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História Notas Para O Coração (Em correção) - Verso Final


Escrita por: Hurted

Notas do Autor


Hey you!

Eu aqui achando que estava escrevendo o quinto capitúlo, mas na verdade era o sexto T-T isso mostra o quão sem tempo estou.

Fiz uma referência ao amor de fã em homenagem as mortes do atentado de Manchester. Sou Arianator e foi como se eu estivesse lá, senti meu corpo ser quebrado quando recebi a notícia. #PrayForManchester s2

Esse cap. está cheio de novidades que trarão muitas tretas futuramente hehehe

Eu espero que gostem e relevem qualquer erro, por favor s2

Capítulo 6 - Verso Final


(Katsuki)

Sentia-me vazio, certamente era estranho eu estar assim. Não era um vazio de fome, de insônia, era um vazio que eu não encontrava uma boa descrição sobre ele.

 Sentado na sala, desliguei a televisão e fiquei encarando sua tela escura tentando buscar tais motivos que talvez encaixasse com esse "vazio". Céus, como aquilo torturava-me! Em derrota, fui para o quarto e desabei na cama. Peguei meu celular que havia deixado sobre os lençóis enquanto assistia um telejornal. Abri em uma rede social e fui passando tudo aquilo que não chamava-me atenção, até... até... Eu havia empacado com a publicação de uma fã de Viktor Nikiforov. Ela escreveu um grande texto de apoio, que achei lindo por sinal, logo abaixo ela anexou uma foto deles dois abraçados após uma apresentação extraordinária sua. Supôs.

Fixei os olhos em seu rosto sorridente com as bochechas prensando os olhos lindamente azuis, a franja platinada jogada para o lado e um pedaço de seu peito exposto devido ao figurino. Era como se minha mente estivesse anestesiada com sua imagem. Senti meu rosto aquecer e meu peito formigar.

"Onde foi parar aquele vazio?"

Minha segunda aula com as crianças foi incrível, mas no caminho para o décimo terceiro andar sentia-me ansioso por algo. Novamente não sabia o quê, apenas sabia que desejava algo...

Voltei os olhos para a foto e uma brisa desconhecida acariciou meu peito. Era forte e ficava mais evidente a cada minuto que fiquei ali deitado olhando para a face congelada de Viktor. Respirei fundo e aquela sensação mantinha-se acesa dentro de mim.

Eu estava com saudade de alguém que nem mesmo sabe meu nome. 

(Campeonato Infantil de Patinação) 

Era o dia mais feliz da minha vida, ou pelo menos era o que eu achava com 9 anos. Assistiria Viktor Nikiforov patinar em carne e osso sem estar por trás de uma tela de televisão. Meu coração queria sair pela boca e torcer por ele na arquibancada.

Como sempre, Viktor foi celestial no gelo, queria ter seu talento. Amava patinar, sempre copiava suas coreografias mesmo que saíssem um pouco erradas, aquilo já deixava-me feliz.

No final de sua apresentação tentei pegar um autógrafo, mas a única coisa que consegui foi vê-lo de longe. Os cabelos longos e platinados. Por mais bobo que pareça ser, eu queria tocar aqueles fios, cheirá-los e guardar seu aroma em minha mente. Sonhos de uma criança, mas nunca desisti de um autógrafo dele. Voltei para casa com minha irmã consolando-me sobre ter sido rejeitado pelos seguranças do campeonato. 

(Atualidade) 

Larguei o celular ao meu lado e fechei os olhos. Saudade... Saudade exatamente de quê? De Viktor? Mas por quê?

Novamente sentia meu rosto aquecer ao lembrar de nossas faces próximas no dia que estive em frente a sala de música com ele olhando-me com uma expressão recheada de questões sobre minhas bochechas coradas. Mordi o lábio contendo a 'saudade.'

É apenas em pensar em você.

(Viktor)

Fãs, eles são tudo. É impossível de explicar o quão são importantes, é impossível encontrar as palavras corretas para descrever os fãs e não há nada melhor nesse mundo do que vê-los te apoiar e torcer por você naquilo que eles e você amam.

Eu sinto tanto a falta de seus gritos ecoando no ginásio. Não há sentimento melhor que o amor de um fã. Quem dera se eu pudesse agradecer a cada um por existir, suas existências são o motivo de eu ter sido campeão diversas vezes. Aquilo não aconteceu por eu ter treinado duro, não, aconteceu por eles, apesar de que esforço-me principalmente por eles. Eu não sei dizer ao certo o gosto dessa emoção, mas eu quero muito que um dia todos na face da Terra possam sentir o que eu sinto por eles.

— Filho? — mamãe adentrou meu quarto.

Respondia as mensagens dos belos anjos que tenho em minha vida sentado em uma poltrona que eu havia arrastado para observar as flores nas árvores em frente ao hospital. Olhei para minha mãe e ela depositou algumas sacolas em cima de minha cama.

— Oi, você voltou cedo. — disse indo até ela para lhe dar um abraço. — Como foi? — ela suspirou convidando-me para sentar ao seu lado em minha cama.

— Foi ótimo, eles são tão incríveis, Viktor! Ah! Como eu queria que os visse! — esfregava suas bochechas em ansiedade. — Mas... não sei se consigo fazer isso... — a observei baixar o rosto recordando de algo que preocupava-a além de ter sido convidada para ser treinadora. 

— Mãe, se é o que estou pensando preciso que você tire isso da cabeça. Não quero que pense em mim, eu estou bem, okay? Estou tomando os remédios corretamente e fazendo terapia, não há com o que se preocupar. — coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha para poder ter uma visão melhor de seus olhos. — Você ganhou a oportunidade que sempre sonhou, lembra? Depois que aposentou-se você quis ser treinadora, mas nunca a chamaram e agora que você tem a chance quer desistir? — olhava-me esperançosa. 

Patinadora desde os 10 anos,  minha mãe sempre pensou no futuro e estava decidida que quando se aposentaria, seria treinadora. A menina prodígio que ganhou quatro campeonatos seguidos deixaria isso? Será mesmo que a Hana de anos atrás pensaria o mesmo que a Hana de hoje? 

— Eu não sei. Eu... eu tenho medo de sair de perto de você e algo terrível lhe acontecer em minha ausência. Eu não quero mesmo que isso aconteça. — as lágrimas cristalinas desciam de seus olhos. 

Abracei-a contra meu peito dando meu total apoio a sua insegurança. Eu entendia seu medo, mas se eu sofrer algum tipo de atividade anormal, realmente era para acontecer.

— Ficarei bem, mãe, confie em mim. Faça seu sonho se tornar realidade, pois você já fez o meu. — como amava ver seu sorriso branquinho depois de um momento decisivo. Esse era outro sentimento difícil de ser explicado.

— Tudo bem então, tem algum exame para hoje? Terapia? — perguntou-me enxugando as lágrimas. Terapia lembrava-me da quinta passada quando... bem, deixa pra lá. — Viktor? 

— Hum? — meu desconforto era tão óbvio? Eu tinha terapia na terça e na quinta, justamente na terça e na quinta. Maldito seja Dr. Hans. — Terapia — suspirei. — Às 11:00am. 

Mamãe fez uma careta como quem tentasse descobrir o que eu escondia debaixo de tanto... ódio? Não! Da pouca vontade que eu estava de fazer terapia... isso soaria menos confuso para alguém que desconhece os novos floreios. 

— Okay! Você quer que eu te acompanhe? 

— Não, mãe, quero que você ligue para Yakov e conte sobre ser a nova treinadora. — pisquei recebendo bochechas coradas. 

-

 Estava sentado na sala de terapia esperando a Dra. Nishigori que estava atrasada. Era o que eu imaginava. Bufei. Que cara eu faria depois da cena que vi ontem? Eles não viram-me, mas eu não era uma boa pessoa em fingir estar bem, principalmente para Yuko.

— Olá! — um homem com jaleco branco entrou no consultório. — Estou substituindo a Dra. Nishigori, ela passou para a terapia das crianças e fiquei no lugar dela para cuidar de seu caso. Sou o Dr. Steve. — aproximou-se e me estendeu sua mão para um cumprimento. 

— Oi. — sorri retribuindo o gesto. 

O que aconteceu com ela? Yuko nunca foi o tipo de profissional que desiste de um caso, a menos que ela não esteja disponível. 

Dr. Steve é um cara legal. Tem a mesma idade que eu e gosta de snowbord, o que acho maneiro. Ele é alguns centímetros mais alto, tem olhos azuis e seus cabelos são louros assim como a barba rasa.

Eu diria que todas as mulheres deste hospital estariam babando por ele, não que eu esteja, claro que não! Mas olhando com outros olhos... Ele contava-me um pouco de sua infância enquanto jogávamos xadrez. O venci quatro vezes. 

— Você é bom, mostrou que estava concentrado mesmo conversando comigo. — sorriu arrastando uma peça.

— A Dra. Nishigori fazia alguns exercícios desse tipo e por eu ter um pouco de experiência devido a patinação, sempre me saí bem. — venci o jogo voltando meus olhos para sua face surpresa.

— Bem — riu. — Você passou no teste. Terças e quintas então? — ajudou-me levantar do chão onde jogávamos. — Nos veremos na quinta. — sorriu de um modo bem estranho.

Saí do consultório com calafrios. Eu poderia jurar que aquele sorriso era... ah! Para, Viktor! A minha vida anda tão confusa e eu fico vendo segundas intenções em tudo! O pior de tudo é que eu não lembro qual foi a última vez que dormi com uma mulher. Mas isso não era o que perturbava-me no momento, eu queria assistir a aula de música hoje, mas não sabia se o que eu estava fazendo era o certo. Quer dizer, é o certo? Fazer o que tem vontade de fazer? E se por acaso eu estiver com muita vontade de assistir a aula? Eu não ia entrar, só queria observar da porta mesmo, só... só observar.

Encarei a porta do elevador incerto sobre a decisão descompassada. Mordia os lábios tentando saber se era aquilo mesmo que eu queria.

— Tudo bem. — apertei o botão da seta para cima e esperei o elevador descer. Entrei e apertei para o décimo terceiro andar. 

A cena da quinta-feira passada não saída de minha mente e isso fazia com que eu recuasse sobre realmente querer assistir a aula. "Eu preciso mesmo ir? Preciso! Não, Viktor! Não, eu... eu..  eu quero... quero checar uma coisa."

As portas abriram-se e ouvi aquela voz suave conversar com as crianças. Meu coração doía de tão rápido que batia contra meu peito. Eu odeio tanto esse sentimento apenas pelo fato dele me fazer gostar das sensações. Cheguei ao canto da porta fechada e encontrei todas as dez crianças sentadas conversando com o pianista sentado em um pequeno banco de madeira. Ele estava de frente para as crianças, então não poderia me ver, o que facilitou para mim.

A terceira criança da primeira fileira era Sofia, ela assistia o professor explicar algo, mas de repente voltou os olhos para a porta encontrando-me. 

Meu celular tocou. 

Caramba, eu nunca levei susto maior! Agora que Sofia me viu,  qual será a desculpa que darei a ela? "Bem, eu estava a procura da Dra. Nishigori...". Não! Essa desculpa nem pensar! Caminhei para o fundo do corredor atendendo a chamada de Chris. 

— Oi, Chris!... oh, não, eu estou bem... sinto saudades também... é claro,  sairemos sim... eu estarei te esperando... — ouvi algo fazer barulho atrás de mim. Virei-me encontrando o pianista parado em frente a porta com a mão esquerda na maçaneta. 

Deslizei o celular pela minha bochecha e encerrei a chamada. Ele olhava-me sorrindo e um pouco ruborizado. 

— Oi. — ruborizou um pouco mais. Meu corpo petrificou. 

Por que eu não conseguia respondê-lo? Mordi meu lábio com força tentando espantar a possível felicidade. Eu não sei, o que eu sentia era um misto de tudo.

Ele caminhou em minha direção e então quase perco o controle e saio correndo, não poderia fazer aquilo de novo, estávamos no final do corredor e novamente seria constrangedor. Fixou os olhos nos meus parando a minha frente. 

— Assista nossa aula. Você veio até aqui então terá que entrar. — brincou ruborizando ainda mais. 

Eu estava... bem fodido.

Aquele garoto deixava-me confuso apenas por estar perto de mim. Eu achei que estivesse caindo de uma prédio absurdamente alto e sentindo a adrenalina trocar de lugar com o oxigênio, mas então choquei-me com a realidade e percebi que isso só se dava ao fato de eu estar perto dele.

Abri minimamente os lábios para respirar melhor. 

— Viktor? — pegou em minha mão. Seu toque piorava mais a forte vontade de agarra-lo. Sim... isso mesmo, eu me odeio.

— Desculpe-me... eu... entrarei sim. — sorri levemente notando o pianista morder o lábio. 

Ele guiou-me para dentro da sala e os rostos espantados, com exceção de Sofia que sorria de orelha a orelha, focaram-se em mim. 

— Sente-se aqui. — apontou para a almofada que ficava na ponta da primeira fileira. Cumprimentei os pequenos e Sofia que rebateu com uma piscada, como se ela soubesse de tudo desde o início. 

O pianista afastou o banquinho que estava sentado a pouco tempo para o lado do piano e pegou um violão caramelo, pondo a faixa que estava preso no instrumento de atravessado em seu corpo. 

— Eu farei uma pequena apresentação na aula de hoje. — disse tirando os óculos dando-me a perfeita imagem de seu rosto corado. — Quando eu bater palmas vocês me acompanhem, okay? — parou os olhos em mim. 

Afastou-se um pouca da "plateia" e seus dedos dançaram nas cordas daquele violão. Sua voz nasceu e seus olhos acariciaram minha face que aos poucos ia aquecendo. Eu queria acreditar que ele cantava para todos naquela sala, mas algo dentro de mim fez pensar que aquela letra contava sobre... sobre nós. A música começou pegar certo embalo a ponto do garoto balançar a cabeça e bater de leve o pé direito no chão.

Ele tinha nos pés um perfeito All Star preto e no corpo usava uma calça skinny azul clara com rasgos desfiados nos joelhos e uma camiseta branca. Seu rosto mantinha-se ruborizado, acho que era a primeira vez que ele fazia isso e principalmente para alguém que o olhava com certa admiração. Com a chegada do refrão senti tudo a minha volta perder o som, as palmas, as risadas, a própria voz do cantor.

Meus olhos arregalaram-se diante daquele garoto que dava leves chutes no ar e pulinhos enquanto tocava aquele instrumento que parecia fazer parte de seu corpo. Senti minhas mãos suarem, o gás que respiramos de repente deixou de existir. O que está acontecendo? Será apenas eu que sinto isso? Todo esse formigamento em meu corpo? Eu sentia que não podia mais tirar os olhos daquele garoto que apresentava-se de um jeito que fazia-me estar tão entregue a ele.

Comecei respirar com dificuldade após finalmente conseguir montar o quebra-cabeça. Eu estava completamente apaixonado por ele.

Quando encerrou a música o mundo voltou a sua rotação e eu ouvi aplausos e gritos das crianças. Ele olhou-me sorrindo com a respiração cortada. Nossos olhares conectados fazia eu ter o leve pressentimento de que ele sabia sobre tudo o que eu sentia.

Levantei e ele vinha em minha direção pondo os óculos. Quando finalmente criei coragem para falar, a Dra. Nishigori fez com que eu desviasse o olhar do pianista. 

— Viktor! Yuuri! Que bom que conheceram-se! — correu em nossa direção mas abraçou o asiático. 

— Você disse que tinha que resolver alguns problemas... — afirmou ele.

— Sim! Mas eu precisava lhe contar algo, por isso vim! E Viktor, que grande passo você deu! Estou tão orgulhosa! — abraçou-me mas apenas mantive minha postura sem retribuir o abraço. O pianista olhou-me com o rosto baixo. — Crianças, vamos voltar? — todas assentiram menos Sofia que olhava-me pensativa. 

Respirei fundo antes de dar o primeiro passo para sair daquela maldita sala. Estava prestes a girar a maçaneta quando ouço a voz do pianista: 

— Viktor! — disse em passos ansiosos. — Obrigado por vir hoje. — sorriu corando pela milésima vez, seu rubor era bastante contagioso. — Será que... você... g-gostaria de assistir mais uma vez? — perguntou olhando para os pés.

Isso fazia eu enlouquecer de vez.

— E-eu... — ele levantou o rosto rapidamente. — Sim, eu gostaria de assistir mais uma vez. — seus olhos brilharam por trás de suas lentes. Despedi-me com um aceno de cabeça e sai da sala cambaleando.

Eu tinha tanta coisa para resolver. Declarei-me mentalmente para ele e teria que arcar com as consequências comigo mesmo. Mas não podia negar que esse foi o melhor dia de todos. 

 


Notas Finais


E aí? O que acharam?

Contem-me suas revoltas, alegrias, tristezas sobre esse sexto cap. :D

Muitas, mas muuuitas coisas estarão por vir ;)

Beijinhos,
Hurt//RealPlisetsky.


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