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História Not Gonna Die - Season 1 - Not gonna die


Escrita por: dixonloki

Notas do Autor


GENTEEEEE, VOLTEEEEEEIIII, depois de deixar vocês pirando com o capítulo anterior né hehehe gente, me desculpeeeem hahahaha

Galerinha, espero muitíssimo que gostem desse capítulo, ele é muito especial (tanto que o nome dele é o mesmo da fic hahaha) ACONSELHO A LER O CAP COM A MÚSICA Not Gonna Die - Skillet (link nas notas finais)

AAAAHHHH, PESSOAL, queria muito agradecer a toooodos os comentários e favoritos, a fic chegou a 133 favs e estou muuuuuito feliz, porque nunca consegui chegar a um número tão grande assim, então obrigada mesmo!!!

Bom gente, sem mais delongas, boa leitura, enjoy🖤

Capítulo 28 - Not gonna die


Fanfic / Fanfiction Not Gonna Die - Season 1 - Not gonna die

Narradora On        

   A tensão era presente na casa dos Andersons. Reyna ficara nervosa após conseguir controlar sua respiração, e caminhava de um lado a outro, bufando e se culpando mentalmente por ter deixado acontecer o mesmo erro novamente. Ela não sabia se sobreviveria daquela vez, e olhar para Rick ao seu lado, com o olhar cheio de pavor e tão vulnerável, Cassie e Jayden a encarando, com lágrimas nos olhos, Michonne e Carl perdidos em pensamentos, o olhar vazio, a deixava com mais raiva de si mesma. Até mesmo Gabriel parecia um tanto abatido. 

   Reyna tentava segurar as lágrimas de frustração, mas o processo se tornava cada vez mais falho, e isso a deixava mais nervosa. Ela queria descontar sua raiva em algo, e a única coisa que viu em sua volta foi uma das paredes da casa. Com toda sua força, sem dar nenhuma importância se poderia machucá-la, Reyna socou a parede, e conseguiu deixar um buraco no gesso. A dor logo se fez presente, e se espalhou por todo seu braço, mas ela não demonstrou nenhuma reação, ao contrário de Ron, que a observava um tanto irritado.

   — Hey, vá destruir a sua casa. — Ele gritou. Reyna virou o rosto para ele, com fogo nos olhos. 

   — Você pode ser o próximo. — disse ela, entredentes, colocando todo o ódio possível em sua voz. 

   — Está ameaçando meu filho? — Jessie perguntou. 

   — Estou se não fizer esse pirralho audacioso calar a merda da boca. — Reyna gritou dessa vez. Jessie a olhou assustada. 

   A Dixon suspirou, sentindo seu ombro arder cada vez mais, como se alguém estivesse encostando um ferro quente em sua pele e não quisesse tirá-lo dali tão cedo. Ela se obrigou a tentar se acalmar, e olhou novamente para Rick. Ele não se movera um centímetro sequer, e o pavor em seus olhos ainda era presente. Parecia perdido em seu próprio medo, e isso fez a mulher se aproximar. 

   — Big Grimes. — O homem não respondeu. Não moveu um músculo. — Sinto muito... — Ela sussurrou para que apenas ele pudesse escutar. 

   — Rey. — Michonne chamou. Seu olhar era cheio de tristeza ao olhar para a Dixon. — Deixe-me limpar isso. — Ela pediu. 

   Reyna a encarou por alguns segundos antes de assentir e seguí-la até o banheiro. No caminho, passou pelo quarto onde Deanna se encontrava. A mulher estava péssima. A cor já havia se esvaído de seu rosto, deixando que a palidez transparecesse, e o suor escorria sem controle por sua face. Reyna desviou o olhar, e continuou seguindo a amiga. Antes de chegarem ao banheiro, passaram em frente ao quarto do filho mais novo de Jessie. O garoto a encarava assustado, como se a mulher fosse uma aberração. 

   As duas enfim chegaram ao banheiro, e Michonne pediu para que Reyna sentasse sobre a tampa do vaso sanitário. Ela o fez, em silêncio absoluto, apenas pensando em seu irmão. Ela sabia que tinha chances de morrer daquela vez, e provavelmente não veria Daryl nunca mais. Seu medo chegava a ser mais profundo que sua dor física. 

   Michonne também estava em silêncio, com a atenção totalmente voltada para sua amiga. Ela queria deixar as lágrimas rolarem em seu rosto, mas tentou se manter forte. Ela se lembrou dos dias que passou com Reyna, Rick e Carl antes de acharem Daryl. A Dixon podia até ter seu jeito fechado e rude, mas Michonne sabia que tinha o coração maior que esse mundo de merda, exatamente como seu irmão. 

   — Não importa o que aconteça... — Michonne começou. — Vamos descobrir todos juntos, tudo bem? — completou, se agachando para conseguir encarar os olhos de sua amiga. 

   Reyna não fugiria daquela vez. Se fosse morrer, morreria em volta das pessoas que amava, e não seria covarde novamente. Não ficaria com medo de ver a dor estampada no rosto de Rick, ou de Daryl. Daquela vez ela descobriria juntamente com sua família. 

   — Mamãe, ela vai se tornar um dos monstros? — Reyna ouviu Sam perguntar a Jessie, enquanto encarava a Dixon, assustado. Reyna o olhou nos olhos, como se o desafiasse. 

   — Eu já sou um monstro, garoto. — disse ela, com um tom sombrio na voz. 

   Reyna realmente se achava uma aberração. Um monstro completamente deformado. Cheia de cicatrizes por seu corpo, que ganhara com a idade que deveria ganhar doces de seus pais. Ela continuou encarando o garoto nos olhos tão profundamente, que fez Sam dar dois singelos passos para trás. Jessie tratou de tirá-lo de lá. 

   Ela desviou o olhar, e se perdeu em pensamentos, enquanto sentia Michonne limpar todo seu braço e rosto com uma toalha úmida, tentando remover qualquer vestígio de sangue. Então ela finalmente chegou na mordida. Reyna soltou um pequeno gemido de dor quando sentiu algo tocar a ferida. Ela percebeu ser um pedaço de pano quando desviou o olhar. 

   — Me desculpe. — disse Michonne, afastando o pano. Reyna apenas assentiu. 

   Michonne caminhou até um pequeno armário em baixo da pia do banheiro. Ela procurou algo no interior, até achar uma caixa com alguns medicamentos. Ela retirou um pedaço de gaze e o molhou com soro fisiológico. Reyna observava, tentando manter seus pensamentos em completo silêncio, quase sem sucesso. 

   — Vai doer um pouco. — disse Michonne, antes de encostar a gaze na ferida. 

   — Vá em frente. — Reyna deu o comando, mordendo o lábio inferior ao sentir o ardor se aumentar cada vez mais. 

   Ela fechou os olhos e fechou as mãos em punhos, sentindo as unhas machucarem a carne das mãos. Michonne tentava ser cuidadosa, mas não impedia que doesse como o inferno. A samurai tratou de fazer um curativo no local, tampando toda a marca de dentes no ombro de Reyna, deixando-a um pouco mais aliviada por não conseguir enxergá-la. 

   — Tem antibióticos? — Reyna perguntou, aforuxando o aperto nas mãos. 

   Michonne procurou na caixa, e tirou alguns comprimidos em seguida. Reyna os engoliu como se fossem balas, sem precisar sequer de água. A Dixon pediu para que a amiga a deixasse sozinha, e seu pedido foi atendido de imediato. Só então Reyna finalmente deixou que as lágrimas rolassem. 

   Reyna chorou como nunca havia chorado antes, pensando em seus irmãos, e como havia falhado em ser uma boa irmã. Ela queria voltar ao dia em que fora mordida pela primeira vez, e queria ter permanecido com seus irmãos. Queria ter impedido a morte de Merle, e queria ter poupado Daryl de toda a dor que passou. Ela queria principalmente tê-los ao lado dela. Queria poder abraçá-los. 

   — Me perdoem. — disse ela, aos soluços. — Me perdoem. — disse mais uma vez, encarando o teto do banheiro, sentindo-se destruída, tanto por fora quanto por dentro. 

                                       (...)

   Reyna finalmente decidiu sair do banheiro após longos minutos sozinha, apenas perdida em qualquer pensamento que surgisse em sua cabeça. Ela lavou o rosto, mesmo que não chorasse mais. Sabia que havia perdido uma quantidade razoável de sangue, mas ainda se sentia bem para enfrentar todo morto que entrasse em sua frente. 

   Ela caminhou lentamente até o quarto onde vira Deanna pela primeira vez. A mulher continuava lá, pior do que já estava antes. Os outros também estavam no cômodo, juntamente com dois corpos imóveis e pútridos no chão. Rick a olhou nos olhos. Reyna percebeu toda a dor que sentia, misturada com o medo que consumia todo seu interior. Ele lançou um olhar sugestivo a ela, como se perguntasse como ela se sentia. Reyna apenas deu de ombros. Nem ela mesma sabia como estava realmente se sentindo. 

   Rick assentiu antes de desviar sua atenção para os dois Walkers apagados aos seus pés. Cassie e Jayden se aproximaram. Não disseram nada, apenas permaneceram ao lado de sua amiga, transmitindo todo o apoio e força que conseguiam. Michonne e Carl tentavam o mesmo. Gabriel continuava em silêncio.  

   — Vamos precisar de lençóis. — disse Rick, olhando sugestivamente para Jessie. A loira não hesitou antes de sair do quarto a procura do que o líder pedira. 

   — O que vai fazer? — Ron perguntou, emburrado em um canto do quarto. 

   Rick não respondeu, apenas puxou o machado do cinto e acertou a barriga do morto. O sangue pútrido se espalhou por seu rosto. Michonne não hesitou antes de puxar a espada e começar a mutilar o outro Walker. Ninguém mostrou reação alguma, a não ser Ron, Jessie e principalmente o mais novo, Sam. Os Andersons observavam a cena um tanto assustados. 

   Com a ajuda de Gabriel e Jessie, Cassie passou a abrir um furo grande em cada lençol que a mulher havia trazido. Um por um se vestiu com o pedaço de pano, sem dizer uma palavra contra as ações do líder, apesar dos olhares furiosos de Ron e amedrontados de Sam para Rick e Reyna. 

   — Rey, tem certeza de que quer ir? — Jayden perguntou à mulher, visivelmente preocupado com o estado da amiga. Ela apenas grunhiu e balançou levemente a cabeça como resposta. 

   — Quer mesmo que passemos por todo aquele exército? — Ron perguntou, irritado. Reyna já estava perdendo a paciência com o garoto, mas se obrigou a tomar o controle por suas ações. 

   — Eu já fiz isso, vai dar certo. — disse Rick, tentando manter a paciência apesar de todo o ocorrido. 

   Não tardou para um ajudar o outro a sujar os lençóis o máximo possível com o sangue pútrido, até que o cheiro predominante na casa fosse o familiar odor da morte. Reyna já não se incomodava mais, era praticamente parte de sua rotina, assim como a da maioria naquela casa. 

   — Tem certeza de que consegue ir? — Era a terceira vez que Cassie perguntava a Reyna. A garota estava mais preocupada que todos, já que apenas ela havia visto Reyna ser mordida.

   — Tenho, Cass. — Reyna respondeu, enquanto sujava o próprio lençol. 

   Todos ficaram prontos rapidamente. Sam parecia mais amedrontado do que estava antes, Ron mantinha sua expressão emburrada e Jessie tentava parecer forte diante de Reyna. Querendo ou não, a Dixon mostrava força em tudo o que fazia, até mesmo em um simples aceno com a cabeça podia se notar uma determinação distinta para Jessie, e isso, às vezes, a deixava um tanto envergonhada.

   Reyna puxou o facão que Rick lhe dera antes, e o segurou firmemente. O arco e a aljava ainda estava em volta do tronco, por baixo do lençol. Ela evitava contato visual com qualquer um naquele quarto, porque sabia que mais pensamentos inundariam sua mente, e sua concentração para proteger sua família se esvairia. 

   Prontos para sair, Rick terminava uma conversa com Deanna. Reyna também evitou conversar com a mulher. Despedidas eram a coisa que ela mais odiava, e não queria ver a vida da líder de Alexandria de esvaindo de seus olhos. Michonne foi a última a dizer algo para Deanna, antes de se posicionar ao lado do resto do grupo. 

   Por baixo dos lençóis de Cassie e Carl, estavam Julian e Judith. Os pequenos estavam assustados, mas de algum jeito permaneciam quietos. Parecia que sentiam toda a tensão em suas voltas, e isso deixou mais fácil o modo invisível que Rick planejava. 

   — Certo, precisamos fazer todo silêncio possível. — disse Rick pela última vez, antes de descer o primeiro degrau da escada. 

   Ao chegarem no andar de baixo, Reyna percebeu que estava inteiramente tomado pelos mortos. Ela tentou pensar quanto tempo havia ficado trancado no banheiro por não ter visto nenhum deles entrando na casa. Ela apenas suspirou, acionando seu modo silencioso a cada passo que fazia. Ela olhou ao redor, atenta a qualquer movimento dos Walkers enquanto passavam por entre eles. 

   Ela olhou para Cassie e Jayden de soslaio, e calma e silenciosamente os puxou para perto. Eles permaneceram ao lado da amiga, sem reclamações, olhando em volta, um tanto assustados com a quantidade insana de corpos reanimados em suas voltas. 

   Com o objetivo de manter todos reunidos, Rick estendeu a mão para que alguém a agarrasse. Reyna observou Jessie envolvendo a mão do líder, com olhos atentos e um pouco incomodada. Ela respirou fundo enquanto voltava a controlar sua concentração na ameaça maior ao seu lado. 

   Jessie agarrou a mão de seu filho mais novo. Sam tinha seus olhos arregalados, e o coração batia descompassado em seu peito. Ele deu a mão para o irmão mais velho, desejando correr até sua mãe e abraçá-la até que tudo passasse. Ron segurou a mão do Padre, que não parecia tão assustado como era antes. Estava atento. 

   Reyna lançou um gesto de cabeça para Jayden, pedindo que deixasse Cassie e Carl entre os dois. O garoto atendeu ao pedido, e avançou até estar na frente de Little Grimes. A Dixon mantinha o facão firme na mão direita, enquanto dava a mão esquerda para Michonne atrás de si. 

   Eles caminharam em silêncio, tensos e concentrados. Rick os guiou até que chegassem em uma parte da comunidade onde os mortos estivessem mais espalhados. Estavam perto do lago quando o líder se virou para todos e pediu para que se aproximassem. 

   — Se conseguirmos chegar até o arsenal, podemos pegar armas e atraí-los até a pedreira. Têm alguns carros ainda, podemos levá-los para longe. — disse ele, com o tom de voz baixo. 

   — Acha que conseguimos chegar até lá? — Jessie perguntou. — Quero dizer, nós até conseguimos, mas ir até a pedreira e voltar é uma viagem longa. Não sei se Judith conseguiria. 

   — E Julian. — Reyna completou, encarando a mulher de forma intensa. 

   — Posso levar um deles até a igreja, até que os mortos vão embora. — Rick encarou o Padre, desconfiado. — Eu consigo. Irei protegê-los. — Gabriel completou, convicto. Rick o encarou mais uma vez antes de desviar o olhar para Reyna, como se pedisse por ajuda. 

   — Leve Judith. — disse ela, com a voz firme, mas ainda assim baixa. — Cassie, vá para a enfermaria com Julian, e espere lá. 

   — Mas, Rey, eu quero ajudar. — Cassie tentou contradizer. 

   — Apenas faça o que eu mandei, Cass. — Reyna pediu. A garota não protestou, porque não queria tirar a Dixon do sério naquele momento, então apenas assentiu com a cabeça. 

   Carl se aproximou do Padre, e lentamente passou Judith para baixo do lençol do homem. Rick encarava Gabriel preocupado. Ele não havida dado muitas provas de que podia confiar, e o líder se mantinha com um pé atrás. Reyna estava igualmente preocupada, não apenas com Judy com o Padre, mas com Cassie sozinha com Julian até chegarem na enfermaria. 

   — Cuidarei dela. — disse Gabriel uma última vez. 

   — Leve Sam com você. — Jessie pediu a Gabriel, mas o garotinho se apressou em negar. 

   — Não, mãe, por favor me deixe ficar com você. — disse ele. Jessie estava relutante, mas ele continuou implorando. — Por favor, eu consigo, me deixe ficar com você. — Ele a olhou nos olhos. — Por favor. — Jessie suspirou, mas cedeu ao pedido do filho. 

   Gabriel se virou na direção da igreja, Cassie fez o mesmo, mas começou a caminhar até a enfermaria. Reyna a observou até que a silhueta da garota não pudesse ser vista no meio de todos os corpos. O coração de Reyna se apertou, assim como o de Jayden. O garoto respirou fundo, tentando se manter calmo e otimista. Rick tinha a mesma preocupação da Dixon em relação a sua filha com o Padre. 

   — Ela ficará bem. — disse Jessie, acariciando levemente o braço do homem. Reyna encarou a cena mais incomodada do que estava antes, e sentiu vontade de arrancar a mulher de perto de Rick. 

   — Jules e Cassie também. — Michonne completou, percebendo o desconforto da amiga e de Jayden. Os dois simplesmente assentiram. 

   Todos voltaram seu caminho, de mãos dadas e atentos a tudo ao seu redor, no mais completo silêncio. Tudo estava correndo bem até demais. Reyna apenas se preocupou quando ouviu a voz de Sam chamando pela mãe. O garoto estava extremamente desesperado e amedrontado, e seus olhos deixavam seu medo completamente explícito.

   Reyna franziu o cenho e tensionou o maxilar, implorando internamente para que o garoto ficasse quieto. Mas ela percebeu que seus pedidos foram ignorados quando o garoto simplesmente parou, consequentemente, o resto também parou. Jessie chamava por seu filho, e lançava palavras tentando encorajá-lo a seguir em frente. Ron, Rick e Carl tentavam o mesmo. 

   — Mãe! — Sam disse um tanto mais alto dessa vez, tomado pelo medo dos "monstros". 

   O simples chamado pela mãe atraiu mais atenção do que o esperado, e logo um grupo de três mortos avançaram no garoto. Reyna observou um pouco assustada enquanto o sangue se espalhava pelo chão. Ele era apenas uma criança, e a Dixon nunca havia visto algo tão ediondo acontecer com uma criança, e isso a assustou. 

   Jessie gritava pelo filho, ignorando qualquer pedido dos outros para manter silêncio. Ver seu filho sendo transformado em comida para corpos pútridos e mortos fez seu coração se despedaçar. As lágrimas corriam livremente por seu rosto, assim como pelo rosto de Ron, que encarava a cena com a mais pura tristeza. 

   Reyna apenas desviou sua atenção do garoto quando percebeu que mais mortos estavam sendo atraídos. Ela tentou pedir silêncio a Jessie, mas a mulher não queria escutar a ninguém. Ela queria apenas gritar por seu filho e chorar. Reyna não se surpeendeu quando os mortos finalmente chegaram até a mulher. A Dixon não gostava de Jessie, mas nunca desejou a morte da mulher, muito menos uma morte daquelas. 

   Rick sentiu a tristeza preencher seu coração novamente. Jessie não merecia isso. Sam não merecia isso. Eram apenas duas pessoas em um mundo de merda, lutando por sua sobrevivência e dos que amavam. E quando viu Ron, sentiu seu coração se apertar. O garoto chorava, aos soluços, e em seus olhos, a expressão de tristeza e dor era quase palpável. 

   — Pai? — Rick ouviu a voz de Carl. — Pai? — Ele desviou o olhar para o filho, e viu que Jessie ainda o segurava firmemente, não querendo largar de modo algum. 

   Rick firmou o machado em sua mão, com o coração cada vez mais pressionado pelo que estava prestes a fazer. Ele ergueu a arma e a desceu rapidamente no braço da mulher. Ele deixou uma lágrima escorrer, mas continuou com o movimento até que seu filho estivesse livre. 

   Reyna observou enquanto Ron rapidamente tirava um revólver do cós da calça de Carl, e apontava para Rick. Ela estremeceu, e arregalou os olhos, com o medo e preocupação correndo por todo seu interior. Ela estava estática, desejando se aproximar, mas não conseguindo se movimentar. 

   — Você. — disse Ron, encarando Rick com todo ódio estampado nos olhos. — Você é um assassino. — Reyna prendeu a respiração. 

   A Dixon procurou Michonne ou Jayden com o olhar. O garoto estava igualmente estático. A samurai tinha sua espada em mãos, e encontrou o olhar de Reyna. Com um gesto de cabeça, Michonne desviou sua atenção para Ron e atravessou sua espada pelo peito do garoto, mas não impediu que ele puxasse o gatilho. Reyna arregalou mais os olhos, e buscou Rick. O homem ainda estava inteiro, e isso fez um alívio percorrer por todo seu corpo, até que ouviu a voz de Carl. 

   — Pai? 

   Ela olhou para o garoto, e sentiu todo seu coração mais uma vez ser esmagado quando viu que o tiro havia pego de raspão em seu olho direito. Ela arfou enquanto encarava Little Grimes cair em câmera lenta. Ela sentiu as lágrimas arderem em seus olhos, mas não deixou que nenhuma delas escorresse enquanto se apressava em apunhalar todos os mortos que se aproximavam. 

   Rick pegou Carl nos braços, tomado pelo medo e angústia de perder seu filho. Ele correu desesperadamente até a enfermaria, com Reyna, Jayden e Michonne dando-lhe cobertura. Ele não podia perder seu filho. Não Carl. Apenas o pensamento revirava-lhe o estômago. 

   O grupo entrou na enfermaria exasperado. Cassie sentiu seu coração ser igualmente esmagado quando percebeu o estado de Little Grimes. Ela tratou de ajudar Denise com o que quer que fosse. A única coisa que a deixava manter a calma era que Jayden e Reyna continuavam vivos. 

   Reyna lutava para controlar a respiração, enquanto encarava a nova médica, que ainda não conhecia, e Cassie cuidando de Carl. Ela procurou Rick com os olhos, e percebeu que o homem estava fora de controle. O olhar era de um animal feroz, o corpo estava tenso, e atacaria qualquer coisa que visse pela frente. Ela o observou puxar o machado do cinto, e caminhar até o lado de fora. 

   Ela gritou pelo homem, mas Rick parecia incontrolável, como um animal selvagem protegendo sua cria. Em um impulso, Reyna firmou o facão na mão direita, e seguiu o líder, ignorando os chamados de Michonne, Cassie ou Jayden do lado de dentro. Ela não deixaria Rick sozinho. 

   Death surrounds
   (Morte rodeia)

   My heartbeat's slowing down
   (Meu coração está batendo devagar)

   I won't take this world's abuse
   (Eu não vou aceitar os abusos desse mundo)

   I won't give up, I refuse 
   (Eu não vou desistir, eu me recuso)

   Reyna esfaqueou o primeiro de muitos, sentindo toda a fúria finalmente se fazer presente, ao mesmo tempo que sentia o ombro arder e o sangue escorrer, mas quase não deu importância. Estava consumida pelo ódio. Ódio daquele mundo maldito. Ódio por novamente ter sido mordida. E ódio pelo que as pessoas sofriam na nova era da humanidade. 

   Ela percebeu mais pessoas se aproximando, e olhou de soslaio para ver Jayden e Cassie ao seu lado, apunhalando a maior quantidade de Walkers que conseguiam. A cabeça de Reyna girava, fazendo-a sentir uma dor aguda em seu ombro. Ela ignorou mais uma vez e acertou mais duas cabeças pútridas. 

   Aos poucos, ela percebeu todos os moradores saírem de suas casas, com facões, tacos de beisebol, facas e qualquer tipo de armas que pudessem usar para se defender. Toda sua perspectiva do povo daquela comunidade mudou, e Reyna percebeu o quanto podiam ser fortes quando o assunto era proteger sua família e lar. Carol e Morgan também apareceram, seguidos de Rosita, Tara e até mesmo Eugene. Padre Gabriel também lutava, e Reyna teve certeza de que ninguém morreria naquela noite. Eles conseguiriam proteger a comunidade, e mais nenhuma morte seria problema. 

   Break their hold 
   (Quebrarei seu domínio)

   'Cause I won't be controlled 
   (Porque não serei controlado)

   They can't keep their chains on me
   (Eles não conseguem manter suas correntes em mim)

   When the truth has set me free
   (Quando a verdade me libertou)

   Reyna ouviu tiros, e logo viu um caminhão invadir os portões de Alexandria. Ela se permitiu abrir um sorriso quando viu seu irmão de relance, logo voltando sua atenção aos mortos. Um clarão se fez presente, iluminando todas as ruas da comunidade, vindo do lago. Os Walkers foram atraídos até as chamas que tomavam conta de toda a água do pequeno lago de Alexandria. 

   Reyna continuou a acertar os mortos, sentindo a dor no seu ombro aumentar cada vez mais. O sangue já pintava todo seu braço esquerdo de escarlate, mas a adrenalina a fez continuar lutando. Ela tentou se aproximar de seu irmão enquanto abria caminho pelos mortos que ainda não haviam sido atraídos até o fogo, observando Daryl fazer o mesmo. 

   This is how it feels when you take your life back
   (É isso o que se sente quando você toma sua vida de volta)

   This is how it feels when you finally fight back
   (É isso o que se sente quando você finalmente luta de volta)

   When life pushes me, I push harder
   (Quando a vida me empurra, eu empurro mais forte)

   What doesn't kill me, makes me stronger
   (O que não me mata, me faz mais forte)

   Todos lutavam sem parar um minuto sequer, e isso fez uma pequena esperança surgir no coração de Reyna. Os moradores cada vez mais mostravam sua força, e não tardou para que todos os mortos finalmente caíssem. Reyna arfou novamente quando percebeu que tudo estava acabado. Eles haviam conseguido. Conseguiram todos juntos, com toda a coragem que tinham. 

   Ela finalmente alcançou seu irmão com os olhos. Sua visão ficou turva por um momento, sentindo a dor no ombro se intensificar ainda mais, mas conseguiu manter o foco e correu, desesperadamente, até seu corpo se encontrar com o de Daryl em um abraço apertado. Ela enterrou seu rosto no pescoço do homem, e o apertou mais. Daryl sentiu o alívio preencher todo seu interior, enquanto acariciava os cebelos agora soltos de sua irmã. 

   No, not gonna die tonight 
   (Não, não morreremos hoje à noite)

   We're gonna stand and fight forever
   (Nós vamos ficar e lutar para sempre)

   No, not gonna die tonight 
   (Não, não vamos morrer hoje à noite)

   We're gonna fight for us together 
   (Nós vamos lutar por nós juntos)

   We're not gonna die tonight 
   (Nós não vamos morrer hoje à noite)

   Quando finalmente se separaram, Daryl observou todo o rosto de Reyna, finalmente alcançando o ombro, que antes tinha um curativo, e o braço banhado em sangue. A mesma marca que ela tinha na cintura também estava presente em seu ombro, e Daryl sentiu novamente o desespero e a dor o preencherem. 

   Ele desviou os olhos para o rosto de Reyna no momento em que viu o corpo da mulher desabar de encontro ao chão. Daryl conseguiu segurá-la antes de alcançar o concreto da rua. Ela estava pálida, e o olhar estava longe, fixo em algum ponto aleatório. Daryl chamou seu nome, conseguindo atrair a atenção da mulher para si. 

   — Me desculpe. — Ela sussurrou, sentindo o resto de sua força se esvaírem com as simples palavras. 

   — Reyna, não feche os olhos. Fique comigo. — Daryl gritou, com as lágrimas banhando seu rosto. — Reyna, não feche os olhos. — Ele gritou novamente, sentindo o desespero o consumir cada vez mais. Logo Rick estava ao seu lado. 

   — Reyna. Reyna, por favor, mantenha sua atenção em mim. — O líder pediu, igualmente desesperado. 

   — Me desculpe. — Reyna sussurrou mais uma vez, quase inaudível, encarando os olhos do irmão. 

   — Por favor, fique comigo, não feche os olhos. — Daryl pediu mais uma vez. — Não feche os olhos. Por favor, não morra. — Ele chorava, sem se importar com as pessoas em sua volta. 

   A última visão de Reyna foi a dor estampada nos olhos de seu irmão, antes de fechar os olhos e deixar que a escuridão a levasse mais uma vez. 

   We're not gonna die tonight
   (Nós não vamos morrer hoje à noite)


Notas Finais


Link: https://youtu.be/fgmpWkUcpjo

GENTE, REYNA MORRERÁ?? SERÁ O FIM DE REYNICK? DARYL AGUENTARÁ SE SUA IRMÃ MORRER? Veja isso e muito mais nos próximos capítulos hahahahah (sou idiota mesmo)

Olha, n tenho muito a declarar aqui, apenas deixarei que vocês pirem e encham os comentários aqui em baixo, porque eu AMO quando vocês comentam e conversam comigo! Sério, gosto de socializar com todo mundo aqui hahaha

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO!! ATÉ QUINTA QUE VEM, BEIJOS DA BALEIA🖤🐳


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