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História Nonstandard - Eu Não Te Amo Mais


Escrita por: garotapegada

Capítulo 10 - Eu Não Te Amo Mais


Fora do Padrão- capítulo X

 

   No dia seguinte, Alison chegou atrasada à aula. Isso acontecia sim, ás vezes, quando havia tido um evento épico na noite anterior. A diferença é que todas ás vezes ela vinha com um sorriso e encantadoramente mais linda que o normal. Mas não naquela manhã.

   - É… Ahn… desculpe, sr. Fitz. Não dormi direito esta noite e acabei me atrasando. – disse Ali, desculpando-se pela primeira vez com um professor. Ela não havia se arrumado vaidosamente como todos os dias, aparentava apenas ter pentiado o cabelo e vestido algo que não fosse um pijama.

   - Sem problemas, srta. DiLaurentis. Apenas dois minutos. Sente-se. Estava acabando a chamada. – respondeu Erza, seu professor de literatura, de forma calma e com um doce e simpático sorriso no rosto.

   Alison sentou-se em uma carteira vazia no fundo da sala. Havia uma no segundo lugar, há apenas duas carteiras de Emily. A loura encarou o lugar e depois olhou para sua melhor amiga, engoliu em seco e foi para o fundo da sala, com uma expressão fria no rosto.

   Emily sentiu uma pequena parte de seu coração se quebrar. Ela olhou para trás, na direção de Ali, como se esperasse uma explicação para o que ela acabara de fazer. Ela vira como Alison estava se esforçando para não olhar em sua direção.

   Na hora do almoço, Alison sumiu completamente. Emily a procurava por toda Rosewood Day, e nem um sinal da loura. A preocupação de Em apenas aumentara. Quando finalmente o sinal que alertava o horário de saída dos alunos tocou, a morena saiu correndo para a sala da sra. Udeinsten, de química, da qual Em sabia que Alison tinha a última aula naquele dia.

   Nada.

   Havia apenas dois alunos na sala e nenhum deles fazia o coração de Emily bater. Com certeza não eram Alison.

   - Emily! – gritou Aria – Estamos aqui!

   Emily estava decendo as escadas da saída quando ouviu sua amiga chamar. Seu coração estava pesado, mandando sinais para o cérebro imaginar aonde a loura poderia estar.

   - Vocês viram a Ali? Eu vi ela só uma vez na primeira aula. E nem trocamos uma palavra.

   - Também não vimos ela o dia inteiro. – disse Hanna – Quer dizer, eu tive aula de espanhol com a Alison hoje, mas ela nem olhou na minha cara. O que será que aconteceu?

   Dito isso, era óbvio que a garota estava evitando todas, mas era por causa de Em. Mas a morena não era a pricipal causa, e sim os pais de Alison. Com certeza eles a proibiram de ver Emily Fields fora da escola.

   Então era assim? Os pais homofóbicos de Ali iam dizer que ela não podia mais ver a pessoa por quem ela era apaixonada e a loura ia obedecer? Tão simples assim? Ela não ia nem tentar lutar por Emily? Nem sequer explicar o que houve?

   Em meio a pensamentos tão embaralhados e que provocavam sentimentos de revolta, uma lâmpadazinha se acendeu na cabeça de Emily. As duas tinham aula de francês no dia seguinte. E elas eram a dupla para um trabalho. Não tinha erro. Alison ia ter de falar algo.

      - Okay, juntem as carteiras com as duplas que formaram na aula passada. – a professora de Francês anunciou.

   Alison chegou de mansinho, a cabeça abaixada e o olhar de inferioridade, como ela nunca tinha feito antes, e nem ousava fazer.

  - Ahn… Sra. Mourjeot, eu poderia, por favor, mudar a minha dupla?

   - Sinto muito srta. DiLaurentis, o tempo é curto e o trabalho é longo. Afinal, não sobrou mais ninguém e todos parecem satisfeitos com suas duplas. O que há de errado com Emily Fields? Ela é uma ótima aluna e, até onde sei, vocês são grandes amigas.

   A loura piscou algumas vezes, olhando para o pé da mesa, com as mãos unidas uma na outra.

   - Está certa. Desculpe, com licença. – a garota voltou para sua carteira e esta já estava unida com a de Emily. A morena a aguardava com os materiais na mesa e um sorriso um tanto sínico no rosto.

   - Parece que não tem jeito. Vai ter que falar comigo. – disse a morena, provocando Alison.

  - Eu sei que fui injusta com você, ontem. Com todas vocês. Mas é complicado.

   - O que é complicado? Lutar pelo que você ama? Ah, Alison, conte-me uma novidade, vá! Já devia ter previsto o que aconteceria e se preparado para esse maldito preconceito dos seus pais!

   - Emily, você não entende. – disse Ali, fechando os olhos, na tentativa de manter-se calma.

   - O que eu não entendo, Alison? Fala comigo! O que você pensava?! Que ia fujir de mim para sempre?!

   - Não, Emily! Eu só precisava de um tempo! De um tempo para pensar, um tempo para me desligar de tudo para eu conseguir enfrentar meus problemas!

   Elas, de repente, sentiram olhares sobre elas.

   - Ei, meninas! – repreendeu a sra. Mourjeot – Discutam mais tarde, têm pouco tempo para terminar esse trabalho.

   A sala, aos poucos, foi voltando sua atenção ao trabalho, e Emily e Alison se acalmaram.

   - Certo – disse Em – Só não fale mais comigo.

   Ali soltou um suspiro de dor, enquanto expunha sobre a mesa imagens da doce Paris. As duas pegaram ao mesmo tempo a foto da encantadora torre Eiffel, e ambas sentiram a pele quente uma da outra.

O coração acelerado; cores e promessas […]

   A respiração de Alison e Emily estava tão pesada quando a saudade, quanto a dor que ambas sentiam por estarem separadas por… Pelo quê mesmo?

Como ser corajoso? Como posso amar se tenho medo de me apaixonar?

   - Emily… - deixou escapar Alison. Ela não percebeu o que acabara de falar. Afinal, estava tomada por seu coração, naquele momento.

   A morena olhou para sua melhor amiga com um olhar cansado e doloroso. Não faça isso comigo, pensou ela. Por favor.

Mas ao ver você sozinha, toda minha dúvida, de repente, se vai

   - Vamos terminar esse trabalho. – disse, por fim.

   As duas garotas se encontravam todas as noites. Ás vezes, de dia. Eram pensamentos de amor e paixão; fruto da saudade. Mas fora dos sonhos, as duas mal se olhavam. Eram apenas olhadelas na escola, só para uma ter certeza que a outra estava bem.

   - Aconteceu alguma coisa entre você e a Emily? – disse Aria, olhando para Emily e Hanna, na fila do refeitório. Alison olhou-as.

   - É. Bem… Cadê a Spencer? Só a vi de manhã. – dispersou Ali.

   - Ela foi se inscrever nos clubes de cálculo e literatura desse ano, algo assim. – disse, dando de ombros – Não mude de assunto. O que aconteceu entre vocês duas?

   A loura deu um suspiro cansado, e levantou seus grandes olhos azuis.

   - Você não vai entender. E pior, vai julgar. E vai sentir nojo. E…

   - Alison! – disse Aria – Você que está me julgando. Me conta, se não nunca vai saber minha reação.

   - Eu ia dizer que nunca mais você ia querer chegar perto de mim. Você tem certeza?

   A garota assentiu, com uma expressão de como a resposta fosse óbvia. Ali olhou para baixo, bricando com um fio invisível de sua camiseta.

   - Eu e a Emily… Ahn… Não sei bem como dizer isso. Nós nos beijamos. Várias vezes.

   Aria não sabia como agir. Ela abriu a boca para falar duas vezes, e na terceira as palavras finalmente saíram.

  - Bom – disse, com o cérebro ainda formulando as delicadas palavras – Eu nunca deixaria de gostar de você por isso, Ali. Que coisa boba. Isso é normal. Já vi meninas gostando de meninas.

   - Ei – disse Alison – Eu não sou lésbica. Eu gosto da Emily.

   - Isso a torna, no mínimo, bi.

   - Que seja. O negócio é que meus pais me proibiram de ver a Em. Foi por isso que aquele eu evitei vocês o dia inteiro. Eu não sabia o que fazer. Eu precisava apenas de um dia para pensar.

   - Eles viram vocês?! Meu Deus, Ali! E o que você decidiu?!

   - Eu quero ficar com a Emily. Qual é? Meus pais não precisam saber. Eles só nos pegaram porque estávamos dando sopa com a porta encostada. É só ficarmos atentas.

   - E por que não diz isso pra ela?

   - A Emily acha que eu ainda tô fujindo dela. Ela não deixa nem eu chegar perto.

   Aria sorriu.

   - Vem cá. – disse ela, assim que saíram da fila com suas bandejas. – Chama ela pra sair.

   - O quê? – disse Alison.

   - Vai, Ali. Você é a garota mais poderosa dessa escola. Quem vai ter coragem de te zoar só porque você está saindo com sua melhor amiga? E, mesmo se fizerem alguma piadinha, você ama mais a sua popularidade ou a Emily? Qual é, você é Alison DiLaurentis. Só por ser você todo mundo já abaixa a orelha.

   Lembrar disso encorajou a loira. Elas foram em passos firmes e deslumbrantes até onde Hanna e Emily estavam conversando e almoçando.

   - Oi, meninas – a cor dourada-esbranquiçada voltou à pele de Alison. Seus olhos estavam de um azul brilhante e hipnotizador. Seu cabelo louro brilhava sob o sol que ultrapassava a parede de vidro, que dava para o campo, no refeitório.

   Han respondeu num tom animado, e Emily, por incrível que pareça, respondeu, num tom tímido.

   - Hey, Em – continuou Ali, com um sorriso contagiante – Preciso falar com você. Podemos nos ver hoje à tarde, no parque?

   - E-eu tenho um encontro hoje, à tarde. – disse Emily, com as bochechas rosadas.

   O queixo de Aria e de Alison caíram. De repente, a loura ficou branca. Mas não um branco encantador, como a neve. Um branco pálido, assustador. Seus olhos, que estavam da cor de um céu lindo e brilhoso de verão, morreram. Ficaram de uma cor indecifrável. Seu cabelo perdeu totalmente a graça; estava apenas amarelo.

   - E-encontro com quem?! – disse Aria, pela Ali, já que esta não estava ao menos conseguindo pensar dereito, ela imaginava.

   - Oi, Emily! – chegou Maya, dando um selinho na morena, fazendo com que os olhos de Alison ganhassem cor. Cor de fogo. De raiva. De ódio.

   - M-Maya?! – gaguejou Aria. 



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