Me pergunto todos os dias como foi mesmo que me apaixonei por ela. Eu só me lembro que a primeira vez que a vi ela estava deslumbrante, sorriso fácil e encantador, cabelos ao vento, ahhh aqueles cabelos crespos que sempre me fascinaram, sua personalidade forte e decidida, mas acho que o que realmente me chamou atenção fora sua cor, sua pelo possuía um tom amarronzado que de longe parecia um veludo Brilhoso e delicado. É, talvez tudo nela me fez ama-la e Eu sou um bobo apaixonado, loucamente perdido e emaranhado assim como seus cabelos.
-Eu andei pensando... - Sua voz me despertou de meus devaneios, estava tão concentrado em me lembrar de quando comecei a gostar dela que mal prestei .atenção no resto de sua fala.
-Você, pensando? Um milagre está prestes a acontecer – Brinquei, e em troca recebi um tapa no peito. - Aí, tô brincando.
-Besta, como eu ia dizendo.... Acho que vou aceitar ir na casa dos seus pais – Falou acariciando meu peito onde havia dado um tapa.
-Então resolveu deixar de ser medrosa? Obrigada Deus, pensei que ficaríamos velhos de cabelos brancos e esse momento não aconteceria. - Ela soltou um riso anasalado. Comecei a afagar seus cabelos, como eu amava sentir os fios grossos e a espessura de cada cacho daquele cabelo. - Tem certeza?
-Tenho, e eu não estava com medo.... Era só apreensão, todos sabem como os asiáticos são preconceituosos.....E, Eu não quero que sua relação com seus pais piore.
-Você com medo de Preconceito? Essa é nova...Mas eu te garanto que nada disso vai acontecer – Falei, parei de afagar seus cabelos e comecei a acariciar seu rosto, a puxei para um beijo calmo e tranquilo, e quando terminei acariciei seu rosto com os polegares e encarei suas orbes castanhas escuras, selei nossos lábios por uma última vez – Eu prometo, e se algo parecido acontecer, eu jamais irei te deixar – Aproximei nossos rostos e colei nossas testas, fechei os olhos e inalei seu perfume e ainda com os olhos fechados me declarei – Eu te amo, flora. E não a nada nem ninguém nesse mundo capaz de me fazer desistir de nós.
-Eu também te amo, muito – Ela sussurrou para mim, como se contasse um segredo. Senti seus dedos na minha nuca, o que me causou um arrepio gostoso, e ainda de olhos fechados esperei ansioso para o beijo que não demorou a acontecer.
E como todas as noites, fizemos amor, nos declaramos e fizemos nossa promessa de que nada, nem ninguém atrapalharia nosso amor. Até que o nosso para sempre acabe.
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Acordei com o despertador do celular, com preguiça e amaldiçoando quem tenha inventado o mesmo, desliguei e vi que ainda eram sete horas da manhã. Pessoas que acordam cedo nas ferias, é o mesmo que não ter tirado férias.
Mas por algum motivo perdi o sono, então decidi ir tomar um banho, saio da cama com cuidado para não acordar flora, a observo por alguns instantes e sinto inveja por ela conseguir dormir tão profundamente depois do despertador ter praticamente gritado em nossos ouvidos.
Sua nudez era coberta pelas cobertar, já a minha... Ainda nu caminho preguiçosamente até o banheiro, fecho a porta para que o barulho não acorde-a e então inicio meu banho. Enquanto sentia a água quente molhar meu corpo, me lembro que tenho que ligar para minha mãe, vou aproveitar as minhas férias para levar flora até a casa em que nasci e em fim conhecer meus pais.
Não demoro no banho, depois de umas meia hora já estava pronto e devidamente vestido. Flora ainda dorme, e aproveito isso para ligar para minha mãe. Vou até a sala me sento no sofa e antes de ligar para a mesma encaro o nome de seu contato exibido na tela do aparelho. Respiro fundo e ligo para a mesma.
O telefone chama duas vezes até que ouço sua voz do outro lado da linha.
-Alô? - Fico mudo por um momento até que ouço sua voz novamente. - Filho? É você?
-Alô Omma, sim sou eu.
-Meu filho! A quanto tempo, pensei que tivesse se esquecido do seus velhos.
-Me desculpe omma, o trabalho tem consumido muito meu tempo.
-Tudo bem meu filho, eu sei que você é muito ocupado. Aconteceu alguma coisa? Você ligando a essa hora.
-Na verdade esta tudo bem, não precisa se preocupar. Eu só liguei pra matar um pouco da saudade e dizer que eu pretendo ir visita-los, tudo bem?
-Mas é claro meu filho, seu pai vai adorar tê-lo de volta em casa.
- E tem... mais uma coisa.- Exitei um pouco em falar, Por favor Deus, que ela não surte e nem me bombardeie de perguntas
-O que é filho? - Sua voz me pareceu apreensiva.
-Não é nada grave omma, eu só quero apresentar alguém a vocês.
-Serio filho? Estou animada para conhece-la já.
-Tabom omma, garanto que você ira gostar dela - ''Eu espero'' completei em pensamento. - Avisa ao papai por favor.
-Claro meu filho, aviso sim. Não se preocupe, quando vocês vêm?
-no final de semana, sexta a noite eu chego.
-Tudo bem meu filho, eu vou preparar um jantar maravilhoso para celebrarmos.
-Obrigada omma.
-De nada meu filho.
-Eu vou ter que desligar mãe, depois conversamos.
-Tabom meu filho, fica com deus.E, Eu te amo tá? E... seu pai também, ele não demonstra mas te ama muito.
-Também te Amo omma, O papai também. Tchau.
-Tchau meu filho.
Desliguei o celular, e relaxei no sofa, eu sei que eles terão um choque no começo mais depois aceitaram minha escolha ou melhor, Assim eu espero. Mas o mais dificil vai ser a fera do meu pai, ele sempre foi muito tradicional, e ter uma nora negra com certeza ira ferir seu orgulho. Mas independentemente do que ele pensa, eu não vou deixa-lá apenas por seu capricho.
- Que as forças do universo me ajudem.
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