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História Note To Self. - Yuri's Note.


Escrita por: GorjessSpazzer e Lobertor

Notas do Autor


Talvez a escrita aqui pareça um pouco diferente. Não tanto, porque passou por minhas mãos por último, mas eu não alterei as palavras, pois não queria distorções. Não lembro quem deu a ideia, mas eu incentivei, e moza1 escreveu mais duas mil palavras para nós. Obrigada <3
Ver o que se passava pela cabeça da Yuri foi novidade para mim também.

Capítulo 7 - Yuri's Note.


Fanfic / Fanfiction Note To Self. - Yuri's Note.

Já se passava das duas da manhã e eu ainda não havia conseguido dormir. Estava rolando de um lado para o outro da cama sem conseguir fechar os olhos e sossegar por motivos de uma amiga, nem tão amiga assim, que me perturbava. É, a insônia tinha resolvido dar o ar da graça, mas ela não era a única culpada. Descargas de ansiedade estavam correndo pelo meu corpo. Motivo? Jessica Jung.

Ela não saía nem se quer um momento dos meus pensamentos, fosse pela risada engraçada, a forma como ela ajeitava o seu cabelo - era tão fofo - ou o jeito de como ela revirava os olhos com as melosidades da Sunny. Eu podia listar mais zilhões de fatos aleatórios, mas iria parecer um tanto quanto louca apaixonada de mais para o meu gosto. Não que eu não fosse, porém, me afirmar do contrário ajudava a me sentir menos trouxa pela Jung.

Pego meu celular em um sinal de desistência na árdua tarefa que estava sendo tentar dormir. Apenas clico no botão central para conferir as horas e agora já eram três e oito da manhã.  “Ótimo”. Resmungo e saio da cama rumo a cozinha da casa. Abro a porta do meu quarto cuidadosamente e coloco apenas a cabeça para fora, conferindo se a porta do quarto dos meus pais, que era ao lado do meu, estava fechada. Assim que constato isso, desço silenciosamente pelas escadas chegando, mais demoradamente que o normal por não querer fazer barulho, no primeiro andar. Ligo a máquina do café e pego a capsula de café com leite em uma das caixinhas sob a bancada de mármore. Espero por algum tempo até que a luz se tornasse verde e então eu pudesse ligar a máquina para o café sair. Enquanto ouvia o barulho do liquido caindo sob a caneca, que eu havia deixado sob o suporte, procurava pelos armários algo para um lanchinho noturno, dando sorte ao encontrar meu wafer favorito, o de cookies. Com um pote cheio de wafer em uma das mãos e o café já adocicado na outra, retorno para o meu quarto, pulando os degraus da escada de dois em dois pelo simples motivo de que de noite a parte da escadaria ficava assustadoramente macabra e eu sentia como se a algum espirito fosse me puxar escada a baixo. Tudo culpa de um programa brasileiro que vi uma vez, chamado “Lendas Urbanas”.

Com o pote e caneca sobre o criado mudo, ao lado de minha cama, pego meu celular e fico olhando todas as atualizações que estavam sobre a tela. Eu sabia que nenhuma delas seria de Jessica, pois seus pais tinham um chato habito de desligar a internet depois da meia noite. Fui para o grupo do almoço que Tiffany tinha criado e fico apenas lendo as mensagens, que não paravam de chegar, pois, ao contrário da Sica, a Soo, Sunny e a Peppa não paravam de tagarelar por um segundo no grupo. O assunto da vez era mais uma das festas que a Tiffany havia nos levado na sexta. Tomo um gole do café, fazendo uma careta ao queimar a língua. Coloco um wafer em minha boca logo em seguida, como se de alguma forma fosse ajudar. Franzo a testa ao ver a Fany falando aleatoriamente meu nome no meio da conversa e então a Sooyoung emendando atrás ao mandar “Yuri-ah, não precisa só falar quando sua namoradinha está online”. Maldito visualizador de mensagens do Whats App.

“Idiotas, eu não falo só quando ela está online também.”

Tomo outro gole do café enquanto lia um “não” bem exagerado e sarcástico.

“Larga a mão de ser trouxa, trouxa, nois já te sacamo faz tempo.”

Tiffany apenas mandou uma mensagem falando “Rt, Yulsic is real <3”.

“Vocês são muito chatas e,e”

Me limito a responder antes de bloquear a tela do celular e acabar com o que restava do café e wafers. Meu celular não parava de vibrar sobre minha coxa, ao mesmo tempo em que uma luzinha rosa, coisa da Tiff, piscava avisando que era uma mensagem sua.

“Yul, tá chateada?

Não precisa ficar chateada com a verdade.“

Emojis de risada.

“Depois daquele beijo, que mais parecia que vocês estavam se engolindo, na última festa que todas foram, não tem como negar u.u”

 Mando um educado emoji mostrando o dedo do meio para ela antes de responder, suspirando ao digitar.

“Iaaaah, não fala assim. Foi um beijo normal só. Você sabe que eu gosto dela desde que você me apresentou ela no refeitório...”

Bloqueio a tela do celular e encosto minha cabeça contra a parede em minhas costas, suspirando ao olhar para o teto. Era a primeira vez que eu estava admitindo isso para alguma das meninas e era um tanto quanto vergonhoso, não sei definir. Não tinha dado nem um minuto e o celular já estava a vibrar novamente sobre minhas pernas.

“HAAAAAAAAA! Eu sabia, meu yulsic é real, viado \o/ Ai que lindo, eu que criei, sou a melhor cupido.”

Rio para tela por conta da reação exagerada da mais velha.

“Você não pode contar isso para ela...”

Mordo de leve o lábio ao enviar a mensagem.

“Por que não, babo?”

 “Porque não. Fany-ah, aquilo deve ter sido apenas pelo álcool e pelo momento... Não teria como a Sica gostar de mim também e,e”

Era simplesmente inexistente a hipótese de que a Jung correspondesse meus sentimentos. Ela não era do tipo que demonstrava muito afeto então ficava bem difícil detectar algo que superasse a linha “temos uma ótima amizade, apenas” e eu tinha tentado inúmeras vezes puxar algum assunto sobre relacionamentos, tipo ideal, soltando uma indireta ou outra mas a mesma só ria e fazia graça.  Para mim, isso era claramente uma friendzone.

“Deixe de ser boba, é claro que ela gosta de você, Yul u.u A Jessica não sai ficando com qualquer uma u.u”

 Mesmo sabendo que as duas já tinham um tempo de amizade significativo que era o qual uma sabe tudo da outra, eu, ainda assim, não concordava com a Tiffany. Não que achasse que a Sica ficasse com todos por aí, porém, a ideia de que foi a bebida e o momento prevalecia em minha cabeça.

“Fany-ah, não tem como kkk eu sou apenas uma pirralha que lê e gosta das fics dela, além de amiga, claro. Ela não vai gostar de alguém tão imatura quanto eu e,e”.

Por mais que eu tentasse, apenas argumentos que justificavam a mais velha não gostar de mim apareciam em minha cabeça.

“Para de falar bobagens, Yuri. A Jessica nem liga para isso.”

Nego com a cabeça para sua insistência.

“Ela nem falou nada naquele dia que a Sunny me beijou na piscina... Ela teria falado ou agido de alguma maneira diferente, caso ligasse. Sem contar que ela parece mais suscetível às brincadeiras melosas da Sooyoung do que quando brinco jogando aquela indiretinha básica.”

“Yuri, Yuri, Yuri... você não sabe o quanto ela reclamou no carro.”

 Reclamou? Sinto uma palpitação em meu peito.

“Ela apenas pode ter reclamado porque a Sunny tá querendo a Soo também.”

E lá vou eu criar mais uma hipótese para eliminar minhas próprias chances.

“Tiffany, pelo amor do rosa, não menciona nada dessa conversa para Sica, está bem? Eu vou tentar ir dormir agora, boa noite ‘3’”.

Espero ela confirmar que ficaria de bico calado e então deixo o celular sobre o criado mudo e me deito, tentando novamente pegar no sono.

 ...           

Devia ser por volta de umas três horas da tarde de domingo quando eu estava na companhia da Nari, uma amiga de infância que eu conhecia desde o primário, o que dava mais ou menos uns onze ou doze anos de amizade. Mas não que as coisas entre nós sempre foram lindas e belas, muito pelo contrário... Digamos que até finalmente entrar no ensino médio eu era um completo demônio, sem exagero. Sabe aquele aluno chato que faz bullying com qualquer um mais “diferente” e que tacava o terror correndo e brincando de lutinha pela escola? Era eu. Acontece que eu tinha basicamente uma carteirinha “semana na diretoria” de tantas vezes que eu passava por lá. Não me recordo ao certo o que de fato me aproximou da Nari no ensino médio, mas talvez o fato dela ser a única pessoa que eu conhecia no novo colégio, e por nos sentarmos próximas, influenciou significativamente. E como agora eu já não era tão pirralha e baderneira como antes, foi o suficiente para Nari simplesmente não me ignorar.

Agora eu estava contando para ela como estava sendo o curso de Design e como tinha valido a pena todo o tempo que me matei de estudar no último ano do colégio. A sensação de passar no curso desejado fazia com que as crises de identidade e horas de sono perdidas valessem a pena. Em contrapartida, ela me contava tudo sobre o seu curso, Psicologia, até que ela menciona ter ficado em primeiro nas notas gerais da classe e eu acabo a interrompendo com uma risada curta e um sorriso ao falar.

- É, tem coisas que nunca mudam. Uma vez nerd, sempre nerd. – Faço um “L” com os dedos e levo até minha testa só para provocá-la.

- Ai, cala a boca, Yul, idiota. – Ela reclama rindo ao revirar os olhos. Tá aí uma mania dela que eu acho engraçada e gosto de ver ela fazendo. É tão “para de falar idiotice”, mas ao mesmo tempo tão fofa.

- Não tá mais aqui quem falou, CDF. – Levanto minhas mãos em sinal de desistência da implicância. – Mas e aí, migs, algum boy magia novo ou ainda tá naquele idiota que você conheceu no lol? – Há alguns anos ela gostavam muito de um menino que conheceu jogando League of Legends. Eles até tiveram um rolo, mas o garoto conseguiu ser tão possessivo que ele ficava com ciúmes até de mim.

- Sem boys, não preciso de boy na vida, sou uma mulher independente, segura de si, consigo abrir pote de conserva sozinha. - Ela ri ao falar. – Mas e você, miga? Ainda trouxa pela... Pela... – É, ela não lembrava o nome.

- Jessica. – Rio ao responder.

– Isso! Ainda trouxa por ela? – Aceno positivamente com a cabeça. – Ai, que orgulho, não ficou igual a Sulli pegando geral e gente esquisita quando entrou para faculdade. - Ela fala como se isso fosse um feito maravilhoso enquanto me abraçava e apertava minhas bochechas.

– Eu não ia sair pegando todas como a Sulli, você sabe que só consigo ficar com alguém quando gosto da pessoa, se não eu fico travada, com vergonha. – A menos que eu esteja sobre efeito de álcool, concluo mentalmente. Acontece que a Sulli também é uma velha amiga do primário que ainda está na sua fase adolescente rebelde sem causa e, bom... Ela virou um caso perdido mesmo.

- Eu que criei. – Sorriu como se estivesse orgulhosa da minha resposta. – Mas então, você acha que foi só um beijo e nunca mais, como foi com a Hyuna no colegial, ou você vai tentar algo a mais com ela? Um relacionamento sério, talvez... Levar ela pra cama, quem sabe. – ela me lançou um sorriso malicioso que me fez corar e dar um tapa fraco em seu braço.

–Yah! Eu não vou levar ela pra cama... Só se ela quiser. – Acabo rindo junto com ela. – Mas é, não sei muito bem o que fazer. Na verdade, acho que ela nem gosta de mim. Ela é mais velha e tals, não ia querer uma pirralha como eu. Sem contar que você é a única pessoa que me aguenta por tanto tempo. – Faço um coraçãozinho com as mãos para ela.

- Não seja idiota, Yul, tenta falar sobre ela com isso, vai jogando umas indiretas, sei lá.

- Irei esperar um pouco para ter certeza se ela pelo menos tem interesse mesmo em mim e então eu tento algo, juro. Agora seja uma boa maknae e busca um sorvete para sua unnie. – Já começo a rir antes mesmo que ela xingasse, e sim, ela ia xingar.

– Unnie o seu cu. – Ela odiava quando eu falava que ela devia me chamar de unnie por eu ser quatro dias mais velha que ela, e eu? Bem, eu me matava de rir todas as vezes. - Olha, se a Jessica gostar de ti eu tenho é pena dela, você é insuportável. – Mesmo reclamando, ela se distancia para buscar os sorvetes.

– Sou insuportável, mas você me acha amorzinho e me ama mesmo assim! – Praticamente berro para que ela me escutasse e, por consequência, todos que estavam na praça de alimentação escutaram também.

Pego meu celular para ver se tinha alguma mensagem, enquanto eu esperava a Nari voltar, e sorrio bobamente para tela ao ver o contato da Jessica entre os chats do Whats. É, talvez eu não estivesse apenas “trouxa pela Jessica”, eu estava no mínimo apaixonada, para não dizer amando a garota que a conhecia há pouco mais de um mês. Isso me soa muito estranho... Devo dizer que nunca acreditei que desse para gostar de alguém assim, do nada, e que essas baboseiras de amor fossem apenas coisas criadas pela nossa sociedade, que sempre impõe que, para estarmos felizes, temos que encontrar nossa outra metade. Bem, eu não sou nenhuma metade, mas talvez ela possa ser meu complemento. 


Notas Finais


Ela disse que seria o melhor capítulo e eu apenas concordo. Não sei quanto a vocês, mas eu achei muito bonitinho aspaksapsk
Adeus, até mês que vem.


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