Só sairei de lá junto com Carl. Não irei deixa-lo para trás. Tive que fazer uma escolha, e escolhi ficar ao lado dele, e assim será o tempo todo.
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Pov – Caroll
Estamos voltando para a fabrica. Estou sentada no chão da parte de trás do caminhão, junto com o resto do grupo de umas sete pessoas. Mesmo com a pouca iluminação que tenho posso olhar para cada uma dessas pessoas e enxergar o rosto delas. Seus semblantes estão tristes, sem esperança. Posso notar que elas são iguais a mim, ao Carl ou a qualquer outra pessoa que teve de ser obrigada a viver sob as ordens de Negan. Assim como nós, elas também foram obrigadas e irem para aquele lugar e fazer tudo o que é mandado por Negan e seus capangas.
Sinceramente sinto falta de Alexandria, sinto falta de Spencer, de Mistério. Na verdade sinto falta de cada um daquela comunidade, mesmo eu não tendo muita afinidade e intimidade com alguns, e mesmo eu tendo algumas desavenças com outros.
O caminho de volta é silencioso e tranquilo. Assim que sinto o movimento do caminhão parar, sei que chegamos a fabrica, e que agora estamos expostos novamente as ordens de Negan. A porta se abre e todos nós descemos do caminhão. Entregamos minhas armas para os capangas e vamos para dentro da fabrica. Assim que passo pela grande sala principal, me direciono para os corredores, querendo chegar o mais rápido possível ao meu quarto.
Quando chego ao meu quarto, noto que Carl está dormindo. Me aproximo dele e o observo. Está lindo e sereno como sempre. Seu chapéu está depositado sobre seu peito e sua mão está sobre o mesmo. Deito do outro lado da cama, ficando ao seu lado. Retiro seu chapéu dali e o coloco em um canto na cama. Deposito minha cabeça sobre seu peito e fico ali deitada, sentido sua respiração calma. É tão bom sentir ele perto de mim, me sinto segura outra vez. Fecho meus olhos e aproveito esse tempo que tenho de descanso. Após alguns longos minutos, sinto a mão de Carl entre meus cabelos, fazendo cafuné em minha cabeça. Um sorriso brota em meus lábios e permaneço mais alguns segundos de olhos fechados. Assim que decido abrir meus olhos, vejo Carl sorrindo e olhando para mim.
—Não queria te acordar – digo me sentando ao lado dele.
—É bom acordar com você aqui – ele se senta também – como foi a busca de vocês?
—Tivemos que voltar mais cedo do que o planejado. Daryl, Sasha e Abraham fugiram – digo a ultima parte quase em um cochicho.
—E por que não te levaram junto?
—Eu não quis ir. Não iria te deixar aqui sozinho.
—Caroll você podia ter se salvado. Eu ficaria bem.
—Não Carl! Eu não aguentaria ter que viver com a culpa se Negan fizesse alguma coisa com você... – pondero alguns segundos e seguro a mão dele – juntos... – digo tentando relembra-lo.
—Sim... Juntos – ele diz ainda relutante.
Coloco minha mão em sua nuca e selo nossos lábios levemente. Sem demoras um beijo calmo começa enquanto seguro o cabelo de Carl. As mãos dele estão depositadas em minha cintura, a apertando conforme o beijo pega mais intensidade. Aos poucos Carl vai me deitando na cama, ficando por cima de mim. O beijo começa a se tornar mais quente, e leves arrepios percorrem meu corpo conforme Carl dá leves mordidas em meu lábio inferior. Logo sinto os beijos de Carl irem sendo distribuídos em meu pescoço, fazendo os arrepios se aumentarem cada vez mais. Nossas respirações estão ofegantes. Eu não quero que aconteça algo a mais do que esses beijos, não aqui e nem agora.
—Carl – digo tentando pegar folego – acho melhor pararmos.
—É, tem razão – ele diz parando de me beijar aos poucos.
Sorrio e me sento novamente, Carl faz o mesmo e me abraça de lado. Seguro sua mão enquanto brinco com seus dedos, tentando me distrair um pouco. Carl deposita um beijo no topo de minha cabeça e isso é bem carinhoso. Sinto como se meus problemas não existissem mais. Talvez o remédio para os meus dias ruins seja Carl Grimes.
—É tão bom saber que está se recuperando – digo puxando assunto.
—Estou – ele afirma – queria tentar andar, quer me ajudar? – ele pergunta.
—tudo bem – sorrio – mas vamos com calma, não quero que seu ferimento piore – digo e ele assente.
Me levanto e estendo minha mão para que ele a segure. Logo ele se levanta. Dou o máximo de apoio a ele com os meus braços, e ele finalmente consegue dar alguns pequenos passos. Sorrio aliviada e continuo o ajudando. Ele está indo bem, consegue quase andar normalmente, só está mancando um pouco.
—Ainda dói um pouco – Carl constata – mas já está bem melhor que antes.
—Está indo muito bem Carl. Mas acho bom você se sentar um pouco, não deve gastar suas energias em uma dia só.
O ajudo a voltar para a cama e nos sentamos novamente. Permanecemos em silencio, cada um pensando, em algo que nos deixou totalmente calados. De repente ouço gritos vindos do corredor. Me levanto rapidamente vou até a porta do quarto. Olho para o lado de fora e vejo uma garotinha, que aparenta ter uns dez anos, correndo atrás de dois caras carregando o corpo de uma mulher para fora de uma sala. “Mamãe” é o que ela grita entre o choro. Certamente ela acaba de perder sua mãe, e isso me toca de certo modo, fazendo as lagrimas presas já a algum tempo dentro de mim virem para o lado de fora. Saio da porta de cabeça baixa, e volto a me sentar ao lado de Carl. Tento controlar o choro, mas é impossível, então apenas deixo algumas lágrimas rolarem meu rosto a baixo.
Isso tudo me fez lembrar a morte de minha mãe, do quanto eu sofri quando soube disso e o quanto eu sinto falta dela. Me sinto sendo aninhada novamente pelos braços de Carl. Ele tenta me passar apoio, sabe a dor que sinto, ele também já passou pela mesma situação. Depois de alguns segundos tentando ao máximo parar de chorar, enxugo as lágrimas e consigo me recompor. Fico quieta, minha mente está limpa, eu não consigo pensar em nada. Carl respeita meu momento e também permanece quieto.
—Ei garota – ouço a voz de um cara e isso chama a nossa atenção.
—O que quer comigo? – pergunto com receio.
—Negan quer falar com você, ele está te esperando na sala dele, e é bom não demorar. Vamos logo.
Me levanto devagar e lanço um olhar para Carl, ele assente e eu respiro fundo antes de sair do quarto. Não sei por que Negan quer falar comigo, talvez seja pelo o que aconteceu hoje. Não sei também o que ele pode querer fazer caso descubra algo. Só sei que vindo de Negan, podemos esperar qualquer coisa.
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