O silêncio me incomodava, eu andei de um lado para o outro espalhando as manchas de sangue pelo quarto, eu estava coberta de vermelho, o quarto inteiro estava. Lembrei-me dos gritos, tapei os ouvidos com força tentando afastá-los inutilmente.
Entrei no banheiro e fiquei paralisada, não havia sangue em minhas mãos ou no meu rosto, olhei para trás e também não havia sangue no quarto. Encarei o espelho novamente e caí de joelhos. As lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu podia ver meu reflexo rindo de mim através do espelho, suas mãos cheias de sangue, o sorriso satisfeito nos lábios.
– Você a matou! – Gritei, fazendo-a rir ainda mais alto, quase tão alto quanto os gritos de Marina ecoando em minha mente.
– Nós a matamos. – Ela corrigiu – Eu sou você.
As lágrimas molhavam meu rosto e eu podia sentir o sangue de Marina em minhas mãos novamente. Podia ouvir seus gritos misturados às risadas do meu demônio no espelho. Atirei a lixeira de aço contra o meu reflexo e o vidro se partiu em pedacinhos, mas sua voz – a minha voz – ainda ecoava:
– Você não pode fugir de mim, eu sou você, Lexa! – Repetiu - Eu sou você. Sempre serei.
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