História Nova Vida - Lembranças

Acabei de acordar... Ligo o celular para ver as horas,
5:00... *suspiro*.
"Acho que acordar cedo virou rotina."

Quando vou vestir o uniforme, lembro que a nova escola não obriga o uso de uniformes. E acabo vestindo minha roupa de sempre. Desço para pegar uma maçã. E como sempre, meu pai não está em casa "Deve estar bebendo ou algo assim", e minha mãe trancada no quarto.

-Mei..? -abriu um pouco a porta e sussurrou.

-Oi mãe.

-Boa aula.- Sorriu de leve.
           

                     ***

No caminho vendo crianças brincando tão cedo naquela manhã me fez lembrar dos acontecimentos que ocorreram.

FLASH BACK ON

-Meiko, Meiko! Vamos embora juntos. Kaito esta esperando na porta. --Disse Miku animada. -Eeeii, não conte a ele sobre esta cartinha, ok? Kai é beeem ciumento, hehe. --Ela pisca, enquanto coloca uma carta na bolsa que parecia ser uma declaração.

-Ah, claro! Mas se certifique de rejeitar esse garoto adequadamente. --Olho como uma expressão preocupada.

-Certo, certo. Amanhã eu faço isso... --Saiu saltindo para o portão de entrada do Colégio.

-Caramba, vocês demoraram! --Kaito resmungou. -O que estavam fazendo esse tempo inteiro?

-Coisas de meninas, né Meiko? --Miku deu um selinho em Kaito e olhou para mim esperando que eu concordasse.

-Sim, sim, coisas de meninas. Senhores melosos, vamos indo. --Ri separando eles.

-Ciumenta ¬_¬. --Kaito falou com uma expressão meio aborrecida.

"..."

Estávamos andando em algum tipo de feira com diversas comidas. E quando me dei conta tínhamos nos separado de Miku, estavam só eu e Kaito...
"Se controle, se controle!! Ele é o namorado de sua melhor amiga!" --Bati no rosto com as mãos. Fomos então procurar por ela.

***
  

Não a achamos. E já faz 3 semanas que não a vejo.
"Estou preocupada. Nem consegui ir na escola durante esses dias..."

Estou tentando entrar em contato com Kaito,  mas ele não atende.
Bateu uma fome imensa, mas não queria descer, sabia que meu pai estava lá embaixo.
"Não suporto." --Desci as escadas devagar e por mais incrível que pareça meu pai estava calmamente assistindo o jornal. Na verdade, dormindo. Fiquei um pouco surpresa.

Enquanto pegava a xícara para colocar leite, a repórter comentou sobre uma menina desaparecido, cujo o nome era Miku Hatsune. Fiquei paralisada.
(Eita poha)
                  ~Jornal~

Repórter: Faz aproximadamente 3 semanas que Hatsune Miku está desaparecida. Sua família se encontra desesperada, assim como os vizinhos e amigos. Ela é conhecida por muitas pessoas, o que gerou um caos nesse caso. Bom, agora o assunto que interessa a todos, é que nesta madrugada o corpo da garota foi encontrado por um morador nos matagais da Floresta Hatsugawa, e de acordo com os hematomas ela foi estuprada e espancada por um criminoso. As polícias estão...

"!"

Derrubei a xícara, ela trincou no chão rapidamente. Ignorando os cacos e o leite derramado, caí de joelhos, comecei a chorar aos prantos. Minha mãe veio correndo em minha direção, me viu naquela situação, olhou pra TV e entendeu tudo. Ofereceu seu ombro de consolo.

-É-é-é tudo minha culpa... E-eu... Miku... --Tentava dizer palavras enquanto soluçava.

-Calma... Calma, querida. Você não tem culpa de nada. Bem... Vai visitar Kaito? Acho que ele precisa de um apoio nesse momento, assim como você. Quer que eu a leve lá?
C-certo, eu vou.. Sozinha.. --Me levantei e fui ao banheiro lavar os joelhos que no momento estavam ensaguentados. Senti uma forte tontura e um clarão.
"Eu preciso ir...
 

***

Estava próxima da casa de Kaito. Escuto um barulho estranho vindo da casa dele...
-Um grito?! --Saí correndo e quando entrei me vejo em uma situação de Kaito com uma faca fincada em seu peito. -KAITO!

-E-Eu não suporto... A Miku... Está... É minha culpa, s-se eu tivesse prestado mais atenção... --Ele dizia em meio a soluços e ofegante devido a dor e tristeza.
O abracei bem forte antes que caísse.

-Não, não, não... As pessoas mais importantes da minha vida... NÃO! --Gritei, chorei, pedi ajuda, chorei de novo. Mas o que poderia fazer? Ele já estava morto.
Fiquei ali daquele modo, até que a ambulância chegasse, simplesmente não saí do lugar.

Depois de interrogações, voltei para casa, deitei na cama, tranquei o quarto, fechei as janelas e me agarrei ao travesseiro chorando.
"Por que?.."
Não queria fazer mais nada, só queria chorar. Para falar a verdade, queria morrer.
Minha mãe bateu na porta várias vezes, e eu nem sequer consigo me mexer. E meu pai, estranhamente, não me espancou como faz diariamente, todas as noites.

                      ***

Ao amanhecer, como todo ser humano. Tive que ir ao banheiro, e estava faminta.
Meu pai estava sentado na mesa de jantar ao lado da minha mãe.
"!" --Fiquei surpresa ao ver a cena.

-Oh, Mei... Bem, o café está pronto. Sente-se aqui temos que conversar." --Disse minha mãe com um sorriso indiscretamente forçado.

-Direto ao assunto, --Meu pai explicou. -Nós vamos nos mudar para Shizwoka. Consegui uma casa lá mesmo sendo bem antiga. Tudo bem para você? Não que isso vá- 

-Que seja...
"Não tenho mais nenhum motivo para ficar neste lugar"

-Arrume suas coisas, sairemos ainda hoje. --Minha disse com uma voz doce.

Subi as escadas e mesmo um pouco distante ainda os ouvia sussurrando:
-É melhor para ela... Já tem 1 mês que esta trancada e não frequenta a escola. Certamente irá fazer novos amigos em Higurashi.

"Higurashi? Um novo colégio? Novos amigos? O que eles estão planejando? Nem ferrando que quero conhecer novas pessoas, já deu."

           FLASH BACK OFF

Quando me dei conta, já estava em frente a escola. Lágrimas automáticas tinham escorrido sem eu perceber... As enxuguei...
-BAM! -Alguém esbarrou brutalmente em mim.