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História Norton - Lembranças


Escrita por: GraEverdeen

Notas do Autor


Novo capítulo. Aqui coloquei como nossas queridas personagens entraram na Norton, mas ainda há o que descobrir. Espero que gostem, desculpem os erros e o atraso. haha bjos.

Capítulo 4 - Lembranças


Fanfic / Fanfiction Norton - Lembranças

Lá estava ela, pensativa, talvez ainda corresse perigo, mas agora isso não importava tanto. Em frente ao prédio onde morava, Helena esperava sua melhor amiga chegar e enquanto isso sua mente lhe indagava sobre muitas coisas:

“Eu sempre fui cuidadosa com a minha identidade na Norton. De repente, alguém me descobre e de uma hora para outra todos ficam ameaçados. E o pior, eu nem sei quem é a pessoa por trás disso. Não me lembro de ter deixado pistas ou rastros nas últimas missões. Além do mais, a Norton sempre nos envia para cidades ou países diferentes exatamente para evitar este tipo de problema. Como isso foi acontecer? Quem será o maldito que quer me intimidar?”

Um veículo branco estaciona em frente ao local e a porta é aberta, Lola acabava de chegar:

- Entre, vamos logo. – assim Helena fez e logo partiram em direção à casa da motorista.

- Você está bem? – perguntou Lola durante o trajeto, sem olhar para a amiga devido à sua apreensão com o ocorrido.

- Estou sim – respondeu a agente N01 desanimada.

- Sei que não está. Eu conheço você. Como isso aconteceu? Nunca deixamos nada para trás.

- Me pergunto a mesma coisa. Sempre prestei atenção e agora preciso fugir de um filho da mãe que eu nem conheço.

- Guardou o envelope? Está com você? Temos que avisar a Senhora Sales.

- Guardei, quando chegarmos te mostro. E como vamos entrar em contato com ela? Só podemos fazer isso durante as missões, certo?

- É verdade – Lola estava com uma expressão fechada – mas calma, temos que dar um jeito.

Helena expirou cansada e ficou com um sorriso triste no rosto. Minutos depois, o carro  estava estacionado na garagem da casa de Lola, que agora analisava o bilhete junto à Helena, quando se expressou:

- Não faço idéia de quem possa ser. Isso aqui não diz muita coisa.

- Concordo. A única coisa que diz aí é que corro perigo e a Norton também.  

Longos minutos de silêncio tomaram o local. O único ruído era o da televisão que Carina assistia concentrada.     

- E o que vamos fazer? – pronunciou-se Helena.

- Eu não sei. O que eu sei é que você não pode voltar para o seu apartamento e a Norton precisa saber disso, até por precaução. Helena e a sua família? Já falou com eles?

- Ainda não – seu rosto ficou em espanto – vou ligar pra eles agora. – Pegou o telefone com certo nervosismo, discou um número de celular e após três chamadas ouviu uma voz:

- Oi, filha. Tudo bem com você? Há quanto tempo você não liga pra gente. Já estávamos preocupados.

- Oi, Vó. Eu estou bem. E você está bem? Como vai meu avô?

- Nós estamos bem sim filha. Como vai seu trabalho? E a Lola? E a pequena Carina?

- Ah, o trabalho está puxado como sempre. Lola e Carina estão ótimas. Mandam um abraço. Vovó, só para saber, aconteceu alguma coisa de estranho ou suspeito com você ou o vovô hoje, perto da casa ou algo assim?

- Não, filha, que eu saiba não. O dia hoje foi bem normal. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

- Não, claro que não. É só preocupação mesmo. É... vovó eu preciso desligar agora ta? Foi bom falar com você, mande um beijo para o vovô certo? Tchau.

-Mas, Helena...

A moça desligou o telefone, voltando a conversar com Lola:

-Pelo jeito, não aconteceu nada com eles.

-Que bom, ficamos mais tranqüilas. Bem, por enquanto, você vai morar aqui até as coisas se acalmarem.

- Olha Lola, me desculpe mas, não posso aceitar ficar aqui. Se tem alguém atrás de mim, automaticamente você e sua irmã também correm riscos.

- Ora, você mesma me disse que correr risco faz parte. E nós já enfrentamos tantas coisas juntas, por que agora seria diferente? – respondeu expressando um sorriso – Insisto que fique e sinta-se em casa, tome um banho, relaxe, pode dormir no quarto da Carina e não se preocupe, eu vou proteger você.

Após essas palavras, Helena ficou mais à vontade.

                                                                   // 

Deitada em um colchão improvisado, no chão do quarto de Carina estava Helena que já tinha dificuldades para dormir e agora isso ia ficar mais complicado depois do atentado que sofreu. Sua mente divagava sobre os últimos acontecimentos e acabou por se lembrar de como conheceu Lola:

 “Eu estava no ônibus, era o meu primeiro dia de aula no ensino médio, não estava muito animada porque sempre achei que as férias deveriam durar mais que 30 dias. Sentei em um lugar com dois bancos, o outro ficou desocupado, mas não por muito tempo. Dois pontos depois do meu, subiu uma garota com uma expressão fechada de início e sentou-se ao meu lado, nem dei muita atenção para ela, eram 6:00 da manhã, eu ainda estava dormindo com os olhos abertos, apesar disso, peguei um livro da mochila e comecei a ler. De repente, sinto uma mão me cutucar, olho diretamente para a moça ao meu lado com cara de “não encoste em mim”, mas parece que isso não a intimidou:

- Oi, meu nome é Lola. – disse com um riso amigável.

- Helena. – respondi com indiferença, voltando a ler.

- Está indo para escola?

- Sim.

- Que legal. Eu também.

- Bom para você – respondi assim, queria que ela parasse de falar.

- Eu acabei de chegar na cidade. Vim do interior. Achei muito bonito aqui.

- Que ótimo. Mas, infelizmente, eu desço aqui, então já vou indo tudo bem?

- Ah, não se preocupe eu desço aqui também.

Lembro de olhar para ela com tédio. Descemos, tentei andar mais à frente, porém ela me acompanhou e não parava de falar e rir, achei que iria começar o ensino médio mal, até porque aquele ser humano iria estudar na mesma escola que eu. Já estava irritada só de imaginar em pegar o ônibus todos os dias com ela, era muita má sorte. Foi difícil no começo, um teste de paciência, mas não é que, depois de um tempo, aquela garotinha que achei insuportável em um primeiro momento conseguiu virar minha amiga? Na época, ela tinha 18 anos, faria o terceiro ano e eu, 16, primeiro ano. Não demorou muito para que ela começasse a ir à minha casa, eu morava com os meus avós e eles gostavam muito dela, foi assim que construímos a nossa amizade e pelo jeito vamos longe. Sempre admirei a Lola, apesar de ser irritante, ela perdeu os pais em um acidente.  Segundo o que me contou estavam viajando de sua cidade natal para Belo Horizonte quando um caminhão invadiu a pista contrária e eles bateram de frente, ela e a irmã que tinha 8 anos quando aconteceu o fato, ficaram feridas, mas conseguiram sobreviver, tudo aquilo era recente quando Lola me contou, fazia pouco mais de um ano. Quando ela e Carina saíram do hospital, Lola resolveu assumir a bronca sozinha, passou a morar em BH na casa que os pais dela tinham aqui porque eles tinham boas condições de vida, mas isso não a impediu, começou a trabalhar, voltou a estudar, cuidava da irmã e ainda conseguia manter um sorriso no rosto e certo bom humor, além de ter o sono pesado. Tudo isso me fez admirar aquela garota que foi tão forte apesar do que viveu e ela ainda estava ali, enfrentando toda esta situação comigo.”

Estes pensamentos acabaram por desgastar a moça e esta pegou no sono, que parecia muito tranqüilo no começo, mas com o avançar da madrugada passou a ser perturbado por aquelas vozes alteradas, um choro baixo, palavras que vinham da mente dela, estava sonhando:

“ – Lola, estou com medo. O que a gente vai fazer? – Helena falou chorando baixinho.

-Primeira coisa é ficar calma. Nervosismo agora não ajuda. Precisamos pensar. – respondeu Lola, já tensa.

As vozes alteradas eram ouvidas na parte de baixo do lugar onde estavam:

- Por favor, moço, pelo amor de Deus, leve qualquer coisa, mas deixe minha esposa em paz – ecoava a voz cansada de um homem, parecia ter idade avançada.

- Cale a boca, velho – um estalo é ouvido, parecia um tapa – ou mando você e a sua querida esposa pro inferno rapidinho. E vamos logo com isso, cara, junta o que tem de valor aí, rápido.

- Calma, mano. Estou pegando.

- Moço, deixa a gente embora, por favor. Fica com tudo, mas não atira. – disse a voz de uma mulher que falava agora era trêmula.

- Você ta querendo morrer não é? Velha nojenta. Tá querendo morrer?

Gritos de desespero, clima de pavor e incerteza tomam conta daquele local.

- Para de gritar, você ta maluca? Vai chamar atenção. Ei, velho, faz ela calar a boca senão eu atiro.

Ao ouvir isso, Helena esconde o rosto entre as mãos e fecha bem os olhos.

- Calma querida, tudo vai ficar bem. – falou o velho.

- Isso mesmo, escuta o seu marido e fecha essa matraca.

- Tudo bem, calma, eu vou ficar quieta, mas não atira, por favor. – respondeu a idosa ainda alterada.

De repente, um tiro é ouvido e barulho de vidro quebrado ecoa no local, seguido de um grito de mulher. Helena arregala os olhos, na cabeça dela, uma pessoa acabava de ser assassinada. Após angustiosos segundos de silêncio, se pronuncia o homem:

- Você viu o que aconteceu com este vaso? Vai ser o mesmo com a sua cabeça se gritar outra vez, entendeu?

Agora reinava o silêncio, apenas ficava o barulho das coisas sendo recolhidas, mas logo, falando quase que como um sussurro Lola se manifestou:

- Helena, olha aqui, presta bem atenção no que eu vou te dizer. Estes bandidos logo vão querer entrar no seu quarto. Nós vamos fazer o seguinte, ficamos atrás da porta esperando um deles entrar, porque provavelmente o outro precisa ficar vigiando os seus avós. Escute: assim que ele der os primeiros passos aqui dentro, vamos bater na cabeça dele com seu abajur. Quando ele desmaiar pegamos a arma dele e ficamos esperando o outro que provavelmente vai subir aqui querendo saber o que aconteceu. Então eu atiro nele.

- Mas Lola, eu tenho medo, e se alguma coisa der errado? Nós devíamos chamar a polícia e você não sabe lidar com uma arma não é?... ou... sabe?

- Não Lola, eu não sei. O que sei é que nossa única chance é essa, chamar a polícia vai ser muito arriscado, todos nós corremos o risco de morrer. Confia em mim.

- Tudo bem, vamos fazer isso então.

Alguns minutos depois, passos são ouvidos nas escadas, as garotas então se escondem atrás da porta do quarto esperando a entrada de um dos assaltantes. Ruído das portas dos outros cômodos sendo abertas, uma a uma e então, finalmente, a maçaneta da porta do quarto de Helena se moveu. Entrou um homem, caminhando cuidadosamente, tinha estatura média, portava um revólver, após cinco passos dentro do recinto, Lola em movimento rápido saiu de seu esconderijo e acertou em cheio a cabeça do assaltante fazendo – o ir ao chão de imediato e prontamente apossou-se da arma que carregava. Pronto. Agora era só esperar o outro e disparar o tiro.  

 - Ei, cara, o que aconteceu aí em cima? Está tudo bem? – disse o outro bandido, sem obter nenhuma resposta. – Tem alguém aí em cima? – só silêncio. – Então tá legal, vamos fazer do meu jeito, seja lá quem for aparece logo senão eu vou explodir os miolos da velhinha aqui.

- Droga – resmungou Lola baixinho, de forma que só Helena escutava.

- E agora o que vamos fazer? – respondeu Helena.

- Você vai ter que descer lá?

- O quê? Eu? Mas ele vai me pegar. – apavorou-se.

- Não se preocupe. Eu acerto ele primeiro. – disse Lola com firmeza.

Vendo a coragem de sua amiga,  foi em direção à escada ficar cara a cara com o indivíduo, que invadiu sua casa. Quando ele a viu, apontou-lhe a arma, fitando-a de cima a baixo:

-  Então era você que estava aí. Que gracinha. – disse ele com um sorriso malicioso ao se aproximar -  Provavelmente é a netinha dos velhos, certo?

Helena apenas afirmou com a cabeça com os olhos voltados para o chão.

- E o que você fez com o meu companheiro? – voltou a falar o homem pegando no queixo de Helena obrigando ela a olhar.

A moça permaneceu em silêncio.

- Responde de uma vez, garota. – Apontando a arma para a cabeça dela.

- Bati na cabeça dele com o abajur. Me escondi atrás da porta. Ele não me viu.  

- Mas aquele meu parceiro é um idiota mesmo. Bom, terei que fazer o serviço sozinho. Bom, vem, você vai sentar aqui com seus velhos e nem ouse tentar nada, senão já sabe.

No momento em que o bandido virou de costas para acompanhar Helena até o sofá onde estava o casal de idosos, Lola desceu correndo as escadas arriscando tudo,  apontou a arma e disparou contra o homem e este, ao ouvir os passos fortes na escada, virou-se já atirando também, o barulho dos tiros instantâneos espalhou-se, Helena viu sua amiga caindo e gritou:

- Lolaaaaa!”

Neste momento, o despertador tocou. E Helena acordou, assustada.

                                                           //

Helena, Lola e Carina agora dividiam a mesa para o café da manhã. Carina ia ser levada à escola por sua irmã e depois a mesma partiria para o trabalho junto com sua mais nova hóspede. A irmã de Lola terminou de comer rapidamente e foi para sala assistir desenhos, esperando as outras duas terminarem. Aproveitando a ocasião, Helena se expressou:

- Sonhei essa noite.

- Com o quê? – respondeu Lola desinteressada no assunto.

- Com aquele dia.

- Que dia?

- O dia do assalto. Aquele que aconteceu há alguns anos na casa dos meus avós quando eles moravam aqui.

- Me lembro bem daquele dia. Afinal eu tomei um tiro, sobrevivi por sorte. E também porque o ordinário do assaltante bateu com a cabeça quando caiu depois que eu o atingi. Por que sonhou com isso será?

-Não sei. Talvez preocupação. Mas foi terrível.

- Relaxa já passou. E pensar que aquela enfermeira chefe era a senhora Sales. – disse Lola rindo.

- Pois é. Todo mundo naquele hospital ficou sabendo que você salvou a pátria aquele dia, então ela aproveitou a oportunidade. Acho que viu potencial. – Agora as duas amigas riram.

- Mas, se você lembra bem deve saber que eu não topei entrar na Norton, mas você é cabeça dura.

- Não te obriguei a nada. Já faz tanto tempo isso, parece que foi ontem – falou Helena achando graça do rumo que tomou aquela conversa, agora estava mais sossegada, poderia agir com mais calma.

Era hora de sair, a rotina não esperava. Quando Lola abriu a portão passou em frente a ela um homem de terno que, propositalmente, deixou cair um envelope de cor azul aos pés da garota. Ela pegou do chão e quando levantou novamente a cabeça com o intuito de devolvê-lo, o homem havia desaparecido. Neste momento, Lola temeu ter em mãos mais uma das ameaças anônimas contra sua amiga, mas logo percebeu que não era bem isso, atrás do envelope estava escrito “Norton” e dentro vinha uma carta, ela leu e pouco tempo depois Helena caminhava em direção ao portão:

- O que foi, Lola? Tá demorando por que?

- A Norton entrou em contato com esta carta. – disse entregando-a para sua amiga – Marcaram um encontro daqui duas noites. Parece que seu problema será resolvido rapidamente e temos uma nova missão. – disse Lola rindo.

Depois disso, saíram. 


Notas Finais


Obrigada por lerem, continuem acompanhando e comentem o que acharam. Até a próxima.


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