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História Not Safe - Nova fase


Escrita por: carollt

Notas do Autor


Oiiiii amoreees <333

Eu sei que demorei de novo, e peço desculpas mais uma vez. Maaaas eu estou aqui de volta e trouxe um capitulo bem grande para compensar o tempo que sumi <3333

Quero agradecer aos 427 favoritos, amo cada uma de vocês, muito mesmo <33

Acho que irão gostar do capitulo de hoje, tem coisa boa pra vocês, então bora lá descobrir o que é?

Boa leitura <33

Capítulo 46 - Nova fase


Fanfic / Fanfiction Not Safe - Nova fase

E sobre Carl, eu também não pensei que ele fosse fazer o que fez. Ele demonstrou que ainda se preocupa comigo, ele ainda se importa. E eu preciso agir sobre isso.

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Pov – Caroll

Ao sair da garagem onde estava conversando com Daryl, sigo pela rua até a frente da casa de Carl. Permaneço alguns instantes, parada, fitando a porta de madeira branca logo diante de mim. Penso sobre bater ou não bater na porta, ao mesmo tempo em que tento formular algo para poder dizer a Carl. Não quero ficar paralisada na frente dele, sem dizer uma palavra sequer.

Percebo que não vou conseguir falar nada, não agora. Não sei se é vergonha ou medo do que pode acontecer, mas sinto que é melhor voltar depois.

Solto um suspiro e balanço a cabeça em reprovação a mim mesma. Dou meia volta e continuo a caminhar na direção de casa.

Pra ser sincera, eu não tenho ideia do que vou falar para ele. Isso é bem confuso, não sei nem por onde começar. Acho que tenho tanta coisa para dizer, que fico um pouco perdida. Preciso pensar no que realmente vou falar, para depois não me arrepender.

Quando me dou conta, já estou em frente à porta de casa. Deposito a mão sobre a maçaneta da mesma e logo entro.

Me direciono até o escritório que era de minha mãe. Me sento na confortável cadeira de couro e deposito a caixinha de musica que estava em minhas mãos, em cima da grande mesa de madeira a minha frente.

 Fico observando o objeto e reparando em seus detalhes. A caixinha está um pouco descascada em alguns pontos de sua pintura, que é de cor amarelo claro com alguns detalhes em rosa.  Mas isso é apenas uma consequência feita pelo tempo. A abro com cuidado e logo seu interior que possui um mesmo tom de rosa que os detalhes do lado externo, é revelado. Deixando a mostra uma pequena bailarina que se encontra em frente a um espelho.

Dou corda algumas vezes e sem demora a musica começa a tocar, fazendo a bailarina girar em torno de si mesma.

Coloco a caixinha em uma parte mais afastada da mesa. Pego um bloco de papeis e uma caneta e então começo a escrever uma carta enquanto a musica continua a tocar. Tento encontrar as palavras certas para escrever, mas elas parecem desaparecer de minha mente.

Escrevo algumas palavras, leio e releio varias vezes, mas não me sinto satisfeita, então pego outra folha em branco e tento novamente. E essa cena se repete varias vezes durante alguns minutos, por conta de meu “bloqueio de criatividade”.

Eu certamente não faço a mínima ideia de como começar. Não sei que palavras uso para dar inicio a essa escrita tão importante para mim. Sinceramente, não quero começar com um simples “oi” ou então com um estranho e tenso “me desculpe...”.

Talvez uma carta não seja a melhor forma para pedir desculpas a Carl. Talvez dessa maneira até pareça um jeito covarde de se fazer isso. Mas eu sei que se for pra falar pessoalmente eu não vou conseguir. Querendo ou não, o meu medo, e minha vergonha estão falando mais alto.

A musica para de tocar. Solto um longo suspiro e me debruço sobre a mesa, depositando minha cabeça sobre a mesma. Preciso de uma ideia, mas nada vem à mente nesse momento.

O som familiar da porta principal de casa se destrancando chama minha atenção. Me ergo, fecho a caixinha de musica e guardo as folhas com as tentativas de escrita dentro da gaveta. Me levanto e saio do escritório, fechando a porta logo em seguida.

Vou até a sala e dou de encontro com Spencer. Ele quem acabara de chegar. Lanço um sorriso a ele, e o mesmo me retribui com um sorriso largo e um leve “bagunçar” em meus cabelos.

—Nossa, está cada vez mais frio lá fora... Acho que pode nevar a qualquer momento – ele deposita sua arma sobre um canto qualquer do sofá.

—É, eu também acho – olho o movimentos das folhas das arvores através da janela, que indicam o quanto venta lá fora.

—Vou subir e tomar um banho quente – Spencer diz começando a subir os primeiros degraus da escada.

—Enquanto isso eu vou esquentar um enlatado para você – vou me direcionando para a cozinha.

—Você também precisa comer – ele diz lá de cima, aumentando o tom de voz para que eu escute.

—Claro senhor Spencer – resmungo num tom brincalhão e acabo sorrindo involuntariamente.

Vou até o armário e abro as portas do mesmo. Ergo um pouco meus pés para poder ter uma visibilidade melhor de lá de dentro. Pego os dois primeiros enlatados da frente, ambos são sopa de tomate. Fecho as portas do armário e deposito as latas sobre a mesa.

 

Pego um abridor de latas e começo a abri-las, logo despejo o conteúdo das duas em uma pequena panela, e levo para o fogo. Enquanto a sopa esquenta, pego dois pratos e duas colheres e distribuo para dois lugares da mesa. Volto para perto do fogão e mexo a sopa por alguns segundos. Me apoio no balcão enquanto aguardo a comida aquecer mais um pouco. E logo após alguns minutos está pronto.

Desligo o fogo e então sirvo os pratos com a sopa quente, enquanto ouço o som dos passos de Spencer descendo a escada.

Me sento, esperando ele voltar para comer. Enquanto misturo a comida em meu prato com a colher. Spencer deposita duas latas de refrigerante sobre a mesa e enfim se senta também. Então começamos a fazer nossa refeição.

Após alguns minutos, terminamos de comer. Olho para os pratos e as latas vazias sobre a mesa e me levanto.

—Deixe isso comigo – Spencer diz assim que eu faço menção de retirar os pratos dali – pode ir tomar um banho e descansar.

—Tem certeza? – o questiono e ele afirma – então... Obrigada – esboço um sorriso.

Vou para o banheiro, me dispo e sem demoras entro embaixo do chuveiro. Assim que ligo o registro, a água quente começa a cair, deixando meu corpo mais relaxado durante o banho.

Depois do banho vou para meu quarto, coloco uma roupa quente e confortável. Saio do quarto e caminho pelo corredor indo em direção à escada. Passo em frente à porta do quarto de Spencer, e a mesma está aberta. Olho lá dentro e vejo-o deitado em sua cama.

Entro e enquanto me aproximo noto que ele está dormindo. Pego um cobertor no armário e coloco sobre ele, para que não sinta frio. Então saio e fecho a porta.

Lembro que preciso terminar a carta que estava tentando escrever para Carl há algum tempo atrás. Desço e me direciono para o escritório novamente. Me acomodo na cadeira, pego os papeis dentro da gaveta para enfim voltar a minha tentativa de escrever.

Respiro fundo enquanto faço algumas escritas, penso e repenso no que realmente vou escrever, leio e releio o pouco que já escrevi.

É claro que a carta não vai ser a única coisa que vou fazer para eu poder “voltar” a me comunicar com Carl normalmente, eu também quero falar pessoalmente com ele. A carta vai ser apenas um modo de começar isso, pois se ele me responder é porque ainda há esperança, e assim eu terei um motivo para dizer tudo o que quero dizer pessoalmente.

 Eu só queria poder dizer tudo olhando nos olhos dele, e então fazer com que ele acredite novamente em mim, fazer com ele acredite que eu ainda quero algo para nós.

Eu sei que Carl deve estar bravo e magoado comigo e eu entendo, ele tem a sua razão. Eu devo um pedido de desculpas, mesmo não sabendo qual será a resposta que eu receberei, mesmo sabendo que existe a possibilidade de simplesmente ele negar esse pedido.

Eu pensei que com o tempo as coisas poderiam se ajeitar e que com o passar dos dias eu iria me acostumar com uma nova “rotina” sem ele, mas eu me enganei, as coisas ficaram piores do que eu imaginava, só pensei que eu estivesse fazendo a escolha certa, mas infelizmente não estava e talvez eu tenha descoberto isso tarde demais.

Eu realmente tenho medo de qual será a resposta dele.

Querendo ou não, de tudo o que existiu entre a gente, de tudo o que a gente passou, fica tudo! Ficam os risos, os choros, os medos, os desabafos, os nós desatados e os que atamos também.  Ficam as palavras, as expressões e gestos de afeto e carinho. Ficam os olhares de cumplicidade e intimidade nos momentos que foram nossos. E isso me faz sentir tanta saudade de quando nós dois ainda estávamos juntos.

Saio de meus devaneios e presto atenção na folha em que escrevo. Leio as palavras nela escrita e gosto do que vejo. Então me animo em escrever e consigo enfim terminar o que comecei.

Começo a revisar toda a carta, que ficou assim:

“Você deve imaginar o quanto é difícil para eu escrever esta carta, principalmente porque vou começar pedindo-lhe desculpas. Talvez eu tenha sido um tanto exagerada em minhas atitudes, mas eu tive meus motivos, vários motivos, assim como você também tem os seus motivos de estar bravo comigo.

Esse tempo longe de você já parece ser uma eternidade, está sendo horrível ter que conviver assim. Estou tendo que buscar em cada minuto dos meus dias, motivos de alegria e esperança para poder seguir em frente, e isso fica cada vez mais difícil sem você ao meu lado para me dar apoio.

Eu aprendi que chorar ajuda por um tempo. Mas depois é preciso parar e tomar uma decisão.

Então eu escolhi ser feliz e tornar isso possível. Mas ainda está sendo difícil sorrir com vontade de chorar... E fica mais difícil ainda esquecer alguém que tanto eu queria ao meu lado neste momento, e eu sei que não está aqui por minha própria culpa.

E para que as coisas se tornem possíveis eu preciso te pedir desculpas e então receber uma resposta, me dando a certeza de que você ainda está comigo.

Eu não o culpo, jamais o culparia por um erro que foi meu. Eu, no seu lugar, faria o mesmo, talvez, e ficaria brava e magoada. É, eu sei, sou uma pessoa difícil de lidar e de conviver.

Então mais uma vez lhe peço desculpas, Carl. Esperarei sua resposta caso ainda haja alguma.

                                                                                                                                                          Caroll.”

Quando termino de ler a carta noto uma lagrima solitária escorrendo pelo meu rosto, a enxugo rapidamente e balanço a cabeça para afastar as lembranças de Carl e eu juntos.

Irei esperar sua resposta, com certeza irei. Mas não posso ficar criando muitas expectativas de que ele irá me responder, ou então de que ele ainda vai querer voltar atrás.

Eu sei que ele esteve ao meu lado durante os dias em que eu estive mal, mas isso pode não significar nada, Carl é uma pessoa muita boa eu sei que ele faria isso por qualquer pessoa, ele queria me dar apoio e assim fez, mas pode ter sido apenas isso.

Pego a caixinha de musica na mão e a abro, colocando a carta já dobrada dentro, a fecho novamente e então saio do escritório, subindo a escada para ir pro meu quarto.

Assim que nele chego, coloco a caixinha sobre o criado mudo ao lado da cama e então me permito enfim deitar para dormir sob meu cobertor mais quente. E em pouco tempo, acabo sendo embalada pelo sono.

[...]

Aos poucos a sensação de algo gelado tocando meu rosto enquanto sou chacoalhada, fica cada vez mais real. Abro os olhos e enfim posso ter consciência do que está acontecendo. April está aqui me acordando, seu dedo gelado toca minha pele na tentativa de me despertar, e bom, ela conseguiu.

Sorrio ao vê-la aqui tão cedo. Abro meus braços fazendo menção de abraça-la e antes mesmo que eu o faço, a pequena pula em cima de mim, me dando o abraço mais forte e carinhoso que pode.

—Que saudade eu estava de você pequena – digo alegre.

—Eu também – ela ri e se afasta um pouco – o que vamos fazer hoje? – ela me questiona.

—Você quem tem que me dizer... O que quer fazer?

—E se a gente for ver o mistério, e andar um pouco com ele? – April propõe.

—Mistério! – digo para mim mesma – meu deus, eu estou morrendo de saudade dele – sorrio – adorei a ideia – passo a mão levemente sobre sua cabeça.

—Então vamos Caroll – ela me puxa pela mão toda animada.

—Antes eu preciso colocar uma roupa mais quente, está tão frio – esfrego meus braços.

—Tudo bem, vou ficar lá em baixo te esperando – ela me dá um beijo e desce.

Me levanto e vou fazer minhas higienes matinais o mais rápido possível. Depois visto roupas quentes, coloco minha bota. Pego minha faca e minha arma e as ajeito em meu coldre, por precaução.

Deixo o quarto e desço a escada, podendo logo avistar April me esperando próxima a porta. Me direciono ao escritório e pego a caixinha de musica com a carta dentro. Passo pela cozinha e pego um pêssego que está sobre a mesa, e então saímos de casa.

Conforme vamos caminhando pela comunidade, o pessoal vai nos cumprimentando. Passamos por Rick, Tobin e Spencer, eles estão fazendo o máximo para terminarem logo o reerguimento do muro que caiu há um tempo. Eles já estão há dias nessa construção, estão usando tudo o que encontram de útil para poder deixar o muro mais resistente.

O frio está tão rigoroso que mesmo vestindo minhas roupas mais quentes eu ainda posso sentir várias partes do meu corpo geladas que mal consigo mexê-las. Fica difícil caminhar quando suas pernas parecem estar congeladas.

—April, preciso passar na casa do Carl antes, tudo bem? – a questiono com a voz tremula.

—Sim – ela sorri enquanto esfrega as mãos uma na outra.

Assinto e então vamos seguindo na direção da casa dele. Paro em frente à mesma e deposito algumas batidas na porta. Em pouco tempo ouço a voz de Carl dizendo um breve “já vai” e sem demoras ele aparece abrindo a porta enquanto segura a irmã nos braços.

Ele está tão lindo, sua pele branca realça ainda mais seus lábios levemente corados pelo frio e seus olhos azuis.

Ele ajeita o chapéu na cabeça e me olha por entre seus cabelos que caem levemente sobre seus olhos.

—Ahn... – percebo que já estou a alguns segundos aqui parada – o Daryl conseguiu concertar e pediu pra eu te entregar – digo sem graça e entrego a caixinha a ele.

—Obrigado, Caroll – ele pega a caixinha de minhas mãos e sorri, tão sem graça quanto eu.

—Nós já vamos – seguro a mão de April, me viro para sair e assim faço.

Vou caminhando sem olhar para trás, quando já estou um pouco afastada da casa de Carl, ouço o som da porta se fechando indicando que ele acabara de entrar.

Continuamos a seguir nosso caminho até chegarmos onde Mistério está. Assim que o vejo, começo apressar meus passos, estou com tanta saudade dele, quero poder passar meu tempo livre com ele novamente.

Me aproximo do animal que anda calmo, tendo uma corda envolta de seu pescoço, limitando sua caminhada.

Passo a mão sobre seu pelo e acaricio sua face. Permito encostar minha cabeça na sua, enquanto nossos olhares se encontram. Dou um sorriso largo e deposito um leve beijo ainda sobre sua face.

Me afasto um pouco e desamarro a corda do ferro onde estava presa, a deixando apenas amarrada no pescoço do cavalo. Olho para April e ela se aproxima, pego sua mão e a ajudo subir em Mistério, começando assim um passeio calmo pelas ruas da comunidade.

Nossa manhã se resume em risos, é muito bom poder me sentir assim novamente. Por um momento eu pude esquecer o mundo em que estamos vivendo, por um momento eu pude rir sem medo de chorar logo em seguida. Me senti como se tudo houvesse voltado ao normal. Mas sei que isso não é verdade e muito menos duradouro, nunca foi e não é agora que vai ser. Sei que ainda estamos vulneráveis, ainda mais agora que o inverno chegou e dificilmente sairemos daqui.

Ajudo April a descer mais uma vez do cavalo, e então nos sentamos no banco de madeira onde eu costumava ficar com meu pai, enquanto Mistério descansa.

Um vento gelado percorre por entre nós, ficando cada vez mais forte e frio. Nossos cabelos esvoaçam enquanto nos encolhemos cada vez mais dentro de nossos agasalhos. Esfrego minhas mãos uma na outra e tento soltar ar quente de minha boca, na tentativa de esquenta-las. O frio começa a piorar.

—April, acho melhor você ir para casa – me levanto e digo num tom calmo a ela – está cada vez mais frio aqui fora, e a ultima coisa que queremos é que você pegue um resfriado.

—Maggie disse que iria me esperar para almoçar, vou até a casa dela – ela se levanta também – você vem?

—Vou levar Mistério para um lugar mais quente, talvez eu passe lá depois – sorrio segurando a corda de Mistério.

April assente, deposito um beijo no topo de sua cabeça e então a pequena segue em direção a casa de Maggie.

Guio mistério até a garagem de uma casa vazia. Ajeito algumas coisas para que ele fique bem, me despeço dele e saio.

Vou seguindo meu caminho. Bom, na verdade nem sei para onde vou agora, até porque a única coisa que se passa pela minha cabeça é se Carl leu ou não leu a carta.

Paro de caminhar e olho para Rick que ainda se encontra tentando consertar o muro, mas agora sem a ajuda de Tobin e Spencer. Pelo o que parece, só falta reforçar a placa de metal para que o muro fique pronto.

Ando até ele e começo ajudar no reforço do muro. Ele olha para mim e assente em forma de agradecimento. De precaução usamos grandes pedaços de madeira para fazer apoio do lado de dentro, o deixando mais firme.

No momento é o máximo que podemos fazer para esse concerto, e vai ter que ser o suficiente durante o inverno.

—Obrigado, Caroll – Rick agradece assim que terminamos nosso trabalho.

—Não foi nada – sorrio de canto enquanto afasto o cabelo de meu rosto que o vento acabara de bagunçar.

—O Carl foi falar com você? – ele pergunta juntando as ferramentas que está sobre a bancada de madeira.

—Do que você está falando, Rick? – pergunto confusa e sinto um arrepio percorrer minha espinha enquanto o encaro atenciosamente.

—Ele veio até mim perguntando de você – ele para o que está fazendo e olha para mim – disse que estava te procurando.

—E você sabe onde ele está agora?

—Ele foi para aquele lado – Rick aponta.

—Obrigada – agradeço e começo a caminhar na direção indicada.

Olho de um lado para o outro atenciosamente tentando encontra-lo. Apresso mais meus passos enquanto alguns poucos minutos se passam durante essa procura.

Varias coisas começam a passar pela minha cabeça. Lembranças de nós dois juntos são as primeiras a aparecer e eu acabo sorrindo involuntariamente.

Algo chama minha atenção e eu acabo saindo de meus devaneios. O chapéu de Carl está sobre o banco de madeira onde eu sempre costumava ficar com meu pai, foi aqui também que Carl me viu desmoronar e me ajudou, foi aqui que começamos a conversar realmente.

Me aproximo devagar, me sento no banco e seguro o topo do chapéu para tira-lo daqui. Assim que o ergo vejo um papel deixado sob o mesmo, deixo o chapéu de lado e então começo a ler as tais palavras escritas no bilhete:

“Nós encontraremos um jeito. E se não encontrarmos, eu ainda estarei com você”.

No mesmo instante sinto lagrimas se acumularem em meus olhos. Essa frase foi a frase dita pela pessoa que eu não consegui ver aquele dia enquanto eu estava “fora de mim”, foi Carl quem estava lá aquele dia, ele quem disse isso.

Antes que eu possa olhar em volta para procura-lo, sinto alguém colocando o chapéu em minha cabeça. Olho para trás e vejo Carl, tendo um pequeno sorriso brotando em seus lábios. Ele termina de acertar o chapéu sobre minha cabeça com calma e enfim se senta ao meu lado.

—Carl, me desculpa, eu... – começo a falar desesperadamente, mas sou interrompida.

—Shhhh! – Carl coloca o dedo indicador em frente os meus lábios para que eu não diga mais nada.

E então antes que eu possa fazer mais alguma coisa, ele retira seu dedo de meus lábios, assim dando inicio a um beijo, fazendo um sentimento dentro de mim despertar novamente.

Ele pede passagem com a língua e então cedo. O beijo começa calmo, trazendo com ele sensações boas. Enquanto nossas línguas exploram cada parte da boca um do outro, seus braços me envolvem, me levando para mais perto dele. E então tentamos matar a saudade com cada toque.

Quando o folego se faz necessário somos obrigados a parar o beijo. Carl mantem seu olhar fixo em mim, enquanto afaga minha bochecha levemente. Um pouco de “fumaça” sai de sua boca por conta do frio, enquanto ele respira ofegante e sorri para mim.

Nos entreolhamos profundamente. O azul de seus olhos parece querer me hipnotizar aos poucos, é como se eu entrasse nesse exato momento, em uma imensidão de azul. Seu olhar é tão calmante que consegue fazer todos meus sentimentos se aquietarem dentro de mim.

Porem, algo ainda nos deixa inquietos, nossos lábios parecem querer formular algo para dizer, continuamos nos encarando, durante o tempo em que parece ser tido para que tomemos coragem de dizer algo que já podia ter sido dito há muito tempo atrás, e que seria verdade do mesmo jeito.

Eu te amo – dizemos em uníssono num tom baixo, podendo ver a “fumaça” saindo de nossas bocas.

Um novo beijo se inicia, intenso e calmo. Aos poucos vamos conseguindo matar parte da saudade que estava guardada dentro de nós. Aos poucos vamos nos “conhecendo” novamente, em um ritmo que faz com que nos aqueçamos.

Depois do beijo se cessar, ficamos abraçados um ao outro em silencio. Me afasto um pouco e retiro o chapéu de minha cabeça, o encaro por alguns segundos e então olho para Carl.

—Carl... – pondero por alguns segundos – me desculpa, sério, eu me arrependo de ter feito isso, eu... – simplesmente não sei o que dizer, as palavras parecerem insuficientes.

—Está tudo bem, eu sei o que você passou, sei que não é fácil, você teve seus motivos, e também... Acho que não devemos pensar no que deu errado, apenas devemos pensar em como fazer para dar certo – Carl sorri calmamente.

—Mas e se não... – paro de falar e abaixo a cabeça olhando para minhas mãos apoiadas sobre o chapéu em meu colo.

—Ei... – Carl segura meu queixo e levanta minha cabeça devagar – e se não der certo a gente fica junto errado mesmo – ele sorri enquanto me olha nos olhos.

—É, juntos... – retribuo o sorriso e ao mesmo tempo posso sentir a esperança crescendo em mim novamente.

Aconteça o que acontecer – ele afirma e coloca sua mão sobre a minha, me passando apoio e segurança ao mesmo tempo.

E um primeiro floco de neve deste inverno é visto caindo diante de nós, fazendo com que nossos olhos o acompanhem até que ele se deposite devagar sobre nossas mãos, e com que sorrisos involuntários surjam em nossos lábios.

Mais flocos de neve caem serenamente, deixando o topo das casas e árvores brancas, assim como também o chão.

A neve indica que uma nova época está se iniciando. Um novo momento começará para todos nós. E isso me faz pensar em algum tipo de coincidência, já que Carl e eu também estamos iniciando uma nova fase, juntos.


Notas Finais


E ai gente, o que acharam do capitulo?
Por favor deixem o comentário de vocês, é muito importante para mi saber o que vocês estão achando.
E eu estou esperando leitores fantasmas deixarem a opinião aqui também, não custa nada né gente? 😂😂😂

Obrigada amoreees <3

Beijos <333


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