História Nova vida - Que surpresa

 Quando cheguei em casa fui direto para o banheiro pra tomar uma ducha. Quando saí, fui almoçar. Não tinha ninguém na sala de jantar, só tinha um prato na mesa que estava coberto. Tinha um bilhete grudado nele.

                “Almoço de Ana Júlia, ninguém come!”

 Eu me sentei e comi. Enquanto comia, Pedro desceu as escadas e foi para a cozinha pegar um copo d’água.

P: Por que você demorou pra chegar?

AJ: Estou procurando algum esporte para praticar...

P: Você parece ser boa em tudo que faz.

AJ: Ninguém é perfeito.

P: Você está quase lá.

AJ: E você está bem longe, só fica lendo.

P: Sei de muitas coisas por causa dos livros.

AJ: Nerd...

P: Como se você não fosse.

AJ: Pelo menos sou descolada.

P: Afe, vou embora.

 Eu acabei de comer, lavei as coisas que eu sujei e subi para o quarto de eletrônicos. Comecei a jogar qualquer coisa. Enquanto jogava comecei a refletir um pouco na minha cabeça. Alice tem uma casa de luxo, cinco filhos, saí pra trabalhar vários dias, não tem marido, em que será que ela trabalha?

 Enquanto estava perdida nos pensamentos Rafael sentou do meu lado.

R: Você perdeu. Minha vez.

AJ: Toma.

 Passo o controle para ele. Rafael começa a jogar.

R: Em que está pensando?

AJ: Alice não tem marido né?

R: Não, solteirona.

AJ: Como ela é tão rica?

R: Trabalho.

AJ: Eu sei. Mas em que ela trabalha?

R: Eu não sei...

AJ: Ninguém mente para mim, conta a verdade.

R: Melhor você não se envolver nisso.

AJ: Eu sou curiosa. Conte o que sabe.

R: Certeza?

AJ: Sim.

R: Vamos para outro lugar.

 Ele foi andando e eu segui ele. Nós entramos no quarto dele e ele fechou a porta.

R: Tem mesmo certeza de que quer saber?

AJ: Conta logo.

R: Você vai ficar chocada, e vai querer fugir...

AJ: Como assim?

R: Ela trabalha num laboratório secreto.

AJ: Secreto? Explica direito.

R: Mas não fica com raiva dela. Tudo que ela faz é para nos proteger, se não fosse assim seria pior...

AJ: Conta direito menino.

R: A explicação para todos os 5 filhos dela serem prodígios é pelo fato de ela trabalhar num “local de conhecimento”. Um lugar onde prodígios, cientistas, sobrenaturais ficam para serem feitos testes, e os dons deles são estudados pelos cientistas.

AJ: Entendi... somos como experimentos pra eles.

R: Mas Alice não igual ao outros, acredite.

AJ: Eu sei que ela é uma boa pessoa. Estou surpresa...

R: Também fiquei surpreso quando soube.

AJ: Como você descobriu?

R: Vi uns arquivos no escritório.

AJ: Ela sabe disso?

R: Provavelmente não.

AJ: O que nós fazemos?

R: Nada.

AJ: Não podemos ser tratados como simples objetos de estudo. Temos que fazer alguma...

R: Nem pense nisso. Se der errado nós iremos para o laboratório.

AJ: Mas tem pessoas lá que devem querer ser livres, já que estão praticamente presos...

R: Se estiver planejando algo eu te prendo e não te deixo sair.

AJ: Temos que fazer alguma... por favor.

R: Não.

AJ: Por favor...

R: Não.

AJ: Por favor...

R: Ah, tá bom.

AJ: Se você pode-se entrar no escritório e dar uma bisbilhotada eu agradeceria muito.

R: O que eu ganho em troca.

AJ: Um momento emocionante: tentar não ser pego.

R: Quero algo à mais...

AJ: O que então?

R: Um beijo, e sua sobremesa do jantar.

AJ: Tá bom. Só depois de ter feito o serviço.

R: Beleza.

AJ: Ah, podemos adiar nosso encontro?

R: Por que?

AJ: Tenho que pensar num jeito de salvar os prodígios.

R: Ok.

AJ: Qualquer coisa estou no meu quarto.

R: Uhum...

 Fui para meu quarto pensar um pouco sobre o assunto. Cheguei à conclusão de que vamos precisar de ajuda. Para ter mais chance de dar tudo certo, agora para quem eu peço ajuda?