História Noites de Luxúria - Omote's POV - Noites de Tristeza

Vazio. Tudo era vazio. Toda aquela felicidade que eu imaginava que talvez pudesse vir a ser minha tinha ido embora. Eu estava a caminho da minha própria sentença final, e todos pareciam saber disso.

Eu precisava ser mantida apenas enquanto estivéssemos na escola, porque era parte do regulamento que a forma humana fosse mantida. Depois eu provavelmente desapareceria, porque não havia mais necessidade para que eu estivesse ali.

E era horrível perceber que todos daquela escola pareciam saber disso, saber o quão miserável eu me tornei. Eu, aquela que foi chamada um dia de “a garota mais bonita da escola” agora havia me tornado apenas uma sombra de quem agora era o assunto na boca de todos. A poderosa, sexy e atraente vampira Moka.

“A verdadeira Moka”. Todos diziam.

Ela realmente havia conseguido o que queria. Todos sabiam agora quem era a sua verdadeira identidade e o quão grande ela era. E eu não os culpava, ela realmente era fascinante em tudo que representava.

O mais forte dos monstros. A garota mais bonita. E a namorada do misterioso Tsukune, que ninguém tinha certeza de qual era a verdadeira identidade, mas que parecia ser tão poderoso quanto ela.

O casal que sempre era mencionado quando todos se cansavam de mencionar a própria vida em conversas.

E eu? Esquecida. Porque eu uma escola de monstros, onde o que realmente importava era o quão fascinante e assustador você é, quem é uma fraca versão humana diante da forte versão verdadeira? Eu não era mais importante.

E era tão frustrante saber que eu fui completamente derrubada por mim mesma.

Mas nada, nada poderia doer mais do que ver a felicidade que Tsukune mostrava quando estava com ela, como eles pareciam se complementar. Como eles eram o casal que eu jamais poderia ser com alguém, ou com ele.

Tsukune ainda mostrava uma gentileza extrema comigo, mas não era mais a mesma coisa, ele havia feito a sua escolha, e a mim, só restava aceitar, porque eu não queria afastá-lo de mim, mas do que já havia feito.

Mas todos sabiam, todos viam que eu pouco a pouco definhava, até mesmo nossas amigas, que buscavam agora cada uma seguir a sua vida por conta própria. Todos sabiam, e eu não estava sozinha fisicamente, mas dentro de mim mesma, dentro da minha mente, não havia mais nada.

As noites de amos deles eram sempre as piores. No começo ela até mesmo me provocava, mas depois ela aprendeu que podia me machucas de outras formas, como por exemplo, fazendo de conta que eu não existia.

Funcionava. Porque eu via as expressões de prazer de Tsukune e era mais do que eu podia suportar, porque eu sabia, sabia que nesses momentos, o meu rosto humano, quem eu havia sido, mal passava pela sua mente.

Eram apenas os dois. Era o momento de maior conexão, física e espiritual que uma criatura poderia experimentar. E não pertencia a mim, pertencia a ela. A eles.

E assim minhas noites naquela escola foram preenchidas por tristeza, e enquanto ela conta para vocês o seu conto de fadas, as suas noites de luxúria, eu não tenho nada para mostrar, a não ser as minhas noites de tristeza.

Mas de qualquer forma, não importa. Porque essa história nunca foi sobre mim não é verdade? Eu imagino que da forma que ela contou as coisas, em algum momento você deve até mesmo ter me odiado.

E sendo honesta, eu não os culpo, de verdade.

É um sentimento estranho sabe? Eu torço para que você seja mais como ela, e menos como eu.

Viva suas noites de luxúria, e não as minhas noites de tristeza.