História Nossa História - 2 Temporada - O vestido

Horas depois, só havia restado eu, Kiro, Julio e Igor. Todos foram para suas casas com ar de frustração visto que o casamento não ocorreria mais no dia seguinte.
Eu era a única que não estava assim. Estava empolgada, de verdade. Algo em mim queria fazer de tudo pra apoiar Bruna e vê-la feliz. Então estava pensando em sairmos pra fazer algo juntas e conversar. Imaginar uma mini Bruna me fazia sorrir. Seria uma barbie? Sim. Mimada? Com certeza. Lua iria babar tanto...

- precisamos bolar uma coisa legal. – falei.
- oi? – Kiro perguntou. – que tipo de coisa legal? – ele era o cara das festas. Qualquer festa ou até um jantar simples que eu precisasse, Kiro estava ali. Ele ainda trabalhava para mim, mas com o fim dos meus canais não restou muito o que ele fazer. Mesmo assim, eu ainda pago pra ele passar o dia no escritório como se realmente trabalhasse. Mas ele só cuida do pouco que restou da minha carreira.
- pro Pedro pedir a Bruna em casamento.
- hm... Já pensou em alguma coisa?
- não, você que é a criatividade da nossa relação. – ele riu. Igor e Julio voltaram da cozinha com alguns dos docinhos que o buffet mandou pra gente provar.

Ficamos até altas horas, os quatro pensando em algo para Pedro fazer e finalmente conseguimos bolar o pedido perfeito.
Depois disso, Ícaro me perguntou o que tinha acontecido na loja do vestido, porque quando ele ligou, a moça ficou pedindo mil desculpas a ele... Tive de explicar.
- eu não faço a menor ideia do que aconteceu, será que eu engordei tipo uns dez quilos em uma semana?
- claro que não, você não engorda faz meses. – Kiro tentou me consolar.
- mas Kiro, era o meu vestido! E não servia! O que explica isso?
- eu vou resolver isso, ta bom? – e era isso que me fazia manter Kiro por perto mesmo que Luan ainda não estivesse totalmente acostumado com a presença contínua dele. Kiro sempre resolvia meus problemas e fazia de tudo pra me ver bem. – amanhã eu vou lá. Talvez elas tenham trocado por um bem parecido sem querer ou fizeram ajustes que não deveriam. A gente tem uma semana pra encontrar outro e fica tudo certo.
- Ma, tô indo. – Julio disse se levantando.
- Tata chegou? – perguntei da sua atual namorada que chegava essa madrugada no aeroporto e ele tinha de ir busca-la.
- chegou. – ele concordou.
- manda beijo. – falei.
- demorou, amanhã tamo aí pra ajudar com o que precisar, ta? – concordei. – bora Igão?
- vou não cara. Deu de segurar vela pra vocês né?
- arruma uma namorada então caralho.
- começou. – eu resmunguei revirando os olhos.
- cê acha que tá fácil? Que qualquer um consegue uma loirona? Não é assim não. – levantou. – não é Ícaro?
- é pô. – Kiro concordou. Eu só ri.
- é fácil sim, vocês que escolhem demais. – zombei.

Os dois foram e Kiro pegou o embalo também, visto que já era quase quatro da manhã. Eu fui pra cama, estava exausta. Breno e Lu dormiam abraçados como anjinhos. Suspirei e cai no sono logo em seguida.

A semana foi uma correria sem fim. Foi até pior do que a semana que era pra ser a do casamento, porque agora eu tinha que resolver tudo de novo para o meu casamento e encaixar a surpresa para Bruna.

Luan ainda não tinha conversado com ela. E isso a magoava profundamente. Quando eu tentava tocar no assunto, ele fugia. Então eu simplesmente desisti de conversar sobre isso.

Quanto ao meu vestido: eu tive que comprar outro. O que aconteceu foi: fizeram ajustes que eu não tinha solicitado então ele não me servia mais e não tinha como voltar atrás do erro que cometeram. Ícaro quem resolveu tudo e conseguiu meu dinheiro de volta. Agora eu tinha poucos dias pra comprar um novo.

Dessa vez, não contei com a ajuda das minhas madrinhas. Eu, Julio e Kiro saímos para encontrar o vestido perfeito na loja que se propuzesse para ajusta-lo no mesmo dia. Era o prazo que eu tinha. Eu deveria estar totalmente nervosa, mas a essa altura do campeonato eu estava totalmente descontraída e, se não achasse um vestido a tempo, casaria até de jeans.

E, por extrema sorte, eu consegui encontrar um vestido que caísse muito bem em mim e não necessitasse de muitos ajustes. Eu não procurava nada além de algo que me servisse e acabei encontrando um que realmente tinha gostado.

Depois disso fomos a uma joalheria. Pra que? Comprar as alianças de Bruna e Pedro.

Com o afastamento de Luan, Bruna não tinha a quem recorrer a não ser seu namorado. Então não saía da cola dele um segundo. O que impossibilitou que o coitado comprasse as alianças de noivado deles. Eu, como cunhada magnifica, estava resolvendo detalhe por detalhe desse pedido maravilhoso que aconteceria no meu casamento.

Cheguei em casa exausta. Julio veio comigo para trazer meu vestido que era um pouco pesado. Pelo barulho de louça, Luan fazia o jantar. Breno dormia no sofá e na TV passava desenho.
- obrigada Ju, não sei o que eu faria sem você. – falei o seguindo até o meu quarto, onde ele deixou meu vestido.
- por nada, Mari. Nunca vi casamento tão bagunçado igual esse. – rimos. – te amo, viu?
- também te amo. Te vejo amanhã? – concordou. Eu o levei até a porta e ele foi embora. Fui até a cozinha. – hmm... – sorri enquanto sentia um cheiro ótimo. – cozinhando meu amor?
- minha mulher merece, né? – se virou pra mim, selando nossos lábios. – conseguiu encontrar um vestido?
- consegui.
- posso ver? – balancei a cabeça negativamente. – ah, por que não?
- você pode ver... No sábado! – ri da sua frustração. – o que está fazendo de bom aí?
 

[...]

Com tudo planejado, agora meu casamento parecia finalmente dar certo. Hoje era meu último dia de mulher solteira e os planos de ir para o spa mudaram drasticamente e nós optamos por uma balada. Acredite se quiser, tínhamos fechado dois camarins restritos e ninguém do sexo oposto entraria sem a permissão de ambos os noivos. Música, bebida, dança, comida, jogos. Tudo liberado! E estava sendo mais divertido do que qualquer spa relaxante. Eu estava nervosa demais para conseguir ficar deitada enquanto alguém massageia meus pés.

Tirando o fato de não poder dormir com meu quase marido, aquela noite havia sido mais que perfeita. Um beijo de despedida na porta da balada enquanto nossos convidados mais íntimos faziam algazarra a nossa volta, e então fomos levados separadamente para hotéis distintos onde aconteceria o final da nossa noite. Eu não sei o que os rapazes tinham planejado, mas eu e as meninas íamos nos acabar de comer pizza e chocolate enquanto cantávamos no karaokê e dançávamos Just Dance. Parecia infantil, mas foi mais divertido do que parece.