Carl Grimes me faz sentir livre outra vez. Ele me faz sentir viva novamente.
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Pov – Caroll
Eu posso dizer que gostei do acabou de acontecer, gostei do jeito que aconteceu, mas agora pareço estar mais confusa que antes. Disse a Carl que não quero me apegar a ninguém, e realmente não quero, eu não posso. Eu não sei o que realmente sinto por ele, não quero iludi-lo, mas também não quero perde-lo. Não sei o que fazer, são tantas coisas acontecendo de uma vez só. Tudo está uma bagunça, acho que preciso de um tempo para pensar, um tempo para eu poder decidir o que realmente quero, e ter a total certeza sobre isso. Não posso fazer as coisas sem pensar e depois me arrepender. Não quero magoa-lo, alias, isso é a ultima coisa que quero. Vou apenas pedir um tempo para pensar sobre tudo, e só aí poderei dar uma resposta concreta do que realmente quero e sinto.
—Ahn... Carl, eu preciso ficar um pouco sozinha – digo apreensiva.
—Caroll, me desculpa, eu... – ele diz se afastando, parece estar confuso e apreensivo como eu.
—Está tudo bem Carl, eu só quero ficar um pouco sozinha, eu acho que preciso de um tempo pra pensar sobre tudo isso, não quero me machucar ainda mais, e nem te machucar também. Não quero me apegar ainda mais em você, não quero me apegar a mais ninguém – sou sincera com ele, quero deixar as coisas bem claras, não estou preparada para isso, pelo menos não agora.
—Eu vou te dar esse tempo – ele sorri um pouco sem graça e se levanta – só não se afasta das pessoas que gostam de você – ele dá as costas e sai do quarto.
Suspiro profundamente e me deito na cama novamente. Tento decidir alguma coisa em minha mente, mas não consigo, é impossível tentar resolver algo agora, minha cabeça já está cheia de pensamentos e problemas, não posso apenas colocar mais esse sentimento junto com os outros como se ele não houvesse importância e então tomar uma decisão precipitada, isso é um assunto que eu realmente tenho que pensar cuidadosamente, para não me magoar e também não magoar Carl. Ouço o som da conversa do pessoal lá em baixo. Me levanto e desço rapidamente, quando chego no andar de baixo vejo Carl, Enid, Glenn, Maggie, Carol, Rosita, Eugene e Tara, eles me olham assustados assim que me veem e eu fico paralisada sem dizer nada, apenas espero que eles continuem a conversa. Logo eles dispersam seus olhares e voltam a falar sobre o assunto anterior.
—Um deles saiu com uma faca no pescoço da Denise, não sabemos se ela está viva e nem se esse homem está escondido por aqui, não podemos ter certeza de que ele saiu – Tara diz um pouco nervosa.
—O cara é daquela turma que invadiu da ultima vez – Carol diz.
—Os com um “W” talhado na testa? – Carl pregunta.
—Sim – Rosita responde.
—Mas o que ele estava fazendo aqui? – pergunto confusa.
—O Morgan estava mantendo ele preso aí, ele não queria mata-lo. Ele colocou a vida de todos aqui em risco. Mas agora não colocará mais, eu já resolvi isso – Carol responde.
—Você matou o Morgan? – Maggie perguntou com os olhos arregalados.
—Eu precisei. Se a Denise está correndo perigo agora a culpa é dele que não fez o que tinha de ser feito antes. O Morgan nos colocou em risco, ele não matou um dos causadores disso tudo aqui. Ele levou a Denise, mas poderia ter sido qualquer um de nós aqui – Carol diz sincera.
—A Carol está certa – eu digo e todos me olham – não podemos mais baixar guarda pra ninguém. O Morgan era do grupo, mas ele falhou e teve o que mereceu, já é uma ameaça a menos. Não quero andar por essas ruas sabendo que pode ter alguém me observando escondido, alguém que quer me matar. Não irei mais correr riscos, mesmo se a pessoa for do grupo. Se for uma ameaça terá que morrer, é assim que vai ser daqui pra frente. Minha mãe morreu e eu nem sei onde Spencer está, ou se pelo menos está vivo, então agora a liderança cairá sobre mim, eu querendo ou não. Eu não queria isso, não agora, mas é o que tenho que fazer, até agora fui a única que sobrou da família Monroe e eu sei que era isso que minha mãe queria – digo tudo o que precisava falar, até me sinto mais aliviada.
—Caroll, você não é assim – Carl diz.
—Agora não é questão de ser ou não ser assim. Agora é questão de mantermos nosso grupo vivo, não quero perder mais ninguém. Michonne e seu pai estão lá fora agora, enquanto isso precisamos proteger aqui dentro – continuo.
—E vamos proteger – Maggie diz com seu jeito meigo que me faz ficar mais calma.
—Vocês sabem se tem mais pessoas do grupo vivas? – pergunto.
—Jessie, Sam, Ron, Gabriel e Judith estão vivos – Carl responde – eles ficaram no arsenal.
—Ótimo, vamos pra lá e depois vasculharemos casa por casa para poder ter certeza de que não tem ninguém. Vamos nos separar. Depois de verificarmos tudo, iremos dividir turnos para ficarmos na parte em que o muro caiu – eu digo decidida.
—Podemos pegar alguns carros que ainda temos e colocarmos onde está faltando o muro – Glenn diz.
—Faremos isso – concordo com a ideia dele.
Saímos da casa com as armas que temos e caminhamos cuidadosamente pelas ruas até chegarmos ao arsenal. Lá estavam Jessie sentada no chão com Judith no colo, Ron, Gabriel e Sam sentados ao lado dela. Explico o que iremos fazer e todos concordam.
—Primeiro temos que decidir quem ficará tomando conta da Judith. Vamos revezar isso também – digo pegando algumas armas e munições.
—Eu fico com ela primeiro – Maggie se propõe.
—Ok. Glenn, você pega os carros junto com a Rosita e os coloca no lugar combinado. Fiquem lá mesmo dando cobertura caso algo tente entrar. Enquanto isso o pessoal que irá participar do plano vai verificando as casas e os outros lugares possíveis onde uma pessoa possa se esconder. E também não podemos nos esquecer que ainda podem haver zumbis por aí. Depois que terminarmos de vasculhar iremos nos encontrar todos onde estarão Glenn e Rosita, aí decidiremos quem ficará vigiando durante a noite.
Eles concordam e pegam armas e munições para se prevenirem durante a execução do plano. Nos separamos, cada um vai para um lado. Começo a caminhar na direção da garagem onde Mistério está, estou caminhando calmamente, preciso ter atenção a cada movimento diferente que eu notar. Não temos muito tempo do sol, ele já está se pondo e logo estará escuro. Começo a pensar sobre o modo que estou agindo, talvez eu pareça mandona, mas agora é assim que terei de ser, pelo menos até meu irmão Spencer aparecer. Terei que tomar as decisões por enquanto, terei que mostrar para todos que estou forte, mesmo eu sabendo que não estou, por dentro eu estou acabada. Preciso mostrar que ainda acredito, mesmo não acreditando. Eles precisam disso, e eu também. De alguma forma é isso o que meus pais queriam, e eu irei mostrar que sou capaz para isso.
Sou retirada de meus devaneios por conta de um barulho no arbusto atrás de mim, me viro bruscamente apontando minha arma para quem quer que seja. Pode ser qualquer coisa, ou qualquer pessoa, e eu posso estar correndo risco nesse exato momento.
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