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História Not Gonna Die - Season 1 - Powerless


Escrita por: dixonloki

Notas do Autor


OI GALERINHA LINDA DO MEU CORAÇÃO! Gente, prepara o heart, que hoje tem Negan! Hoje tem sofrimento. Hoje tem morte. Hoje tem sangue. E hoje também tem música (duas hahahaha)

Esse é um dos capítulos que eu mais penei pra escrever, porque eu me sentia mal a cada parágrafo que eu escrevia! Bom, vou falar mais detalhes nas notas finais! Espero que gostem!

boa leitura, enjoy<3 (boa sorte)

Capítulo 38 - Powerless


Fanfic / Fanfiction Not Gonna Die - Season 1 - Powerless

Narradora On 

 

   Reyna acordou. Sua cabeça parecia mais pesada que o normal, e a dor na parte de trás era insanamente forte. Ela tentou focar em algum ponto, mas além de sentir sua visão completamente turva, percebeu que estava em um lugar desprovido de luz, a não ser por pequenos furos em uma das paredes. Ela grunhiu, tentando tatear qualquer coisa que estivesse ao seu lado, e sentiu uma mão segurá-la pelo braço. Reyna se debateu, tentando fugir do que quer que fosse, mas parou ao ouvir a voz.

 

   — Rey, acalme-se, sou eu. — A voz de Michonne invadiu seus ouvidos como música. A Dixon grunhiu mais uma vez, tentando ignorar a dor quase insuportável em sua cabeça.

 

   — Daryl... — murmurou ela, fazendo uma careta ao tentar se mexer rapidamente.

 

   — Aqui. — A voz de seu irmão parecia derrotada, falha e fraca, e então ela lembrou-se do que acontecera. 

 

   — Glenn, Jay. — chamou pelos dois, e foi respondida de imediato, sentindo um leve alívio ao saber que todos ainda continuavam vivos. Poderiam não estar bem, mas estavam vivos.

 

   Ela suspirou, cansada e com dor. Procurou o arco ao seu redor, mas não o achou, assim como suas facas e a aljava. Sentiu seu peito apertar-se violentamente. Os Salvadores os haviam capturado, consequentemente, Negan a havia capturado, e seria uma questão de tempo, talvez horas, minutos ou segundos, para finalmente posicionar-se em suas frentes e acabar com a vida de cada um, deixando Reyna por último, para que pudesse ver sua família esvaindo-se diante de seus olhos.

 

   Após alguns minutos tentando saber onde diabos estava, Reyna deduziu que estivesse no interior de algum caminhão de carga. Procurou por qualquer coisa que pudesse usar como arma para se defender e defender sua família, mas estava escuro demais, além de sua cabeça doer como o inferno. Ela se deu por vencida com um suspiro cansado, encostando novamente em uma das paredes do possível veículo.

 

   Reyna sentiu sua espinha gelar ao ouvir o tão conhecido assobio atingir-lhe como um soco no estômago. Ela sentiu-se assustada, e odiava admitir, mas estava morrendo de medo. Queria esconder-se como uma garotinha medrosa, e naquele momento, mais do que antes, sentia-se uma covarde apenas por sentir pavor de um assobio insignificante. Gostaria que fosse realmente insignificante, pensou ela.

 

   Ela ouviu vozes do lado de fora, e tentou focar sua audição, mas parecia impossível. Tudo o que conseguia ouvir era seu coração batendo acelerado, juntamente com um som completamente agudo perturbando seus tímpanos e a dor incessante na parte de trás da cabeça.

 

   Os cinco tiveram que cobrir seus olhos quando a porta do veículo foi aberta. Reyna desejou continuar no breu quando viu que Dwight aparecera. Ela procurou seu irmão com os olhos, e arfou quando viu seu estado. Estava pálido pela perda de sangue, e parecia cansado. Seu corpo estava envolto com um pano grande, sujo. O suor escorria em sua face, e Reyna percebeu a dor que sentia apenas por vê-lo movimentar-se, enquanto era tirado bruscamente do veículo.

 

   Ela foi a próxima, sendo puxada sem nenhuma gentileza pelo braço, até estar em pé do lado de fora. Ela olhou ao redor, e viu um grupo enorme de homens carregando diferentes tipos de armamentos. Seu coração falhou por alguns instantes, sabendo que estava prestes a ver Negan mais uma vez. — Talvez pela última vez. Ela procurou Stellar e Scott na multidão, mas não viu nem sinal deles.

 

   Mas então seu mundo simplesmente parou ao ver sua família ajoelhada em frente ao trailer de Alexandria. Maggie fora a que mais chamara sua atenção; completamente fraca, com olheiras fundas sob os olhos, desprovida de cor no rosto. Parecia doente, e parecia sentir dor. Reyna instintivamente pensou no bebê que a mulher carregava, e preocupou-se mais ainda.

 

   Então seus olhos pararam em Rick. Reyna nunca o havia visto daquela maneira; seus olhos demonstravam todo o pavor que nunca havia sentido em toda sua vida. Reyna pôde ver que Big Grimes estava desesperado por não ter o controle da situação pela primeira vez em muito tempo. Rick passara tanto tempo pensando que ele e sua família eram os mais fortes, e podiam derrotar qualquer coisa que atrapalhasse seus caminhos, que esqueceu-se de como era a sensação de temor a morte de si mesmo e a morte de alguém que amava.

 

   Eugene estava lá, com o rosto coberto com machucados e hematomas. Além dele, Rosita, Sasha, Abraham, Aaron e Carl também se encontravam ajoelhados. Little Grimes a encarou preocupado, e Reyna sentiu vontade de correr até ele e tirá-lo de lá, já sabendo o que aconteceria. Sentiu vontade de poupar Maggie de tudo aquilo, e levá-la até Hilltop, onde havia um médico que poderia checar sua saúde e de seu bebê.

 

   O mesmo homem que a segurava firmemente pelo braço praticamente a arrastou até a fileira. Ela caminhou, com os olhos vidrados nos de Rick, desejando abraçá-lo, e dizer que tudo ficaria bem, mesmo sabendo que seria uma mentira. Ela se ajoelhou, inclinando-se para o lado, tendo uma visão mais clara de sua família. Então olhou para o lado contrário, vendo Daryl próximo, seguido de Jayden, Michonne e Glenn. O último tinha seu desespero no ápice quando viu o estado da esposa.

 

   — Reyna, é muito bom te ver. Muito bom mesmo. — Reyna desviou o olhar, procurando o dono da voz. Simon, um dos homens mais próximos a Negan, e inclusive a ela mesma, estava parado em sua frente. — Oh, queira me perdoar, Anjo de Lúcifer. — corrigiu, debochado.

 

   — Simon, Negan quer só a mim. Deixe os outros irem, por favor. — Ela tentou, ignorando os protestos de seu irmão. Simon soltou uma risada.

 

   — Não é comigo a barganha. Achei que você soubesse. — disse ele, agachando-se para ficar cara a cara com a mulher. — Depois de tanto tempo juntinha de Negan, pensei que fosse óbvio, na verdade. — completou, com o tom de voz baixo e provocativo. Reyna trincou o maxilar, verdadeiramente tensa.

 

   Simon sorriu ao ver que Reyna havia se calado, e levantou-se mais uma vez. A Dixon não escondia mais seu total desespero enquanto ouvia Simon fazer seu discurso. Sua mente estava completamente voltada ao reencontro com Negan, à sua possível morte, e às suas lembranças perturbadoras.

 

   — Então, vamos conhecer o homem. — Simon completou, caminhando até o trailer.

 

   Reyna estava ofegante, enquanto observava Simon abrir lentamente a porta do veículo. Ela sentiu mais uma vez o mundo simplesmente parar por um momento, com a figura de Negan preenchendo todo seu campo de visão. Ela arfou novamente, e engoliu em seco. Ele estava com seu habitual sorriso debochado e sarcástico estampado no rosto. O bastão de beisebol posicionado em seu ombro. Reyna sentiu-se minúscula na presença do homem, completamente apavorada.

 

   — Já mijaram nas calças? — Foi a primeira coisa que saiu de sua boca. Reyna tremeu ao ouvir a voz que um dia chegou a admirar.

 

   Ele direcionou-se a uma das pontas da fileira, observando cada um, começando por Carl. Reyna temeu pelo que ele poderia fazer com qualquer um a não ser ela. Negan dava passos pequenos e lentos, observando atentamente o rosto de cada um, até finalmente parar em Reyna. A Dixon não teve a mínima coragem para olhar seu rosto, ela manteve o olhar fixo no chão, sentindo o coração enlouquecer dentro de seu peito. Ela sentiu o olhar pesado de Negan sobre si, e quis apenas esconder-se.

 

   — Baby, senti sua falta. — disse ele, provocador, a voz grossa invadindo os ouvidos de Reyna com lembranças, tanto boas quanto ruins. Ela ficou em silêncio. — Não vai olhar para seu antigo companheiro? — perguntou, agachando-se, sem desviar o olhar de seu rosto em momento algum.

 

   Reyna engoliu em seco antes de olhar, hesitante, para o rosto que assombrou todas as suas memórias na última semana. Ela suspirou, mas tentou ao máximo encarar os olhos de Negan, sem vacilar. Mostrava-se uma tarefa quase impossível, mas conseguiu manter-se firme. Negan simplesmente riu após alguns segundos e levantou-se, dando um passo para o lado, onde Daryl se encontrava.

 

   — Esse é seu irmão? — perguntou, apontando com o indicador para Daryl, com o sorriso debochado um pouco mais acentuado. — Reyna falou pra caralho de você, e do outro... ele está aqui? — Negan olhou ao redor.

 

   — Morto. — Foi a única coisa que Reyna dissera, voltando a encarar o chão.

 

   — Isso é uma completa merda, eu sei. — Negan respondeu, ainda com o sorriso no rosto. — Mas não vim falar dos vagabundos mortos. Vim tratar de negócios. — Ele continuou, caminhando de um lado ao outro. — Quem é o líder? 

 

   — Aquele ali. — Simon apontou Rick com a cabeça. Reyna encarou o líder, com o coração em pedaços por vê-lo naquele estado de medo. Negan parou em sua frente.

 

   — Antes de tudo, só queria dizer que você tem uma puta sorte de ter aquela mulher no seu grupo. — Ele apontou para Reyna. — Agora, acho que você sabe que matou muitos do meu pessoal. Matou pra caralho, mais do que eu estou acostumado, e por isso vocês vão pagar. — completou, com o olhar voltado para a Dixon.

 

   — Por favor, não mate ninguém. — Reyna murmurou, mais uma vez sem coragem de olhar para Negan.

 

   — Eu quero que vocês trabalhem para mim, mas não podem fazer isso mortos não é? — Ele continuou, ignorando o pedido de Reyna. — Mas... — A simples palavra fez a Dixon olhá-lo imediatamente. — Eu vou acabar com a porra de um de vocês na porrada. — Reyna arregalou os olhos, e sentiu novamente o desespero aumentando.

 

   — Não, por favor, você quer apenas a mim. — disse ele, quase implorando. — Foi ideia minha. Foi tudo ideia minha. Atacar o posto avançado, tudo. Foi tudo eu, e somente eu. — Ela embolava as palavras umas nas outras. Rick a encarou.

 

   — Reyna...

 

   — Foi tudo ideia minha. — Ela o ignorou, completamente apavorada e afoita. Negan sorriu em sua direção.

 

   — Lembra do apelido que deram a você? — Ele perguntou, caminhando novamente em sua direção. Reyna o encarava profundamente dessa vez. — Anjo de Lúcifer. — Ele proferiu as palavras com gosto juntamente com sarcasmo. — Sabe, no início eu não entendia que porra significava essa merda de apelido, mas descobri que é uma música. Tem muito a ver com você, na verdade.

 

   Negan caminhava em sua frente, com a postura relaxada e imponente. Reyna não respondeu, não queria responder. 

 

   — Fly away, fly away. — Ele cantarolou, provocativo. — From the torch of blame. — Ele girava o bastão. — They hunt you, Lucifer's Angel. — Apontou para Reyna com a cabeça, e continuou. — You never lived, you never died, you're life has been denied. — Ele apontou o bastão para sua cabeça. Reyna teve de se afastar para não tocá-lo. — They call you the Lucifer's Angel. — Negan sorriu ao terminar.

 

   — Hey, Lucille. — disse Reyna, encarando o bastão perto demais de seu rosto.

 

   — Ela sentiu sua falta, Reyna. — disse Negan, encarando Lucille em suas mãos. — E adivinhe só. Ela está morrendo de sede hoje. — completou, abrindo um sorriso macabro. Reyna arfou, temendo que ele pudesse usar Lucille em um de seus amigos.

 

   — Não faça isso. — Ela tentou mais uma vez, sussurrando as palavras, para que apenas Negan pudesse ouvir. Ele aumentou o sorriso no rosto.

 

   — Bom, se ainda não entenderam, essa aqui é Lucille. — Negan voltou a discursar, apresentando o bastão para os outros ajoelhados. — E ela é incrível. — Ele parou na frente de Rick, antes de voltar a caminhar. — Isso tudo é apenas para eu poder escolher, quem vai realmente se foder essa noite. 

 

   — Então me escolha. — Reyna interferiu mais uma vez. Daryl tentou contradizer, mas ela o interrompeu. — Você quer sangue. Tire de mim, mas deixe eles irem. — Ela praticamente implorava com os olhos, sentindo-se patética por tomar essa postura. Negan parou mais uma vez em sua frente.

 

   — Seria fácil demais. — disse ele. — Você morreria, e depois? — Ele deu de ombros. — Levante-se. — mandou. Reyna hesitou, mas o obedeceu quando um dos homens a puxou bruscamente, levando-a até à frente do trailer. — Você vai assistir, enquanto Lucille mata sua sede em um dos seus queridos amigos. 

 

   Reyna sentiu as pernas bambearem, e o coração encher-se de ódio e desespero. Ela tentou caminhar até ele, mas dois homens, mais altos e fortes que ela, a seguraram pelos braços, sem nenhum cuidado para não machucá-la. Ela gritou, e se debateu, enquanto Negan apenas ria da situação, divertindo-se sadicamente. 

 

   — Aliás, aceito uma ajudinha com a escolha. — disse ele, sarcástico e debochado. Reyna sentiu os olhos arderem, e uma lágrima escorreu involuntariamente em seu rosto.

 

   — Você não mudou absolutamente nada, Negan. — Reyna gritou, ainda sendo segurada pelos dois homens. Negan a encarou. — Continua o mesmo filho da puta de antes. — Ela rosnou, encarando os olhos de Negan com fúria. 

 

   You hide your skeletons 

   (Você escondeu seus esqueletos)

 

   When I had shown you mine 

   (Quando eu mostrei os meus)

 

   You woke the devil 

   (Você acordou o demônio)

 

   That I thought you'd left behind

   (Que eu pensei que você tinha deixado para trás)

 

   — Talvez. — Negan simplesmente deu de ombros. — Mas você não se importou com isso quando deitou-se comigo, como uma vadia desesperada. — concluiu. Reyna sentiu outra lágrima escorrer, mas estava carregada com todo seu ódio.

 

   — Vá para o inferno.

 

   Negan ignorou o último comentário da Dixon, e voltou a encarar o grupo de Alexandria ajoelhado em sua frente. Ele observou cada detalhe do rosto de cada um, até parar na frente de Daryl e apontar Lucille para sua cabeça, enquanto sorria abertamente para Reyna. Ela se debateu mais uma vez, e conseguiu desvencilhar-se dos homens, apenas para ser neutralizada mais uma vez.

 

   As lágrimas já tomavam conta de seu rosto, de uma forma desesperada. Ela observava Negan caminhar entre sua família, e sabia que um deles não teria um final feliz naquela noite. Ela queria que fosse ela. Reyna faria de tudo para que sua família pudesse sobreviver, e se precisasse morrer para isso, aceitaria com os olhos fechados.

 

   — Merda, não consigo me decidir. — Negan disse, após passar os olhos pela quinta vez por cada um. — O que acha, Reyna? Já sabe o que vou fazer? — Ele perguntou, virando-se novamente para encarar a Dixon. Seu peito apertou-se mais. — Uni. — Ele começou, apontando Lucille para a cabeça de Rick. Reyna arfou. — Duni. Tê. Salamê. Minguê. — A cada palavra, o bastão ia em direção a cabeça de alguém. — Um sorvete. Colorê. O escolhido. Foi. Você. — Ele apontou para Daryl. Reyna paralisou. — Minha mãe. Mandou. Escolher. Esse daqui. Mas. Sou. Teimoso. E escolhi. — Não apenas Reyna encontrava-se desesperada, assim como todos os outros. — Esse aqui.

 

   Lucille estava na direção de Abraham. Reyna gritou mais uma vez, implorando para que fosse ela, e não as pessoas que amava, mas Negan simplesmente ignorou, como se ela não estivesse ali. Sasha arfou, e Rosita não controlou nenhuma das lágrimas. Rick parecia mais perdido que antes. A ficha de que iria ver um membro de sua família morrer naquele momento ainda não havia caído.

 

   I'm left with emptiness 

   (Eu fui embora com um vazio)

 

   That words cannot defend 

   (Que palavras não podem exprimir)

 

   You'll never know what I became because of you

   (Você nunca saberá o que me tornei por sua causa) 

 

   Ten thousand promises, ten thousand ways to lose

   (Dez mil promessas, dez mil maneiras de perder)

 

   — Se alguém se mexer, se falarem alguma coisa, tirem o outro olho do garoto e deem para o pai comer, e então vamos começar. — disse Negan, virando-se rapidamente para Reyna. — Você pode respirar, você pode piscar, você pode chorar. — Ele voltou-se para Abraham. — Caralho, todos vão fazer isso. — completou, com um sorriso cínico.

 

   Reyna não conseguiu gritar. Sua voz parecia não existir mais enquanto viu a primeira investida de Negan contra a cabeça de Abraham. O ruivo foi ao chão, mas voltou, erguendo o peito, com o escarlate escorrendo por todo seu rosto.

 

   — Puta merda, você aguentou essa porra muito bem. — Negan gritou, animado. Abraham estufou mais o peito.

 

   — Chupe minhas bolas. — disse ele, sem se rebaixar em nenhum momento. Negan sorriu mais uma vez.

 

   Ele usou Lucille mais uma vez. Reyna sentia seu coração se despedaçando aos poucos enquanto encarava a cabeça de Abraham tornar-se algo disforme. O corpo do ruivo já estava no chão, e Negan continuava espancando, o que já fora uma cabeça, incansavelmente. Sasha viu seu mundo acabando mais uma vez, e lembrou-se das vezes em que perdeu seu irmão e Bob. Nunca pensou que poderia sentir a mesma tristeza, desespero e devastação que sentira.

 

   Rosita já não queria controlar as lágrimas. Ela não queria nem olhar para a cena, com o olhar fixo na terra, contraindo o corpo a cada investida de Negan com Lucille. Abraham fora o único homem com quem ela realmente sentia-se confortável para ser ela mesma, e não apenas fingir ser uma garotinha indefesa. Ela sabia que o ex-soldado sempre vira o potencial que ela tinha, e nunca a subestimava.

 

   Negan apenas parou quando a cabeça de Abraham já era uma massa disforme espalhada no chão. Reyna já não controlava mais as lágrimas, mas mesmo assim não desviou o olhar de forma alguma. Naquele momento ela esqueceu-se completamente do homem que um dia admirou. Naquele momento, Negan era apenas o Negan sádico e escroto, e nada além disso.

 

   And you held it all 

   (E você aguentou tudo isso)

 

   But you were careless to let it fall

   (Mas você foi negligente ao deixar desmoronar)

 

   — Acalme-se, Reyna. Eu acabei de começar essa merda. — disse ele, voltando-se para a Dixon.

 

   — Eu me arrependo de um dia ter achado que gostava de você. — disse ela, em prantos, sem coragem de olhar para os rostos aterrorizados e tristes de sua família.

 

   — Tire a camiseta. — Ele ordenou, sem dar nenhuma importância para a fala da mulher. Ela mudou sua feição do rosto, inconformada.

 

   — Se tocá-la de alguma maneira... — Daryl começou, com a voz raivosa.

 

   — Eu não disse que podia falar, cacete. — Negan gritou. Daryl calou-se, insatisfeito. — Tire a porra da camiseta. — Seu sorriso havia sumido por um momento, dando lugar a uma careta irritada.

 

   Reyna obedeceu, encarando-o com o mais puro ódio que podia transmitir. Ela jogou o tecido longe, ficando apenas de sutiã e abraçando o próprio corpo, com vergonha de todas as suas cicatrizes. Ela sentiu os olhares pesados de todos sobre si, mas o único alvo de seu ódio naquele momento era Negan. Ele a olhou de cima abaixo, com um sorriso sacana nos lábios.

 

   — Simon, o chicote. — Foi como um soco no estômago, tanto para Daryl quanto para Reyna. Ela abandonou o olhar de ódio, para engolir em seco, e paralisar, lembrando-se de seu pai.

 

   — Não... — A voz de Daryl falhou, ao mesmo tempo que uma lágrima escorreu. Negan parou ao lado de Reyna.

 

   — Vire-se. — pediu ele. Reyna chorava, ao mesmo tempo que tinha seu olhar voltado para Daryl. — Vire-se, e ajoelhe-se. — Negan pediu mais uma vez. Ela o fez, lentamente, ofegante e amedrontada. 

 

   Simon aproximou-se, com o chicote em mãos. Todos tinham uma visão privilegiada das costas expostas de Reyna, assim como a marca na cintura. Rick tinha a sensação de não ter mais voz alguma, muito menos forças. Ver a mulher que amava naquela situação era pior do que qualquer coisa que já havia passado. E sabia que ver Negan a machucando seria pior que sua própria morte.

 

   Daryl encarava sua irmã com desespero. Queria tirá-la dali, e embalá-la como se fosse uma criança, como se voltasse a ser sua pequena irmãzinha. Ele passou lentamente os olhos por todas as cicatrizes em suas costas, e sentiu seu coração afundar em um buraco sem fundo. Então parou o olhar na marca na cintura e arfou.

 

   Reyna mantinha seu olhar em seu irmão. Não tinha coragem de olhar para Rick, muito menos para qualquer um dos outros. Ela ainda abraçava seu próprio corpo, tentando inutilmente esconder todas as imperfeições que seu pai havia causado. Após alguns segundos, ela fechou os olhos com força, apenas esperando a dor familiar que estava por vir.

 

   You held it all 

   (Você aguentou tudo isso)

 

   And I was by your side 

   (E eu estava ao seu lado)

 

   Powerless

   (Impotente)

 

   Suas costas arderam com a primeira chicotada, mas ela não gritou. Novamente uma lágrima escorreu, e ela mordeu os lábios. Daryl sentiu como se fosse nele próprio. Rick tinha sua respiração irregular, desejando que tudo aquilo parasse. Reyna sentiu o gosto metálico em sua boca, enquanto sentia suas costas sendo massacradas. 

 

   Reyna aguentou quieta até a oitava chicotada. Ela gritou com a dor. Um grito desesperado e angustiante. O grupo pôde sentir toda a dor que Reyna passava, apenas pelos gritos apavorantes que saíam de sua boca. Eugene já não tinha mais coragem de olhar, muito menos Aaron. A Dixon sentiu a inconsciência lhe alcançar aos poucos. Sua garganta doía, mas não mais que suas costas. Ela sentiu o sangue quente escorrer por todo seu corpo, sentindo as feridas abertas arderem cada vez mais.

 

   Reyna foi ao chão, sem forças para aguentar-se ajoelhada, mas mesmo assim Negan não parou nenhum momento. Ele não queria matá-la, mas queria vê-la mais impotente que já estava. Ele queria vê-la não aguentar mais. Daryl estava em prantos, de um jeito desesperador. Ele não aguentava mais ver sua irmã apanhando. 

 

   Reyna olhou para os olhos de Daryl, e deixou que uma última lágrima escorresse, enquanto a dor sumia aos poucos e a famosa escuridão se aproximava mais uma vez.

 

   And I was by your side

   (E eu estava ao seu lado)

 

   Powerless

   (Impotente)

 

   


Notas Finais


Antes de qualquer coisa, as musicas são:
Powerless - Linkin Park
https://youtu.be/32BOmle7Z6w
Lucifer's Angel - The Rasmus (a que o Negan canta)
https://youtu.be/1nj8s5-vDos

AAAAAHHHHHHH GENTEEEEE EU SEI, EU SEI, É MUITO TRISTE!!! Eu juro por Deus que me senti muito mal com o capítulo! Eu ia matar o Glenn, e a Reyna ia assistir tudo, BUT, eu mal consegui escrever a morte do Abe sem sofrer horrores, e tinha plena certeza de que não conseguiria DE MANEIRA ALGUMA escrever a morte do nosso coreano fave, então acabei poupando vocês hehe

Sofri pra caralho escrevendo a parte em que a Reyna apanha, e tentei deixar bem claro o quanto isso mexe com o psicológico de ambos os Dixons, por ser um trauma que já enfrentavam no passado, e espero que tenham conseguido sentir o mesmo que eu!

Bom, apesar de todo o sofrimento, espero muuuuito que tenham gostado! COMENTEM BASTANTE, amo demais conversar, e só lembrando do grupo no wpp, se quiserem entrar mandem mensagem com o DDD e o seu celular que eu add vocês lá ;)

ENTÃO É ISSO, BEIJOS DA BALEIA E ATÉ QUINTA QUE VEM🐳🖤


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