Alguns dias foram se passando, BaekHyun tentava aos poucos voltar ao seu normal, conversava com Juniper, passava algumas horas com seus amigos e se entregava à música mais do que nunca. Nos dois meses que se seguiram após sua volta de Londres, começou a estudar piano, e agora queria puxar aulas de violão. Além de ter uma das vozes mais bonitas do seu período, tinha grande facilidade em aprender coisas novas.
Nesse meio tempo, se aproximou muito de Suho. Contou-lhe sobre seu trauma, sobre o gatilho que foi despertado no acidente em Londres. Myeon o indicou um psicólogo, que havia se formado há pouco tempo e estava trabalhando voluntariamente ali mesmo no campus. Mas BaekHyun não conseguia confiar em alguém tão facilmente. No fim, era no colo de Suho que soltava suas palavras, e aos poucos se sentia melhor.
BaekHyun estava no campus, tocando piano em uma sala isolada, apenas pra passar o tempo já que teria uma hora até a próxima aula.
-Fazendo o que aí sozinho, criatura?
-Umin-hyung! - o mais novo abrsalvei..sorriso - como sabia que eu tava aqui?
-Soo me falou. O que estava tocando?
-Tava só improvisando, sabe que compor não é minha área - o mais novo riu irônico.
-Sim, o escritor da família era eu, exatamente por isso escolhi fazer Letras.
-Literatura inglesa é a sua cara mesmo - respondeu o mais novo - que papel é esse aí?
-Um poema que eu tive que escrever na última aula... Eu pensei em entregar pro Chen, o que acha? - o mais velho entregou a folha para o primo, que começou a ler atentamente as palavras.
-"Peter Pan", que fofinho.
-Você acha que ele vai gostar?
-Ele vai amar, hyung. Por que não entrega no aniversário dele?
-Não sei... Acho que está muito simples...
-Tive uma ideia - disse BaekHyun - hmmm o piano não seria a melhor opção aqui... - continuou, pensativo.
-O que tá pensando? Vai transformar isso em música?
-Exatamente! Já pensei numa montagem no teclado, passa lá em casa pra gente ensaiar.
-Você tem certeza?
-Confia em mim... Ele vai amar.
-Mas... Eu tenho vergonha de cantar...
-Eu trabalho com isso. Temos uma semana e meia pra você soltar essa voz linda. Agora vamos, porque acho que minha aula começa já já.
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"Seu Peter Pan
depois de te deixar fica um pouco solitário
Retorna para nossa Terra do Nunca
Nossas memórias ainda estão aqui
Nós encaramos dentro dos olhos um do outro
nossos sorrisos ainda estão aqui
Eu vou ser para sempre o seu Peter Pan
eu ainda estou antecipado no tempo
Passando através das nuvens
voando pelo mar das memórias
Para ir ver o amor insubstituível"
Juniper assistia ao vídeo enviado pelo amigo, Xiumin perdia a vergonha e soltava sua voz, Chen se emocionava, sendo aparado por Suho e BaekHyun fazia suas brincadeiras no teclado, sua montagem realmente havia encaixado muito bem nas palavras de seu primo.
-Aaaaaaawwwnnn que coisa mais linda - Juniper exclamava do outro lado da tela - esses dois são uns amores mesmo!
-Eu sabia que você ia gostar de ver, fiz questão que o Soo filmasse a música inteira pra te mostrar - disse BaekHyun - a propósito, o Chen mandou um abraço e agradeceu pela mensagem de aniversário, aliás você sabe que meus amigos te amam né - o maior riu.
-Bom que quando eu for pra Coréia eu já tenho muito boa companhia - disse a jovem - dois chineses, um bolinho de baunilha, um boquinha de gato, um psicólogo e um ótimo cozinheiro, já quero - completou rindo.
-Por falar em vir pra Coréia... - o mais velho assumiu um tom sério - como ele está?
-Agindo como um hétero - Juniper também respondeu mais séria - quando eu tento cumprimentar ele sempre tem alguém por perto, depois os pais dele chegam e aí mesmo que eu não consigo nem chegar perto. Mas eu sei que ele está triste. Uma vez o vi sair chorando do banheiro masculino.
-Nossa...
-Você precisa voltar, Baek. Eu sei que ele sente sua falta! Você precisa voltar pra ele lembrar que o amor de vocês...
-Que meu amor fez mal à ele?
-Que seu amor é a coisa mais preciosa que vocês tem - completou a menor - eu aposto que se ele te ver, ele vai lembrar dos meses que tivemos juntos, ele vai saber que na verdade você não o largou como os pais dele dizem.
-Ele vai lembrar que eu fui um idiota e não o salvei.
-Para com isso, por favor. Se for assim, eu também sou idiota, eu também fiquei parada lá...
-Você não entende, Jun... - o maior suspirou - esquece. É melhor assim. Ele está bem, está saudável, isso que importa.
-Mas ele está sem o amor dele - Juniper secou uma lágrima discretamente - eu tenho que ir, ok?
-Tudo bem... Boa noite Jun.
-Boa tarde Baek - a garota riu com a comparação dos dois horários - tchauzinho - acenou.
webcam off
-BYUN BAEKHYUN! - Kyungsoo entrava no quarto - devolve meu chapéu coco.
-Aish, eu ia usar ele no shopping amanhã - o mais velho fazia bico.
-Então por que simplesmente não pediu?
-Porque não teria graça - o maior debochou - mas ok, pode pegar aí no armário.
Kyungsoo abriu o armário do maior, pegando o que lhe pertencia, olhando de lado para o mesmo. Já estava mais do que acostumado a ser roubado pelo próprio irmão.
-Falando no rolê de amanhã, quero sua calça vinho emprestada.
-Por que?
-Porque combina com minha camisa nova e eu sei que você vai usar minha calça preta.
-Como sabe que eu pretendia usar sua calça?
-Estava do lado do chapéu - Kyungsoo riu, sendo acompanhado pelo irmão - mas sério, posso pegar a calça?
-Na real ela deve estar perdida por aí, eu não uso desde que voltei de Londres, se tiver paciência de procurar...
-Hmmm dessa vez eu acho que passo, não estou disposto a encarar sua bagunça.
Os dois irmãos se implicaram um pouco, até Kyungsoo resolver ir para seu quarto se recolher e deixar BaekHyun ouvindo suas músicas até pegar no sono.
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Londres - mesmo dia
-Já acabou aí, filha? - a mãe de Juniper aparecia na porta do quarto enquanto a mesma desligava o computador.
-Já sim, mãe, vamos - a garota colocava um cardigã branco sobre a roupa que usava - cadê meu irmão?
-Ele vai nos encontrar lá. Você está bem, anjinho? Parece chateada...
-Nada demais - mentiu.
-É sobre o Chanyeol, acertei? Ele não se lembra mais de você?
-Antes fosse só isso, mãe. Vamos logo.
Ao chegarem na igreja, a mãe de Juniper se sentou com suas amigas enquanto a jovem foi sentar-se junto aos jovens. Cumprimentou os poucos colegas que tinha, logo depois o pastor chegava e as luzes diminuíam, indicando o início do culto. Estava concentrada na oração inicial, mas sentiu alguém sentando-se ao seu lado. Quando abriu os olhos e olhou, reconheceu de cara aquela pessoa bem alta e com enormes orelhas saltando entre os cabelos negros.
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