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História Nosso Caos - 2- Sem rumo


Escrita por: LostValquiria

Notas do Autor


Desculpem!!! Eu sei que esse segundo capítulo demorou mais do que o lançamento de Pokemón GO no Brasil, mas como o jogo, está ai. Tive provas e logo depois férias - onde fiquei longe do computador onde escrevo - mas agora voltei a escrever. Espero do fundo do meu coraçãozinho que gostem :). Eu adoro comentários, então se puderem comentem! Se tiverem alguma dúvida, ideia, crítica, eu sempre vou ler e responder todos vocês!

Capítulo 2 - 2- Sem rumo


Fanfic / Fanfiction Nosso Caos - 2- Sem rumo

   Ao meio do amontoado de homens barbados, pançudos e musculosos, estavam os dois garotos, sendo esmagados tanto por pessoas, tanto por perguntas. Ninguém além deles havia visto a pequena menina tão fantástica, que estava bem longe de lá no momento. Alguns dos homens tinham expressões assustadas pelo barulho que ouviram, outros de decepção, esperavam algo bem mais emocionante que dois moleques insignificantes fazendo o de sempre: confusão. E alguns, nem se davam o trabalho de se importar.

   Sverre, antigo amigo de família, foi o primeiro a falar com os irmãos. Era um homem assustadoramente alto, pele tão rosada, que parecia ter sido queimado. Cabelos loiros, longos e bem claros, e uma grande barriga que andava a frente dele.

   -Onde estavam os danados?!- Disse em um tom de preocupação misturado ao de bronca. Era possível ouvir vozes na pequena multidão falando em tons ásperos e nervosos coisas como: “O que foi a droga daquele barulho?” “Se eu quisesse cuidar de criança, fazia um filho”. Hansel, se sentiu no dever de dar uma explicação convincente. Meio gago, começou falar:

   -Nós...nós estávamos vasculhando a floresta como vocês e....- Bitsmög interrompeu o irmão.

   -E nós vimos um esquilo! Hansel subiu em um árvore para pega-lo, e acabou caindo...

   -É! Ai...! - Disse Hansel fazendo carinho em seu próprio braço esquerdo.

   -Da próxima vez, deixamos vocês mofarem até a morte aqui. – Disse um dos homens que ali estava.

   Os dois foram caminhando junto ao grupo atrás de Sverre, nesse meio tempo, Bitsmög, ia apanhando todos os poucos gravetos que ali estavam, para ter algo para mostrar para a mãe e dizer que a jornada não fora em vão. Caminharam todos, em sua maioria, calados pelas cinzas até chegar ao simpático vilarejo.

   Só de olhar de longe a vila, qualquer um perceberia o quanto a madeira era importante por lá, eram os mestres do trabalho com ela. As casas não eram grandes, eram longas e inteiras de madeira, (exceto pelo telhado da maioria que era feito de palha e folhas.) algumas exibiam símbolos e pinturas pelas paredes. Eram projetadas propositalmente para o intenso frio, e, em sua grande parte, compostas de um só cômodo.

   Normalmente, o lugar era agitado, com muitos conversando, caminhando, bebendo e trabalhando, mas, naquele dia específico, poucos estavam fora de suas casas. Quando o grupo chegou, esposas vieram ao encontro de seus maridos, e todos voltaram para suas famílias, ninguém com notícias muito boas. No caso de Hansel e Bitsmög, se encontraram com sua mãe.

   -Como foi, meus preciosos? – Perguntou Bodine, a mãe dos garotos. Sverre, escolheu não comentar do tumulto para ela. Decidiu que se os meninos quisessem, fariam isso eles mesmos. Já eram homens.

   -Nós não achamos animais...- Disse Hansel ofegante com os cabelos longos e castanhos emaranhados.

   -Mas eu trouxe um pouco de lenha! – Bitsmög ergueu os gravet0s acima da cabeça como se fosse um troféu de consolação.

   -Mas, nós prometemos ajudar nisso. E recuperar a floresta verde para toda vila! –Continuou o menino.

   -Que bom que são tão esperançosos. –Disse Bodine sem nenhuma perspectiva que as coisas melhorassem daqui pra frente. –Só...não esperem tanto.

   O resto do dia (que não restava tanto já que era tarde) correu completamente normal. Bitsmög, estava mais pensativo do que nunca, agitado do jeito que era, vivia fazendo observações de tudo e sempre dizia o que lhe vinha a cabeça, mas naquele momento, estava tão focado em seu próprio pensamento, que nem havia espaço na sua mente para falar. Sentado com o irmão a beira de um rio congelado, atirava pedras desfazendo a fina camada de gelo por cima da água enquanto pensava.

   Que menina confusa era aquela? A ponto de não saber o próprio nome e nem coisas simples que qualquer um sabe? Estaria ela falando sobre algum tipo de guerra? Bitsmög, não sabia, apenas sabia que guerras não eram nem um pouco desejáveis, e que existiam ou com o motivo de conquistar alguma coisa ou por que pessoas discordavam entre si.

   Só depois de muito tempo deitado, Bitsmög conseguiu pregar os olhos e descansar em paz. Hansel, diferentemente do irmão não parecia tão inquieto assim. Havia passado certo tempo pensado em como o capim morto se transformara num tipo de feitiço habilidoso em linda grama verde. Também pensava que ela havia dito vir de algum lugar, e viajava calmamente em sua imaginação ao pensar que lugar era aquele, com pessoas de olhos carmim que faziam a relva crescer tanto e tão alto que tocava as nuvens. Tinha dúvidas, e esperava o esclarecimento delas amanhã.

   O dia amanheceu frio, com nuvens no céu. Os meninos tomaram seu lanche da manhã como um furacão. Engoliram o pão e a cevada da maneira mais rápida que podiam (era normal crianças tomarem cevada bem fraca já que se julgava bem mais seguro do que água) até se engasgarem. Sem se despedir, correram para fora tão rápido, que poderia se dizer que estavam apostando corrida contra os cervos. Hansel estava mais sério do que animado.

   Cursando a trilha, começaram a comentar entre si:

   -Você acha que ela vai estar lá...? – Perguntou Hansel.

   -Ela deu sua palavra. –Respondeu Bitsmög gravemente.

   -Você nem sabe se ela conhece o significado de prometer! –Retrucou nervoso. Nem ele sabia o porquê da irritação, já que não era disso, mas aquela história lhe parecia tão estranha...

   -Ela conseguiu ressuscitar a grama perto da quinta pedra... Eu adorava ficar lá, era tão macio de deitar. – disse Hansel mais calmo.

   -Há! Mas não vai ficar só por isso! Ela vai fazer crescer a floresta toda novamente! –Animou-se Bitsmög.

   -Se você diz...

   Os dois pararam simultaneamente ao perceber uma forma que se mexia inquieta sentada de costas pra eles. Era ela. O combinado havia sido cumprido. Em volta de onde estava sentada, era verde e ela parecia estar fazendo esforço. Era difícil ver algo já que seu enorme cabelo preto a cobria as costas como um véu de noiva. Bitsmög, passou a frente e foi em sua direção.

   -Ei, você. –A garota tomou um susto na hora e acabou cremando a muda que segurava. Virou a cabeça pra traz e fitou por uns quatro segundos o rosto sardento de Bitsmög.

   -Oi. - E voltou a fazer o que é que fosse que estava fazendo.

   -Você...lembra de nós? –Perguntou sem jeito.

   -Claro, você é o Bitsmög, e ele é o Hansel. – E apontou sorrindo para o menino. Parecia bem menos confusa do que no dia anterior. Bitsmög, lembrava bem da última coisa que ela lhe havia dito:

   -Então... não lembra o seu nome?

   -Não, e não sei se tinha um. Na verdade, eu não me lembro de muita coisa, mas sei que nunca estive num lugar como esse. – A Menina conversava calmamente ainda de costas mexendo na grama.

   -Bom, mas temos que te chamar de alguma coisa...que tal...Dagma?

   A menina apenas olhou confusa.

   -Ou...ou...Ildri? Conheço uma Ildri, e ela parece ser legal.

   Ela continuava a dar a parecer que não gostou.

   -Kaos. – Subitamente Hansel interrompeu. Estava tão quieto em seu canto que assustou os dois ao falar.

   A menina levantou a cabeça e sorriu.

   -Gostei desse.

   - Kaos – riu Bitsmög – eu preferia muito mais Dagma, mas, se você gostou.

   -Kaos, o que você está fazendo? – perguntou Hansel.

   Olhando para o lado e para o outro com os olhos carmim, demorou um tempo para perceber que a pergunta estava se dirigindo a ela.

   -Há sim...! Kaos, eu...- falou - Vendo virar verde.

   Tocou o chão fazendo se criar uma sinuosa trilha de grama verde pelo o solo morto que foi serpenteando como uma cobra pelo chão até tocar o estirpe de uma árvore que reavivou as raízes e uma pequena parte do tronco.

   -Puxa! Você vai mesmo devolver a seiva doce a essa floresta! – Se animou Bitsmög

   -Como assim? – Perguntou ingênua.

  -Veja, veja o que fez! Pode fazer com a árvore inteira!

  Kaos mirou da raiz a copa morta da colossal formação o que era difícil já que media bem mais do que vinte dela empilhadas uma na outra. E subitamente depois daquela longa encarada, literalmente jogou-se na árvore a envolveu com os braços –como um abraço - fazendo muita força. Não envolveu completamente, já que o tronco era mais largo que seus dois braços abertos. O marrom saturado subia pela árvore cremada devolvendo aos poucos e vagarosamente a vida. Quanto mais tempo passava mais esforço Kaos fazia, o que eu não parecia estar dando muito efeito. Estava vermelha como uma cereja, e só parecia piorar.

   -Bitsmög! Temos que fazer ela parar! – Gritou Hansel.
   -Eu! Eu não sei o que está acontecendo! Eu sei que eu conseguia fazer muito melhor eu sei!
   -Ela vai conseguir Hansel! Ela é mágica! Não ouviu ela? Ela consegue fazer muito melhor! –A menina continuava gritando consigo mesmo enraivecida.
   -Eu...! Eu conseguiria fazer mais de mil dessas! Ao...ao mesmo tempo! Eu sei! – Porém, só ficava mais vermelha e mais enraivecida, o sorriso de excitação no rosto de Bitsmög sumira, aquilo sem dúvida não ia acabar bem.
   - Você estava certo Hansel! Temos que faze-la parar.
   De repente uma tempestade começou a desaguar em suas cabeças.
   -Eu...Eu...- Continuava falar dentre gaguejadas, mas as palavras não saiam direito, estava muita fraca. Em meio a tempestade, caiu de joelhos ainda envolvendo a árvore. Bitsmög e Hansel correram em sua direção e a arrancaram de lá, foi uma separação difícil, como tentar separar o rabo do gato. Ela se agarrava a árvore e se debatia, mas se continuasse com aquilo, não se admiraria se caísse morta de exaustão. Ficou mais calma depois de se desgarrar do tronco, e deixou ser levada pelos dois que a carregavam pelos ombros. A tempestade brandeava como um batalhão de guerreiros prontos pra atacar. Seria ela a causa da tormenta, ou o céu estaria descontente com eles?
   - Ela vai ter de ficar em algum lugar. – Disse Hansel baixinho.
   - Vamos arrumar um jeito, sempre arrumamos.

 

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Notas Finais


Já acabou? Espero que tenha gostado, juro que vou tentar postar mais rápido :3 muito obrigada pela sua atenção e tempo.


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