História Nona Alma - Conhecendo o Underground - parte 2

Não demorou muito para chegarmos em Hotland, o lugar era bem quente, o pior de tudo é que eu estava usando um casaco sem nada por baixo.

-Tá tudo bem? - Luci me perguntou com uma expressão muito preocupada em seu rosto.

-Bem,,, é,,, que está um pouco quente - falei ofegante.

-... espere um segundo - ela foi até um bebedouro que estava por perto e me trouxe um copo de água - isso vai aliviar, beba -tomei toda a água do copo e me senti bem melhor.

-Obrigado - disse com um sorriso no rosto.

-Não tem de que, mas vamos ficar aqui por um bom tempo, então é melhor garantir que você fique hidratado e fresco - os olhos dela mudaram de cor novamente, ela estendeu sua mão apontando em minha direção, senti uma pequena brisa vinda de trás de minhas costas, olhei e vi dois ossos brancos em forma de 'X' que giravam como um pequeno ventilador  - pronto, isso vai ajudar.

-Obrigado.

-Não precisa agradecer, bem, vamos logo, antes de ir na casa do tio Paps quero te mostrar todo o local.

Ela me guiou até um grande laboratório e bateu na porta, assim que foi aberta apareceu uma monstra com a aparência de um lagarto de óculos e jaleco.

-Lu-Lucida o-oi, tudo bem com você? - disse a moça de uma maneira tímida.

-Sim Alphys, estávamos passando e decidimos te dar um 'oi', mas imagino que você já saiba, não é mesmo?

-S-sim, vo-você me pegou - disse ela com o rosto vermelho - E-entrem.

Entramos no laboratório, ele tinha vários papeis espalhados pelos cantos e ao lado de uma mesa... um telão com uma imagem minha?

-Essa é uma transmissão ao vivo de sua localização, Alphys tem isso dês de antes de minha mãe cair aqui - disse Luci mais uma vez esclarecendo a minha dúvida, ''Será que sou tão transparente assim?'', pensei.

-De-desculpa por t-te observar assim... - disse Sra.Alphys olhando para o chão de um jeito envergonhado.

-Não tem problema - falei tentando consola-la.

Ela deu um sorriso olhando pra mim e eu retribuí.

-Alphys, o que você veio fazer aqui? - perguntou Luci curiosa.

-Ah, be-bem... é que eu e a Un-Undyne decidimos sa-sair amanhã, en-então a-ao invés d-de adiar a consulta mensal dos Amalgams e-eu decidi adianta-la.

-Entendi.

-O que são Amalgams? - perguntei curioso.

-B-bem é - de repente ouvimos um barulho alto e Sra.Alphys foi até uma porta correndo e saiu da sala.

-Bem, já que ela saiu, eu terei que te explicar - disse Luci - Amalgams são monstros que caíram e se tornaram parte das experiencias de Alphys com Determinação.

-Caíram? Determinação? - perguntei ainda mais confuso.

-Bem, os monstro são criaturas compostas por magia, e por isso diferente dos humanos, assim que morrem se tornam poeira, monstros caídos são aqueles que basicamente entraram em coma, digamos assim, mas diferente de vocês humanos, aqueles que entram no coma não voltam a acordar e sim morrem após um certo tempo. Determinação é o nome de um elemento que foi extraído por Alphys, é basicamente o que mantem as almas humanas vivas após a morte de seu dono.

-Entendi... eu acho.

-Bem, continuando: Alphys começou a injetar Determinação nos monstros na esperança de assim que morressem pudesse usar suas almas para quebrar a barreira, mas ao invés deles se tornarem pó, eles acabaram acordando, começaram a "derreter" e até a se fundirem.

-Nossa!

-Mas esse erro trouxe muita alegria à várias famílias, então ninguém liga pra isso.

-E os Amalgams fazem consultas mensais para a Sra.Alphys saber se eles estão bem?

-Sim... por que você chamou ela de Sra.Alphys?

-Porque é educado.

-Disso eu sei, mas... ela é amiga, por isso você devia chama-la só de Alphys.

-Mas eu mal a conheço.

-Mamãe sempre diz que não é preciso conhecer a pessoa à anos para chama-la pelo primeiro nome, muito menos de amigo.

Fiquei pensando no que ela havia dito, será que é verdade?

Depois de um tempo eu e Luci saímos do laboratório e fomos em direção a casa de seu tio, no caminho encontramos vários monstros que conheciam ela e seus pais, também aprendi mais sobre o Underground, até que chegamos em um grande restaurante/hotel, fomos andando até uma parte onde havia uma grande casa, batemos na porta e um robô á atendeu.

-Olá Darling! - ele olhou pra mim e disse - Ai meu Deus!

(N.A - já que o Mettaton é um fantasma em corpo de robô e por isso não tem sexo eu vou me referir a ele no masculino)

-METTATON! QUEM É QUE ESTÁ NA PORTA? - uma voz disse de dentro da casa.

-É a Lucilinda, e ela está acompanhada!

-ACOMPANHADA?! DE QUEM?

-De um humano!

-O QUE?! UM HUMANO?!

-Sim meu bem! - ele nos olhou e convidou para entrar.

A casa era um verdadeiro palácio, o teto era enorme, eu me sentia uma formiga ali. Quando fomos até a sala fomos recebidos por um esqueleto muito parecido com o pai de Luci, só que maior em estatura.

-LUCIDA! VOCÊ ESTÁ ACOMPANHADA DE UM HUMANO?!

-Sim tio Paps, este é Alex, ele caiu aqui no Underground ontem a noite, estou mostrando o lugar para ele.

-INCRÍVEL! HUMANO! EU, O GRANDE PAPYRUS, ESTOU HONRADO EM TE CONHECER!

-A honra é toda minha - disse sorrindo - Luci me contou muito sobre o senhor.

-SÉRIO?! - acenei com a cabeça.

-O que eu podia fazer tio Paps? Afinal você é muito ossolegal para eu não contar sobre você.

Todos nós rimos do trocadilho de Luci, exceto seu tio, que parecia uma bomba prestes a explodir de raiva.

Ficamos conversando por um tempo até que fomos embora.

-Hey! - disse Luci de repente.

-Sim? - perguntei.

-E se fossemos até o castelo fazer uma visitinha pra mamãe, assim você aproveita e conhece o vovô Asgore.

-Claro seria muito legal... espera! VOVÔ?

-Sim, o rei Asgore e a rainha Toriel adotaram a minha mãe como filha, então eu chamo eles de vovô e vovó.

-Então você é da realeza?

-Basicamente, mas meus pais preferem ficar em Snowdin, é perto da escola, e ainda é o lugar onde se conheceram.

-Entendi.

-Bem, vamos ou não vamos?

-Vamos sim.

-Beleza então, por aqui, sei um atalho.

Segui Luci até um beco sem saída.