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História Notas Para O Coração (Em correção) - O Herdeiro do Gelo


Escrita por: Hurted

Notas do Autor


Gente, desculpa pela demora, ando tão ocupada e preciso escrever mais uma long nova x.x mas sempre reservo um tempinho para esse drama s2

Eu espero que gostem e relevem qualquer erro :D

Capítulo 4 - O Herdeiro do Gelo


 

(Hana Nikiforov)

Parece que foi ontem mesmo que cruzei com seus olhos verdes. Ainda sinto as mesmas borboletas no estômago quando convidou-me para patinar e eu recusei. Você fez uma cara confusa, pois sempre patinávamos aos sábados a noite. Não contive a felicidade e contei: "— Eu estou grávida, Dimi!" Nunca esquecerei seus olhos brilhantes e aquele sorriso lindo em leve forma de coração nascer em seus lábios.

Dimitri abraçou-me tirando meus pés do chão e nos rodopiando como no gelo. Meu coração parecia querer explodir. Encarei seus olhos juntamente aos fios platinados na altura dos ombros com algumas mechas presas para trás, o mesmo penteado que usava quando nos vimos pela primeira vez. 

Você se foi e a melhor lembrança sua que possuo é Viktor, o nosso amor no gelo.

— Hana, está aqui há muito tempo? — perguntou-me Yakov. Eu o esperava no lado de fora do ginásio espelhado de sua escola de patinação. Pediu-me para visitar meu filho. 

— Oh, não se incomode com isso! Saiba que eu amo assistir seus alunos! — sorri levantando-me do banco de espera. Yakov assentiu afirmando o certo fato, ele poderia demorar o quanto quisesse que eu ainda estaria aqui sentada. 

— Hana! — avistei Yuri correndo de braços abertos em minha direção. 

— Oh, meu pequeno! Estava com Viktor? — tirou seu rosto de meu abraço para mostrar a língua para Yakov que rosnou com seu ato.

— Estava, levei algumas frutas para ele. Mila me acompanhou, mas ela quis fazer um caminho diferente... — olhou debochado para Yakov novamente. 

— Grrr..! Mila me pag... — interrompi Yakov.

— Acalme-se! Mila é jovem e quer se divertir. Dê uma folga para ela, sua paixão pela patinação não sumirá. — dei uma piscadela para o mais velho que manteve a cara fechada. — Bem, temos que ir. Até logo, Yuri. — beijei sua testa. 

Saímos da escola indo em direção ao meu carro que encontrava-se estacionado no outro lado da rua. Entramos no carro e pedi para que Yakov dirigisse. 

—  Aconteceu algo? — disse assim que pegou a chave do carro ligando o veículo. 

— Viktor está piorando. Ele toma os remédios nos devidos horários e alimenta-se bem... eu não deixo de ficar preocupada. Sei que está aos cuidados dos melhores médicos do hospital, mas tenho medo de perdê-lo. Viktor é tudo de mais precioso que tenho... — a primeira lágrima arranha meu rosto. 

Sinto Yakov suspirar preocupadamente. Sei que se importa com Viktor como um pai, os dois convivem juntos desde a adolescência de meu menino. Para Yakov o mundo despedaça-se um pouco mais. 

— Nós cuidaremos de Viktor — olhou no fundo de meus olhos — Ele também é meu garoto. — sorriu. 

Chegamos a frente do hospital e recebi uma chamada da Dra. Nishigori: 

Alô, Hana? Precisamos de você! Viktor está no terraço! — gritou ela em meu ouvido através daquela chamada que enrijeceu meu corpo. Desliguei e corri com Yakov para o terraço. 

O elevador parecia não sair do lugar. Assim que chegamos vejo Viktor sentado na mureta do terraço de costas para a porta onde entramos. Algumas enfermeiras e a Dra. Nishigori estavam paradas ao lado da porta aflitas, com exceção de Yuko que era terapeuta e sabia lidar com esse tipo de situação.

— VIKTOR! — gritei correndo em sua direção. Ele virou-se para me ver e a visão que tive era assustadora. Viktor estava com o peito inteiro manchado de sangue.

Ele curvou os lábios em meio ao choro e eu pude ver seus dentes pintados de sangue. Outra hemorragia. A cada soluço sua boca vertia sangue sem parar. Abracei-o tirando daquela mureta, ele fazia força para sentar-se no chão. 

— Eu odeio essa vida! Eu quero morrer, mãe! Me deixe morrer! — soluçava e mais sangue saia de seus lindos lábios finos. 

Deitei Viktor em meu colo naquele chão e pedi para que as enfermeiras, a doutora e Yakov deixasse-nos. Permiti que meu filho chorasse tudo para eu poder dar o primeiro passe. Eu me segurava para não chorar. Tinha de ficar forte para não passar fragilidade para meu menino. Viktor sempre foi uma pessoa forte, se está assim é porque não admite esta situação.

Acariciei seus cabelos cessando seu choro.

— Amor, eu também estou doente, você e eu somos um só, sua leucemia é minha leucemia. Você sabe. Você não gosta de patinar? Não ama seus fãs? Você ama a si, meu amor? Porque eu amo você, todos nós. — Viktor levantou o tronco e me olhou com seus olhos inchados. — Quer ouvir uma história? — ele assentiu. — Papai dizia que você era o príncipe do gelo, nosso maior amor. Papai dizia também que quando você crescesse lhe treinaria e se apresentariam juntos. Mesmo quando não sabíamos seu sexo, ele dizia que era um menino e que seria "Viktor" e se papai soubesse como você cresceu na vida, estaria tão feliz, meu amor, assim como eu sou tão orgulhosa de você. - ele levantou-se. 

Apoiou-se na mureta e passou a encarar seus pés descalços. 

— Eu não sei o que fiz de tão bom por ter vocês como pais, mãe. — as lágrimas retornavam ao seu rosto. — Suas histórias e de papai me acalmam, mas ainda assim não deixo a vontade de sumir daqui. — abraçou o próprio corpo. 

Olhei para seus lábios e a hemorragia havia parado. Viktor estendeu a mão para que eu pudesse levantar. Em pé, o abracei sentindo o cheiro de flores que seu cabelo sempre teve. "Ah, meu menino, deveria ser eu em seu lugar." 

— Vamos para o quarto? Eu trouxe uma surpresa. — seu rosto inchado fez uma expressão confusa após meu mistério. 

-

 Caminhávamos no corredor em direção ao seu quarto lentamente conversando sobre seus exames feitos hoje. 

— E por que não está com o soro? — perguntei notando a ausência do suporte que ele sempre carrega consigo. 

— Bem, eu... Yakov! — saltou nos braços de seu treinador. — Eu pensei que não viria! — finalizou.

— E ficar sem te ver? Sobre nenhuma hipótese, Vitya! - abraçou Viktor contra seu peito. 

Ouvi batidas de leve na porta. Dr. Hans.

— Oi, Hana, gostaria de conversar com você. — disse ele desviando o olhar para Yakov e Viktor que agora conversavam na cama. 

— Claro. — saímos e conversamos no corredor. — Como foi os exames? — ele suspirou dando a entender que algo seriamente estava acontecendo. 

— Viktor não tem tomado os remédios. Não há vestígios de nenhum medicamento em seu sangue. Você o monitora nas horas que precisa toma-los? 

Eu não estava acreditando. Viktor queria mesmo morrer. A decadência de seu estado se dava ao fato de não tomar os remédios. Por isso as hemorragias frequentes, a absurda falta de ar. Tudo se liga agora e parte disso é culpa minha, pois eu lhe dava os comprimidos e Viktor imediatamente tomava e dizia que queria ir ao banheiro. Acho que cuspia os comprimidos na privada. 

— Eu deixava os remédios em suas mãos. Ele mentiu. Eu monitorarei de agora em diante. — disse eu cruzando os braços. 

— Soube do incidente no terraço, aconselho ele voltar a terapia. A Dra. Nishigori está sempre ao lado dele, mas não o vejo em suas aulas. — Viktor odeia terapia, odeia conversar sobre o que se passa em seus problemas, apenas por ter pensamentos suicidas. 

— Eu providenciarei tudo, pode deixar. — o doutor apertou minha mão despedindo-se. 

"Não vou perder você." Entrei novamente no quarto ficando de frente para Viktor.

— Hana? — Yakov notou meu desconforto. 

— Precisamos conversar a sós, filho. — Yakov entendeu e optou por esperar no saguão. Sentei ao lado de meu filho olhando em seus olhos que estavam ofuscando-se com minha expressão sem emoção. — Há quanto tempo não vem tomando seus remédios? — arregalou os olhos. — E a terapia? Viktor, precisamos seguir as regras. Por que não tomar os remédios? Por que subir para o terraço? Estamos fazendo o quê aqui então? Eu não vou deixar você morrer, filho, de jeito nenhum! Viktor, eu sei que você quer melhorar, mas seu corpo grita e você sequer dá ouvidos! — ele olhava fixo para o chão. O silêncio se fez presente e eu mergulhei nele de mãos dadas com Viktor. Sua mão suava e tremia. 

— Você soube das aulas de música? — aulas de música? Ah, sim! Uma enfermeira informou-me semana passada sobre as aulas. Não são para crianças? 

— Claro, o que tem as aulas? — acariciei sua mão. Viktor estreitou as sobrancelhas por um breve momento e voltou a me olhar. Desviou olhando para o soro que estava ao meu lado. 

— Nada. Eu só... digamos que eu assisti um pouco dela... não entrei na sala nem nada, apenas observei de longe. — notei ele estar longe do quarto onde encontrávamos sentados em sua cama. O que será que viu na aula? Viktor tinha o olhar perdido e devo admitir: das vezes que conversei com ele neste hospital nunca vi um brilho intenso em seus olhos como agora.

— Você quer participar das aulas? — ele deu um pulo com o impacto de minhas palavras em si. Escondeu o rosto para o lado direito do quarto, mas mesmo assim notei suas bochechas branquinhas ficarem rosadas. — Eu ficaria muito feliz, afinal é algo diferente, não acha? — suas bochechas curvaram em um sorriso que Viktor tentou conter. O que viu na aula de música? — Me promete uma coisa, Viktor? — olhou para mim em afirmação. — Promete que você fará terapia com a Dra. Nishigori? Eu acompanho você até lá. — sorriu ele. 

— Tudo bem. 

Descemos para o oitavo andar onde ficava a sala de terapia de Yuko. Havíamos conversado sobre Viktor voltar a fazer terapia. A doutora disse-me que tem passado um bom tempo ao lado dele quando Viktor desistiu de suas atividades. Ela procurou entender o que estava se passando, embora já soubesse de suas tentativas suicidas. 

— Eu trouxe suas roupas. Vou pega-las no carro e arrumar em seu quarto. Estarei lhe esperando. — dei um beijo em sua testa e ele abraçou-me. 

Ah, meu amado Dimi, nosso filho se parece tanto com você. Eu sei que Viktor tem 27 anos, mas ele sempre será nosso menininho, o nosso garotinho das bochechas gordinhas. O príncipe do gelo. Eu vou arranca-lo dessa maldição. Estive pensando sobre a tal aula de música. Quem é o professor? Viktor sempre gostou muito de apresentar-se com notas de piano. Será por isso que seus olhos brilharam tanto ao pronunciar "aula de música"? Seja o que for, eu quero que fique bem com o que deseja, meu menino. 


Notas Finais


Heeeey you!

Estou amando conversar com vocês nos comentários! Não sabem o quanto vocês me fazem bem, sempre motivando-me a escrever mais s2

Beijinhos,
Hurt//RealPlisetsky.


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