História Nosso passado, presente e futuro - Capitulo 12

Ao terminar de ler, meu cérebro já trabalhava em várias hipóteses sobre quem poderia ser essa pessoa. Eu nao conseguiria saber quem ele é, mas consigo saber onde eu poderei encontrá-lo. Na carta diz que é no lugar onde ele me viu de novo e eu só consigo pensar em um lugar. O quarto onde eu o atendi e onde eu briguei com ele pela primeira vez. Sai de casa com a sensação de que o plantão seria muito longo essa madrugada.  

❤️❤️❤️❤️ 

O plantão se arrastava e eu olhava no relógio a cada 10 minutos, pois não via a hora de poder ir naquele quarto e descobrir, finalmente, quem é essa pessoa que está ajudando-o. Assim que o plantão acabou eu corri para aquele quarto que, mesmo passando tanto tempo, eu ainda sabia perfeitamente qual era. 

No momento em que entrei no quarto, não consegui controlar a minha cara de surpresa ao ver quem estava sentado na maca com o envelope vermelho em mãos, esperando por mim. Quando eu consegui voltar a raciocinar, entendi que a pessoa a minha frente me pedia para fechar a porta e assim o fiz, logo em seguida aproximando-me dele. 

- Então era você Hyuk-ah? - eu perguntei. 

- Pois é - ele disse se levantando. - Aqui sua próxima carta. 

- Só isso? - perguntei - Então tá. Obrigado – respondi sem nem esperar a resposta e estendi minha mão para pegar a cartas da mão dele. 

- Ah é. Tenho que te contar uma história antes né? Esse é o combinado – ele disse tirando a carta de meu alcance antes que eu pudesse alcançá-la.  

Ele me olhava com um sorriso travesso no rosto. Eu já contei o quanto essa criança pode ser malvada quando quer? 

- Senta aqui, hyung. - ele me pediu e eu obedeci – Eu vou te contar como me colocaram nessa história, pode ser? - ele perguntou e eu concordei - Então, depois daquele plantão em que atendemos o Ravi foi sua folga e por algum motivo ele voltou na madrugada seguinte e eu estava de plantão, então perguntei a ele o que queria e ele disse que só queria se desculpar. Eu falei para ele voltar no dia seguinte que seria seu plantão novamente e ele realmente voltou, foi quando eu ouvi a conversa de vocês sem querer. Por isso eu incentivei que fosse atrás dele. Algum tempo depois o N veio atrás de mim pedindo ajuda para juntar os dois e eu concordei, pois mesmo tendo esse relacionamento com você, não era nada definido e nem sério demais e eu não queria tirar sua chance de ser feliz. Mas eu não esperava que nesse meio tempo você fosse me pedir em namoro e que o Jimin voltasse e tudo isso acontecesse. - ele abaixou a cabeça para continuar a falar – Quando o Ravi iniciou isso, ele veio conversar comigo e disse que ele entendia que nós namorávamos, mas que ele não poderia desistir de você uma segunda vez. Eu pensei muito e, quando terminamos, eu fui até ele e contei para ele, foi quando ele me pediu para ficar com a terceira carta e eu aceitei. 

- Por que você aceitou? - questionei. 

- Porque eu te conheço o suficiente para saber que quando tudo começasse a ficar sério demais, você iria fugir. Você precisava de alguém do seu lado, um amigo, que te impedisse de fugir dessa vez. E eu me propus a assumir esse papel, pois quero te ver feliz também. Por isso minha insistência para você continuar com isso. E, também, porque queria ver sua cara de surpreso quando visse que sou eu – ele terminou essa fala fazendo nós dois rirmos. 

- Então foi você desde o começo? - eu perguntei – A carta no armário. Quem passou meu telefone para ele. Meu endereço. Minha cafeteria favorita. Tudo isso? 

- Sim. Foi tudo eu. - ele respondeu – Mas, como eu disse, não esperava o pedido de namoro quando concordei com tudo isso. 

- Só mais uma pergunta. - disse chamando a atenção dele – Se você fazia parte de tudo isso, por que ficou chateado com o beijo que ele me deu no dia que ele começou a trabalhar aqui? 

- Porque ele realmente não sabia do nosso relacionamento e eu não esperava que ele chegasse já te beijando do jeito que ele fez. Isso me surpreendeu e me deixou chateado. - ele explicou. 

- Entendi – disse simples e ficamos um tempo em silêncio. 

- Bom, chega de enrolação. - ele disse se levantando. - Aqui está sua carta. Boa sorte, Binnie – e saiu da sala em seguida deixando-me lá com meus pensamentos. 

Cada vez mais eu me surpreendia com as coisas que eu descobria a cada nova carta que eu pegava. Eu não sei quantas cartas mais irei receber e nem com quem estarão, a única coisa que consigo saber de tudo isso é que historias incríveis me aguardam para serem contadas por aqueles que estão ajudando-o em tudo isso. Também não sei quando começou, mas a cada nova carta recebida, meu coração falhava uma batida e eu perdia meu ar, em seguida ele voltava a bater de forma muito rápida, como se eu tivesse tendo um infarto e a minha respiração acelerada o acompanhava, até tudo terminar num suspiro triste por ter acabado e ansioso para sentir toda essa reação novamente. 

Fiquei um tempo no quarto aproveitando um pouco das sensações incríveis que eu sentia a cada envelope vermelho e história ouvida. Direcionei meu olhar para aquela fita azul amarrada em meu pulso e comecei a pensar como eu estaria agora se o Hyuk não tivesse colocado ela de volta no meu braço naquele dia. Olhando para a pulseira, eu entendi o que o Hyuk queria dizer todas as vezes em que ele repetiu para mim a frase "Se dê uma chance, hyung. Se dê uma chance de ser feliz." 

Eu, finalmente, estava me dando essa chance e posso dizer que nunca me senti tão feliz por fazer algo que algumas pessoas considerariam loucura - correr atrás de cartas, onde já se viu? - mas que para mim se tornou a coisa mais importante do meu dia. Eu contava cada segundo que podia apenas para pegar o próximo envelope vermelho.  

Não consegui evitar minha ansiedade, não aguentaria chegar em casa, então abri o envelope naquele quarto mesmo. Querendo ou não, agora ele tinha um significado importante para mim e espero que para ele também tenha. 

"Oi Hongbin! 

Devia parar de começar minhas cartas assim, mas não consigo pensar em um jeito melhor de iniciar. 

Está muito surpreso por ser o Hyuk?  

Eu acho que sim.  

A ideia de pedir a ajuda dele não partiu de mim, foi do N. Desde o começo eu fui completamente sincero e mesmo eu o magoando ele insistiu que queria ajudar. Insistiu em fazer parte disso. Assim como o Ken, Leo e Hyuk aceitaram. Espero que algum dia nós seis possamos ser ótimos amigos. 

Não sei se deveria te contar isso, e tenho quase certeza que o N ficará muito bravo se souber que eu contei, mas ele se recuperou até que rápido. Ele já está com outro pretendente na mira hahahah 

Mas deixando as brincadeiras de lado, irei te contar onde estará a quarta carta. Espero que você não se sinta desconfortável indo até esse local, mas ele faz parte da minha vida como um todo.  

O próximo envelope esta no orfanato em que eu e o Ken hyung costumávamos morar, com a freira que cuidava de nós, só que agora ela se tornou madre lá, a Jung Eun Ji. Ela é uma noona muito legal e sempre cuidou muito bem de nós. 

Não se preocupe ou fique com pensamentos bobos por pegar a carta com ela porque a noona sempre soube a verdade sobre mim e me aceita do jeito que sou. Na verdade, ela quem me ajudou a entender que o que eu sentia por você era mais do que simples admiração. Ela quem continuou me protegendo, quando o Ken hyung foi embora, até que eu também saísse de lá.  

Boa sorte Binnie. 

Ravi." 

Eu terminei de ler, guardei a carta de volta no envelope e sai do quarto. Fui ao vestiário, tomei um banho e iria para casa descansar até meu próximo plantão, só que eu não estava com sono dessa vez, na verdade eu queria pegar o próximo envelope e ler o que estava escrito na carta dentro dele. 

Eu decidi que sairia do hospital e iria direto ao orfanato. Contudo, só tinha um detalhe, ele não me passou o endereço. Peguei meu celular e localizei o número dele, mas não queria ligar e pedir ajuda diretamente para ele, teria de ser outra pessoa. Acho que meu pensamento nunca foi tão rápido, pois no momento seguinte já falava com o Ken hyung e pegava o endereço, dirigindo-me para lá imediatamente.