História Nosso segredo - Capitulo único

Sasuke não estava de bom humor. E, quando se irritava, sua natural indiferença e cinismo se acentuavam ainda mais.

A vontade que tinha era de estrangular aquela vadia de cabelos rosas. Sakura inicialmente estava interessada no moreno, mas ao ver que com ele não iria conseguir nada, rapidamente mudara seu alvo para o Uchiha mais velho assim que conhecera Itachi.

Afinal, era uma mulher tão linda quanto ambiciosa e interesseira, e não pretendia desistir enquanto não tivesse um dos dois aos seus pés, para exibir para as amigas como um troféu e de quebra ter um marido extremamente belo e rico.

Naquela tarde, Itachi avisara que ficaria um pouco mais no trabalho para resolver algumas coisas pendentes. Qual não foi, portanto, a surpresa do mais novo ao sair para jantar com seu melhor amigo Naruto e encontrar o irmão conversando calmamente com Sakura, numa das mesas do restaurante.

O jovem não fizera um escândalo, lógico. Afinal, ele era um orgulhoso Uchiha e não abriria mão de seu orgulho nem mesmo por Itachi. Não, tudo que fizera fora aproveitar que um garçom estava passando para fingir tropeçar e dar na garota um banho de uísque e vinho tinto, manchando o decotado vestido azul que ela usava.

Depois, mandara um olhar cheio de ódio ao irmão, que tentou detê-lo enquanto puxava Naruto e saia do lugar.

Durante o caminho até o apartamento onde os irmãos viviam, o loiro – que justamente por ser uma das pessoas mais próximas ao Uchiha mais novo era o único que conhecia o maior segredo de Sasuke e entendia perfeitamente a reação que o amigo tivera – tentava acalmá-lo de todas as formas possíveis, sem obter sucesso.

— Não destrua a casa, teme! — exclamou assustado ao ver o moreno agarrar uma bela jarra azul que ficava em cima da mesa e tacá-la com força no chão, espalhando os pedacinhos de vidro pelo carpete.

— Não enche. Sai daqui Naruto! — o outro respondera, quase batendo no amigo.

O Uzumaki bem que queria argumentar, mas o Uchiha estava tão fora de si que achou melhor ir embora. De qualquer forma, Itachi devia chegar logo, que resolvesse a situação que criara. E, falando no mais velho, Naruto acabou esbarrando nele no corredor do andar térreo.

— Como ele está? — o moreno perguntou ansioso.

— Quebrando o apartamento de vocês. Boa sorte.

Itachi sabia que iria precisar de sorte, afinal, teria de convencer o teimoso Sasuke da verdade. Ou seja, que não tinha interesse nenhum naquela mulher oferecida e que aquele jantar tinha um único propósito: deixar claro para Sakura que ela jamais teria um dos irmãos Uchihas, nunca.

Entrou com cuidado no amplo e luxuoso apartamento. Aparentemente tudo estava tranquilo, mas ele podia ver cacos de vidro azul amontoados num cantinho da sala, junto a uma vassoura.

Pelo visto Naruto não estava longe de acertar quando dissera que o amigo estava detonando o lugar.

— Sasuke? Sasuke? — foi chamando, tentando encontrar o menor. Por fim, escutara o barulho do chuveiro na suíte que dividiam e rumou para lá.

É claro que haviam tido o cuidado de mobilhar dois quartos, um para cada um caso alguém os visitasse, principalmente se fosse seus pais, mas na verdade o mais novo quase nunca dormia no aposento que deveria ser seu.

Costumavam passar longas e deliciosas horas sobre a cama de casal de Itachi, apenas se amando loucamente.

O relacionamento que mantinham era errado, pecaminoso e doentio frente a outras pessoas, ambos tinham plena consciência disso. Mas também estavam pouco se importando com o mundo.

Se amavam, completavam um ao outro. Deixar de viver uma paixão tão intensa e verdadeira por causa das crenças e da moralidade impostas pela sociedade era loucura. Jamais seriam tão hipócritas.

E o Uchiha mais velho iria fazer o irmão entender que eles já estavam há muitos anos juntos, e não seria agora, depois de construírem uma vida conjunta, que iria largar o menor e ficar com a primeira vadia que aparecesse. Pois ele jamais poderei amar mais outra pessoa do que amava Sasuke.

O mais novo saiu do banheiro vestindo um pijama e enxugando os cabelos negros. Em seu belo rosto uma ausência completa de emoções. O banho lhe dera o tempo que precisava para se recompor e vestir novamente sua máscara de indiferença habitual.

— Me deixa explicar — Itachi respirou fundo, prevendo uma explicação nada fácil.

— Explicar o quê, aniki? — apesar de Sasuke não aparentar, toda a raiva e o ódio que sentia ficava claro em suas palavras: apenas quando brigavam é que chamava o irmão de “aniki” ou “nii-san” e não pelo nome.

— Não se faça de desentendido. Eu tinha um motivo bom para ter ido me encontrar com a Sakura.

— Faça o que quiser. A vida é sua. Não é como se eu me importasse mesmo — Sasuke não se daria por vencido.

— Porra, Sasuke!

Vendo que palavras não iriam adiantar e já irritado por aquela teimosia exagerada do irmão, Itachi resolveu partir para ações. Rapidamente empurrou o menor para a cama, deitando-se sobre ele e segurando seus pulsos para que não fugisse.

— Me solta — a voz do mais novo saia baixa e controlada, mas seu coração batia enlouquecido em seu peito, e o maior, graças à proximidade entre os corpos, pois sentir perfeitamente essa prova do nervosismo de Sasuke.

Sorrindo de forma maliciosa, Itachi mordeu o lóbulo da orelha do irmão, descendo os lábios e dando leves beijos pelo pescoço pálido, sentindo o menor estremecer abaixo de si.

Sabia muito bem que bastava alguns toques para que Sasuke cedesse e esquecesse que estava furioso. O que, claro, irritava o mais jovem, saber que era tão vulnerável perante seu aniki...

— Não pense que vai conseguir dessa vez, Itachi — falou, tentando se manter firme. Não cederia, não nesse dia. Sem chances!

Não fazendo caso das palavras do irmão, Itachi prendeu os lábios rosados nos seus, em um longo selinho no qual tentava invadir a boca do menor e este resistia ao máximo, aquele sabor que conhecia muito bem e pelo qual cada centímetro de seu ser ansiava.

Sasuke não queria deixar o outro vencer, mas logo a situação tornou-se torturante demais para si, e, mandando mentalmente seu orgulho para o inferno, enlaçou seus braços em volta do pescoço do maior, trazendo o corpo de Itachi para mais perto de si e aprofundando aquele beijo.

Suas línguas dançavam em sincronia, as mãos passeavam pelos corpos, ansiosas por mais contato e desejosas por retirar aquelas roupas que apenas atrapalhavam. Naquele momento, não havia Sakura, brigas, ciúmes, nem mais nada, só os dois e o amor e desejo que os unia.

Separaram-se ofegantes, mas ambos chateados por terem de respirar. Enquanto via o peito de seu otouto subindo e descendo em uma respiração descompassada, Itachi retirou a camisa que Sasuke vestia, deslizando os lábios, lambendo e mordendo, deixando marcas por onde passava, demorando-se longamente no pescoço, seguindo pela clavícula, continuando até alcançar os botões rosados.

Com o mesmo sorriso malicioso de antes, abocanhou um dos mamilos e apertou o outro, arrancando um gemido longo e agudo do irmão. Aquela era uma das zonas erógenas que mais davam prazer a Sasuke, por isso adorava provocá-lo assim.

— Ah... Itachi... — o menor gemia, sentindo sua calça se tornando cada vez mais apertada e sua excitação crescer, mas não podia ser diferente, não com todas aquelas carícias de que era vítima.

Incentivado pelos sexys gemidos de seu otouto, Itachi continuou seu caminho, saboreando aquele gosto inebriante que apenas a pele macia e cheirosa de Sasuke possuía. Desceu pelo umbigo, deixando uma pequena poça de saliva ali, seguindo lentamente para o objetivo principal...

Porém, antes que pudesse sequer chegar à barra da calça que o mais novo vestia, Sasuke o surpreendeu, segurando-o pela camisa e invertendo as posições.

— Não te perdoei ainda, Itachi — falou sadicamente —, você precisa ser castigado para aprender...

O sorriso do mais velho acompanhou o do irmão, e deixou que Sasuke retirasse lentamente a camisa preta que ainda vestia, usando-a para prender os seus pulsos na cabeceira da cama. Estava curioso para saber o que o mais novo planejava.

— Essa é sua punição, nii-san. Não vai poder me tocar dessa vez...

E com o sorriso sádico ainda em seus lábios, Sasuke deslizava suas mãos pelo peito bem definido de Itachi,  apertando e arranhando aquela pele firme, vendo os olhos ônix de seu aniki cada vez mais nublados de desejo.

Adorava sentir a pele quente, mas naquele momento seus lábios ansiavam por outra coisa. Salivava  apenas por pensar no que faria...

Rapidamente abriu o zíper da calça do maior, apertando o membro ereto por cima da boxer negra, vendo com satisfação Itachi fechar os olhos, imerso em prazer. Continuando com seu plano de castigá-lo, começou a dar leves lambidas sobre o tecido, esfregando o rosto bem vagarosamente naquele volume.

Se o que Sasuke queria era enlouquecer Itachi de vez, estava obtendo êxito. O maior sentia seu corpo arder, queria agarrar os rebeldes cabelos negros do irmão e obrigá-lo a dar a devida atenção ao seu membro, mas seus pulsos haviam sido amarrados com força.

O menor sorriu ao ver como o outro se contorcia, tentando se libertar. Era delicioso ter o mais velho ali, a sua mercê. Um acontecimento inédito, pois era sempre Itachi quem conduzia os movimentos na hora do sexo.

Decidindo ser um pouco menos cruel, finalmente retirou o resto das roupas de Itachi, abocanhando sua ereção de uma vez.  O maior forçava seu corpo contra a boca do irmão, instigando Sasuke a aumentar a velocidade daquela sucção tão deleitosa...

Quando sentiu que o irmão estava prestes a chegar ao ápice, Sasuke parou. Não queria acabar logo com aquela brincadeira. Além de que não queria que Itachi gozasse em sua boca. Queria que o fizesse somente quando estivesse dentro de si.

Provocantemente, se afastou e começou a tirar a calça. Itachi conseguiu se mover e sentar, não podia perder o espetáculo que era o resto do corpo de Sasuke sendo exposto, milímetro por milímetro.

Uma visão que apenas se tornou ainda mais deliciosa quando o menor levou três dedos aos lábios, os sugou lentamente e em seguida os direcionou para a própria entrada.

Usava seus próprios dedos para se alargar, ansioso por algo diferente dentro de si.  Gemia o nome do mais velho, que estava quase gozando só com essa cena.

Julgando-se satisfeito e com muita pressa para esperar mais, subiu no colo de Itachi e se posicionou, deixando que o membro do irmão o penetrasse de uma só vez. Lágrimas despontando em seus olhos pela dor.

O mais velho urrou de prazer ao sentir seu falo sendo acomodado naquele casulo quente e apertado. Estar dentro de Sasuke era sempre absolutamente delicioso...

Mesmo ainda sentindo um pouco de dor, Sasuke iniciou os movimentos, usando o peito do mais velho como apoio. Levantava o quadril, quase fazendo-o sair totalmente de dentro de si, apenas para voltar a sentar-se e ser penetrado totalmente.

— Ita... Itachi... — gemia, puxando o rosto do irmão e beijando-o com paixão, enquanto seus dedos retiravam a presilha que prendia cabelos de Itachi, adorava acariciar os longos fios macios e sedosos.

Se beijaram por vários minutos, intensamente, de forma violenta, suas línguas batalhavam por espaço e seus corpos se roçavam cada vez mais. Separaram-se, arfantes.

Sorrindo, arrancou a camisa que aprisionava as mãos do maior, deixando-o livre para fazer o que quisesse. E o que Itachi fez foi segurar o irmão – pela cintura – e forçá-lo a se movimentar ainda mais rápido.

Sasuke não ia aguentar muito tempo, aquela posição fazia o sexo se tornar ainda mais intenso, o membro de Itachi acertava com força sua próstata, fazendo-o gemer e tremer enquanto cavalgava desesperadamente sobre o falo de seu irmão.

Em um último movimento veloz, sua mente se nublou de prazer e sua consciência foi tomada por aquelas sensações, enquanto seu esperma sujava o abdômen de ambos e sentia o orgasmo de Itachi lhe preenchendo.

Caíram ofegantes na cama, abraçados. Gentilmente, o mais velho virou-se deixando o menor debaixo de si e roubando mais um beijo dos lábios inchados de Sasuke.

— Ainda estou furioso — o mais novo falou,  assim que se recuperara do orgasmo.

— Sasuke... O que fizemos e sempre fazemos sobre essa cama não é prova o suficiente para você?  Eu jamais iria querer algo com a Sakura, mas não aguentava mais ela me perseguindo. Por isso marquei o jantar com ela, iria pedir que parasse de me procurar.

— Então porque mentiu sobre ficar mais tempo no trabalho?

— Bem... Eu sabia que se contasse que planejava falar com ela, você ficaria furioso comigo.

— Está bem, dessa vez eu vou acreditar em você. Mas não brinque com a sorte, Itachi. Se pretender sair com mais uma garota para dizer a ela que não tem chances contigo, é melhor me avisar — ameaçou, fazendo o irmão rir e concorda, abraçando-o.

XXX

Sakura sabia que estava deslumbrante e que todos os olhares masculinos do prédio estavam sobre si. Naquele dia, depois de ter o jantar estragado por Sasuke, Itachi a convidara para que passasse no escritório das empresas Uchiha, onde trabalhava como presidente da filial norte-americana.

Ela podia imaginar o assunto da conversa. Com certeza, finalmente seus esforços haviam dado resultado e o moreno iria pedi-la em namoro, sim, só podia ser isso.

Mas suas esperanças de enfim ter alguma chance de se tornar a senhora Uchiha foram por água abaixo ao ouvir do mais velho que não, ele não tinha nenhum interesse nela e gostaria que parasse de persegui-lo.

— Não faça isso comigo! — implorou entre lágrimas, não que o amasse, mas tinha colocado muito esforço em conquistá-lo, e não podia admitir perdê-lo.

— Ele já disse para você deixá-lo em paz, vadia. — uma voz seca e fria se fez ouvi, anunciando a presença de Sasuke, que entrara no escritório do irmão por uma porta lateral. — Não entendeu que nenhum de nós te quer?

— Foi você não foi, Sasuke? Eu e seu irmão estávamos nos dando tão bem, aí você ficou com ciúmes e o convenceu a me largar! Mas eu não irei ficar que nem idiota correndo atrás de você.

— Tá louca se pensa que eu quero alguma coisa contigo — o moreno respondeu, indo até o irmão —, tudo que nós dois queremos é que você saia logo da nossa vida.

E irritado, Sasuke tomou uma atitude ousada, e que ele sabia que chocaria completamente Sakura, e em parte era justamente por isso que ele queria fazer. Além de marcar seu território contra vadias de cabelo rosa.

O que ele fez? Simplesmente beijou Itachi nos lábios, tendo o beijo prontamente correspondido. E Sakura arregalou os olhos em descrença.

— Vocês... estão... — murmurou, confusa e assustada.

— É isso mesmo. Itachi me pertence.

— Que nojo! — e, indignada com tudo que havia acabado de descobrir, saiu correndo dali.

— Você foi imprudente, Sasuke, ela pode contar para as pessoas sobres nós — Itachi falou, preocupado. Se descobrissem, poderiam tentar separá-los.

— Não, eu conheço a Sakura muito bem, e contar seria admitir que ela não conseguiu conquistar nenhum de nós, e que preferimos um ao outro que ela. E isso ela não vai permitir, é orgulhosa demais.

E o menor estava certo, pois a partir dali, anos se passaram e Sakura nunca mais os procurou nem ninguém ficou sabendo sobre o romance incestuoso que havia entre os irmãos.