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História Not Safe - Adeus


Escrita por: carollt

Notas do Autor


Oiiii gente <33
Responderei os comentarios do capitulo anterior logo, pois não tive tempo de reponder alguns
Boa leitura <3

Capítulo 15 - Adeus


Fanfic / Fanfiction Not Safe - Adeus

[...]

Agora meu corpo não está coberto apenas pelo sangue do zumbi, mas também pelo sangue do meu próprio pai.

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Ainda me encontro debruçada sobre o corpo de meu pai. Nunca pensei que poderia chorar tanto quanto agora. Estou desnorteada, como se tivessem arrancado uma parte de mim, uma parte da minha vida. Ele era mais que um pai para mim, ele era meu amigo, a pessoa pra quem eu contava as coisas, quem me fazia entender as coisas de uma maneira diferente, alguém que sempre me ensinou a ver o mundo de outra forma desde pequena e agora ele simplesmente se foi. A dor que senti com as perdas que já tive não se compara com a dor que sinto agora. É uma dor que me consome aos poucos e intensamente ao mesmo tempo. Algo inexplicável que me faz chorar cada vez mais. Tudo aconteceu tão rápido. Ainda não consigo conciliar as coisas, minha cabeça está acumulada. É um turbilhão de pensamentos e de lembranças, tudo misturado aqui dentro. Sinto como se estivesse perdida em minha própria mente, perdida em meu próprio corpo. Presa a um acontecimento, presa a uma realidade onde eu não gostaria de estar. Sinto vontade de chorar ainda mais, de gritar o mais alto possível, de sumir daqui apenas para ver se essa dor passa. É como se eu quisesse me abrir de alguma maneira para poder arrancar isso de dentro de mim.

—Eu sinto muito... Mas preciso fazer isso – Rick se abaixa ao meu lado com sua faca na mão.

Ergo a cabeça e olho para minha mãe, a mesma assente para Rick e ele começa a mão da cabeça de meu pai um tanto que relutante.

—Rick! – seguro sua mão – eu faço isso... Ele é MEU pai – sinto um nó se formar em minha garganta.

—Tudo bem – ele me entrega a faca e se afasta.

Respiro fundo e olho para o corpo a minha frente, vários “flashbacks” passam pela minha mente como se fosse um filme. Chacoalho a cabeça para tentar afastar esses pensamentos e volto atenção para o que estou prestes a fazer. Aperto o cabo da faca em minha mão e a deixo firme. Posiciono a mesma bem perto do local onde irei perfurar enquanto minha outra mão segura firmemente a cabeça de meu pai. E em questão de segundos cravo a faca em sua têmpora, e logo depois a retiro devagar. Passo a mão levemente pela cabeça dele e dou um beijo no topo de sua cabeça. “Eu te amo” digo em pensamento, com os olhos fechados.

—Rick?! – um homem chega junto com Daryl e Aaron enquanto Rick puxa o corpo de Pete para um canto qualquer, antes de leva-lo para outro lugar.

—Morgan?! – Rick diz depois de olhar para pessoa a sua frente, com cara de quem não acredita nisso.

Me levanto devagar e vou até a direção de Rick, ignorando totalmente o fato de um novo morador chegar. Devolvo a faca a ele e saio andando pela comunidade, recebendo olhares dos três que acabaram de chegar.

Vou até o local onde as pessoas daqui são enterradas. Pego a pá que já está aqui próxima ao muro e começo a cavar uma nova cova. Coloco o máximo de força em meus braços para conseguir fazer isso. Minhas pernas querem fraquejar, mas eu não permito que isso ocorra. Quero descontar minha tristeza e minha raiva em algo, e fazer isso vai ser útil de alguma forma, tanto para poder descontar meus sentimentos, quanto para enterrar o corpo de meu pai. Meus braços começam a doer por conta da força aplicada neles e também pelos movimentos contínuos que faço. Paro por um instante e limpo as lagrimas que teimam em se acumularem em meus olhos, até porque está me atrapalhando, então sem demora volto aos movimentos de antes. Minha respiração está começando a ficar ofegante e o cansaço pede por espaço em meu corpo entre tantos sentimentos misturados. Mesmo sem meu consentimento minhas pernas perdem a força e eu caio ajoelhada. Coloco a pá ao meu lado, puxo minhas pernas dobradas contra meu corpo e as abraço, dando inicio a um novo choro. Sinto uma mão tocar meu ombro, mas não me esforço para ver quem é. Sinto a pessoa se sentando ao meu lado, bem próxima a mim.

—Eu sinto muito – a voz conhecida entra em meus ouvidos, indicando que é Carl.

—Obrigada – digo entre o choro.

—Eu perdi minha mãe durante o nascimento de Judith – eu levanto minha cabeça olhando para que ele prossiga – com certeza foi a pior dor que eu já senti até agora. Mas de alguma forma serviu para que eu pudesse amadurecer e entender que as pessoas um dia se vão. Mesmo as que nós mais amamos.

—Eu sinto muito – digo e ele assente – sabe... Você estava certo quando disse que eu não sabia o que era perder alguém. Eu não sabia mesmo, não estava pronta, e acho que ainda não estou – digo olhando em seus olhos.

—Caroll – ele pondera e passa a mão em meu rosto limpando minhas lagrimas – esqueça o que eu disse ok? – ele afaga minha bochecha com o polegar.

—Eu só quero meu pai de volta Carl – volto a chorar e o abraço fortemente.

—Shhhhh – ele tenta me acalmar e acaricia minha cabeça.

Aos poucos vou me sentindo mais confortável em seus braços, pela primeira vez noto que Carl me passa confiança e conforto. Eu não imaginava que ele poderia ser assim, nunca imaginei que por trás desse garoto sério e irritante que chegou na comunidade dias atrás pode existir um Carl totalmente diferente... Alguém que já sentiu essa dor que eu sinto agora. Sei que de alguma maneira posso compartilhar a mesma dor com ele. Mortes causadas por acontecimentos completamente distintos, mas que nos faz carregar dores iguais.

Com a ajuda de Carl volto para onde meu pai está e minha mãe ainda está lá. Passo a madrugada inteira sentada ao lado do corpo e tenho a companhia de Carl para me confortar. Assim que amanhece ele sai do meu lado e logo depois volta com um copo de aveia e leite, e entrega um para mim e outro para minha mãe. Não tenho a mínima vontade de comer agora então agradeço a ele, porem não como. Noto o pessoal vindo até nós e percebo que é a hora de enterrar meu pai.

[...]

Estamos em volta da cova com o corpo já lá dentro. As pessoas da comunidade estão todos aqui, ou pelo menos quase todos, até porque não vejo Ron desde ontem à tarde.

Enfim... Reg Monroe foi um grande homem, tanto para as pessoas, quanto pra essa comunidade. Se estamos aqui hoje é porque ele ajudou a construir esses muros. Ele deu inicio a tudo isso. Sou agradecida por tudo o que ele fez, e tenho orgulho de poder dizer que sou filha desse homem que não pode mais estar entre nós fisicamente, mas que sempre estará em nossas memórias, sempre estará guardado em nossos corações. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado... E por favor comentem a opiniao de vocês
bjooos amo todas voces <33333


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