? Justo eu? Há tantas pessoas boas na sala, mas parece que bancar a aluna puxa saco para ganhar mais pontos não está dando certo.  

Resolvo parar, respirar fundo para tirar a tensão. Sacudo os braços, suspiro uma, duas, três vezes. Sento-me em um dos bancos de madeira, abro um dos zíperes da minha mochila, tirando de lá um chiclete.

A porta que eu sai agora a pouco se abriu, e eu quase perco o folego ao ver que era ele novamente. Encosto com força no banco, como se, de alguma forma, isso fosse me esconder. Mas, quando percebo que não me viu, despenco os ombros de alivio, deixando meu olhar caminhar para onde ele estava indo.

Bieber vai até seu armário, abrindo o mesmo. Ele remexe em sua mochila azul, tirando de lá um pacote marrom-escuro, antes enfiar com pressa aquilo, olha para ambos os lados, como se tivesse matado alguém. Então, sem querer, daquele saco cai um bolo de dinheiro, preso em uma fita branca. Meu coração dispara quando percebo que há muitas cédulas ali. Ele cata com rapidez, olhando novamente para todos os lados. E, quando ele percebe que eu estou olhando, Bieber me lança um olhar mortal, que corrói meu interior, fazendo-me engolir em seco. Justin coloca sua mochila nas costas, saindo dali com pressa.

Minhas mãos soam em cima de minha mochila, e eu percebo que mastigo o chiclete com rapidez, tão rápido que minha mandíbula doí. Me levanto, indo em direção à porta da biblioteca. Há algo muito errado com esse garoto, eu consigo sentir no meu interior apenas quando o vejo de relance.

Procuro uma mesa vaga, e, quando me sento, o sinal toca. Contraio-me com a voz das garotas fofocando, os sapatos caros arrastando pelo piso áspero dos corredores e gritos desnecessários dos garotos, como se houvesse apenas eles na escola inteira. Abro meu livro, aconchegando-me na cadeira e lendo cada letra daquele livro, tentando manter minha mente ocupada, e não calculando uma desculpa razoável para aquele dinheiro que caira no chão, vinda do armário de Bieber.

Entretanto, o meu foco principal não está nesses versos e parágrafos, e sim no som abafado do gemido da noite passada. Minha cintura rebolando em cima do membro dele, suas mãos fortes e precisas agarrando a lateral do meu corpo com brutalidade. O nossos cheiros misturados com suor e perfume caro. Mordo meus lábios, sentindo minhas cochas relaxarem e o liquido melado escorrer para a minha calcinha, implorando por um replay da noite passada.

A voz da senhorita Hudson me chama a atenção, tirando-me dos devaneios. Ela, com seus cabelos grisalhos e uma saia colada que não está apta para sua idade, diz com a voz fina e estridente.

— Moore, você não dará mais aulas para o Matthew... — começa, deixando suas mãos na frente do corpo.

— Por quê? — pergunto, soltando o lábio inferior que mordia.

— Há um garoto novo que está precisando de pontos em matemática para permanecer e terminar o ano em nossa escola. E você é a melhor professora que temos no Campus — olho para ela sem entender, abaixando o livro que eu fingia ler— Matthew irá estudar com a Stephanie a partir de agora — ela recua alguns passos— E, Bliss, o garoto já está vindo.

Assenti, mesmo querendo voar no pescoço daquela velha escrota. Matthew é a melhor pessoa para se ensinar Calculo Avançado, pois, além de tornar a aula agradável e com piadas, ele também consegue prestar a atenção e entender a matéria, por mais difícil que seja.

Alto, musculoso e olhar cálido que me tira o folego com tampouco. Reconheceria ele há quilômetros. A porra do destino não está para mim hoje. Minha barriga gelou, e eu pigarrei me arrumando naquela pequena mesa. Justin, apenas joga sua mochila com desdém ao lado de seu assento, sentado na minha frente. Ele me encara por um tempo, como se fosse descobrir algo novo sobre mim hoje, já eu, tento me manter ocupada enquanto procuro livros para ajuda-lo nesta matéria.

— Justin... Justin Bieber, certo? — me ajeitei, abrindo meus cadernos de anotações. Ele apenas assente, mordendo involuntariamente o lábio inferior, e eu me derreto interiormente — Precisa de quantos pontos para passar?

— Oito — responde, desligando o celular e deixando-o em sua frente.

— Fácil. Você vai conseguir — deixei de olhar para o caderno para olhá-lo com um sorriso, o mesmo não retribui, apenas continua a me fitar. Desfaço-o, ficando séria também. Sinto minhas bochechas corarem no tom de vermelho.

Viro algumas páginas, até encontrar o conteúdo da próxima prova.

— Bem... Você já sabe equações, uhn? Deve ter aprendido em sua antiga escola... — antes que eu pudesse continuar ele me interrompe sem medir forças Bieber se ergue na mesa, espalmando as mãos na minha frente.

— Escute bem, Bliss Moore com dois ‘o’ — começou. Com o movimento rápido, nós estávamos com os rostos tão próximos que eu sentia o frescor de menta vinda de seu hálito. Estou encolhida, assustada na cadeira. Os cadernos e livros abaixo de nós já estavam no chão, e meu medo começou vir à tona— Você não viu nada sobre o armário. E, se viu, foi apenas eu colocando algum livro, entendeu? — assenti, tentando não me abater, porém minha mão tremia, entregando tudo. Os seu olhar ameaçador me olhando, seus lábios se movendo tão lentamente que parecia ser uma eternidade enquanto eu os fitava. Tudo parecia ser perfeito naquele homem, inclusive o jeito que me ameaça na frente de todos, e o pior: acho  isso estranhamente atraente — Entendeu? — ele bate na mesa.

— Sim — murmuro. De repente, ele ataca meus lábios, dando-me um beijo calmo. Sua mão desliza para a minha cintura, eu abro a boca deixando com que sua língua adentrasse. Parecia que meu estomago fosse revirar. Alguma toxina fora liberada, deixando-me em completa paz e harmonia. Tudo me cativa nele, tanto que me deixa irritada.

Justin me joga, eu, sem entender nada, cambaleio para trás desnorteada, sem entender seu humor. Ele começa a pegar coisas de sua mochila, contudo permaneço em pé, sem raciocinar.

Quando me sento novamente, ele me encara com um sorriso cafajeste. Demoro para entender a situação. Algo em mim implorava uma resposta para perguntas que se instalam em meu cérebro. As coisas aconteceram tão rapidamente que nem raciocinei direito. O mistério em seu olhar é um passaporte para o desejo que quero cessar. Pois então, ele acabou de iniciar um jogo, sem nem ao menos ter noção que sou ambiciosa.  


Notas Finais


AH! Como assim 80 Fav em apenas um capítulo? Obrigado mesmo, meninas. De verdade!


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