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História Not Safe - Não sei mais


Escrita por: carollt

Notas do Autor


Vou até começar pedindo desculpas pela demora, eu não sei mais o que está acontecendo, as responsabilidaedes estão chegando e eu estou ficando cada vez mais sem tempo pra escrever, sim, isso me deixa muito triste, mas eu não vou deixar de escrever, sempre que der eu vou vir aqui atualizar.
Espero de verdade que vocês me entendam e não me abandonem!!!

Estava morrendo de saudades de escrever pra vocês e de ver os comentário, então vamos lá galera, aqui está mais um capitulo novo e quero ver vocês lá em baixo nos comentários, pode ser um "continua" ou então um texto ou até mesmo um "Que demora garota!!!" eu vou responder com todo amor do mundo que tenho por cada um de vocês...

O capítulo está um pouco parado, mas vocês irão ver que é preciso, ainda mais por causa do momento que eles vão passar agora.

Espero que gostem

Boa leitura meus amores <333333

Capítulo 49 - Não sei mais


Fanfic / Fanfiction Not Safe - Não sei mais

Me encontro assim como Glenn, sem resposta. Qualquer coisa pode ter acabado de acontecer, só espero que não tenha sido, o pior.

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Pov – Caroll

Ainda paralisada, encaro essa situação bem diante de mim. Glenn, Tara, Carol e Rosita estão em volta do doutor Harlan, enquanto ele tenta acordar Maggie.

—Eu preciso de espaço para poder realizar os procedimentos médicos com cuidado. Sinto muito, mas vocês não poderão ficar aqui, pelo menos não todos.

—Eu sou o marido dela – Glenn se impõe.

—Eu entendo a sua preocupação, mas um grande número de pessoas aqui pode acabar atrapalhando – o doutor diz rapidamente – só vou poder manter aqui dentro pessoas com conhecimentos médicos e que vão poder ajudar.

—Eu tenho conhecimento básico em enfermagem e Carol também tem conhecimento em algumas coisas – Rosita diz – podemos ficar e ajudar.

—Tudo bem, mas os outros terão que deixar a enfermaria – Harlan insiste.

Carol olha para Glenn e faz um sinal com a cabeça para que ele aceite o que o médico diz.

Glenn não se move, apenas observa Harlan, Carol e Rosita seguirem os procedimentos com Maggie. Seus olhos estão cheios de lágrimas e ele não pode esconder o desespero que sente nesse exato momento.

—Temos que ir, Glenn – Tara diz apoiando a mão sobre o ombro dele – eles vão cuidar dela, ela vai ficar bem – Tara não recebe resposta.

Diante dessa situação, me vejo na obrigação de fazer algo. Ando até os dois e olho para Tara, dizendo:

—Pode deixar, eu cuido disso – após minhas palavras Tara assente e deixa a sala – Glenn, você precisa ser forte agora. Tem que deixar que cuidem dela e eles irão fazer isso. Eu sei o quanto é difícil pra você ter que deixá-la nessa situação, mas entenda que ela não está sozinha, o doutor Harlan é uma boa pessoa e, além disso, Carol e Rosita são da família. Acredite, Maggie está em boas mãos. Vamos encontrar um jeito de ajudá-la, mas de outra forma, e lá fora... Tudo bem?!

Sou respondida com um balançar de cabeça positivo. Seguro a mão de Glenn e vamos caminhando para fora da enfermaria. Fecho a porta e logo em seguida me viro olhando para ele.

Lágrimas saem de seus olhos e ele aperta uma mão contra outra, próximas ao seu rosto, deixando transparecer ainda mais o seu nervosismo.

Sem pensar duas vezes, dou início a um abraço, na tentativa de confortá-lo um pouco. Meus braços envolvem a cintura de Glenn por eu ser mais baixa que ele, e logo sinto os seus braços abaixarem e envolverem ao redor de meus ombros.

Passamos alguns longos segundos assim, e antes que eu me afaste, me permito dizer:

—Eu estou com você, estamos juntos nessa.

—Obrigado – ele esboça um sorriso.

—Quer que eu te ajude em algo? – pergunto.

—Não, tudo bem. Você já fez o melhor que podia – Glenn deposita sua mão sobre meu ombro delicadamente.

—Eu posso te acompanhar até sua casa, se quiser.

—Eu vou ficar aqui mesmo, vou esperar até poder entrar novamente.

—Se precisar de mim, é só dizer – sorrio e ele assente.

Enquanto Glenn se senta na escada da varanda da enfermaria, eu caminho devagar por uma das ruas da comunidade. Estou sem direção, não sei pra onde vou agora, apenas caminho na esperança de encontrar alguém para conversar.

Tudo está bem silencioso, não vi ninguém nas ruas até agora. E isso é normal se levarmos em conta a hora que já é.

Continuo minha caminhada, até algo chamar minha atenção. Vejo Daryl entrando na igreja. Tudo bem, isso pode ser algo comum, mas talvez não vindo dele.

Fico em dúvida se devo ou não ir atrás de Daryl, para poder saber o que está acontecendo e minha decisão é sim, eu vou.

Paro em frente à igreja e espero alguns segundos antes de abrir a grande porta de madeira a minha frente, e assim que faço isso sou surpreendida pelo o que vejo. Praticamente todos os moradores de Alexandria estão aqui dentro.

As pessoas sentadas nos bancos olham para trás, por conta do barulho que a porta fez ao se abrir. Termino de entrar e fecho a porta devagar para não chamar ainda mais atenção.

Começo a caminhar devagar observando as pessoas aqui dentro. Alguns me encaram um tanto espantados, talvez seja pelo meu “estado” de aparência. Vejo Sasha, Aaron, Eric, Scott, Abraham, Tobin e Michonne distribuídos nos bancos ao meu lado direito. E Ron, Jessie, Sam, Enid, Eugene, Tara, Jesus e seus amigos, Spencer, April e Carl nos bancos do lado esquerdo. E logo a minha frente, em pé, estão Rick, Daryl e o Padre Gabriel.

Assim que me vêm, Spencer, April e Carl se levantam ao mesmo tempo e andam rapidamente em minha direção.

Ganho um abraço apertado de meu irmão que me gira no ar enquanto ainda estou em seus braços. O mesmo me coloca no chão e se afasta com um sorriso singelo no rosto.

Então sou surpreendida por uma pessoinha que envolve os braços ao redor de minha cintura e me aperta com toda a força que pode, me fazendo sorrir e abraçá-la de volta.

—Senti sua falta – April diz se afastado de mim.

—Eu também senti a sua falta, pequena – passo a mão em sua cabeça, deslizando por seu cabelo.

Por fim, Carl vem até mim e me envolve nos seus braços. Solto um longo suspiro e deposito toda minha força nesse abraço caloroso. Me sinto melhor agora que voltei para minha família. Encaro os olhos de Carl e selo nossos lábios e, por alguns segundo esqueço que estamos diante de tantas pessoas.

—Você está bem? – ele pergunta com as mãos em meu rosto.

—Estou sim – sorrio – eu já venho – digo e ando até o padre.

—Tudo bem – Carl responde.

—Por que estão todos aqui há essa hora, Gabriel?

—Quando fiquei sabendo da situação de Maggie, eu decidi organizar um grupo de oração, as pessoas concordaram e estamos aqui até agora, eu achei que ajudaria – ele responde um pouco sem graça.

—E está ajudando, isso aqui traz um pouco de tranquilidade e, eu te agradeço por isso. Bom trabalho, Gabriel.

—Obrigado – vejo um pontinho de felicidade surgir em seu olhar.

Assinto e volto para perto dos outros.

—Estou indo pra casa, você vem comigo? – Spencer me questiona.

—Eu não pretendia, mas vou ficar aqui um pouco, talvez isso me ajude de alguma maneira – digo a ele – não vou demorar.

—Tudo bem, se cuida – ele beija o topo de minha cabeça e então sai da igreja.

—Eu vou ficar com você – Carl segura minha mão.

—Tudo bem.

Vamos para o banco onde eles já estavam antes. Sentamos Carl, eu e April respectivamente. Me ajeito, deitando minha cabeça no ombro de Carl e April faz o mesmo apoiando seu corpo sobre meu braço.

Fecho meus olhos tentando me desligar um pouco daqui, tento encontrar um jeito de pedir para que Maggie fique bem. Mas para mim não é nada fácil me comunicar com Deus, e a maioria das pessoas já são cientes disso.

Me concentro um pouco mais, respiro fundo, começando a pedir mentalmente que Maggie melhore, que essa dor se cesse logo, porque ela não merece continuar sofrendo.

Peço e repito o pedido, ainda de olhos fechados.

“Por favor, tire ela desse sofrimento. Só o senhor sabe o quanto ela já teve que lutar, o quanto ela teve que enfrentar para chegar até aqui. Eu pedi para que o senhor ajudasse o Carl quando ele mais precisou e, assim o senhor fez. Então eu te peço agora, para que também ajude Maggie e o bebê, eu sei que irá fazer isso, eu acredito que isso é possível.”

Essas palavras são formadas em minha mente, enquanto estou aqui concentrada. Sei que por muitas vezes, deixei minha fé de lado, talvez eu nunca tenha tido fé a minha vida inteira e, isso piorou depois das coisas que aconteceram. Mas nesse momento, essa é a maneira que encontrei para ajudar Maggie.

Meus lábios começam a se mover, “por favor, os ajude” é o que eu repito sem parar em meus sussurros.

Meu pedido se torna tão intenso que faz com que uma lagrima escorra pelo meu rosto até chegar aos meus lábios, deixando um pequeno gosto salgado em minha boca. Me permito abrir os olhos e então limpo o caminho úmido deixado pela lagrima que acabara de escorrer.

Viro minha cabeça para olhar para Carl, e ele fita o chão.  Comprimo meus lábios formando uma linha reta com eles e suspiro. Olho para meu outro lado, onde April está, e noto que a pequena dormiu encostada em meu braço.

Seguro seu corpo com as mãos, o afastando para que eu possa me levantar.

—Você me ajuda? – pergunto a Carl.

—Claro, deixa comigo – ele se levanta e pega April no colo – vamos leva-la pra sua casa ou pra casa da Maggie?

—Vamos pra minha casa, vai ser melhor.

Carl começa a andar na direção da porta enquanto carrega April em seus braços. Estou logo atrás dele, ele chega à porta e, fica parado a espera que eu a abra, já que ele está com as mãos ocupadas e, assim eu faço.

Deixamos a igreja e em questão de minutos já estamos em casa.

—Consegue subir com ela no colo? – questiono Carl enquanto subo a escada.

—Acho que sim – ele começa a subir também.

Venho até meu quarto e ajeito a cama para que Carl a coloque aqui. Puxo o cobertor e ele com cuidado deita April sobre a cama. Devagar eu retiro as botas dela e as coloco ao meu lado no chão. A cubro e por fim dou um beijo em sua testa.

—Boa noite, querida – digo num tom baixo.

Me viro e vejo Carl que me olha serenamente. Me aproximo dele e coloco meus braços em volta de seu pescoço, podendo sentir suas mãos se apoiarem em minha cintura. Dou um sorriso de alivio por estar ao lado dele novamente e então ele dá inicio a um beijo.

Eu me entrego aos seus lábios que se encontram com os meus, nossas línguas se cruzam calmamente, dando uma sincronia ainda maior ao beijo. Carl aperta um pouco mais minha cintura, eu coloco minhas mãos em seu rosto o segurando com mais força.

Então ele sobe suas mãos até minha nuca e uma delas ele passa por trás de minha cabeça e segura meu cabelo devagar.

Assim que ele faz isso, sinto uma dor no local, como se fosse uma “fisgada”, resmungo baixo um “ai” e me afasto por impulso.

—Eu te machuquei? – Carl pergunta assustado.

—Não, claro que não – digo rapidamente tentando “acalma-lo” – eu bati minha cabeça no para-choque traseiro de um carro hoje. E eu senti dor quando você pegou meu cabelo, só isso.

—Deixa eu ver isso – ele anda até parar atrás de mim e, tira a touca de minha cabeça e separa meu cabelo para ter uma visão melhor – tem um corte aqui.

—Eu imaginei mesmo.

—Vem, vamos cuidar disso – Carl segura minha mão e me leva até o banheiro.

Me sento sobre a tampa do vaso sanitário pegando a touca que ele me devolve. Carl vai até o pequeno armário do banheiro e pega a bolsinha de curativos que tenho. Ele retira um pedaço de algodão, umedece na água e passa um pouco de sabão, então logo em seguida, vem até mim e passa com cuidado sobre o corte. Comprimo meus olhos com força assim que sinto a ardência causada em meu ferimento.

 E depois de terminar a limpeza, ele pega duas bandagens borboleta e as coloca sobre o corte. Essas bandagens são ótimas, elas aproximam a borda do ferimento, as segurando.

Carl guarda a bolsinha de curativos de volta no armário e sorri para mim.

—Obrigada – eu respondo sorrindo e colocando a touca de volta em minha cabeça.

—Disponha – ele diz num tom brincalhão.

—Eu estou morrendo de fome – digo sentindo meu estomago roncar – vamos descer, eu preparo alguma coisa pra gente.

Saímos do banheiro, indo em direção à escada. Desço na frente de Carl e já me dirijo à cozinha. Paro diante do balcão e observo ao meu redor pensando em algo que possamos comer. Sigo até o armário e o abro, analisando tudo o que tenho dentro dele.

Encontro um pacote com um pouco de cereais dentro, o pego e me viro mostrando o que tenho em mãos para Carl.

—Gosta de cereal? – pergunto – acho que está um pouco murcho, mas ainda deve estar gostoso.

—Eu gosto – Carl diz pegando duas colheres.

Vou até o balcão, pego uma tigela e despejo todo o cereal dentro. Seguro o recipiente em minhas mãos e vou caminhando devagar para a sala.

Nos sentamos no sofá. Cruzo minhas pernas e coloco a tigela com cereal sobre meu colo.

Pego uma pequena quantidade com a colher e direciono até a minha boca. Começo a mastigar com calma enquanto olho para um ponto fixo do chão.

O cereal não está tão murcho quanto eu pensei. E até que está saboroso.

Isso lembra minha infância, do quanto eu amava despejar o leite na tigela com cereais e, ficar olhando as pequenas bolhas de leite que se formavam, enquanto ouvia o som de curtos “estalos” vindo dos flocos de cereais, durante o processo de absorção de leite.

E isso era o que eu comia praticamente todas as manhãs, menos quando era Aiden que fazia as compras, porque ele sempre esquecia meu cereal.

Sinto saudades do tempo em que minha maior preocupação era que Aiden não comprasse meu café da manhã.

Saio de meus devaneios e volto a comer.

—O que você acha que vai acontecer? – digo para quebrar o silencio mórbido.

—Com a Maggie? – Carl pergunta após engolir o que havia em sua boca.

—Sim, com ela e o bebê... – pego mais um pouco da tigela.

—Eu acho que vão sair dessa – Carl diz sério – eu ainda devo a vida de Judith a ela – Carl afirma.

—Nos dias de hoje, estamos devendo a muitas pessoas – devolvo minha colher à tigela por um instante.

—Com a Maggie é diferente – ele diz e eu fico o encarando tentando entender – foi ela quem fez o parto de Judith, se não fosse ela, eu teria perdido duas pessoas de uma vez só.

—Ela é uma pessoa muito boa e sobraram poucas pessoas assim no mundo. Por isso temos que lutar por cada uma que sobrou.

—Você tem razão.

O silencio se estende entre nós mais uma vez.

Continuamos comendo enquanto olhamos fixamente para pontos aleatórios ao nosso redor. Dou uma ultima colherada no cereal, logo depois de Carl e assim terminamos de comer.

Me levanto com calma e levo a tigela com as colheres até o balcão. Volto para a sala e paro em frente a Carl com as mãos na cintura o encarando.

—Onde você conseguiu essas roupas? – ele diz num tom brincalhão fazendo careta ao olhar para elas.

—O que você tem contra minha vestimenta extremamente sexy e confortável?

—Você está parecendo um gangster – ele ri.

—Então tome cuidado comigo Carl Grimes – faço um olhar desafiador entrando em sua brincadeira.

 —Sempre tomo – ele sorri tirando seu chapéu e colocando no chão.

—Esse casaco é do Daryl – aponto o casaco dele – e esse aqui é do Jesus e a touca também – aponto os dois falando sério novamente.

—É, pelo jeito muitas coisas aconteceram com vocês hoje – ele diz estendendo a mão para mim.

—Foi um dia cansativo – afirmo – estou exausta – seguro sua mão.

Carl me puxa devagar e eu me sento ao seu lado no sofá.

—Vem, deita aqui – Ele diz se deitando e estendendo o braço para que eu deite sobre o mesmo.

Me deito de costas para ele e sinto seu outro braço envolvendo minha cintura, fecho meus olhos e me permito relaxar um pouco, preciso descansar, ainda vem muitas coisas pela frente.

Aos poucos vou me entregando e sendo embalada pelo sono, até dormir.

[...]                    

Um barulho que parece vir do lado de fora me faz despertar. Assim que abro os olhos, noto o cobertor que está sobre mim, com certeza foi Carl quem o colocou aqui, sorrio involuntariamente e me viro para trás, mas Carl já não está mais comigo.

Continuo ouvindo os sons lá de fora, me levanto tirando o cobertor de cima de mim, me direciono até a porta da sala e a abro. Logo podendo ver a cena de Carl com uma pá na mão, retirando a neve que bloqueia um pouco a passagem.

—Quanto tempo eu dormi? – pergunto.

—Quase nada – ele para e olha para mim – uma hora e meia no máximo – ele volta ao que estava fazendo.

—Por que está fazendo isso agora? Ainda está escuro e está congelando aqui fora – esfrego minhas mãos em meus braços tentando amenizar o frio.

—Parou de nevar agora e eu não tinha conseguido dormir ainda, então resolvi distrair a cabeça.

—Você devia pelo menos tentar descansar.

—Eu estou bem, não precisa se preocupar – Carl encosta a pá na parede e vem até mim, selando nossos lábios.

—É claro que eu preciso me preocupar – sorrio o abraçando.

Durante o abraço, meu olhar fica direcionado, a uma pessoa que caminha devagar, parecendo estar sem rumo. Fixo melhor meu olhar e noto que é o doutor Harlan.

—Meu deus – digo, me afasto de Carl e começo a caminhar o mais rápido possível na direção do médico, sem pensar duas vezes.

Não penso em mais nada, só quero chegar até Maggie o quanto antes, eu nem consigo acreditar que acabou a espera e o sofrimento. Só quero abraça-la e ter a certeza de que está tudo bem, com ela e com o bebê.

A cada passo que dou sinto um arrepio percorrer minha espinha, com um pouco de dificuldade vou conseguindo apressar cada passo que dou, considerando que às vezes meus pés ficam presos na neve.

Chego até o médico, coloco uma mão em cada ombro dele e suspiro.

—Que bom que acabou, obrigada doutor! – esboço um sorriso e volto a andar na direção da enfermaria.

—Espera... – ouço a voz de Harlan falando bem baixo, mas não dou ouvidos, estou ansiosa demais para esperar.

—Me desculpa – digo num tom mais alto – mas preciso ir.

Assim que chego em frente a porta, dou três batidas de leve na mesma e a abro devagar.

Aparentemente, Maggie está dormindo. Glenn se encontra de mãos dadas a ela e está levemente debruçado sobre a mesma.

Me aproximo devagar com um sorriso singelo no rosto, e então coloco minha mão sobre o ombro de Glenn, o fazendo levantar e olhar para mim.

Seus olhos estão marejados e eu sinto certo receio quanto a isso.

—Ela está bem? – o questiono.

—É... Ela está bem – ele responde com a cabeça baixa.

—E o bebê? Ele está bem não é? – um silêncio agoniante se faz entre nós – Glenn... E o bebê? – pergunto novamente.

Glenn me encara nos olhos enquanto uma lagrima escorre pelo seu rosto. E um balançar negativo de cabeça é a resposta que recebo, indicando que mais uma vez a noticia é ruim. E mesmo sendo um pequeno embrião, perdemos mais um de nós.

Automaticamente levo minha mão até a boca e fico paralisada, não consigo transmitir mais nenhuma reação, isso foi um choque para mim. Glenn abaixa a cabeça novamente e eu apenas escuto seu choro abafado, sem poder fazer nada, eu não consigo dizer nada.

Após alguns segundos, vou caminhando até a porta. Sinto como se tudo tivesse parado ao meu redor, como se o vazio tivesse me invadido junto com o silencio.

Saio da enfermaria e caminho com dificuldade levando em consideração a neve e minhas pernas que agora estão simplesmente bambas. E a cada passo que dou, parece que o peso que sinto sobre mim aumenta mais.

Meu olhar se mantem fixado ao chão, até o momento que escuto barulho de alguém correndo. Ergo a cabeça e vejo Carl logo a diante. Ele corre o máximo que pode e chega até mim ofegante.

E então ele simplesmente me abraça, sem mesmo eu demonstrar reação alguma, ele me abriga em seus braços e, eu desmorono, me sinto a vontade para desmoronar na frente dele, começo a chorar de soluçar e permito que minhas pernas fraquejem até eu cair, aos poucos, ajoelhada no chão. E em nenhum momento Carl me solta, ele se abaixa junto comigo e ali ficamos, nós dois ajoelhados durante um abraço reconfortante.

—Harlan me contou, ele me disse que tentou fazer de tudo, mas não conseguiu salvar o bebê. Ele tentou te dizer, mas você saiu correndo – Carl me avisa.

—Eu fracassei Carl – digo entre os soluços – eu prometi a Maggie, disse que iria ajuda-la, disse que ia ficar tudo bem.

—Ei – Carl segura minha cabeça com as duas mãos e a ergue – você não teve culpa, Carol. Sei que vai ser difícil superar mais uma perda, mas teremos que nos conformar e seguir em frente. Maggie vai precisar de você quando acordar, ela vai precisar de todos nós nesse momento.

Não consigo respondê-lo, me mantenho calada o encarando.  Eu me sinto mal por tudo isso, e como ele disse não vai ser fácil, mas querendo ou não teremos que passar por essa situação.

Ficamos abraçados por mais alguns minutos, até Carl dizer:

—Vem, vamos pra casa – ele se levanta segurando minha mão e me ajudando a levantar – você tem que trocar essas roupas, elas estão úmidas e você pode acabar ficando doente.

—Tudo bem – eu concordo.

Assim que chegamos a minha casa, vou direto para o banheiro, quero tomar um banho para ver se melhoro um pouco. Talvez um banho quente me ajude.

Me dispo, abro o chuveiro e deixo a água escorrer pelo meu corpo. Me permito tomar um banho longo, lavo bem o meu cabelo e tiro todo o sangue que estava depositado nele e em meu corpo. Após terminar o banho, coloco roupas limpas e quentes, penteio meu cabelo e vou para a sala, onde Carl está.

—Eu não sei se aguento mais isso, Carl!

Me sento ao lado dele no sofá e nos abraçamos. E assim, nós dois deixamos as lágrimas descerem por nossos rostos. E eu só tenho ainda mais certeza de que os dias estão cada vez piores.


Notas Finais


Bom gente, acho que muitos de vocês vão ficar tristes por conta disso que aconteceu, mas no futuro irão entender e vão ver que foi preciso no momento

Mesmo assim, espero que vocês tenham gostado meus amores <333

Deixem um "oi" aqui nos comentários, deixem a opinião de vocês também.
Obrigada por tudoooooo galera

Beijos e até o próximo capitulo!


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