Pegou o telefone em uma das mãos, respirou fundo como se estivesse se preparando para algo importante. Alec achou estranho vê-la agindo naquela forma e por isso decidiu observar tudo em silencio.
- Boa noite! Meu nome é Angelina Bane e eu gostaria de uma informação muito importante. – Começou o primeiro ato. - Me desculpe a hora, mas eu não consigo dormir enquanto não descobrir o que aconteceu com meu neto. O passageiro Magnus Bane deveria estar no voo 155, saindo de Porto seguro com destino ao Rio de Janeiro e até agora ele não apareceu em casa. Liguei para o hotel em que ele estava hospedado e me informaram que ele fechou a conta por volta das deis horas da manhã e pegou um taxi com destino ao aeroporto. Tentei ligar para o seu celular, mas está caindo na caixa postal e eu estou desesperada. – Começou a simular uma tosse insistente. – Eu sei que você não pode dar esse tipo de informação ainda mais pelo telefone, mas eu não consigo me acalmar, ele é o meu único parente vivo e eu não sei o que faria sem ele. – Chorou capciosamente. – Não tenho como me acalmar, não sem saber o que aconteceu com o Magnus. – Mais uma crise de choro seguida por uma falta de ar. – Eu entendo o seu ponto minha filha, mas eu só preciso saber se ele embarcou. Sim. Se eu ainda estiver na Bahia eu vou ficar mais calma porque sei que o sinal do seu celular não funciona direito, mas se ele não embarcou eu preciso saber para poder começar a procura-lo por aqui. Eu só preciso saber, por favor. – Silencio. Parecia que a atendente estava pensando a respeito. – Tudo bem. Eu prometo que essa conversa só vai ficar entre a gente. Sim. Magnus Bane. – Confirmou os dados pessoais. – Muito obrigada, minha querida. Tenha um boa noite.
- A senhora está bem? – Perguntou voltando da cozinha com um copo d’agua.
- Estou ótima. – Respondeu secando as lágrimas com um lenço.
- Mas a senhora estava passando mal a alguns segundos.
- Vamos dizer que o Magnus puxou a minha veia artística.
- A senhora me assustou. – Disse jogando o cabelo para trás. – Pensei que a senhora estava morrendo, Deus do céu.
Não aguentando a cara que ele estava fazendo, ela não teve outra opção a não ser soltar uma sonora gargalhada.
- Foi só uma encenação Alexander. – Disse com naturalidade. – Eu sabia que ela não me daria a informação de primeira, então eu tive que interpretar o papel de uma velha senhora muito doente que estava desesperada a procura do seu neto. – Riu ainda mais. – Não tem quem resista a crianças recém-nascidas e velinhas indefesas. Agora vamos ao que interessa... O Magnus ainda está em Porto Seguro.
- Eu estou indo.
- Indo para onde meu filho?
- Estou indo buscar a outra metade do meu coração.
- Boa sorte meu querido, você vai precisar.
- Obrigado por tudo, eu não saberia o que fazer sem a sua ajuda.
- Me agradeça fazendo o meu neto muito feliz.
- Eu prometo.
Despediram-se com um abraço apertado. Em menos de uma hora de convivência, aquela velha senhora meiga e amável conseguiu ocupar uma parte significativa do seu coração. Nunca pensou encontrar tamanha aceitação em uma pessoa como encontrou naquela mulher.
Voltou para o carro e contou com detalhes tudo o que havia acontecido depois da saída de Clary.
- E quando vamos? – Perguntou a ruiva animada. – Eu sempre quis conhecer, Porto Seguro e essa é uma ótima oportunidade.
- Eu não quero que você fique chateada, mas eu prefiro ir sozinho.
- Tudo bem. Vocês têm muitas coisas para conversar e a gente só iria atrapalhar. – Disse ficando com as bochechas em um tom avermelhado. – E aproposito, eu gostaria de me desculpar pelas coisas que eu disse, estava nervosa com o sumiço do Magnus e não controlei as minhas palavras.
- É algum tipo de piada? A alguns minutos atrás você estava disposta a arrancar meus olhos com as suas próprias mãos e agora vem me pedindo desculpas. – Disse incrédulo.
- Seu irmão me contou um pouco mais sobre a sua família e eu pude ver o quanto você foi corajoso quando enfrentou a sua mãe por causa do Magnus. – Alec pode ver quando a ruiva segurou a mão do seu irmão mais velho. – Agora vamos logo para o aeroporto porque eu não vejo a hora ver vocês dois juntos.
- Você é meio estranha, sabia disso?
- Nunca disse que eu era normal. – Sorriu animada. – Jace... Pise nesse acelerador porque o Pinóquio aqui precisa pegar um avião.
Três horas depois ele se via no mesmo aeroporto, já estava virando figurinha repedida naquele lugar, alugou um carro e seguiu o caminho em busca do meu amor desaparecido. Não sentia sono, não sentia fome e muito menos cansaço, a vontade de encontra-lo era mais forte do que outra coisa, seu amor lhe dava forças para continuar, mesmo seu corpo lhe dando sinais de que ele estava esgotado e faminto.
Estava amanhecendo quando finalmente chegou ao lugar em que foi tão feliz ao lado do seu namorado e pode observa-lo sentado olhando as ondas. Magnus estava na mesma posição que o havia encontrado quando se conheceram, pernas esticadas, braços para trás observando o céu, mas seus olhos não estavam felizes como outrora, neles haviam lagrimas, o que o deixou ainda mais triste porque sabia que ele era o responsável pela tristeza do homem que amava.
Caminhou lentamente para não o assustas e pode ver que ele erava falando alguma coisa enquanto olhava para o céu.
- Eu sei que não sou de rezar e que muitas vezes eu até ignoro a sua existência, mas por favor não me ignore nesse momento. Eu sei que o senhor pode ver o que aconteceu comigo ai de cima e sei também que o senhor pode sentir o quando o meu coração está despedaço. Meu desejo é me jogar nessa água e deixar o oceano fazer o seu trabalho, mas eu não posso, a minha avó não aguentaria me perder desse jeito e é por isso que eu lhe peço, por favor, tire esse amor do meu coração, me faça esquecer que Alexander Lightwood esteve em minha vida, me ajude, eu não sei o que fazer.
- Magnus. – Disse com a voz embargada.
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