História Novato Apaixonado, Veterano Chato. - A Melhor Mãe Do Mundo.

— Vamos, me solta JungKook, está bom até aqui, eu posso ir andando — Jimin dizia enquanto se ''contorcia'' e se movimentava nos braços de JungKook para tentar sair dali, ele não estava gostando muito disso.

                                   Mas esse anão ruivo é muito dos folgados, eu estou o ajudando e ele negando; de novo.

— Está assim porque sabe que odeia depender de mim pra alguma coisa, não é? — Disse JungKook enquanto dava um saltito para que pudesse recuperar as forças mas já estavam chegando perto da enfermaria do colégio. 

— JungKook vou te ensinar uma coisinha, eu não preciso de você pra nada, você que se oferece. — Jimin falou convicto, afinal, pensando por esse lado ele nunca pediu nada a JungKook, era o mesmo que se oferecia e já se sentido derrotado por ver que já estavam em frente a porta da enfermaria do colégio ele para de se remexer.

— Por acaso você morreu por eu ter te trazido até aqui? Foi só uma ajuda, pare de ser tão chato e orgulhoso assim. Urgh, cabeça dura. — Disse JungKook empurrando a porta com o pé e sem querer quase dando um passo em falso, o susto pequeno fez com que Jimin automaticamente o agarrasse mais forte. — Vai me beijar é? 

JungKook falou brincando e rindo por ter conquistado o que queria, um Jimin bravo e com a cara de cor mais quente que as do seu cabelo.

— Vou te dar um chute no saco ou melhor... — Jimin é interrompido pelo risada alta e com o ar totalmente sobrecarregado de ironia, Jimin odiava ser interrompido e quando o tratavam de forma irônica e adivinhe...JungKook fazia os dois ao mesmo tempo.

— Como se está com o pé machucado, alias, olhando assim seu pé é mais pequeno que o da minha irmã, um chute seu não é nada. — JungKook não tinha medo mesmo do ruivinho que mesmo sendo pequeno poderia ser um demônio quando bravo e irritado e Jimin sabia que era exatamente isso que JungKook queria e então da maneira mais esperta ele fez tudo ao contrário, ele simplesmente ignorou as provocações. — Ouviu o que eu disse?

— Uh? 

— Do seu pé, que seu pé é pequeno, que um chute seu não dói, você deve ser bem fraquinho alias. — Vamos! Cadê ele começando a tagarelar e me bater? 

— Melhor que ter um pé de nadador igual você deve ter. — Ops...Missão falhada. Realmente não consigo não dar uma resposta certeira a JungKook, parecíamos Ping-Pong, rebatendo um ao outro, eu sou o Ping e ele no caso o Pong.

— Seu anãozinho me escute aqui, pro seu interesse... — Dessa vez foi JungKook o interrompido.

— Olha, eu não tô interessado, não.— Jimin amava dar respostas curtas e ''gelos'' nas pessoas, é...Um pouco maldoso pra um ser que só transparecia ser indefeso e um ar angelical mas só JungKook sabia que ele era o próprio Diabo de cabelo laranja quando queria, e também muito tagarela e reclamão. 

— Aish garoto, você é tão chato, não dá pra fazer brincadeiras com você. — JungKook falou emburrado e franzindo o cenho, já formando curvas raivosas em suas sobrancelhas.

 Jimin ás vezes é tão chato, Jimin dando gelo não é legal. 

— Brincadeira tá lá no parquinho com as crianças. — Jimin disse novamente, mais cortante que uma tesoura.

— Realmente um grosso. — JungKook empurra a porta com o pé e entra na enfermaria com o Jimin aos risos em seu colo. — Pare de rir seu idiota.

JungKook o coloca sobre a maca preta de tecido de couro preto e logo depois respira fundo, um pouco aliviado, não! Jimin não era pesado é só que carregar alguém pelos corredores de um colégio enorme é cansativo.

— Acho que a senhorinha que fica aqui irá chegar, deve estar no horário do café dela. — Falou JungKook e logo dando um pulinho e sentando ao lado de Jimin na maca da enfermaria. — O que foi, Jimin?

Jimin estava olhando pro chão, um tanto que pensativo.

— Ahn...Nada, q-quer dizer, você acha que alguém pode ter nos visto, é, d-daquele jeito nos corredores? — JungKook olha confuso para Jimin, tirando aquela expressão raivosa de antes pra uma desordenada.

— Daquele jeito? Daquele jeito como? — Ele não entendia o que Jimin estava querendo dizer...De que jeito?

— Han...É, b-bem, você sabe JungKook! — Jimin estava ficando tenso e um tanto que apreensivo, dependendo da maneira que ele falasse JungKook entenderia tudo errado. 

Jimin vira lentamente o rosto pro lado e encara a expressão confusa de JungKook, ele olhava pro teto como se tentasse desvendar o maior mistério do planeta. Sua expressão confusa o fazia franzir as sobrancelhas e fazer seus beiços ficarem escarpados, um tantinho fofo, mas só um tantinho; pensou Jimin.

— Ah JungKook...S-sabe, é meio estranho um homem carregar outro nos braços. — Disse Jimin, virando o rosto para o lado oposto logo que percebeu JungKook abaixando a cabeça para encara-lo. 

— Estranho? Porque seria estranho? O que tem demais, eu estava ajudando um amigo. — JungKook falava ainda confuso e perdido, qual era o problema naquilo? 

— O estranho é um homem, carregando outro homem, entende? — Jimin gesticulava as mãos, nervoso pode-se dizer, e tentando explicar o porque de sua preocupação com alguém ter visto JungKook o carregando nos braços; alguém entenderia aquilo errado.

Não, não! Eu não tenho problemas ou penso negativamente sobre a ideia de dois homens juntos, o problema era os outros, as pessoas, as pessoas com mentes maldosas, isso sim era o problema. 

— Continua não significando nada, se alguém viu eu realmente não dou a mínima. Alias, sabemos que gostamos de garotas. — Uh...JungKook não sabia, mas aí é que poderia morar o problema, Jimin já não tinha certeza disso.

''Sabemos que gostamos de garotas''

''Sabemos que gostamos de garotas''

''SABEMOS

''GOSTAMOS

 ''GAROTAS''

Aquele FlashBack voltava pra cabeça de Jimin.

11/09/15

(Onze de Outubro de dois mil e quinze)

Faz um tempo, mas venho tendo problemas com minha cabeça, com meu corpo, mente e com a minha...Minha...Ah, tão difícil dizer isso, com a minha sexualidade!

É um tanto que estranho eu me olhar no espelho e não ter a certeza deu me conhecer, era como se eu estivesse vendo um...Estranho. As pessoas normalmente se olham no espelho e vejam o reflexo de si e sua verdade, o que elas são e tendem a ter a confiança sobre o que é e foi mas agora...Agora eu não me sinto assim, não me olho e penso ''Eu sei que sou isso'' porque eu estaria mentindo pra mim mesmo e mentir para si mesmo é a pior forma de mentir, é a maneira mais idiota e babaca de agir e bem...Ao que parece eu fui um babaca a vida inteira. Mas uma hora a mentira volta e explode, não é? Acho que a minha tinha horas contadas pra sumir do meu subconsciente e agora ela está me atormentando de novo, digo, não era minha mentira me atormentando...Era minha verdade, a droga da minha verdade.

— Jimin? Está vendo o que aí? — TaeHyung se senta no banco a minha frente. Estava no parquinho abandonado ao lado do colégio, matando aula pra variar, o motivo é que esse era o único lugar que eu teria a privacidade possível pra estar pesquisando o que eu estava pesquisando agora. — ''Como saber se sou Bissexual?'', é realmente sério que você está pesquisando algo sobre sua vida pessoal no Google? 

TaeHyung me olha arqueando a sobrancelha e um tanto que impressionado, é, eu realmente tô sendo meio idiota. Fecho o Notebook e o apoio em meu colo.

— Por acaso você é um Sexologista? Porque se for você pode me ajudar nisso então, senhor Mister formado em descobrir a sexualidade dos outros — O pergunto irônico e TaeHyung revira os olhos, tirando seu óculos de grau e limpando as lentes em seu suéter de lã azul...Ah, TaeHyung e seu suéter brega de vovô, precisava ensinar a ele sobre a moda nova e urbana, ele parecia preso na década de oitenta, esqueço sobre seu estilo tão...Nerd.

— Primeiro, Sexologista fala sobre sexo, a sexologia é a ciência que estuda o comportamento sexual das pessoas, ela consiste em uma interdisciplinaridade de várias outras ciências como a psicologia, medicina, antropologia e sociologia, resumindo tudo, ela fala sobre trepa-trepa, entendeu? Não sobre sua sexualidade.  

— Certo, vamos por parte, que diabos significa interdis...Interdispli

—  Interdisciplinaridade é um movimento, um conceito e uma prática que está em processo de construção e desenvolvimento dentro das ciências e do ensino das ciências, dois campos distintos nos quais a interdisciplinaridade se faz presente. — Nunca devo perguntar alguma coisa a TaeHyung, ele faz minha dúvida ficar ainda pior.

— Esquece, eu pesquiso na Internet mesmo, você fala de uma forma complexa. — Falo sem paciência, ás vezes o jeito Nerd chato de TaeHyung me dá nos nervos.

— Assim como pesquisar sobre sua sexualidade? Olha, o Google não é Deus pra saber isso. — TaeHyung tira duas caixinhas de suco de uva da sua lancheira, ah...Sim, ele tem dezessete anos e tem uma lancheira...Do Flash, esqueço sempre como ele é um devoto a DC Comics, urgh, malditos quadrinhos. 

— Suco de uva? Pra que isso? — O pergunto enquanto pego a caixinha do suco que ele me entregava.

— Você disse que ia matar aula, você sabe que se não for pro colégio eu fico lá perambulando feito um Zumbi e sem falar com ninguém, então vim matar aula junto com você. Não se preocupe, eu trouxe aqui alguns sanduíches, gosta de atum ou com pasta de amendoim? — Dizia TaeHyung enquanto tirava os sanduíches embrulhados em papéis de alumínio de sua lancheira. 

— TaeHyung, pra que isso tudo? É só duas aulas que eu vou matar, não vamos fugir pra outro país! — Falo meio surpreso, ele até trouxe duas garrafas d'água.

— Lição número um, do capítulo três do quadrinho da edição de Janeiro do The Flash; se previna sempre. — Disse TaeHyung como se ditasse uma lei e fechando sua lancheira. 

— A gente só tá no parquinho do lado do colégio. — Falo começando a rir.

— Isso, ri bastante, então me devolve o suco! — TaeHyung tenta pegar de novo mas eu desvio minha mão. 

— Calma, eu estava brincando, pare de ser tão chato. — Certo, um TaeHyung com raiva não é nada fácil de se aturar.

TaeHyung então volta pro seu lugar e começa a desembrulhar um dos seus sanduíches.

— Mas e aí, realmente não conseguiu? — Ele me pergunta começando a comer seu sanduíche, argh! Que filho da mãe, pegou o de amendoim, ele sabe que não curto tanto atum.

— Não...Mas também não é fácil, realmente é torturante, acredite, isso é muito sufocante, queria algo que me ajudasse. — Falo tirando o canudinho da embalagem e colocando na caixinha, logo começando a tomar o suco.

— Não tem segredo algum nisso Jimin. Você apenas precisa parar, tentar conversar consigo mesmo, se faça perguntas, cada uma vale um ponto pra uma resposta, pense também nos anos de sua vida e suas experiências, você já namorou uma garota e isso é bom pra te ajudar nisso, não pesquisando no Google, logo no Google! — TaeHyung fala aparentemente decepcionado e irritado, ás vezes também esqueço sobre como ele odeia o Google, pra ele tudo o que saí do Google é mentira, e ele é um navegador que ajuda a estudantes preguiçosos a passarem de ano, o que pra ele era a maior injustiça do planeta, um verdadeiro senhor rabugento.

— Tá bem TaeHyung, já entendi, urgh, que saco, você é extremamente chato ás vezes, sabia? — O olho e ele me encara com a sobrancelha arqueada.

— Não tenho culpa de estar falando a verdade, uma pessoa pesquisando dicas pra saber sobre sua própria sexualidade...Na Internet! Isso é um desgosto pra mim, sinto meu QI diminuindo a cada burrice que você comete — TaeHyung massageia suas têmporas com os dedos indicadores.

— Ah, cala a boca e tenta me ajudar. — Falo sem paciência pros pitis Nerd de TaeHyung, não hoje.

— Cara, eu não posso te ajudar nisso! Você é realmente mais burro do que eu pensava, Jimin, entenda, isso é algo que só você sabe...Ou vai saber, descobrir e todos esses derivados. — Certo, confesso que por esse lado ele tem razão, mas eu estou tão confuso e perdido que meu desespero soa meio idiota. — Até o Kurt poderia te ajudar.

— Kurt? O Kurt Cobain? Do Nirvana? O que isso tem há ver? — TaeHyung afirma com a cabeça enquanto mastigava seu sanduíche, que era pra ser meu se ele não tivesse pegado. — Han? Do que se tá falando? Além de chato, ranzinza só com dezessete anos você também é anormal.

— ''Quer dizer, sou definitivamente Gay em espírito, e provavelmente eu poderia ser bissexual'', ele disse isso, bem, tecnicamente me parece um pouco com você agora. — Além de fã da DC Comics ele ainda é um fã fiel de Nirvana, pelo menos não ouve músicas clássicas, isso o faria o ser cara mais chato e realmente sem graça do colégio.

— TaeHyung, eu não sou Gay! Da onde se tá tirando isso? Seu QI tá caindo mesmo — Bufo irritado, realmente...Gay? N-não, isso já era exagero.

Começo a beber de volta meu suco, balançado a perna; impaciente e nervoso, estou nesses dois estados agora.

— Tá vendo, esse é o maior problema, aceitação, você ao menos aceita a suposição de ser algo, como quer então confirmar? Me poupe e evite de presenciar suas contradições.  — TaeHyung me fala direto e cortante. 

Meu olhar caí pro chão e minhas pernas param de se balançar naquele tique irritante que eu tinha; era realmente isso, eu sou um idiota. Me sinto com tanto...Tanto medo de mim mesmo, eu não deveria ter medo de mim mesmo, não é?.

— Escute, isso...Q-quer dizer, a bissexualidade ou homossexualidade é algo natural do humano, não é um crime, não na lei da vida, só alguns seres humanos que julgam isso errado mas a lei humana é muito burra e atrasada pra entender isso, mas veja, graças a pessoas como eu você pode entender isso. 

Céus, deveria começar a agradecer pro ter a amizade tão preciosa de TaeHyung, ele era muito compreensivo, sempre tinha percepção de tudo, era conselheiro e além de tudo alguém tão ''mente aberta'', ele não era do lado colorido da força nem do lado meio colorido da força, era azul mesmo, porém um azul que não via mal nas cores se misturarem ou então quererem fazer uma mistura com uma mesma cor, err, não consigo explicar bem, minhas metáforas são um lixo.

— Alias, eu realmente não te entendo, sua mãe, ela parece ser muito gente boa e além de tudo compreensiva, uma mãe moderna eu diria, muito racional, isso é uma virtude sabia? Ela te aceitaria bem, minhas engrenagens dão um calculo de noventa virgula oito por cento disso acontecer. — Isso era outro fato, eu realmente não deveria me preocupar com a reação da minha mãe, ela é do tipo mãe que saí pras baladas junto com o filho, eu ainda agradeço por ter uma mãe tão compreensiva e liberal.

— Sim, eu realmente sei que vou poder contar com ela — Sorrio meio bobo pra mim mesmo por ter essa coisa confortante rondando meu peito. — Mas eu ainda preciso me descobrir.

— Apenas se assuma, você não tem que descobrir nada, ninguém se perde em si mesmo, você sabe o que é só precisar aceitar, é diferente. — TaeHyung disse por fim, sorrindo rapidamente mas logo depois comprimindo os lábios para sérios de novo e mastigando seu sanduíche.

 Se aceitar, eu só preciso fazer isso.

''Só'', falando isso tudo parece fácil mas não é, TaeHyung não sabe disso, e esse ''só preciso'' durou por dois anos, ou quem sabe a vida inteira e eu que não queria vê-lo.

                                                                                                                  (...)

— Jimin? Tá me ouvindo? — Minha lembrança daquele dia conversando com TaeHyung esvarai de minha cabeça e aos poucos volto pro agora.

— S-sim...Tô. — Abaixo o olhar pra baixo, JungKook havia dito sobre gostarmos de garotas, isso é tão...

— Olá meninos, qual o caso que temos aqui? — Uma senhorinha com jaleco branco entra na enfermaria. 

— Um garoto com o tornozelo inchado. — JungKook aponta pra mim, se levantando da maca e indo de encontro a senhorinha que sorria gentil. 

— Ah sim, normalmente são as garotas do time de torcida que torcem muito o tornozelo, um garoto aqui — Dizia ela passando álcool em gel nas suas mãos, a higienizando.

— Isso é verdade Jimin, porque estava na sala de Jazz com a minha irmã? — JiSoo era irmã de JungKook? Eu não sabia disso. Espere! O que eu respondo? 

Oras, responda o óbvio, o que você estaria fazendo numa sala de Jazz?

Jimin tinha conversado na noite anterior com Jennie, pelo KaKao, ele não usava tanto mas Jennie o pediu tanto que ele decidiu baixar no seu celular. Eles acharam melhor conversar mais pela manhã já que de madrugada Jimin estava quase babando na tela do celular e depois do grande susto no carro ele precisava por o cérebro e corpo em descanso, quando contou a Jennie sobre isso ela o mandou mais de dez áudios seguidos, na opinião de Jimin a voz de Jennie por áudios mudava, ficava mais fina e infantil, mas ela soltava cada palavrões, ela realmente ficou preocupada com Jimin, depois dele contar tudo mas ter que inventar sobre estar com sua mãe e não com JungKook eles falaram sobre diversos assuntos, eles mudavam sempre de assunto porque automaticamente um assunto levava ao outro, e Jennie escrevia muito com abreviações e usava muitas imagens engraçadas nos diálogos dele, os famosos virais da Internet, e assim acabou contando sobre seu mais precioso segredo, sobre sua vontade de dançar Jazz e Balé, segundo Jimin ele não levava lá o jeito pra coisa, dançar num quarto quadrado cheio de móveis o rendia boas batidas em quinas e também muita frustração, ele realmente amava reproduzir alguns dos passos de O Lago Dos Cisnes mas não aqueles em que a Natalie Portman errava; nesse meio de mil mensagens ele falou um pouco sobre isso, inicialmente Jimin ficou com receio sobre o que ela acharia, ele era muito bobo, realmente, Jennie era a garota mais bacana e a melhor garota daquele colégio que ele poderia ter arranjado amizade, com o tempo na conversa ele percebeu isso e na verdade, segundo Jennie, ela achou aquilo ''simplesmente ultra-super-BIG-fantasticamente foda'', ela ficou curiosa e o perguntou se Jimin já tinha se apresentado, ou era dançarino em algum grupo e clube, ah, aquilo era o que Jimin mais queria...Mas só ''queria''. Jimin lembrou-se sobre o que ela o disse sobre isso, seu medo bobo de dançar em frente a todos.

''Garotos que tem medo de dançarem Balé por serem julgados são bundões e realmente idiotas ᄏᄏ espero que você não seja um'' 

Tendo então isso em mente hoje ele decidiu não negar o pedido tão repentino de JiSoo a mim, alias, Jimin pensava como o fato dela saber que ele dançava um pouco de Balé e Jazz chegou até ela, possivelmente ou muito obviamente tinha o dedo de Jennie nisso mas não sabia sobre elas possivelmente terem contatos, elas mal se falam no colégio. Quando JiSoo o chamou mais cedo ela o pediu essa ajuda.

(...)

— Vamos Jimin! Por favor, a gente precisa da sua ajuda pra competição de Balé, por favor, por favor —  Dizia JiSoo em tom choroso e me balançando pelos ombros.

—  Mas JiSoo e-eu nem sou tão bom assim, realmente, eu sou mui...

—  Não importa! Até lá você consegue treinar com a ChanMi e comigo, Jimin, os garotos desse colégio aparentemente são muito bundões e estão preocupados demais com a heterossexualidade frágil deles, idiotas. —  Ela revira os olhos —  E nenhum aceita a ser par de Balé, mas você...Logo você, eu sinto que você é diferente deles.

—  Han? Diferente? C-como assim? 

—  Você me parece mais homem do que eles.

(...)

E foi assim que eu acabei aceitando por fim o pedido de JiSoo e então decidido a treinar pro Balé do colégio, mesmo que indiretamente e sem saberem eu estaria fazendo algo que eu realmente amo, dançar.

— O que acha que eu estava fazendo na droga da sala de Jazz? Dançando, claro. — Jimin fala curto, respondendo a JungKook. 

— Ei, calma, só te fiz uma pergunta, eu não sabia que você dançava, alias, você dança bem, sabia? — Ele diz sorrindo calmo pra Jimin e olhando pra parede, aos olhos de Jimin aquilo era como se JungKook se lembrasse de alguma coisa.

Mas, como ele diz isso? Não me lem...Ah sim, ele estava lá na porta da sala, provavelmente me viu ensaiando alguns passos, mas o que é que ele estava fazendo lá?

— E você, o que está fazendo lá? — Jimin perguntou franzindo os olhos e curioso pra saber a resposta de JungKook.

— Desculpa interromper a conversa mas preciso examinar o pé dele. — Diz a senhorinha que ao ler o nome do crachá Jimin descobriu se chamar ''Lee''. 

— Ah, claro, pode examinar. — JungKook fala rapidamente e ficando encostado na porta.

A senhorinha com muito cuidado e toda delicadeza com os dedos toca o pé de Jimin, estava roxeado e um pouco inchado, não era nada preocupante e grave, não chegou nem a ser um torcimento. Ela massageou um pouco ali, recebendo os grunhidos de dor de Jimin, não era algo doloroso mas incômodo, diria. 

— Aluno, ahn, qual seu nome?

— Jimin, Park Jimin. — Completou Jimin apoiando seu corpo em seus antebraços.

— Aluno Park Jimin, fique de repouso apenas por quatro dias, isso não chegou a torcer realmente seu tornozelo, é algo do nível três ponto quatro, apenas inchaço, foi um movimento brusco, não é? — Dizia a senhorinha ainda massageando o tornozelo e pé de Jimin, agora o causando alivio e relaxamento.

— Sim, eu estava treinando passos e caí no chão, num giro. — Disse Jimin de olhos fechados e apenas se concentrando no ponto de massagem.

— Suspeitei. Realmente foi algo leve, apenas passe um gel que irei te indicar, massageei com esses movimentos iguais aos meus nessas áreas, e só, vai sair o inchaço em três ou quatro dias, tente movimenta-lo em círculos e procure tocar mais no tornozelo, massageando com os dedos indicadores, certo menininho? — Dizia gentilmente a senhorinha, enquanto Jimin com o maior cuidado e atenção anotava mentalmente todas as coisas que ela ditava.

— Então ele vai faltar quatro dias do colégio? — Perguntou JungKook descruzando os braços e indo em direção a maca. 

— Sim, mas não se preocupe, eu darei o atestado a diretoria. —  A senhora saí dali e vai até sua mesa, anotando algo num papel.

— Aish novato! Você é muito sortudo. — Dizia JungKook rindo e bagunçando os cabelos alaranjados de Jimin. — Seu cabelo tem um cheiro bom.

— Ahn? O-o que está fazendo? Ei, pare de cheirar meus cabelos seu pervertido! — Jimin fala empurrando JungKook.

— Atestado de quatro dias de repouso em casa, muita massagem e movimentos cautelosos! Certo? — Sorriu a senhora da enfermaria e Jimin concordou.

DOIS DIAS DEPOIS

—  Jimin, tem uma amiga sua subindo aqui. —  Jimin encarou sua mãe confuso, enquanto se aconchegava melhor em sua cama.

—  Amiga? —  Ele repete para sua mãe.

—  Sou eu seu idiota. —  Diz Jennie entrando no quarto de Jimin. —  Se esqueceu que tem uma amiga aqui agora é?

—  Jennie, c-como você descobriu minha casa? —  Jimin estava curioso, nunca havia dito sobre sua casa para Jennie.

—  Derr, Jimin, no seu KaKao você coloca sua localização, claro que eu olhei lá. —  Disse Jennie já se sentindo bem a vontade no quarto do amigo, se sentando na cama.

—  Certo, Jimin, estarei saindo hoje. —  Jimin encarou sua mãe, a olhou de cima pra baixo, certo...Ela estava mesmo linda, sua mãe ao todo era linda, com certeza estaria indo a um encontro...Um pouco rápido após o término de seu namoro mal acabo mas Jimin sabia que de toda forma aquilo a faria bem então pouco ligou pra isso, só esperava que sua mãe se divertisse muito essa noite. —  Então, bem, eu confio em vocês, já são grandinhos, podem ficar sozinhos, ou terei que chamar uma babá?

—  Fala sério mãe, claro que não. —  Jimin dizia rindo e feliz em notar o bom humor notável em sua mãe, ele estava meio raro ultimamente.

—  Filho, estava brincando. —  Sua mãe vai até ele e o deposita um beijo entre seus fios. —  Cuide-se certo? E nada de movimentos bruscos com esse pé!

Jimin concorda com a cabeça, sorrindo bobo com a preocupação desnecessária de sua mãe, mas ela era mãe, é isso que mães fazem.

—  Como acha que estou? Han? —  Sua mãe dá uma volta, ajeitando seus cabelos soltos que agora estavam curtos em um corte até os ombros, vestido preto, alças longas mas com um decote generoso, a altura era até um pouco acima do joelho, salto alto mediano e batom vinho escuro, simplesmente linda, pensou Jimin...Mas faltava uma coisa!

—  Mãe, falta uma coisa! —  Jimin fala levantando o dedo —  Os brincos!

—  Oh sim, como eu esqueci deles! —  Dizia sua mãe rindo abobalhada de sua mente tão esquecível.

— Vá com os de ouro branco, são caros mas pelo seu estilo de hoje sei que não irá pra alguma festa, é restaurante, não é? —  Jimin deduziu e acabou acertando, incrivelmente, ele sempre acertava.

—  Sim, um baita restaurante caro...O cara é um super empresário, um gato, olhos verdes e acredite, ele tem uma tatuagem no peitoral, você sabe como eu amo isso! —  Dizia a mãe de Jimin totalmente divertida e de maneira natural com seu filho, Jennie estava no meio dos dois e os olhava confusa e surpreendida, pra ela aquela relação tão saudável e aberta entre mãe e filho era algo...Novo, novo e muito bacana.

—  Sim eu sei mãe, você namorou quatro caras com tatuagem no peitoral. —  Jimin começou a rir —  Mas se lembre! Use os brincos de ouro branco, vão cair melhor com a tonalidade preto e vinho, essa é a paleta certa! —  Jimin dizia convicto e certeiro, e muito orgulhoso de si e seu bom gosto.

—  Já sei, pode deixar! Estou saindo, me deseje sorte pra que esse seja meu príncipe e não mais um sapo viciado em sexo — Dizia sua mãe rindo e ficando com os olhos pequeninhos, analisando assim eram iguais aos de Jimin, pensou Jennie. —  Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo me ligue! Me ligue mesmo, não estou brincando, está rindo do que Jimin? — A postura de mãe séria e preocupada voltou —  Meia noite ou um pouco mais cedo voltarei, tudo depende do papo dele. Até mais Jen...

—  Jennie, mas pode me chamar de Nini. —  Disse Jennie sorridente e pensando ''Caralho, o Jimin tem a melhor mãe do mundo!''. 

—  Ow, que fofo! Certo, então até mais tarde Nini e Jimin, se cuidem bem, se quiserem tem bisteca ao molho na panela vermelha. —  Jimin concordou com a cabeça ouvindo sua mãe;

—  Sério? Vocês comem bisteca? Vocês são ricos? —  Disse Jennie impressionada, isso era uma baita comida.

—  Ela só faz isso quando decidi sair, é pra me fazer sentir-me menos mal —  Brincou Jimin colocando a mão no peito, fingindo drama.

—  Ah, eu te amo seu bobo. —  Logo sua mãe começou a beija-lo, dando diversos beijos nas bochechas, aquilo era o que ela mais amava em seu filho.

—  Chega, chega, tá bem mãe, vá se divertir. —  Jimin falou aos risos e tendo a visão de sua mãe saindo do quarto sorridente e acenando, era exatamente assim que ele queria a ver.