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História Notas Para O Coração (Em correção) - Alguém Especial


Escrita por: Hurted

Notas do Autor


Estou feliz porque nesse cap. tem uma pequena dose de Otayuri *-* e assim que Plisetsky apareceu, não deixará isso apenas em um capitúlo ;) além de mais um pouco dos sentimentos de Yuuri.

Eu espero que gostem e caso encontrem erros: relevem ;)

Capítulo 8 - Alguém Especial


"Eu tenho dormido mais tarde, eu tenho respirado mais forte
Eu estive cavando mais fundo, mas as memórias não vão parar

Não consigo parar de pensar em você."

(Thinking 'Bout You - Dua Lipa)

*                           

(PLISETSKY)

— Isso é inaceitável! Aquela ruiva desgraçada… ela me paga! Ela sai para namorar e é o Yakov quem me xinga… patético… 

Almoçava uma macarronada deliciosa enquanto descansava os ouvidos depois da bronca que levei. Fala sério, Yakov bem que podia rever seus conceitos! Para não atrasar o treino pedi comida e resolvi ficar pelo ginásio do velho Feltsman, ainda bem que não estava por perto porque durante meu surto de raiva acabei derrubando molho no chão.

— Yuri? - uma voz familiar ecoou pelo estabelecimento

Eu estava no vestuário e mesmo assim conseguia ouvir todos os barulhos possíveis. 

— O QUE É VELHO?! EU TÔ COMENTO E EU JÁ ENTENDI QUE SE A MILA SAIU FOI PORQUE QUIS E NÃO É CULPA MINHA! - berrei encarando o armário vermelho a minha frente. 

— Pensei que nunca te encontraria, mas parece que seus berros me guiaram. - essa voz…

Virei lentamente meu pescoço para a porta encontrando Otabek carregando mais uma de suas expressões mortas. Ele cerrou as sobrancelhas ao me olhar, e é claro, eu estava com o rosto pegando fogo, Otabek parecia que ia me engolir daquele jeito.

— O que você tá olhando? - voltei para a tigela descartável de macarrão em meu colo. 

— Nada, na verdade eu procurava a sua ajuda. 

Minhas bochechas pioraram, o que ele quer? Eu acho que está cedo para declarações e eu ainda nem formulei a minha fala. Porra, será qual reação eu faço? 

— B-bem, que tipo de ajuda você procura? - disse colocando um garfo de macarrão na boca. 

— Gostaria de visitar Viktor e sei que você é o mais próximo dele entre os patinadores. 

Era isso? Viktor? Grrr! Bem, ao menos ele veio me procurar primeiro. 

— Claro, levarei você no hospital. - coloquei a tigela descartável no lixo depois de ter terminado.

— Mas antes… - bateu com o indicador no canto de sua boca. 

— O que? - perguntei quase como um sussurro tendo a certeza de que estava pedindo-me um beijo. 

— … limpe o rosto. 

O QUÊ? Merda isso foi pior do que ter pensado em beijá-lo! Bati em minha testa sentindo o choque da rejeição. Olhei na tela escura de meu celular e tinha molho por quase toda as minhas bochechas. 

— Esperarei lá fora. - saiu a passos calmos. 

— Espere! Eu não posso ir com você, seria melhor se eu te desse o endereço. - mordi o lábio em angústia.

Era impossível sair agora, Yakov quebraria todos os meus ossos. Eu tinha treino até as 19:00pm hoje, precisava pensar: eu fui a primeira em pessoa que Otabek pensou e Yakov sempre pensou primeiro em Lilia… é isso! 

— Oh, é mesmo. Então você me passa que eu aviso quando eu estiver lá e…

— Não! Eu lembrei que o velho me deu folga depois do almoço, estou liberado. - sorri disfarçadamente. O moreno olhou-me suspeito logo fazendo sinal para que eu o seguisse. 

Respirei em alívio, ou não, porque com certeza levaria bronca.

                                     

*

 

No hospital, entramos de óculos escuros e os maus olhos imediatamente foram direcionados para nós. 

— Oi, é Yuri Plisetsky. - baixei os óculos para a recepcionista e a mesma sorriu sem nem mesmo disfarçar.

— Mas é claro! Sabe o caminho. - piscou.

Pegamos o elevador para o andar de Viktor em silêncio. Observava a áurea ilegível de Otabek através do espelho ao nosso lado, não seria capaz de secar ele tão na cara-de-pau.

— Chegamos. 

Bati na porta ouvindo o barulho de um salto feminino aproximando-se. 

— Yuri e Otabek! - Hana abriu sorridente. — Por favor, entrem! 

Otabek passeava com os olhos pelo quarto procurando Viktor que não estava na cama. Hana disse que ele estava no meio de um exame e que mais uns minutos estaria de volta. 

— Como ele tem se saído? - perguntou Otabek em pé ao lado da persiana. 

Hana sentou-se na poltrona bege descansando as mãos em seu colo. 

— Viktor está muito melhor. Ele passou por um bocado de dificuldade até algumas semanas atrás. Seu físico ganhou mais peso e hoje já começa com atividades como ginástica. - terminou sorrindo. 

Se tem uma coisa de que Viktor odeia é ficar parado. Sempre que estávamos em semana de competição, ele ficava o tempo todo alongando-se. Os três minutos que ele esperava a comida aquecer no microondas, lá estava ele com uma perna apoiada no armário do eletrônico enquanto o seu tronco deitava sob a perna, fazia outras posições também. Não era de se esperar que ele fizesse isso enquanto está sendo supervisionado. 

— É até comum vindo de Viktor. - Altin riu. — Como patinador, se não podemos estar no gelo nessas condições, pelos menos manteremos a flexibilidade. 

— Não é verdade? - os dois riram.

Agora parando para pensar, eu sinto tanto a sua falta, velho Nikiforov, você é o único que eu podia contar sobre tudo, até de meus sentimentos. É uma pena que esteja enjaulado nessa droga de hospital com pessoas doentes que só te deixam pra baixo. Se eu tivesse a liberdade de te visitar todos os dias, acredite Viktor, eu viria e lhe traria as frutas que você mais gosta. 

Olhei para Otabek e sua expressão distraída ao conversar com mamãe é tão diferente da que ele costuma fazer. Seus lábios estão curvados em um pequeno sorriso encantador, as sobrancelhas tranquilhas e sua voz não é áspera, o que o deixa mais bonito… 

— YURI! - dei um pulo ao sentir mãos bater em minhas costas. A risada de Viktor dançou pelo quarto. — Olha só, você ficou corado! Que lindo! Queria te ver mais vezes assim. - apertou minhas bochechas. 

Afastei suas mãos de mim e ajeitei a jaqueta que usava. Sentia meu rosto em brasas. Olhei para Otabek e ele direcionava-me um sorriso do qual nunca vi antes. Os dentes perfeitamente alinhados e brancos, as maçãs de seu rosto coradas pela gargalhada que ele soltava… isso foi como levar um banho fervente. 

Meu celular tocou dando-me outro susto, olhei para sua tela vendo o nome de Yakov. Droga, ele me pegou. 

— Vou atender. - sorri e sai do quarto.

— Onde você está, Yuri!? - gritou e eu afastei o aparelho de meu ouvido.

— Escuta aqui velho, eu treinei desde cedo! Fiz o trabalho que Mila não fez e você me vem com essa? 

Já para o ginásio! - desligou. 

Eu não queria voltar, queria ficar e observar o sorriso de Otabek, porque ele não daria um daqueles tão cedo. 

— Aconteceu algo, Yuri? - Viktor perguntou assim que retornei ao quarto. Suspirei e guardei o celular. 

— Yakov está furioso porque Mila fugiu de novo e ele descobriu que eu também. - sorri fraco olhando para o pé de sua cama. 

— Mas você não disse que… - interrompi Otabek. 

— Eu já vou indo. Viktor, te ligo mais tarde. - bati a porta atrás de mim. 

Eu estava encrencado, não ligava a mínima para o que Yakov irá dizer quando me ver, provavelmente dirá que sou irresponsável como Mila e que saí para namorar. Que piada, namorar? Eu… eu bem que queria ter saído com Otabek para um passeio ou sei lá… 

Não era a primeira vez que parava no meio da calçada pensando no cazaque.

                                       

*

 

(KATSUKI)

Minha irmã, Mari, veio me visitar por alguns dias. Passei boa parte da manhã tendo que ouvir o quanto estava frio e que a primavera em Hasetsu era mais agradável, de fato, mas por essa primavera eu não abria mão. 

Mari teve uma menina com o cara que ela conheceu na faculdade. Estão casados e a pequena Kin veio logo em seguida, com os olhos de Mari e o cabelo castanho claro de seu pai. Antes de me mudar para a Rússia tive um pouco de dificuldade de desgrudar de Kin, ela adorava passar as tardes de domingo comigo, eu cantava para ela e um dia a prometi ensinar tocar piano, o que a fez jurar de mindinho. O tempo passou e mesmo assim, Kin continua a mesma garotinha doce de sempre. 

— Não vale, Yuu,  você sorriu primeiro! - denunciava minha derrota no jogo de quem riria primeiro. 

— Tudo bem, você venceu pela quinta vez, acho que sou ruim mesmo. - rimos. 

Mari chegou do supermercado pondo as compras em cima da mesa e ligando a televisão da sala. 

— Ainda não terminaram esse jogo? - perguntou desabando no sofá. 

— Yuu perdeu cinco vezes, mamãe! 

— É mesmo? Você é bem ruim, Yuuri. - ri de seu deboche. 

E quando eu finalmente estava extraindo Viktor de minha cabeça, as conspirações fazem ele retornar. Um programa de famosos falava sobre Leucemia e o principal assunto depois disso é claro que seria Viktor. 

— Isso é uma droga, ele é tão amado e tão talentoso… 

— Eu sei, ele está internado no hospital onde dou aula. - disse com o pensamento longe. 

Sonhei com o platinado umas dez vezes essa noite, coisa que nunca me aconteceu antes. Acordei com uma leve ansiedade e pensando nele. Como alguém pode te levar a loucura em uma semana? Ele é meu ídolo desde a infância e isso é tão… clichê. Eu só não quero ser aquele que o atormenta só para ter um autógrafo. Segurei-me até agora para não lhe encher de perguntas.

— O patinador gato?! Tá brincando? - Mari sentou ao meu lado e de Kin no carpete. 

— Sim, mas só não contem para ninguém, ele é supervisionado até pela polícia eu acho. Ninguém sabe que ele está lá. 

— Yuu, você já viu ele? - eu queria contar tanta coisa para elas, mas sei que pela segurança de Viktor eu devia ter cuidado. 

— Não, nunca. Eu dou aula para as crianças então não saio da sala.

Eu não queria mentir, seria formidável ver o divertimento estampado em seus rostos ao saber que Viktor Nikiforov assistiu uma de minhas aulas. E como eu queria sentir aquela sensação calorosa de novo… 

— Você lembra da vez que chorou porque não conseguiu um autógrafo dele? Mamãe teve que te acalmar por uma semana. - riu enquanto eu procurava um lugar para esconder meu rosto corado. 

Não é como se eu ainda quisesse o autógrafo, é claro que eu guardaria a sete chaves, mas ao estar perto dele naquelas vezes, não chegou nem perto do sentimento de ganhar uma assinatura sua. Sentir sua respiração bater na ponta de meu nariz, a palma de sua mão na minha quando o levei para dentro da sala ou quando ele quis dizer algo mas Yuko chegou bem na hora. É só fechar os olhos e os sentidos voltam numa facilidade absurda. 

Eu queria acreditar que é porque o admiro tanto, mas seu corpo aquece quando pensa em alguém especial? 


Notas Finais


De coração, eu espero que tenham gostado. Não foi pra lá de um cap. com revelações, mas as coisas estão andando.

Preciso de suas opiniões! Mandei qualquer dúvida, comentem o que acharam, eu adoro quando interagimos s2

Até o próximo ;*


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