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História Notas Para O Coração (Em correção) - Primeiras Notas: Parte 1


Escrita por: Hurted

Notas do Autor


Hey you!

Semana passada eu deixei de postar para postar "Simplesmente Acontece" e infelizmente eu estava com alguns problemas pessoais que desequilibraram a rotina da escrita. Senti-me péssima, mas consegui resolver e finalizar esse nono capitúlo *-*

Eu revisei ele apenas uma vez, então se tiver erros, por favor, relevem!

Tenham uma boa leitura :D

Capítulo 9 - Primeiras Notas: Parte 1


"Agora eu estou hipnotizado
Sim, eu me elevo a uma altura permanente
Oh, eu estou hipnotizado
Estava escuro, agora o sol nasceu."
(Hypnotised - Coldplay)

*

 

(VIKTOR) segunda-feira

Eu não aguentava mais um minuto esperando os resultados de meus exames. Se eu me saísse bem, ganharia alta e passaria os finais de semana em casa, na casa de mamãe para ser exato. O barulho da maquina gravando no papel os resultados deixava-me com mais falta de ar, o pior seria se eu passasse mal agora que tinha uma chance de sair do hospital por dois dias. Dr. Hans retirou os papeis e passou os olhos por toda a extensão do ofício branco, deu algumas revisadas e apontou os olhos para mamãe e eu. 

— Os remédios estão em dia, as faltas de ar são poucas… hum… a urina está melhor… os glóbulos diminuíram 10%. É, parece que tirará folgas do hospital, Sr. Nikiforov. 

Foi a melhor notícia que ouvi dentro desses dois meses. Quase pulei nos braços do Dr. Hans depois do largo sorriso que dei contagiando o velhinho baixinho. Como pude pensar em suicídio depois de tudo o que esse homem fez por mim? Nas primeiras noites que passei aqui, ele conversava comigo quando o sono abandonava-me. Eu chorava descontroladamente e ele apenas massageava meu pé por cima do cobertor. Eram seus pequenos atos que acalmavam-me. 

— O-obrigado, doutor. - agradeci em meio a um gaguejo que o fez cair na gargalhada. 

— Viktor, isso só se deve as suas ações, você cumpriu as terapias, tomou os remédios nos horários exatos. Não tem o que me agradecer, foi você mesmo que fez isso. - ele sorriu e guardou os resultados em uma pasta transparente. 

Mamãe alisou minhas costas e depositou um beijo no topo de minha cabeça. Agradeci novamente ao doutor mesmo ele insistindo, eu sabia que devia tudo a ele. Saímos do consultório rumando a meu quarto. 

— Amor, não é hoje que você se encontra com a Dra. Yume? - infelizmente sim, só de ouvir seu nome era como levar um banho de água fria. 

— Mãe? Eu poderia ir ao departamento de câncer infantil antes? Gostaria de contar a novidade para uma amiga. - ela parou fazendo uma careta. 

— Uma amiga? Bem… a consulta não é daqui meia hora? Certeza que não pode ir depois? 

— Não mãe, precisa ser agora, eu gostaria tanto de contar a ela! - segurei suas duas mãos empolgadamente. Mamãe pousou o indicador em seus lábios pensativa enquanto encarava minha face esperançosa.

— Tudo bem, mas não tente fugir! 

Não esperei mais um minuto e saí em disparada ao elevador. Depois de descer alguns andares, finalmente estava no departamento. Nunca havia pairado pelos corredores daqui. Diversos desenhos, fotos e frases motivadoras eram espalhadas por todas as paredes do corredor. Acho que é por esses motivos que Sofia é tão sábia. Parei em frente a um desenho de um homem, ele usava a mesma roupa de meu programa Stay Close To Me, o cabelo era semelhante ao meu e o cenário era o mesmo que de um ringue.

— Viktor! Precisa de algo? - essa voz. 

Virei-me para a direita encontrando a Dra. Nishigori, e outra vez a imagem daquele dia volta a minha mente, o que me faz lembrar que ela tinha algo "especial" para contar ao pianista em nosso último encontro.

— De quem é o desenho? - apontei mantendo os olhos na mesma que sorriu ao encarar a folha na parede. 

— É de Sofia, não é talentosa? O tema era desenhar sua maior inspiração e ela decidiu que a dela é você. - abraçou o próprio corpo.

Eu perco todos os sentidos quando ouço mais sobre aquela menina. Ela só pode ser um anjo. Eu sou sua inspiração? Ela é que é a minha filosofa favorita! Sinto um carinho enorme por essa garotinha que chega a ser difícil expressar-me. 

— E ela se encontra? 

— Felizmente não. Sofia não é internada aqui, suas consultas e atividades com o hospital são na terça e na quinta. Algum problema? 

Eu murchei imediatamente, agora que soube um pouco mais sobre ela, queria lhe contar um pouco mais sobre mim. 

— Não, apenas queria lhe dar uma notícia… Yuko? Por que está neste departamento agora? - suas bochechas coraram em menos de segundos fazendo-me ficar mais confuso ainda. 

— B-bem, os responsáveis pelo departamento quiseram fazer uma troca de urgência. Eu tentei ficar responsável por você, mas Hans não concordou e decidiu que Steve ficaria com o caso. Mas ele é um ótimo profissional! 

Enquanto ela não parava de falar sobre Steve, eu me senti voando para longe. Estava feliz de saber que Sofia não estava presa aqui dentro, mas triste em esperar até amanhã para vê-la. 

— … vocês se darão bem! 

Balancei a cabeça levemente voltando para o agora. Yuko sorria ainda corada, algo ela escondia de mim.

— Preciso encontrar-me com Yume, nos vemos outra hora. 

— Oh, é claro! Cuide-se. - deu um beijo em minha bochecha. 

Eu nunca fiz o tipo de sentir raiva das pessoas por pouco, mas Yuko fazia-me entrar em estado de ebulição. Seu rubor quando toco em "tais" assuntos despertam um calor interno extremamente desconfortável, e na maioria das vezes lembro de um certo pianista. 

Por falar nele… gostaria de vê-lo antes de eu ir para casa. 

— Onde você vai, meu querido Niki? 

Droga, perdido em pensamentos outra vez, não notei que estava caminhando pelo corredor da Yume. Mas tudo bem, preciso relaxar para que tudo ocorra bem em casa. Dei meia volta encontrando a loura esperando-me com a porta aberta. 

— Eu juro que não estava fugindo. - falei em meio a risos. 

— Oh, sim, como se Viktor fugiria de sua melhor amiga, não é mesmo? 

Conversamos sobre o cotidiano. Agora que eu podia alongar-me no hospital, comentei sobre o que fazia na ginástica e que infelizmente não podia fazer passos de ballet, pois são arriscados demais e meus músculos estão em andamento ainda. Falamos de sua vida e como seu filho está se dando em na Austrália. Ele é médico cirurgião e Yume trata disso com maior orgulho. 

O que me faz pensar se sou o orgulho de minha mãe também.

O que papai faria se estivesse vivo? 

Depois de uma hora e meia de conversa, encontrei mamãe em meu quarto bebericando algo enquanto olhava televisão. Almoçamos e então resolvi tirar um cochilo de duas horas, pois mais tarde teria ginástica. 

 

(KATSUKI) terça-feira

— Eu estou indo para o trabalho, vocês ficarão bem? - perguntei para Mari e Kin que tomavam o café da manhã. 

— Claro! Podemos ir ao shopping depois que voltar? Preciso comprar as lembrancinhas. - riu de Kin que fez uma careta alegre. 

— Sem problemas, nos encontramos em frente ao hospital, pode ser? - disse massageando as temporas.

— Ótimo! Tenha  um bom dia, Yuuri. 

— Tenha um bom dia, tio Yuu! 

Despedi-me das duas com um beijo a distância. 

Dirigi para o hospital lembrando da péssima noite que tive. O sono abandonou-me e só conseguiria dormir se tocasse um pouco, foi então que encontrei Mari e Kin na sala ainda acordadas. O que foi ótimo. Pressionei as teclas iniciando a melodia sem nome, a qual deixava-me horas com o pensamento vago, boiando sobre diversos nomes que tentei pôr para aquela música, e nada encaixava-se.

Ao chegar no hospital, peguei o elevador para a sala de música para mais um dia de aula. Como estava cedo demais, eu teria tempo de sobra para preparar uma aula de violão. Talvez nos últimos minutos fizéssemos um coral, seria bem divertido… Sofia puxaria, sua voz é bastante potente e ela conhece o inglês de trás para frente. 

As portas abriram-se no corredor da sala de aula e jurei ouvir sons de piano. Eu não podia estar enlouquecendo! Aquela música sem nome estava assombrando-me? Então é de plena urgência que ela quer um nome, se eu fosse uma também desejaria. 

Outra vez… ré e mi. 

Pus a mão no bolso de minha jaqueta e não senti nenhuma chave. Parei no meio do corredor para vasculhar minha mochila a procura da chave da sala. Infelizmente nada. 

Será Yuko no piano? Minhas chaves devem ter ficado com ela, ou se perdi devo pedir por outra logo! 

Eu só podia estar sonhando…

Da porta, encontrei Viktor sentado de frente para o piano com a cabeça baixa. Ele mantinha o semblante distraído enquanto pressionava algumas teclas por vez. 

A imagem de um anjo. Eu queria passar o dia inteiro observando-o tocas as teclas com inexperiência músical. Observando a franja platinada cobrindo o lado esquerdo de seu rosto levemente corado. Não podia ver seus olhos, mas imaginava as íris azuis direcionadas as notas. 

Tão… lindo.

Viktor levantou o rosto lentamente assustando-se em seguida ao me ver parado do outro lado do vidro. Corou, e como corou! Mordeu os lábios numa violência capaz de machuca-los. Empurrei a porta vendo o russo levantar-se do banco. 

— E-eu… eu procurava pela Sofia... mas a-aula não havia começado e-e… - baixou a face novamente. — Droga… - sussurrou. 

Eu estava tão encantado vendo ele aqui corado tentando achar as palavras para explicar a invasão na sala. Pus a mão em seu braço a fim de acalma-lo, o que só o fez corar mais. 

— Está tudo bem, Viktor. Eu tenho culpa nisso também, esqueci as chaves. - sorri para ele. 

Direcionou os olhos azuis para mim inseguro. Viktor não fazia ideia de como isso me afetava. 

— Mas fiquei feliz de te ver aqui. 

Fixos os olhos em mim e durante uns cinco minutos ficamos assim. Passei pelo seu rosto porcelanato russo, gravando cada imperfeição. Em derrota não encontrei nada, só mais traços dos quais torturarão-me a noite. 

— Ai… me desculpe! Eu não estou no meu melhor dia. Tive uma noite difícil e ainda tenho que levar minha irmã e minha sobrinha ao shopping depois da aula.. 

— Você tem família aqui? - eu havia esquecido do quão linda é sua voz.

Parei de arrumar as partituras e instrumentos ao ouvir sua questão. Encarei-o e o russo rapidamente desviou o olhar para o lado. Se eu o conhecesse, diria que estaria escondendo o interesse. 

— Na verdade não. Minha família mora em Hasetsu, no Japão. Mari e minha sobrinha Kin estão me visitando alguns dias. - assim que respondi, Viktor caminhou até a janela ao lado esquerdo do piano. 

Manteve silêncio enquanto observava o pouco de sol que havia lá fora. 

Eu queria fazer ele falar mais, Viktor mantem uma certa distância de mim toca vez que estamos num mesmo ambiente. E se eu tentasse tocar para ele? E se Viktor quisesse tocar? Precisava arriscar qualquer tipo de contato. 

— Você aceita tocar piano? - minha pergunta estupidamente repentina o fez corar ainda olhando pela janela. — Se quiser… eu posso te ensinar as notas básicas do piano. Eu juro que são fáceis! - brinquei tentando espantar meu nervosismo para que não o assusta-lo. 

Um sorriso nascia lentamente em seus lábios acelerando ainda mais meu coração já espancado por ele. Como pode ter tanto controle de mim? 

— Tudo bem.. deixe-me ver… sente-se aqui. - apontei para o banco enquanto o russo aproximava-se devagar. 

Sentei ao seu lado e expliquei antes dele tocar as primeiras notas. 

— Essa mão você põe aqui… - meu toque só piorava as coisas. Viktor dava leve saltos quando entravamos em contato físico. — … e essa aqui, está bem? Sempre começaremos por elas, okay? - ele assentiu tímido. — Pressione. 

A nota saiu meio "atrapalhada" fazendo-o dar uma risada nasal. Nos olhamos como se estivéssemos entrando um no território do outro,  calmo e sem movimentos bruscos. Ensinei mais uma vez e ele conseguiu chegar a nota perfeita. Depois de conseguirmos basicamente toda ela, quis tocar junto dele. 

— Vamos fazer algo diferente? - ele franziu o cenho. — Eu faço isso com os meus alunos: você vai tocar e eu apenas estarei com minhas mão em cima das suas como auxilio. Mas é claro que eu tocarei, você só irá repetir o que eu fizer, tudo bem? 

— Tudo bem. - um sorriso confiante abriu em seu rosto. 

Pus minhas mãos em cima das suas e direcionei meus dedos nas respectivas teclas e Viktor os acompanhava. Ele era mais rápido que as crianças por ter os dedos maiores, até maiores que os meus. As notas eram tocadas pouco lentas, mas ainda assim a melodia corria numa eletricidade perfeita na sala. Viktor sorria para as teclas de uma maneira que não sairia mais de minha cabeça, mas era tão bom o ver interagindo sem toda aquela barreira. Era o que eu mais desejei desde que o conheci aqui neste hospital.

Finalizamos a melodia rindo das falhas que ele cometeu ao longo das notas. Sua gargalhada sem preocupações só alimentava esse sentimento desconhecido dentro de mim.

— Eu acho que não sirvo para ser músico. - riu.

— Você foi ótimo! As falhas fazem parte, eu, inclusive, era horrível na patinação com seis anos…

— Você patina?! - agarrou meu braço fazendo nossas faces ficarem perto o suficiente para eu sentir o cheiro floral de seus fios platinados. 

A sensação era de estar caindo em um delicioso sono profundo desejando nunca acordar sentindo a leve pressão de seus dedos em meu antebraço. Devagar, seus olhos desceram parando em minha boca. 

Meu coração estava acelerando mais… mais…

Observei seus olhos por mais um tempo até o olhar para seus lábios também. 

Finos e rosados…

— Bom dia, Yuuri! Eu… - Sofia.

Viktor deu um pulo no banco ao ver Sofia parada no arco da porta. 

— Sofia! - eu 

— Sofia. - Viktor sussurrou. 

Ela caminhou em nossa direção a passos lentos. Revezava olhares para mim e para Viktor e quando parou no meio da sala mordeu os lábios dando a entender que escondia um sorriso. 

— Peço desculpas, mas… - olhou para Viktor fazendo-me o olhar também, ele estava completamente vermelho. — Tenho um exame marcado no mesmo horário da aula, você poderia me esperar? - dava pequenas olhadas em Viktor que estava com a mão tapando a boca olhando para o chão.

— Mas é claro, eu estarei aqui. - sorri.

— Obrigada. Eu queria mesmo ficar na aula, mas não tinha outro horário para o exame. 

— Sem problemas, eu lhe espero aqui. 

Assentiu dando uma última olhada em Viktor e logo saindo. 

Encarei o piano por alguns minutos até ouvir Viktor:  

— B-bem.. o-obrigada pela aula… hãn.. - tentava não fazer contato. — Te vejo na quinta? 

Mordia o lábios bruscamente como antes, deixando a carne quase da cor do sangue. Queria fazer ele ficar, mas não podia forçá-lo só porque era a minha vontade. Diferente da vontade que estava agora a pouco…

— Sim… nos vemos na quinta. - sorri sentindo meu rosto aquecer com seu sorriso largo. 

Sussurrou um "tchau" e saiu da sala levando consigo meus pulmões. 

Tapei meu rosto envergonhado enquanto a retrospectiva rodava viva em minha mente. 

Nós quase nos beijamos…

(SOFIA IVANOV) 

— Mas o que foi aquilo? Você é péssimo escondendo as coisas. - ri da cara vermelha de Viktor. 

O patinador me puxou de leve até o elevador apertando para um andar que julguei que fosse o de seu quarto. 

— Eu tenho tanto pra lhe contar… - passava a mãos nos cabelos com de olhos fechados. 

Se eu cheguei e os dois estavam bastante próximos, imaginava o que aconteceria depois.

— Você está bem? Parece respirar com dificuldade. - perguntei segurando seu braço. 

Viktor sorriu travesso.

— Só estou feliz​


Notas Finais


Obrigada por chegarem até aqui :D estou com duas fics para fazer, sendo uma um desafio e a outra uma Otayuri inspirada numa história real ;)

Digam-me o que acharam dessa máxima aproximação de rostos corados! E como viram, terá uma parte dois! E Sofia liderará tudo *faz pose*

Até o próximo ;*


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