“—Você não devia estar aqui Kiddo — Disse Sans atrás de Frisk fazendo a garota se assustar.”
As pernas de Frisk estavam bambas. Sua voz havia sumido. Ela se afastava lentamente até conseguir dizer algo:
—S-s-s... S-sans? — Disse assustada. O esqueleto não dizia nada, apenas encarava Frisk com suas assustadoras orbitas negras, enquanto andava lentamente até a humana que se afastava cada vez mais.
—Você não devia estar aqui... — Finalmente o monstro disse algo. Suas orbes ainda continuavam negras, enquanto sua voz saia assustadora.
—M-m-me-me... Me desculpe! E-eu n-não sabia... E-eu n-não queria — Tentava inutilmente consertar a situação que se encontrava.
—Bem... — Sans desfez sua expressão assustadora, tornando-se agora o esqueleto relaxado de sempre — Acho que uma hora você iria descobrir não é? Heh... — Frisk o encarava confusa, e ainda um pouco assustada — Sabe... — Tirou algo do bolso do seu casaco — Eu achei isso no quarto a um tempo atrás... — Mostrou a folha com os símbolos que Frisk tinha desenhado. A garota fez uma cara de espanto ao vê-la nas mãos de Sans — Heh... Eu ia perguntar se foi você quem fez isso, mas a sua cara responde — Frisk apenas escutava — Bem me conte... — Se encostou na bancada ao lado — Onde viu isso?
—...Num sonho... — Demorou a sair a fala da garota por conta do medo.
—Me conte sobre esse sonho...
—E-eu... Estava em uma sala preta... E... Tinham... E-esse símbolos... E quando eu andei mais pra frente eu vi... E-eu vi... Uma figura
—Figura? Que figura? — Sans mal deixou a garota concluir sua frase direito.
—E-era um monstro branco... Q-que vestia uma r-roupa preta e e tinha... Buracos nas mãos — Disse tentando se lembrar de todos os detalhes.
—Gaster... — Sussurrou olhando para o lado. Frisk pareceu confusa, mas estava com medo de perguntar, mesmo assim se arriscou.
—Quem... ? — Sans a olhou de canto em seguida fechando suas orbitas e respirando fundo — Bem Kiddo.. Você já me contou a historia da sua vida antes do Underground... Acho que agora é a minha vez.
->->-> Há um... Bom... Bom... Tempo atrás <-<-<-
—Huh... — Gaster observava lentamente sua lousa repleta de cálculos que pareciam não terem começo ou fim.
—Sup?! Como ta a pesquisa? — Sans chegou ao laboratório.
—Dificil... — Olhou para a maquina atrás de sua lousa — Algo esta errado aqui... — Voltou a analisar seu quadro — Talvez eu não tenha me concentrado na hora de subtrair o... Ou então esta soma deveria ter sido feita antes dessa equação... O que você acha? — Olhou para Sans.
—Heh... Nerd... — Gaster apenas o olhou desapontado e saiu em seguida. Assim que Gaster saiu da sala Sans pegou um giz e vez algumas alterações nos cálculos parecendo agora estarem mais certos. Gaster que o observava escondido atrás da parede, se escorou na mesma e sorriu — Nerd... — Repetiu com um sorriso.
— PAPAI, TROUXE OS PAPEIS QUE VOCÊ PEDIU!! — Papyrus encarou Gaster. Estava carregando uma pilha de papeis e estava quase se desequilibrando.
—Obrigado, Pap! Mas eu te disse para trazer as folhas aos poucos! Não tudo de uma vez! — Disse acariciando o crânio do pequeno esqueleto.
—EU SEI! MAS ACHEI QUE IRIA AJUDAR MAIS RAPIDO SE TROUXESSE TUDO DE UMA VEZ SÓ! — Gaster deu uma leve risada.
—Certo, certo! Coloque tudo na escrivaninha, por favor — O esqueleto menor saiu quase derrubando os papeis. Gaster apenas observava seus filhos imaginando a sorte de ter-los por perto.
->->->Adiantando para alguns dias<-<-<-
—CALCULOS ERRADOS! ERRADOS! ERRADOS! — Gaster batia na mesa com força a cada palavra. Já fazia dias que Gaster não dormia, ou ao menos se alimentava, ele estava ficando cada vez mais impaciente com sua criação. Será que aquilo valeria à pena? Sans e Papyrus olhavam para Gaster, um pouco distante, juntamente com os ajudantes de seu pai.
—PAPAI — Um passo, apenas um passo... Isso foi mais do que suficiente para que Papyrus tropeçasse em um fio próximo a maquina a fazendo ligar.
—O QUE VOCÊ FEZ?! — Gaster virou a cadeira bruscamente e correu em direção aos seus filhos e ajudantes, só deu tempo de uma coisa: Gaster abraçar seus filhos na tentativa de protegê-los da maquina, antes que soltasse um clarão em todo o local.
—Ngh — Sans gemeu um pouco, estava acordando. Ao abrir suas orbitas pode ver que havia caído em um local extremamente parecido com seu mundo... Porém com algumas modificações. Olhou para o lado e viu seu irmão, ainda desmaiado, deitado na neve fria do local —Papai? — Chamou olhando em volta — Pai? — Chamou mais uma vez, já um pouco apreensivo — Gaster?! — A tom de Sans aumentou e ele parecia muito desesperado — GAAAAASTER!!! — Uma ultima vez, Sans gritou o mais alto que pode. Ele sabia que seu pai não iria responder. Aquilo foi mais como uma forma de demonstrar... “luto” ?
->->-> Tempos atuais<-<-<-
—Nossa... — Frisk, que estava de joelhos encarando Sans, estava boquiaberta.
—Heh... E essa é a minha historia... — Disse sentado no chão, apoiando suas costas na bancada — Gaster não era mau, sabe? Só estava focado de mais em seu projeto
—E como Papyrus reagiu quando acordou?
—Ele não se lembra... A ultima coisa que se lembrava quando acordou era o meu nome e meu parentesco com ele! — Disse suspirando. Frisk tocou suas mãos na mão ossudas de Sans e a acariciou.
— Eu sinto muito — Disse tentando fazer o esqueleto se sentir melhor
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