História Noites de Amor - Um caminho sem volta

O soco de Daniel foi apenas o inicio da confusão. O homem por sua vez, para se defender lhe devolveu o soco, que na hora fez sangrar o nariz de Daniel.

- Daniel por favor, não faça isso. _ gritava Moanna em desespero.

Tentou segurar Daniel, mas pareciam dois búfalos brigando, iria acabar se machucando.
As meninas entraram em pânico, uma delas correu para chamar os seguranças que a essa altura ninguém sabia onde estavam e o que faziam, enquanto as outras correram para chamar Débora.
Até que por fim Daniel conseguiu empurrar o homem que caiu no chão, estava embreagado, e depois de toda agitação não conseguiu levantar-se. Nessa hora Moanna puxou Daniel para que ele não continuasse a agredir o homem. Estava com o nariz sangrando, a camisa rasgada. Os seguranças já estavam lá, Débora chegou para saber o que estava acontecendo. Viu Moanna praticamente agarrada no braço de Daniel, Débora olhou aquela cena e somente com o olhar conseguiu transmitir sua indignação com o que via.

- O que está acontecendo aqui? _ falou Débora tentando ser o mais discreta possível.
- Este homem, estava abusando de uma de suas funcionárias. _ Disse Daniel ofegante.
- Débora.. veja bem.. _ disse Moanna tentando acalmar a fera.
- Moanna, quem era a funcionária que estava sendo abusada? _ falou em tom de irnônia.
- Débora, vamos conversar lá dentro por favor! _ pediu Moanna.
- Seguranças, tirem esses dois daqui de dentro. Neste lugar não é permitido esse tipo de conflitos! _ ordenou Débora.
- Você conseguiu ouvir o que eu disse? Esse rapaz estava sendo abusivo com uma das garotas! _ falou Daniel supreso com a atitude de Débora.
- Meu rapaz, minhas meninas sabem bem como se defender. Não precisam que nenhum super heroi apareça, distribuindo socos para salvar a mocinha indefesa. _ falou em tom de deboche.
- Débora, ninguém aqui bancou super heroi. Ele apenas me ajudou, não entendo por que está agindo assim! _ disse Moanna sem entender a atitude de Débora.
- Já chega! meus senhores, Retirem-se por favor, e você venha comigo. _ disse Débora olhando para Moanna.
Ela engoliu a seco, sabia que Débora não havia gostado do acontecido.
Débora subiu para seu escritório. O segurança já havia levado o homem bêbado.

- Você está bem? Está sangrando.. _ falou Moanna preocupada.
- Não se preocupe comigo. Espero que não tenha lhe trazido problemas. _ disse Daniel forçando um sorriso.
- Venha comigo, vamos dar um jeito nesse nariz, não vai poder dirigir com o nariz sangrando. _ falou Bárbara.

As pessoas ainda estavam agitadas, mas já havia normalizado tudo. As meninas cochichavam o tempo todo sobre o ocorrido.

- Eu vou subir e ver o que a Débora quer._ disse Moanna tentando esconder seu nervosismo.
- Hey, você não fez nada de errado. E não deixe ela lhe fazer pensar que a culpa foi sua! _ falou Bárbara tentando animar a amiga.

Moanna forçou um sorriso, e subiu para o escritório.

Bárbara levou Daniel para o banheiro, ele por sua vez baixou a tampa da privada e sentou-se enquanto Bárbara limpava o sangue de seu rosto.

- Sua chefe ficou uma arara. _ comentou Daniel.
- Tem algumas atitudes de Débora que eu simplesmente não entendo. _ resmungou Bárbara.
- Sua amiga vai ter problemas por causa disso?
- Moa se deixa levar por Débora, isso me irrita, provavelmente não terá problemas, ela simplesmente acata tudo que Débora diz e faz, mesmo que esteja errada. _ disse Bárbara enquanto fazia os curativos.

Débora esperava Moanna em seu escritório, enquanto fumava seu cigarro sentada em sua cadeira giratória de couro.
Moanna entrou no escritório sem dizer nada, se pôs em frente a mesa de Débora, que olhava a menina com um certo despreso.

- É a segunda vez em que acontece alguma situação com você, e este rapaz está junto. O contratou para ser seu segurança particular? _ questionou Débora.
- Não estou entendendo sua pergunta, está querendo dizer o que? _ perguntou Moanna com firmeza.
- Estou querendo saber o por que desse rapaz estar metido nas situações em que você está. Tudo em menos de uma semana. Os dois juntos novamente. _ disse Débora levantando-se de sua cadeira.
- Débora ele me ajudou, só isso, o homem colocou a mão por dentro da minha saia. _ explicou Moanna.
- Ah Moanna, por favor! Esse tipo de coisa acontece todo santo dia aqui dentro, e nem por isso as outras chamam os clientes para tomarem partido disso!

- Não chamei ninguém para dar partido de nada! Ele me defendeu por que quis, aliás, qualquer pessoa que presenciasse aquela cena faria o mesmo!
 
- Não quero mais saber desse tipo de confusão. Não quero mais saber do seu nome rolando, sendo assunto aqui dentro desta boate. Você sabe quais são as regras, não sabe?

- Sei Débora, eu já sei quais são as regras! _ disse Moanna irritada. Posso ir agora? - perguntou.

- Vá!

Moanna saiu irritada, não sabia de que exatamente do que estava sendo acusada. Aliás, sabia, mas não estava fazendo nada, por isso sua indignação era maior. Ao descer Daniel já havia ido embora, voltou ao trabalho.

A boate fechou mais cedo, segunda feira não tinha movimento, então não havia motivos para ficarem até tarde.
As meninas foram embora, Moanna morava a duas quadras dali então ia a pé pra casa. Ao sair da boate, após passar a primeira quadra, notou um carro que surgiu do nada, começou a segui-la, com medo começou a andar mais rápido, até que o carro parou ao seu lado, ao olhar para o lado, viu que Daniel era quem estava no carro.

- O que faz aqui? _ perguntou assustada.
- Te levo em casa, entre.
- Eu moro na outra quadra, não precisa se preocupar!

Daniel desceu do carro, e chegou até Moanna.

- Está bem? Fiquei preocupado, por isso fiquei esperando até a hora de você sair.
- Estou sim, e você? Por sorte não se machucou muito.
- Estou bem. _ disse sorrindo.
- Bom.. eu vou indo.. Obrigada por se preocupar.
- Espere... Não vá.. vamos dar uma volta?
- Não acho que seja uma boa ideia. _ falou Moanna sem jeito.
- Mas por que? Prometo que não lhe farei nada. _ disse Daniel.
- Eu sei, mas hoje o dia foi cansativo, melhor não.
- Então posso ao menos te levar até em casa?
Moanna tinha medo daquela aproximação, sabia que quanto mais se aproximasse, pior seria, seria um caminho sem volta se ela aceitasse sair com ele, uma atitude que poderia lhe trazer problemas.

- Tudo bem. Vamos então.
Seguiram até a casa de Moanna, ficava na outra esquina, foram a pé mesmo, conversando. Até que chegaram na frente do portão. Era uma casa simples, da cor azul, não muito grande.

- Bom chegamos! _ sorriu
- Está entregue então. Você vem sozinha todos os dias? _ questionou.
- Sim..
- É muito perigoso, você me parece muito exposta a tudo.. _ disse em tom de preocupação.
- Já acostumei.. Aliás, minha vida sempre foi assim, sempre estive exposta a tudo.
Daniel olhava para Moanna com uma certa preocupação, queria saber mais sobre ela, mas sentia que Moanna tinha medo de se aproximar.

- Obrigada por me trazer, por me ajudar hoje.. Enfim, obrigada por tudo. Tenho que ir agora..
- Tudo bem, descanse.. cuide-se.
Daniel se aproximou e depositou um beijo na bochecha de Moanna, que sorriu. Eles se olharam, queriam mesmo era que o beijo fosse na boca. Moanna tinha medo. Daniel não criou coragem. Por fim, ela entrou e ele seguiu para sua casa.