História Nova Vida - Promessa

Não tive escolha a não ser correr em sua direção. Pois agora, minha mãe era a única pessoa que me restava, ela sempre me apoiava e defendia. Caso cometesse o mesmo ato de Kaito, nunca iria me perdoar.

Chegando no local onde estava minha mãe, eu quis abraçá-la, mas parece que ela estava tão assustada e paralisada que nem percebeu minha presença. Não quis interromper aquele momento, sinto que seria uma escolha completamente errada. Acabei indo a procura de algum policial ou médico, ou qualquer pessoa que pudesse me explicar a situação e apesar da situação, estava calma, nem um pouco desesperada.

-... Bem, c-com licença..? --Acabei questionando a primeira pessoa que vi. Ela estava conversando com outra.

-Precisa de algo moça? --A mulher me olhou de um modo seco e olhar frio, mas rapidamente mudou a sua expressão anterior para um sorriso largo.

Ela tinha uma aparência diferente, cabelos platinados e olhos avermelhados, e a menina com quem conversava era uma garota de cabelos e olhos lilás. O cabelo delas pareciam tingidos mas percebi que o brilho que ele emitia era verdadeiro.

-Eu moro na casa onde vocês estavam e queria saber o que esta acontecendo, desculpe interromper. --Disse com um olhar tanto vergonhoso quanto admirado com a beleza delas.

-Ah. Entendo, suponho que seja parente da vítima morta correto? Eu sinto muito...--A de cabelos lilás disse com um tom bem despreocupado.

-Vítima? --Perguntei inclinando a cabeça para o lado como sinal de desentendimento.

-Sim... A propósito meu nome é Yukari Yuzuki, sou podemos dizer que... A comandante? --Riu. -E esta é minha fiel companheira policial, Haku Yowane. Estamos investigan-

Não consegui escutar o que tinham a dizer. Não estava correndo, mas andando com passos mais largos e apressados.

"Vítima? Morta?"

Estava indo em direção ao carro de ambulância que estava prestes a sair. Consegui a tempo subir pelas portas traseiras. Deixando minha pobre mãe de lado...

"O que eu fiz?"

-EI, O QUE ESTA FAZENDO AQUI DENTRO? NÃO AUTORIZAMOS A ENTRADA DE OUTRAS PESSOAS. --Um velho com bem rabugento gritou.

-Poderia falar mais baixo? Ela pode ter um motivo para estar aqui, certo senhorita? --Outro homem, mas esse, um rapaz atraente com cabelo e olhos castanhos, usando óculos.

-Ah sim. Ouvi dizer que uma pessoa morreu neste incidente. E sabe, tem chances de ser meu pai. Só quero saber o que aconteceu exatamente, caso seja ele.

-... Entendo... O nome da vítima é... Quem escreveu isso, velho? --Disse olhando as papeladas e com uma cara enojada.

-Você sabe quem foi seu retardado, me da isso! --Pegou os papeis da mão do rapaz. -Okami... Okami Sakine.

-"!"

Minhas pupilas até dilataram e minha boca ficou um pouco aberta, também senti um aperto no coração e os olhos chegaram a marejar, mas logo tomei compostura.

-P-poderia me explicar o que e como aconteceu?

-Oh, meus pêsames... Sei que não é boa hora mas, meu nome é Hiyama Kiyoteru. Você pode me ligar quando precisar, bem... Tanto em casos de trabalho, quanto de... --Me disse com um sorriso malicioso dando um pequeno pedaço de papel com seu número anotado.

-KIYOTERU! CHEGA DE FLERTAR COM QUALQUER GAROTAS QUE ENCONTRA PELA FRENTE! --O velho deu o sermão amassando o papel e começou a dizer arrogantemente. -De acordo com os relatos de moradores e conclusões policiais, a vítima estava cobrando uma dívida não paga por um drogado, ele ficou pressionando tanto o cara que o mesmo ligou pra sua gangue e começaram a torturar ela, com facadas e tiros, espancamentos, etc. A vítima não suportou e acabou morrendo. Os assassinos foram pegos por um policial que passava na rua enquanto tudo ocorria.

-Que tipo de linguagem é essa para uma papelada tão importante? Sabe o que eles vão pensar?

-Hiyama... Não é uma boa hora para isso.

Lágrimas, mais lágrimas escorrendo... Não pela morte do meu pai, mas pela minha mãe, ela... O amava. Tudo que pude fazer foi abrir as portas de trás e saltar.

"Mãe..."

      ***

Depois de uns 30 minutos correndo cheguei em casa.

-Meiko! Você demorou. Aconteceu algo na escola? --Ela estava sorrindo, mas seus olhos estavam inchados. E mesmo que não soubesse o que tivera acontecido acharia estranho, pois ela esta fora do quarto.

A abracei.

-Desculpe... Me perdoe mãe! Nesse momento tão triste eu, eu... Não estava aqui para te ajudar. Me desculpe! Isso não vai se repetir.

Senti algo quente pingando em meu ombro, provavelmente lágrimas. Estávamos chorando juntas.

***

Daquele dia em diante, estávamos dormindo juntas. E nos aproximando mais e mais. Não me sentia tão solitária quanto antes. Apesar de estar com medo dela fazer algo estúpido. Falando nisso...

-Mãe! --Estávamos deitadas na cama assistindo TV, eu fiquei de joelhos, encarando-a.

-Fale querida.

-Bem, eu queria lhe fazer umas perguntas sobre algumas coisas que aconteceram antes de virmos para Shizwoka.

Ela me olhou de um modo surpreso e preocupado.

-Claro... Mas antes, tem duas coisas que eu quero te pedir. --Olhou para baixo.

*...* --Manti meus olhos fixos nela, como se estivesse disposta a fazer qualquer coisa.

-Primeiro quero que não surte com o que eu vou dizer sobre o que aconteceu, e, segundo, me prometa que vai fazer novos amigos e arrumar um namorado. --Disse com um largo sorriso, oferecendo o dedo mindinho para o juramento.

"!" --Me assustei com os pedidos. Mas o que poderia fazer? Queria saber a verdade.

Unimos os mindinhos.

-Se você quebrar essa promessa... Eu... Vou fugir. Pra bem longe, onde você nunca irá me achar. Vou sumir do mapeamento, sumir do universo. Que tal? Minha vida esta em jogo hehe.

"O que ela acabou de dizer?! E por que está rindo?"

-Mã-! --Antes que eu chamasse sua atenção, ela já tinha ne interrompido.

-Promessa feita! Pois bem...