#NarraçãoNatália
Ana tenta falar comigo a todo o custo, eu fingia não ouvir, só escutando minhas músicas, tentando esquecer tudo à minha volta, vendo o vento bater nas árvores. De repente, Ana corre. Surpreendo-me, ela havia ficado chateada comigo, ótimo... Agora não tenho nem minha irmã, sempre estrago tudo. Paro de andar, suspiro, e novamente tenho vontade de chorar.
Sento em um banco na praça, acho que não tem perigo, minha mãe disse que aqui é bem seguro.
Deixo-me chorar, um choro silencioso e sem soluços.
– Por que choras, bela dama?
Olho para cima e um garoto com estilo bem diferente estava a minha frente, ele tinha cabelo branco que ao lado caía como uma cascata, ficando cinza e depois preto nas pontas. Ele tinha os olhos de duas cores: um verde e outro amarelo. Vestia-se no estilo vitoriano. Enxugo as lágrimas. Ele senta-se ao meu lado, pega uma rosa que estava num arbusto e diz:
– Olhe bem para essa rosa...
Olho e não percebo nada de diferente, olho-o confusa.
– Ela não possui espinhos como as outras, entende? – diz afinal.
Arregalo os olhos, alegre. Eu entendi!
Sorrio e agradeço. Ele se levanta, dá um beijo em minha mão e vai embora.
Mesmo entre tantos problemas, sempre vai haver uma coisa boa para trazer luz. Era isso que significava.
Então vou embora, em direção à minha casa, com as rosas entre as mãos.
Abro a porta de casa e vou direto a meu quarto. Deito em minha cama, e fico observando a rosa, e sem perceber começo a cantar uma música.
“You will never waste my time, no no...
You will never waste my time, ‘cause…
All I see scares me and no one waits forever
So come closer, baby
I want to see what you made of
See what you made of…
‘Cause this isn’t all we could be
You’re not the same and I’m…
I’m not the same and…” *
Simplesmente amo como a música pode mexer comigo; me transformer de formas diferentes.
Adormeço com a letra em minha mente.
#NarraçãoAnaPaula
TRIM TRIM TRIM
Ai que droga! Ainda quero dormir! Eu não dormi nada! Nada!
O despertador tocava, fazendo-me querer jogá-lo pela parede e quebra-lo, para eu poder dormir, mas tenho que acordar! Infelizmente!
– Quero dormir! – choramingava.
TRIM TRIM TRIM
– Já entendi! – grito.
Eu estava simplesmente MORRENDO de sono. Fui tomar banho e a água estava GELADDÍSSIMA. Depois visto uma saia jeans e uma blusa, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e faço uma maquiagem simples ( rímel e batom rosinha).
Quando desço para tomar café, Naty estava triste, por quê?
– O que foi? – pergunto.
– Nada... – responde vazia.
– Quem nada é peixe... Ah, desculpa por ontem, não queria perder a cabeça com você, okay? Irmãs? – falo estendendo a mão pra frente.
Ela coloca a mão na minha e as apertamos.
– Sinto que o dia vai ser ótimo! – exclamo.
Pego minha mochila e a espero, tento falar com ela mas era como se falasse sozinha, ela não respondia, só sorria fracamente.
Chegando na escola eu estava mais animada do que nunca! A diretora nos recebe.
– Meninas, hoje vocês terão de decidir um clube de atividade para ficarem – fala – Temos vagas nos clubes de jardinagem e no de basquete.
– Basquete, com certeza! – falo minha escolha.
– Jardinagem... – Naty diz baixo.
– Muito bem, estou um pouco ocupada agora, guiem-se com seus colegas para encontrar os clubes. – finaliza.
Ela vai embora sem falar mais nada, eu ainda estava animada. Puxo Naty em direção ao grêmio, Nathaniel estava lá.
– Nath, posso perguntar uma coisa? – falo.
– Claro. – ele responde.
– Onde fica o clube de jardinagem e o de basquete?
– No momento estou ocupado para lhes mostrar, mas podem perguntar para outra pessoa.
– Tudo bem! Obrigada! – agradeço.
– Obrigada... – Naty fala tímida.
– Não há de quê! – diz Nathaniel sorrindo.
Saímos da sala.
#NarraçãoNatália.
– Vou procurar pelo clube de jardinagem, okay? – falo.
– Okay! Te vejo depois? – pergunta Ana.
Concordo com a cabeça.
Saio por aí à procura do clube. Encontro um garoto de óculos fundo de garrafa e cabelo estilo Joãozinho.
– Com licença, eu sou nova aqui, você poderia me mostrar onde fica o clube de jardinagem? – pergunto.
– Eu também sou novo por aqui... – fala chateado por não conseguir me ajudar – Também não sei onde fica...
– Tudo bem! – tento animá-lo – Obrigada de qualquer jeito!
Ele sorri.
– Qual seu nome? – pergunto.
– Sou Kentim! Mas pode me chamar de Ken! – responde.
– Sou Natália! Chame-me de Naty se preferir! – falo – Bom... Tenho que procurar pelo clube agora, até mais!
– Até! – responde acenando.
Aceno e ando até o pátio, encontrando Castiel.
– Oi, Castiel!
Ele se vira.
– Oi.
– Você sabe onde fica o clube de jardinagem?
Ele dá um sorriso travesso.
– Talvez...
– Eu sei que você sabe onde fica... Pode levar-me até lá, por favor? – falo a última palavra meio que choramingando.
– O que eu ganho com isso? – pergunta.
– Ahn... – falo hesitante – O prazer da minha companhia...?
– Só isso?
Suspiro desapontada.
– Tá bom... Vou procurar sozinha. – falo por fim.
Logo quando dou as costas pra ele, ele pega meu pulso, fazendo-me virar.
– Te levo lá. – diz.
Andamos calados até um canto não muito longe, logo avisto o jardim. Meus olhos brilham!
– Que lindo! – exclamo.
– Por que você escolheu o clube de jardinagem? – Castiel pergunta.
– Só tinha esse e o clube de basquete – respondo entretida com a paisagem – Não tenho disposição e autoconfiança suficientes para jogar, então só me restou o de jardinagem, e eu até que curto as flores, sentir que estou cuidando de algo, me sinto importante...
– Ui, que profunda... Você se daria bem com um amigo meu.
– Sério?
– Um dia você ainda vai conhecê-lo...
Ele ri.
– Obrigada por me trazer aqui... Adorei esse lugar!
Falo honesta. Era tudo tão colorido e vivo! Sentia-me feliz nesse lugar.
Percebo que ele cora e se enrola em responder.
– Só porque você insistiu... – fala desviando o olhar.
Dou um riso fraco por sua resposta esfarrapada e continuo a admirar o local que seria meu novo refúgio...
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