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História Noite infernal - Prólogo


Escrita por: Bellalm

Capítulo 1 - Prólogo


- Quem sou eu? Um homem? Uma sombra na parede? Um reflexo na água? Ou sou eu a própria morte?

Bem, não cabe a mim responder a essas questões. Tampouco é minha função julgar o que aconteceu no mais longo e divertido dia da minha humilde existência. É, eu estou mentindo. Pode ter sido longo, mas não foi o mais. E, apesar de divertido, também não mereceria o pódio. A verdade é que tenho vivido por tanto tempo que sequer me lembraria de todos os dias que já passei. Mas as noites são inesquecíveis. As noites, sim, fazem parte de quem sou.

E, das incontáveis que preenchem o meu ser, aquela foi definitivamente uma divertidíssima noite. A noite mais longa de todo ano. A noite em que Deus fecha os olhos e tampa os ouvidos, como se já não o fizesse durante todo o resto do ano, alheio ao sofrimento de suas criaturas. Noite em que próprio Diabo sobe à Terra, realizando as mais deliciosas travessuras.

Por isso, decidiu-se chamá-la de “Noite Infernal”. As histórias contavam que, naquela noite específica, os portais do inferno eram abertos e de lá todas as criaturas saíam para brincar. A crença foi reforçada quando um número cada vez maior de atrocidades aconteceu naquela época, o que fez com que os moradores tomassem medidas para que a tragédia diminuísse. Por isso, durante o dia inteiro, reuniam-se para enfeitar cada canto da cidade, além de preparar os mais deliciosos banquetes, para que ao cair da noite, no que chamavam de Noite Infernal, as criaturas fossem agradadas e distraídas. No entanto, com o passar dos anos, a tradição se tornou uma espécie de festival, e naquele dia as pessoas também comiam, bebiam e dançavam como se fosse o último de suas vidas. Talvez realmente fosse.

A verdade é que os homens sempre foram tolos, ou no mínimo cegos. Todas essas preparações, a música, as comidas, as bebidas, as luzes e os enfeites... Poderiam, sim, agradar e distrair as presenças malignas. O erro estava em acreditar que elas eram outras, e não eles mesmos. O Diabo não subia à terra durante aquela noite. Ele estava ali, presente, durante todas as outras, e em todos os lugares. Ele estava dentro de cada um dos seres humanos.



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