História Not Safe - Praticamente sem saída

Pov – Caroll

Acordar com o som de pessoas conversando no andar de baixo não é muito comum aqui em casa. Me levanto e tomo um banho rápido, me troco e logo desço para ver quem está aqui.

—Bom dia – digo assim que vejo o pessoal.

—Bom dia – eles me respondem em uníssono (Maggie, Michonne, Rick e minha mãe).

Vou para a cozinha, pego um pouco de suco e volto para a sala onde eles estão, me sentando em uma cadeira vazia em volta da mesa.

—Vocês protegem e servem. Patrulham, andam pelo muro, cuidam das crianças, se houver um conflito vocês resolvem. E as pessoas escutarão vocês – minha mãe diz se referindo a Michonne e Rick.

—Por que estamos de jaqueta? – Michonne pergunta.

—Porque acreditam nisso. Porque estou dizendo para escutarem... Um policial vivia aqui, por isso temos as jaquetas. E eu queria oficializar, então é oficial... Um dia haverá um governo aqui. E por isso quero Maggie trabalhando comigo, e assim que Caroll estiver um pouco mais velha ela também trabalhará. Haverá uma força policial, por isso quero que iniciem. Vejo uma comunidade vibrante aqui. Com indústria, comercio, civilização, vidas de verdade. Talvez cavalos e moinhos... – ela olha para Rick e o mesmo desvia o olhar – o que foi? Parece exagerado?

—Não! – Maggie responde, fazendo todos nós a olharmos. Então minha mãe logo olha para Michonne.

—Não! – a mesma responde séria, então nossos olhares se direcionam para Rick.

—Não! – ele diz assim como as outras – podemos falar de segurança?

Minha mãe assente, então nós saímos de casa e ficamos caminhando pela comunidade.

—Precisamos de uma patrulha constante nos muros, não apenas procurando por danos, mas sinais de que alguém escalou por fora. Pode ir até lá em cima nos suportes. É o que eu faria. As pessoas são a ameaça agora.

—Eu concordo com o Rick mãe – digo e todos me olham – eu sempre te disse que precisávamos mudar nosso jeito de agir aqui dentro, mas ninguém nunca me ouviu.

—Sei que vocês pensam que deveríamos andar armados aqui dentro. Mas não posso fazer isso.

—Tudo bem – Rick diz – se fizer essas mudanças, não precisaremos...

—Com licença – Sasha o interrompe – quero me voluntariar para a vigia na torre do relógio – ela se dirige até minha mãe.

—Não há vigias lá.

—O que? – Rick diz indignado.

—Vimos alguém lá antes – Michonne se pronuncia.

—Era um rifle vazio que meu irmão Spencer pôs lá, ele vai lá às vezes mas não sempre. Eles acham que não tem necessidade – digo e olhão para minha mãe tipo “não é mesmo mãe?”.

—Precisamos de um vigia naquela torre, agora, 24h por dia – Rick fala.

—Isso é verdade. Só assim veremos alguém vindo para cá – continuo.

—Certo, faremos turnos.

—Pego quantos forem possíveis – Sasha diz.

—Por que? – minha mãe pergunta desconfiada.

—Sasha é uma de nossas melhores atiradoras. Ela é capaz – Maggie tenta convencer minha mãe.

—Vou colocar Spencer lá hoje. Vou pensar em você ser vigia principal. Mas quero algo em troca... Hoje vou dar uma festa de boas vindas para todos vocês na minha casa. Quero que esteja lá – ela diz e Sasha a olha confusa.

—Por que? – a mesma questiona.

—Venha hoje e depois conversamos – minha mãe responde e Sasha sai andando – bom... Estarei esperando todos vocês lá em casa para a festa – ela continua e sai andando junto de Maggie.

—Eu tentei convencer todos aqui, dizendo que precisamos mudar, mas nunca funcionou... Eu sei que precisamos disso, vocês sabem! – digo enquanto recebo os olhares curiosos de Rick e Michonne – então por favor façam eles escutarem, façam eles mudarem. E podem contar comigo pra qualquer coisa.

—Nós vamos – Rick diz e tenta sorrir mas não funciona muito.

Assinto. Os dois começam a andar, vão cada um para um lado, e eu volto correndo para minha casa, preciso ir mais cedo hoje visitar Mistério, porque um pouco antes da festa eu já preciso estar aqui novamente. Pego minhas coisas no meu quarto e saio para o outro lado do muro. Conforme estou andando posso perceber que hoje estão aparecendo mais zumbis em meu caminho, e eles parecem estar mais agitados que antes. Estou estranhando isso tudo. A primeira coisa a se passar pela minha cabeça é que Mistério pode estar em perigo, mas não posso tirar conclusões precipitadas de algo que eu ainda nem sei o motivo. Apresso meus passos e assim que chego na casa uma sensação de alivio percorre meu corpo ao ver que tudo permanece intacto como antes e que Mistério está tranquilo lá dentro. Entro e decido dar uma limpada lá dentro, começo a limpar a sujeira que Mistério fez enquanto ele está distraído comendo as coisas que levei para ele. Quando termino a limpeza eu me sento ao lado dele e fico fazendo carinho no mesmo por alguns minutos.

O barulho da porta sendo forçada ecoa pela casa o que me faz assustar e sacar minha arma rapidamente, Mistério está assustado também, se levanta e começa a relinchar.

—Shhhhhh – tento acalma-lo – Mistério por favor não faça barulho – digo baixo – está tudo bem rapaz... Ei vamos lá, por favor fica quieto amigão.

O mesmo começa a se acalmar aos poucos e volta a deitar no chão. Vou até a janela e tento olhar para ver quem é noto que o idiota fazendo isso é o Carl reviro meus olhos e volto a me sentar no chão sem preocupações. Ele volta a forçar a porta e o barulho constante me irrita, me fazendo levantar novamente e notar que uma horda de zumbis estava cercando o “mini xerife”, que apenas se defendia com seu facão.

—Mas o que esse garoto está fazendo aqui?

Ok, já não basta ele me seguir aquela vez, a gente ter discutido, ele ter dito aquelas coisas pra mim, agora ele está aqui de novo e ainda atrai esse bando de zumbi pra cá... Parabéns Carl Grimes você conseguiu ferrar com a gente, e se continuar assustando o Mistério ele começará a relinchar novamente e vai atrair ainda mais dessas coisas nojentas para a casa...

Estamos praticamente sem saída.