FLASH BACK OFF
Quando me dei conta, já estava em frente a escola. Lágrimas automáticas tinham escorrido sem eu perceber... As enxuguei...
-BAM! -Alguém esbarrou brutalmente em mim.
-Merda... --Sussurrei baixo.
Olhei rapidamente com raiva para a pessoa que me esbarrou.
-"!!!" --Fiquei paralisada, tremia
"N-n-n-n-não pode ser..."
-TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMM
O sinal bateu me tirando daquela transe.
"Eeehh.. Onde é minha sala mesmo? Eu esqueci... Aaaaiii que droga."
***
Demorou um tempo até achar minha sala.
-Hmm... Com licença, poderia verificar se meu nome está na lista dos alunos?
-Oh, você é a aluna transferida, certo? Entre por favor... --Disse um professor com aparência meio samurai. -Pessoal, esta é Meiko Sakine. Apesar de estarmos em dias de aulas ela acaba de se transferir, então, sejam gentis! -- Ele apontou para uma carteira vaga próxima a janela.
Ao sentar não tive nem interesse de olhar para os arredores. Não estava prestando atenção na aula, minha mente estava completamente focada no que aconteceu nesta manhã.
"O que deu em mim? Acho que enlouqueci. Não é possível, aquele era... Kaito? Não tem como se enganar, os cabelos azuis escuros são únicos. M-mas e aquela vez? Aquilo foi um ilusão? Um sonho? Ou melhor, um pesadelo? Não sei se imaginei coisas na entrada ou se imaginei coisas na casa dele. Provavelmente deve ser uma pessoa fantasiada de cosplay. MAS O QUE DIABOS UMA PESSOA VIRIA FANTASIADA PARA ESCOLA? E POR QUE DE KAITO? Talvez eu precise ir a um psicó-"
-SRTA. SAKINE! --Meus pensamentos foram interrompidos pela voz do professor versão samurai.
Me dei conta de que estava em pé.
-...M-me perdoe... --Abaixei a cabeça e me sentei envergonhada.
-Que isso não se repita. --Ele continuou a escrever com o giz branco sob a lousa
***
A aula acabou, demorou mais do que imaginava. Fiquei um pouco sentada, estava exausta.
-Humpf --Estava meio entedia.
"Acho melhor ir logo"
-Yooooo!! Você é a Meiko, certo? Prazer em conhecê-la. Me chamo Rin Kagamine. Eu sento na sua frente. --Uma linda garota cujo cabelo era um loiro curto e seus olhos eram azuis claros.
-Entendo. Oi. --Disse friamente enquanto me levantava.
-CUIDADO! --A classe gritou em coro.
Pude ouvir o som de vidro quebrando, e como reflexo tudo que fiz foi proteger meu rosto com os braços. Talvez seria mais eficaz eu ter me abaixado.
-Aii... --Os vidros tinham perfurado meus braços.
Ergui a cabeça e vi que a janela estava quebrada, também vi uma bola de baseball. Apesar daquilo não ser nada comparado as violências do meu pai, ainda doía muito, meus braços estavam sangrando.
-Ei, você... Está bem? --A garota loira me perguntou.
Eu nem sequer respondi (não tem como perceber minha situação?), fui em direção a porta com o propósito de encontrar a enfermaria. E pela SEGUNDA vez me esbarro com um ser humano.
"Droga..."
-"!" Você está ferida! Eu realmente sinto muito!!!! Sabe onde fica a enfermaria? Posso te levar lá. Cara, você está sangrando muito... A culpa foi minha, eu que joguei a bola com o taco.
Um rapaz bem semelhante a garota anterior disse com um olhar preocupado. Acabei permitindo que me levasse, não sabia nada sobre a escola.
No caminho inteiro fiquei ouvindo, milésimas vezes os pedidos de desculpas do garoto.
-A propósito meu nome é Len Kagamine, sou do clube de esportes, e acho que já conheceu minha irmã gêmea, Rin. Espero que nos demos bem! Desculpe novamente. -- Sorriu com os dentes de orelha a orelha.
-Certo... Sou Meiko
***
Chegamos na porta da enfermaria e vi uma mulher linda. Cabelos rosados longos e olhos atraentes.
-Ora, ora. O que temos aq- Céus, você esta sangrando! --Rapidamente pegou equipamentos e curativos. -Você vai precisar de pontos, os cortes estão bem profundos. --Disse enquanto fazia os procedimentos.
-Len, já pode ir embora. Vou ficar bem... Obrigado por me acompanhar. --Falei enquanto olhava aquele cômodo médio, cheio de remédios e prateleiras.
-Okay então, desculpa encher seu saco haha. Se cuida. Meiko, né? Estou na mesma sala que a sua. --Len falou quase gritando enquanto saía.
***
-Feito! Demorou um pouco, não é? Desculpe minha lerdeza, costumo ser assim. Ah e tome mais cuidado, viu? Tem certeza de que não quer ir ao hospital? --Ela disse com uma curva nos lábios, mas o olhar permanecia preocupado.
-Tenho, estou bem. Realmente preciso ir pra casa. Obrigada Srta. Enfermeira.
-Por nada meu anjo. Pode me chamar de Luka! --Riu guardando os materiais.
***
No caminho para casa não parava de pensar...
"Que azar. Esbarrei nas pessoas 2 vezes, e na primeira era Kaito! Ou não... Eu realmente não sei, minha cabeça está cansada de pensar tanto. Preciso perguntar pra minha mãe tudo que aconteceu. Talvez a morte de Miku também tenha sido um sonho. Mas o que Kaito estaria fazendo em Shizwoka?! E nem sequer me avisou... Mas se Miku estiver viva?"
Balancei a cabeça negando meus pensamentos.
"Não crie esperanças, não crie"
Chegando na esquina da minha rua vi ambulâncias e policiais em frente minha casa. Já imaginava que meu pai estava envolvido. Mas mesmo um pouco distante, avistei minha mãe chorando e gritando, senti um dejá-vu como no dia em que pelo menos eu acho que Kaito morreu. Não tive escolha a não ser correr em sua direção. Pois agora, minha mãe era a única pessoa que me restava, ela sempre me apoiava e defendia. Caso cometesse o mesmo ato de Kaito, nunca iria me perdoar.
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