História Noites Frias - Um novo amanhã

Killua Zoldyck

Era estranho parar para pensar em tudo que acabou acontecendo em minha vida num período tão curto como  o de algumas semanas por causa de um encontro de amigos inocente. Foram tqntas descobertas.

Nunca me passou pela cabeça um 'final' como aquele: Um onde eu acabava em um táxi junto a Gon, seguindo para um hotel qualquer para passar a noite e tentar acalmá-lo, já que agora não tinhamos para onde ir.

Jamais imaginei ver os pingos da chuva deslizarem pelo vridro da janela do carro enquanto, entristecido, sentia as lágrimas de Gon e as minhas próprias se misturarem em uma cena tão melancólica como aquela. 

–K-killua, estou com medo, muito medo...–Choramingou me moreno, o que me fez o apertar de leve.

–Acalme-se um pouco, não precisa chorar... Esta tudo bem...–Tentava me manter firme, mas estava tão assustado quanto ele.

–O-o que vamos fazer agora? Para onde vamos?–Murmurava baixinho, fungando em seguida.

–Eu vou dar um jeito... Sempre dou um jeito... –Disse em sussurro, acariciando suas costas.–Por você...

°°°

Eu acabei o ferindo. Senti o sangue do meu pai manchar em minha pele pálida. Sem perceber, minhas garras prenderam-se a sua carne, sem perceber o machuquei de uma forma que poderia ter sido mortal.

Mamãe deixou um grito em horror escapar de sua boca naquele minuto, ela parecia aterrorizada com aquela cena. Com o susto meu pai deixou Gon cair sobre o chão, apoiando ambas as mãos em seu peito, me encarando.

–Killua!–Gritou minha mãe alto, sua voz estava trêmula. 

–D-desgraçado...–Meu pai olhava em meus olhos, me encarando com tamanho odio, apertando minhas mãos.

–K-killua, n-não faça isso...–O pobre Gon, ainda caído no chão, falou enquanto continha seus gemidos de dor.

–Killua, não o mate!–Minha mãe gritou em seguida, em súplica, quase ao mesmo momento que Gon.

–M-me mate, desgraçado. Foi para isso mesmo que eu te criei... –Meu pai disse, já com sangue a escorrer no canto de sua boca.–M-me mate, seja o que você é!

–Não! Esse não é você, não é assim! Killua, matar é errado!–Gon falava alto, estava firme, tentando se manter em pé.

–Matar é errado?–Meu pai acabou gargalhando.–Foi por isso que parou? Por ele? Francamente...–Disse, arrancando minhas mãos de si, me jogando para longe dele.–Você é um caso perdido.–Me encarava.

–S-silva, esta ferido... –Mamãe se aproximou, tentando tocar seu ferimento, mas ele apenas desviou dela.

–Eu não sou esse monstro que você criou... –O encarava, meio sem fôlego por causa do empurrão.–Não sou igual a você... –Cerrei meus punhos.

–Mesmo? Tentou me matar agora a pouco... –Dizia.–Seu próprio pai... Que vergonha, Killua...–Disse e riu em deboche.

–Você não é mais meu pai. Deixou de ser quando machucou o Gon. Agora é apenas alguém que desprezo e quero que morra...–Disse friamente.

–Você? Me matar?–Ele riu.–Não é homem suficiente para isso. Não é homem o suficiente para nada.–Disse.

–E você é? Intimida seus filhos, bate na sua esposa, nos odeia! É assim que quer que eu seja?!–Gritei.

–Quero que seja o homem que eu criei! Um assassino sanguinário!–Ele gritou, e assim mais pessoas invadiram o quarto.

–O que esta acontecendo aqui? Isso tudo por causa de uma sexualidade boba?–Dizia Illumi, seguindo pelo local.

–Você... Outro filho defeituoso. A culpa disso também é sua, você fez seus irmãos ficarem como você! Esta apoiando né? Vocês estão juntos nessa safadeza.–Meu pai agora encarava Illumi.

–Illumi...–O coringa, que estava atrás dele, lhe mostrou uma carta como se uma lâmina. Porém Illumi negou.

–Você não entendeu ainda que somos seus filhos e por isso não vamos mudar de opinião?–Illumi o olhava.–Você pode ser meu pai, mas o Killua ainda é o meu irmão e me ensinou que a familia se ajuda nas missões... –Ele o encarava. –Portanto... Se tentar o impedir de sair daqui, te mato.–Disse e o coringa riu, como se satisfeito.

–Illumi, esta do meu lado?...–o olhava, surpreso com aquela cena.

–Esses são os filhos que eu criei, que lindo...–Meu pai nos encarava, em desgosto.

–Você não me ouviu? Saia do caminho se quiser sua cabeça presa ao seu corpo.–Illumi o encarava.

–Ah, quer me matar também?–Meu pai o encarava.–Se sairem da minha casa deixaram de ser meus filhos. Nunca mais quero ver vocês, nenhum de vocês. E se tiver sorte, isso não vai acontecer.–Ele parecia querer nos ver mortos.

–Killua...–Gon tocou em meu braço, estando esse atrás de mim.

–Vamos sair. E se nós tivemos a sorte, não nos veremos nunca mais. Não somos mais membros dessa família.–Illumi tomou a frente.

–Mesmo? Veremos se teram coragem...–E meu pai riu debochado mais uma vez. 

°°°

Illumi apontou para um enorme prédio de janelas brilhantes assim que perguntamos para onde ele estava nos levando. Confusos, descemos do carro e caminhamos junto a ele e Hisoka até adentramos o mesmo.

Hisoka nos liberou um quarto –Já que o prédio pertencia a ele– e logo seguimos ao mesmo, onde teriamos que passar a noite até então. Tinha que colocar a cabeça no lugar, ou ao menos tentar, por Gon, por nós.

–Esta doendo muito?–Perguntei para Gon, que estava sentado sobre uma das camas, cabisbaixo e a encarar o seu colo. Ele apenas negou.

Respirei fundo.

–Desculpe te fazer passar por isso, eu não imaginei que isso tudo fosse acontecer...–Dizia, suspirando em seguida.

–Não é sua culpa... Era um risco que tinhamos que enfrentar.–Ele disse e me olhou.

–Sim, mas mesmo assim... –Disse e suspirei em seguida.

–Killua...–Ele me chamou e eu logo o olhei.–Eu faria tudo de novo por você... –Disse, pronto para chorar.

Hunter × Hunter

Nunca pensei que um reencontro anual fosse me levar a onde estava: Turbulências com a minha familia, ao mesmo tempo que um novo recomeço ao lado de Gon depois de tantas mais descobertas e sentimentos novos.

Com o passar dos dias tudo foi indo, mesmo devagar, para o seu lugar. Graças a Illumi e Hisoka começamos uma nova vida, mesmo que um pouco diferente do 'normal', uma onde podiamos nos amar sem ter que se importar com alguém nos reprimindo.

Conseguimos um apartamento pequeno porém confortável para nós dois e para Killer, continuamos a viver como Hunters. Tinhamos agora uma vida normal e sem problemas apesar das peculiaridades que existiam. 

Illumi e o coringa eram nosso 'amigos' agora. Leorio e Kurapika vez ou outra vinham nos visitar, já que esses haviam ido para York shin depois de tudo. E minha familia? Bem, essa eu não mantinha mais nenhum contato.

Estavamos felizes, porém nós sabiamos que aquilo não era nem o início da história, sabiamos que o nosso amor sofreria preconceitos e queseria ddifícil, mas decidimos tentar. Mesmo sabendo que mais histórias viriam.

–Ei, Killua... –Gon me chamou, me olhando enquanto segurava Killer em seus braços.

–Sim?–O olhei, esse que estava a encarar a chuva através do vidro de uma grande janela contida na sala.

–Esta chovendo forte...–Disse.

–Sim, daqui a pouco começam os relâmpagos também...–Disse, fechando o livro que antes lia.

–Posso ficar com você então?–Ele perguntou e eu afirmei, o que o fez correr a mim e sentar em meu colo, me abraçando inocentemente.

–Você nunca muda ein?–O perguntei, dando risada e o apertando.

–Talvez....–Ele murmurou e eu o apertei forte contra mim.

–Mas é bom aproveitar esse tempo que tenho com você...–Disse e ele me olhou.

–Acha que tudo acabou?–Perguntou ele.

–Não, Gon... Foi apenas o início.–Disse em resposta.

[Fim - 1° Temporada]