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História Notice me! - A única opção


Escrita por: T0ki

Capítulo 35 - A única opção


Meu avô dormia profundamente, ele deve ter tomado algum remédio para isso, o silêncio no quarto e o cheiro parecido com um quarto de hospital estava me deixando inquieto e entediado. Aproveitei que não fazia nada de qualquer forma e fui bem rápido até meu quarto verificar se o celular estava carregado o suficiente para pelo menos enviar uma mensagem para o Renka. Fazia poucas horas que havíamos nos despedido e eu já estava com saudade de está perto dele. Não demorei muito, tirei o celular do carregador e voltei rapidamente para o quarto antes que minha avó aparecesse e percebesse que deixei meu avô sozinho. Quando liguei o celular, vários avisos de chamadas perdidas apareceram, todas elas do Renka. Ele devia estar preocupado por não ter dado noticia assim quando cheguei, como prometi. Mandei uma mensagem curta informando que estava bem e me encontrava no momento tomando conta do meu avô que dormia.  

Ele não demorou muito para me responder, acho que estava com o celular em mãos esperando minha mensagem, me perguntou se estava tudo bem, respondi que sim, que a viagem tinha sido tranquila, porém, gastei toda a bateria ouvindo música e quando cheguei em casa o celular estava descarregado, me obrigando a carregá-lo novamente antes de enviar a mensagem.  

"Seu avô falou com você alguma coisa?" 

Não entendi aquela pergunta de repente, então reforcei que ele estava dormindo desde o momento que cheguei.  

"Aproveite que ele está dormindo e vá para a minha casa, leve suas coisas." 

O Renka só podia está brincando, eu mal cheguei na casa dos meus avós e ele queria que eu fosse para sua casa? Sendo que ele nem ao menos estaria lá, estava ficando curioso com seu pedido, então mandei uma mensagem perguntando o porquê.  

" Por favor, faça o que eu digo depois te explico." 

O que ele não poderia me dizer naquele momento? Estava começando a ficar preocupado, será possível que ele tenha desistindo de ficar comigo depois que eu fui embora? Eu não quero imaginar isso, chega a doer meu coração somente cogitar o Renka me odiando de novo. Eu falei sério quando eu disse que queria seguir em frente com ele.  

" Renka, eu não posso sair agora assim de repente. Acabei de chegar e vim para cá por conta da saúde do meu avô. Aconteceu alguma coisa? " 

Ele mandou um ícone de uma  carinha triste e disse: " A Meiku está aqui no meu apartamento". 

Fiquei em choque quando li aquela frase, o que ela queria no apartamento dele uma horas dessas? Me veio a cabeça o que a Olivia tinha me dito quando cheguei, que ela avisou que talvez não dormisse em casa hoje. Será que ela planejou tudo? Por que ela estava fazendo isso comigo? Ela sabia que eu estava voltando hoje, para piorar  o Toxic não está em casa também, eles ficarão sozinhos.Temo o que pode acontecer. O Renka já saiu com muitas garotas e não tem discriminação de sexo, será que ele é capaz de ceder aos encantos dela? Balancei a cabeça inúmeras vezes para remover aqueles pensamentos ruins. Confio no Renka, ele me pareceu sincero ao dizer que me amava hoje cedo, até ficou corado como nunca o vi antes, além disso, essa nossa história não é algo que aconteceu de um dia para o outro, se ele não desistiu de mim antes, tenho que ser confiante que não fará isso agora. Ainda assim... Eu fico preocupado com a Meiku.  

Mandei uma mensagem para ele perguntando o que ela estava fazendo em seu apartamento e,  se ele tinha a intenção de deixá-la dormir com ele.

"Não se preocupe com isso, ela é o menor de nossos problemas. Seu avô sabe sobre nós dois, estou preocupado que ele diga algo que te ofenda e você fique triste." 

Meu coração quase parou quando li sua mensagem, olhei para o vovô que ainda dormia e fiquei desesperado. Como ele poderia saber sobre a gente se foi algo recente? Ninguém sabe ainda, somente eu o Renka e a... A Meiku. Naquele dia que o Renka estava bêbado, ela saiu de lá pensando que estávamos em um relacionamento. Eu não conseguia acreditar que a Meiku tenha sido capaz de fazer algo como isso, sabendo como é nosso avô!

Meu pai foi expulso de casa e morreu sem o perdão do meu avô por ter casado com minha mãe, uma estrangeira. Acho que ele nos aceitou em sua vida por remorso de ter perdido o filho estando brigados, duvido que ele será condescendente comigo ao saber que estou apaixonado por um homem.  

" O que eu faço? Não tem como eu sair assim do nada!".  

Enviei para ele a pergunta, nesse momento a vovó entrou no quarto junto com a Olivia trazendo uma bandeja com comida para meu avô, acho que o barulho delas conversando e rindo, acabou acordando ele. Assim que me viu, eu tentei levantar da cadeira do seu lado e ele segurou meu pulso, impedindo que eu levantasse. 

— Maboru! É mentira, não é? É mentira! — gritava comigo com a voz meia embolada.  

Eu fiquei nervoso, vovó e Olivia olhavam para mim sem entender, acho que elas não chegaram a saber sobre o ocorrido.  

— O que você está falando vovô? — perguntei sem jeito, fingindo não saber do que se tratava. 

— Você não envergonharia tanto essa família, eu não permito que aconteça uma coisa dessas! Não permito! — ele estava nervoso, falava complicado e suas palavras estavam carregadas de raiva. Estava ficando preocupado que ele piorasse o seu estado se continuasse daquela maneira. 

— O que seu avô está falando, Maboru? Vocês discutiram? — perguntou minha avó, tentando fazer ele ficar deitado na cama, mas ele insistia em ficar sentado ainda segurando o meu pulso. 

— Eu não sei, ele acordou agora. Deve ter sido um pesadelo... 

— Homem, acorda que você vai machucar o menino! Solte-o agora!  

— Não! Ele vai me confirmar que é mentira o que a Meiku disse, ela estava falando de outra pessoa! Eu não admito que ele suje mais ainda o nome dessa família com algo tão escandaloso e grotesco! Eu não admito! — gritava ele. 

— O que  a Meiku disse? — perguntou ela para mim.  

Eu olhava para ela desesperado tentando manter a calma, o vovô poderia estar doente, mas me segurava fortemente os pulso e um pouco da sua unha estava começando a me ferir. Olhei para sua situação, ele suava frio, seu rosto estava um pouco torto e o outro lado do seu corpo parecia imóvel, somente o braço que ele me segurava mostrava alguma reação. Fiquei com medo dele complicar sua saúde, e vir a ter algum problema maior que pudesse matá-lo. Não quero me sentir culpado de novo por uma fatalidade na família, então acabei dizendo aquelas palavras para ele. 

— Eu não sei o que você ouviu da Meiku, mas é tudo mentira. Estamos brigados e ela vem tentando me tirar do sério. — respondi de cabeça baixa. 

— Espero que sim, se o que está me dizendo é verdade, quero que volte a morar aqui imediatamente! Não quero mais você morando em outra cidade sem nossa supervisão. 

Olhei espantado para ele, iria reclamar, mas ele começou a falar com a vovó sobre sua janta dando por encerrado o assunto. Levantei e fui para o meu quarto, me tranquei e sentei na cama, segurando o celular. Encarava ele tentando criar coragem para dizer ao Renka que mais uma vez, eu não irei poder cumprir minha promessa. As lagrimas escorriam do meu rosto, eu me sentia envergonhado por ser tão fraco.

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— O Maboru não me responde... — estava ficando ansioso com aquilo, algo me dizia que as coisas não ficariam bem.  

— O vovô deve ter tomado o celular dele...— respondeu ela sentada de cabeça baixa no sofá da minha sala. 

Por mais que ela fizesse cara de arrependida, eu não confiava em nenhuma gota das lágrimas que escorriam de seu rosto.  

— Isso não teria acontecido se não fosse por você! — reclamei, tentava controlar meu ódio por essa garota.  

Continuei enviando mensagem para o Maboru, eu via que ele tinha visualizado, porém não me respondia. Espero que ele não esteja respondendo porque está ocupado no momento, e não me ignorando propositalmente. Depois de dizer que me amava, e termos passado toda noite juntos, é impossível  que ele tenha voltado atrás! Eu não irei aceitar isso! Mas, mesmo pensando em tudo que passamos nesses dois dias, eu sei como ele é sensível quando o assunto é sua família. Tenho medo que ele acabe desistindo de nós para não complicar a saúde de seu avô. 

Preciso arrumar uma estratégia para me manter perto dele, dar forças para ele não desistir da gente por conta disso. Eu queria poder estar perto dele, o confortando nesse momento. Eu sei que agora, mais do que nunca, ele precisa de mim. Se ficarmos separados desse jeito, só piorará a nossa situação.

Estava de cabeça quente, muita coisa ruim passava por minha mente, acho que deixei transparecer meus pensamentos ou a Meiku adivinhou eles, pois ela me veio com uma proposta baseada em uma resposta para eles. 

 — Você quer ir para a casa do meus avós, não é? Será difícil você entrar lá tão facilmente sem provocar confusão. Nesse momento, o Maboru deve estar ouvindo muita coisa do vovô, e se bem o conheço ele não vai prejudicar a saúde dele por conta do relacionamento de vocês. 

— Você diz isso para me consolar? — ironizei. 

— Não estou feliz pela situação, acredite!  Eu só quero tentar reverter a situação que acabei causando sem querer. 

— Como fará isso depois de confirmar para o seu avô o que ele ouviu você dizer? 

— Eu tenho uma maneira de fazer você entrar na casa sem maiores problemas.

— Como você conseguiria isso? — perguntei incrédulo. 

— Bem, se eu dissesse que tudo não passou de uma brincadeira de mal gosto minha, por ciúmes...  

Levantei impaciente com aquela conversa que não chegava a lugar nenhum. Parei em sua frente, encarando-a, perguntei: 

— Finalmente, aonde você quer chegar com essa conversa? 

— Se você fingir que é meu namorado, para os meus avós, eles deixarão você ficar lá em casa conosco. Eu posso dizer que tudo não passou de um engano, já que eu e o Maboru somos gêmeos, que você nos confundiu, algo assim. Que eu entendi tudo errado, dessa maneira você pode conversar com o Maboru tranquilamente sem que eles desconfiem.  

— Isso nunca dará certo. — respondi, cortando a ideia absurda dela.  

Nessa hora, recebi finalmente uma mensagem de Maboru. 

"Desculpe, Renka. Eu fiz de novo, o vovô está muito debilitado e não pode ficar nervoso. Ele não quer me deixar voltar a morar ai, eu sinto muito. Eu não posso ser o causador de outra tragédia, eu não aguentaria mais esse fardo em minhas costas. Entenda, por favor." 

Eu li a mensagem ficando zangado com cada palavra, eu sabia que aquilo acabaria acontecendo. Sempre que as coisas parecem que irão melhorar para nós, acontece alguma coisa para destruir ou desequilibrar tudo! Eu sei que ele foi verdadeiro comigo, eu ainda lembro do calor da sua voz em meu ouvido dizendo que me amava. Tenho plena convicção que seus sentimentos são reais, mas, não posso pedir para ele escolher entre mim e sua família nesse momento. Seu avô ganharia facilmente de mim estando debilitado. Olhei para Meiku irritado, mas cogitei que talvez nesse momento, ela seja minha única opção.



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