Boa tarde - Danni respondeu.
- Ao que devo a honra de recebe-la nesta reunião? - Disse o dono do hospital fazendo menção para que a menina sentasse a enorme mesa oval da sala de reuniões.
- Bom.. eu estive internada aqui após sofrer um acidente grave na mão direita e o médico não via solução. Claro que me desesperei, não só por ser jovem e ter perdido o movimento da mão, quanto por ter um sonho de atuar na carreira médica e ser neurocirurgiã..
Ele a interrompeu - E você quer alguma vaga no hospital? Certo?
- Não, não - Ela sorriu - Até que estou procurando emprego num hospital, mas hospital veterinário..
- Ah sim, poxa que legal. Eu tenho uma cadelinha, Yorkshire, se chama Laila.
- Aí que ótimo que o senhor gosta de animais, porque é aí que estou querendo chegar - Ela se animou.
- Prossiga - Ele cerrou o cenho curioso.
- Então, meu problema era irreversível, fiz fisioterapia e acupuntura aqui no hospital e mesmo assim não tive respostas.
- Com qual doutor? - Quis saber.
Nesse momento ouviu-se batidas na porta.
- Com licença - Pediu o senhor.
Este se levantou e atendeu a porta, lá estava o doutor que cuidara de Danniela com uma pasta repleta de folhas.
- Oi, tudo bom? Vim participar da reunião junto da senhorita Archetti.
- Ah sim, pois não - Fez menção para que o doutor entrasse na sala, ainda estranhando muito.
O doutor cumprimentou a menina e sentou-se ao lado dela.
- Então, onde paramos? - Falou o dono do HL ao se posicionar na mesa novamente.
- Bom, não tive respostas com o tratamento aqui, o doutor.. - Ela acenou com mão o indicando ao seu lado - .. é testemunha disso, ele acompanhou meu caso. Aí ganhei um cachorrinho e ao acaricia-lo fui voltando com os movimentos - Continuou a garota.
- Nossa, poxa vida, foi realmente um milagre! Fico feliz com sua recuperação, mas onde eu posso lhe ajudar?
- Como sou estudante de veterinária, sei que terapia assistida por animais funciona e acredito que isso tenha me ajudado. Pensando nisso, gostaria de solicitar uma parceria. Aqui em Lisboa temos um abrigo de animais em ruínas e precisamos ajuda-los, trazendo felicidade para eles e fazendo com que as pessoas os vejam e queiram adota-los de forma responsável.
- Espera, você quer que eu traga os animais para cá usando eles como terapia?
- Sim! Ou até mesmo pra trazer felicidade para as pessoas na ala do câncer e da internação - Seus olhos brilhavam.
- Olha, eu gosto muito de animais, porém isso é algo muito complicado para mim, uma vez que desconheço a procedência desses animais e fora os custos com a saúde e transporte deles.
- Mas isso não é problema! Já fizemos um mutirão para cuidar da higiene deles e para transporte..
Ele a interrompeu - Mas e a saúde? Não posso colocar um animal doente com os pacientes aqui já imunodeprimidos.
- Mas isso também já estamos cuidando - Danni tirou um papel da bolsa e entregou ao dono - Estamos atendendo todos eles no hospital veterinário da faculdade, estamos arcando com todo o tratamento. Como pode ver, esse documento tem as informações e assinatura dos responsáveis pelo hospital veterinário.
- Nossa! - Se surpreendeu - Você já está com tudo planejado e em andamento.
- É, foi algo muito bom para mim e preciso retribuir, sinto que preciso ajudar os outros com essas possibilidades.
- É... tenho que pensar e calcular os benefícios que isso me traria.
- Então senhor, é aí onde eu entro - Disse o doutor - Ela me expôs essa ideia e confesso que fiquei muito curioso com o caso dela, claro que como um amante de terapias alternativas, não poderia deixar de desbravar essa área com animais. Aqui - Ele abriu a pasta lotada de papéis - Reuni pesquisas, artigos, testes, tudo sobre terapia assistida por animais e concluí que faz bem aos dois, ao paciente e ao animal, uma vez que se insere aí o fator emocional. Achei fantástico!
- Bem, diante disto, vou querer dar uma olhada nessas pesquisas e te dou um feedback até semana que vem, pode ser? - O dono dizia ao pegar a pasta.
- Sim, sim claro. Só pensa com carinho, tá? Por favor! - A menina suplicava.
O dono sorriu e esticou a mão para cumprimenta-la - Pode deixar mocinha, prazer em te conhecer.
Danni sorriu e apertou a mão do senhor, usando a mão direita, ex mão ruim - O prazer foi meu.
O doutor também se despediu e lá fora, a garota agradeceu o doutor pelas pesquisas.
A morena passou o dia esperançosa, de alguma forma, ela sempre sonhou em fazer algo bom de grande proporção que não só a favorecesse, mas que ajudasse outras pessoas e isso significava muito pra garota.
A noite, no estágio, após se trocar, seguiu para o quadro de avisos onde verificava se havia cirurgias marcadas.
- Oi baixinha - Luan veio por traz a pegando pela cintura.
Danniela sorriu e virou-se para cumprimenta-lo, porém logo se lembrou do namorado.
- An.. Luan.. - Começou.
- Tudo bem com você?
- Tudo sim - Sorriu - E com você?
- Tudo ótimo - Ele pegou na ex mão ruim dela.
- É.. - Ela puxou a mão.
- Que foi? Dói? - Se preocupou.
- Não, não - Sorriu e arrumou uma mecha do cabelo meio sem jeito - É.. tem como você parar de agir dessa forma comigo?
Ele cerrou o cenho - Como assim?
- Ah, essas brincadeirinhas de pegar na minha cintura, na minha mão...
- Você não gosta?
- Não é que, eu namoro, daí não fica bem, sabe?
- Ah mas aqui todo mundo sabe que somos só amigos..
Ela o interrompeu - Essa semana ele viu você me abraçando lá fora e não gostou muito - Sorriu sem jeito - E eu concordo que não é bom, sabe? Questão de respeito com ele...
- Ele quem? Seu namorado? Que não sabia que você estava passando por uns bocados? - Luan cruzou os braços parecendo irritado.
- Olha, ele é uma ótima pessoa e só quer meu bem, eu o amo e não quero deixa-lo zangado. Não estou te pedindo pra parar de falar comigo, só estou pedindo pra maneira nessas brincadeiras, inclusive na frente dele - Explicava.
Luan respirou fundo e soltou os braços - Tá... como quiser - Virou-se e saiu andando.
Danni sentiu-se mal por ter feito o que fez, mas era o certo. Certas coisas tinham que ter limites, até porque ela não gostaria de ver outra garota de gracinha com o Gael.
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