História Not Safe - Escapando

Ok, já não basta ele me seguir aquela vez, a gente ter discutido, ele ter dito aquelas coisas pra mim, agora ele está aqui de novo e ainda atrai esse bando de zumbi pra cá... Parabéns Carl Grimes você conseguiu ferrar com a gente, e se continuar assustando o Mistério ele começará a relinchar novamente e vai atrair ainda mais dessas coisas nojentas para a casa...

Estamos praticamente sem saída.

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Pra ser sincera a primeira coisa que está passando pela minha cabeça é deixar ele se virar e sair dessa sozinho, mas mesmo eu não gostando dele não posso fazer isso, querendo ou não agora ele faz parte do meu grupo. Respiro fundo e saio pela janela, retiro minha faca do coldre e começo a acabar com os zumbis que vem se aproximando, dando cobertura a Carl que está praticamente encurralado.

—Vem por aqui rápido – não tiro meus olhos dos zumbis.

—O que você está fazendo aqui? – ele se livra do zumbi que está em cima dele e vem até meu lado.

—Não pergunte, apenas sobreviva – continuo atacando os zumbis – entra pela janela logo – ele assim faz. Dou um chute no zumbi na minha frente e faço ele cair no chão derrubando o que estava atrás, então entro rapidamente na casa – não acredito que estava me seguindo de novo.

—Não estava te seguindo – ele responde com a voz ofegante.

—Então por que está aqui? – estamos cochichando um com o outro para que os zumbis lá fora não nos escutem.

—Vim dar uma volta aqui fora, acabei dando de cara com essa horda e a primeira coisa que eu vi para me proteger foi essa casa.

—Você assustou a gente seu idiota!

—Eu precisava tentar entrar.

—Devia ter deixado você lá fora.

—Não teria coragem.

—Nunca duvide de mim. Lembre-se sempre disso – digo semicerrando os olhos e logo vou até Mistério para trocar seu curativo.

—Então esse é o motivo de você sair aqui pra fora? – Carl se aproxima e se senta ao meu lado.

—É – respondo ainda relutante em lhe dizer a verdade.

—Ele é muito bonito... Tem nome?

—Mistério – termino de trocar o curativo.

—Legal, gostei do nome.

—É que seja – me deito ao lado de Mistério – temos que arranjar uma maneira de sairmos daqui logo.

—Ficando aí deitada é que não vai ser – ele olha para mim.

—E nem saindo correndo agora – reviro os olhos.

—Se a gente não fizer alguma coisa eles vão entrar.

—Tem alguma ideia espertão?

—Ainda não.

—Então fica quieto.

—Eu disse ainda – ele dá ênfase à palavra “ainda”.

Os grunhidos estão aumentando gradativamente. Os barulhos irritante de seus dentes batendo uns contra os outros indicando o desespero que eles possuem em consumir nossa carne. Som de unhas putrificadas ou até mesmo dedos em carne viva deixando seus ossos a mostra deslizando contra a parede de madeira velha da casa. Os seus troncos descontrolados se chocando contra a porta e também contra a maior parte da estrutura dessa casa velha. Fazendo com que o silencio que reinava aqui antes desaparecesse em instantes, nos restando apenas esses barulhos infernais que nos deixam ainda mais cientes sobre a realidade a nossa volta.

—A gente tem que atrair a atenção deles para outro lugar, mas um lugar em que eles não consigam voltar mais pra cá – Carl diz levantando o olhar para a janela.

—Tem um barranco não muito longe daqui, a gente podia tentar levar eles até lá, e aí se der certo essa parte a gente da um jeito de derrubar eles do barranco. Sei que é loucura, mas se a gente não sair daqui e arriscar com certeza eles conseguirão entrar mais cedo ou mais tarde.

—Ok.

—Tchau Mistério – acaricio seu pelo e me levanto.

Carl também se levanta e vai até a janela, assim que abre a mesma dois zumbis colocam os braços para dentro tentando agarrar Carl desesperadamente, ele apenas pega seu fação e acerta a cabeça deles um de cada vez, fazendo os dois corpos caírem no chão. Ele pega algumas latas vazias de sopas que estão espalhadas pelo chão e joga para o lado de fora fazendo alguns zumbis irem atrás do som. Então ele pula a janela rapidamente e começa a dar cobertura para que eu possa sair também, e assim faço.

—Ei seus idiotas, ei aqui! – digo andando para trás com minha faca em punho.

—Ei venham! – Carl fazia o mesmo.

Os zumbis prendem toda a atenção deles a nós dois e começam a nos seguir. Não tenho como contar agora, mas deve ter mais de 10 zumbis aqui nos perseguindo, então começamos a correr na direção do tal barranco e assim que chegamos bem na beirada nos desviamos fazendo uma parte da pequena horda rolar barranco a baixo. Os que sobraram a gente deu fim usando nossas facas.

—Deu certo – digo animada.

—Sim... Até que formamos uma boa dupla de sobreviventes – ele diz meio sem graça.

—Olha eu tenho que admitir que sim.

—Bom, acho melhor darmos uma ultima olhada no cavalo e depois voltarmos embora.

Assinto. Assim que chego na casa entro e troco de roupa enquanto Carl fica lá fora vigiando para que nada se aproxime. Dou uma ultima olhada em Mistério e saio. Andamos até a comunidade e lá dentro seguimos cada um para um canto.

[...]

A festa aqui em casa já começou, acho que estão praticamente todos aqui, menos o pessoal do grupo de Rick que ainda não chegaram. Pra ser sincera eu não gosto de festa, não me sinto muito bem assim no meio de tantas pessoas conversando sobre coisas que eu não tenho o menor interesse, inclusive a senhora Niedermeyer que só fala na maquina de macarrão que ela tanto quer, ninguém mais aguenta ouvir ela falando nisso, temos caixas de macarrão aqui porém ela mesma quer fazer. Isso me deixa tão irritada que me afasto de onde ela está com outras mulheres e vou para um canto qualquer da casa. Vejo a porta se abrindo e pela mesma entram Carol, Carl e Rick com Judith no colo.

—Minha nossa! – minha mãe diz e vai até eles – bem-vindos!

—Oi! – Carol diz animada.

—É tão bom vê-los. Oi, Carl. Obrigada por virem – Rick assente – não tive a chance de entrevistar essa aqui. Tenho inveja dela – minha mãe se refere a bebe.

—Por que? – Rick questiona.

—Porque ela verá o que esse lugar irá se tornar. Venham entrem – ela anda para o meio da casa e eles a seguem.

Carl passa por mim e movimenta a cabeça em sinal de cumprimento e eu retribuo da mesma maneira. Aos poucos o resto do pessoal vai chegando e se acomodando. Observo em volta e noto que Noah está sozinho e parece desconfortável, então decido ir até ele.

—Oi.

—Oi – ele responde timidamente.

—Você está bem?

—Sim. Só não é a minha praia... Acho que vou nessa.

—Não, você não vai embora... Quer dizer, por favor fica, isso também não é a minha praia então... Estamos nisso juntos cara. Você está com a gente agora. Vamos pegar alguma coisa pra beber – digo enquanto vou andando até a mesa de bebidas e ele me segue.

Fico conversando com Noah por um tempo, conto um pouco sobre como as coisas são aqui e ele me conta sobre a sua vida no começo disso tudo até encontrar o grupo de Rick. Ele me conta que conheceu a irmã de Maggie, mas depois ela morreu e de alguma forma salvou a vida dele. Falamos sobre varias coisas e quando nos demos conta estávamos rindo das coisas aleatórias que dizíamos.

—Oi gente! – Maggie e Glenn chegam perto de nós.

—Oi – eu e Noah respondemos juntos.

—Vocês parecem se darem bem – Maggie diz.

—Sim, o Noah é um cara legal – dou um leve tapinha em seu ombro – bom, eu vou dar uma volta e deixar vocês conversarem – digo e dou as costas.

Me sento num degrau da escada e fico preocupada quando me lembro de Mistério, tenho medo de outra horda aparecer por lá e fazer mal a ele. Aquele cavalo é tão importante para mim quanto minha família.

—Oi! – Carl se senta ao meu lado, me retirando de meus devaneios.

—Oi.

—Está preocupada com alguma coisa? – ele me pergunta.

—Com o Mistério sozinho naquela casa mais uma vez.

—Ele está bem.

—Eu queria tanto poder trazer ele pra cá.

—E por que não faz isso?

—Como vou chegar aqui com um cavalo sendo que o pessoal aqui nem mesmo sabe que eu saio pro outro lado? – pergunto com um pouco de sarcasmo na voz.

—Me esqueço que ninguém sabe disso.

—É, as vezes até eu me esqueço.

—Carl?! Caroll?! Se juntem com a gente – Ron nos chama.

—Vamos lá? – Carl se levanta.

—Pode ir, eu não estou afim.

—Ok.

Me vejo sozinha novamente então me levanto e subo a escada indo direto para meu quarto. Me jogo na cama e em questão de minutos apago.