1. Spirit Fanfics >
  2. Nove Meses >
  3. 35.Revelações

História Nove Meses - 35.Revelações


Escrita por: Mell_Uchiha

Capítulo 39 - 35.Revelações


No capítulo anterior:

“Ambas olharam em direção de onde surgira a nova voz. Parado na porta estavam Natsu, Igneel e Virgo, ambos atônitos com que acabaram de ouvir. No entanto, a surpresa aumentou ainda mais com a cena que avistaram.

E a arma de Yukiko encontraram agora um novo alvo.” 

Capítulo 35 — Revelações

 — Mamãe. — Correu contente em sua direção, antes mesmo de chegar até ela, gritou: — Olha só o que achei. 

Ele tinha em mãos um álbum de fotografias aparentemente bem antigo, pois estava em sua maior parte desgastado. A mulher puxou o objeto das mãos do pequeno, e mais que imediatamente já estava avistando o seu conteúdo.

Ela nem mesmo se lembrava que aquilo existia, era algo dos tempos de colegial. Uma foto em peculiar lhe chamou atenção. Ao avistar as pessoas ali, sentiu uma crescente fúria lhe atingir o peito. Jamais seria capaz de superar aquilo. 

*

Algumas horas antes...

Natsu

— Eu já lhe disse que não queria que isso acontecesse novamente Lisanna. Você nunca me avisa quando vai, e quando chega não me conta como exatamente as coisas aconteceram. Você nunca deixa eu me aproximar e dorme afastada de mim.

— Natsu... — As palavras não passavam de um sussurro, quando saíram de sua boca: — Eu sinto muito, eu prometo que da próxima vez irei te levar junto. Eu prometo que...

— Mas que porra Lisanna! — Gritei, sabia que não podia estourar daquela maneira, no entanto eu sentia que alguma coisa não se encaixava naquela história. Porque tantos esforços para me manter longe e em seguida ir sozinha? —Essa é a última vez que isso acontece, da próxima vez que... Na verdade quero voltar hoje mesmo com você. Se me nega dar informações sobre o meu filho que seu médico as informe então.

— Natsu — Ela começou, os olhos brilhavam quando me encarou. Pareceu que iria desabar a qualquer momento. — Tem um motivo... Tem um motivo para querer ir sozinha.

— E qual seria? — Perguntei exasperado.  

— Medo. — Ela soltou. Pela sua expressão parecia ter tirado um enorme peso dos ombros. — Toda vez que vou o medo me domina. Medo de que algo possa estar errado, que o nosso bebê esteja enfrentando alguma coisa por minha causa. Pela minha situação e...

— Isso não faz o menor sentido. — Falei. Eu me aproximei, e ela se moveu, nervosa. Movi meus dedos em direção ao volume em sua barriga, no entanto, como sempre fazia, ela se afastou. — Independente do que dizer, eu irei junto com você na próxima vez. E se você se negar, levar-te-ei a outro médico, um que seja de minha confiança. Eu entendo o que você está enfrentando, mas me afastar não é um método eficaz de melhora. Por melhor que eu tente  ser, não sou idiota Lisanna. 

Lis suspirou, surpresa. Tudo que fiz foi sustentar o meu olhar duro. Talvez minha atitude não fosse correta, mas o que merda eu poderia fazer? Sentia-me como se estivesse submerso em um rio enquanto todos boiavam.

Aquela criança era meu filho, e apesar de todas as circunstâncias ela não tinha nada com esta estúpida situação.

— E não tem nada que você possa fazer para eu mudar de idéia. — Conclui.

Saí, antes que ela inventasse mais uma desculpa. Sim, porque era tudo que me parecia. O que ela dizia não fazia mais sentido, e precisava descobrir o motivo.

Quando entrei no carro, alguns minutos mais tarde, descansei a cabeça sobre o volante. Senti a constante tremedeira que me assolava, principalmente os braços. Talvez isso nunca fosse passar, e eu estivesse fadado até minha morte com isso.

Fechei os olhos, e meus pensamentos me guiaram imediatamente até ela. Como acontecia exatamente todas as noites. Durante o dia, eu não me permitia tamanho privilégio e me via atolado com o trabalho e a faculdade. Mas ao anoitecer, quando colocava a cabeça naquele maldito travesseiro não tinha nada para me impedir, e não que fosse por falta de tentativas. Já fizera de tudo, e por mais que conseguisse enrolar, em algum momento, seu rosto, sua voz, seus movimentos se sobressaiam a qualquer outro pensamento.

Merda!

Parecia que estava caminhando por uma rua muito estreita e cheia de empecilhos. De um lado me restava a imaginação de como seria a vida se minhas escolhas fossem diferentes, do outro, eu tinha minha realidade. Complicada como ela era.

Estava me tornando uma pessoa que nunca pensei que seria. Algum tempo atrás coisas como essas não me perturbariam tanto. Antes era tão mais fácil esconder as coisas que sentia, agora, no entanto, parecia quase impossível.

Contive esses pensamentos, e liguei o carro. Meu rumo inicialmente era a empresa, e bem, eu poderia muito bem seguir pela avenida principal, mas, antes que pudesse conter, me vi virando na próxima rua a direita.    

Aquele rumo que pretendia seguir me levaria exatamente a casa da garota tinha virado mestre no assunto perturbar a minha cabeça.

Eu sei o quanto errado aquilo soava, mas, talvez apenas conseguisse vê-la passar pela janela, ou quem sabe, estivesse do lado de fora por alguma coincidência. Bem, ecoava ridículo, mas eu bem sabia que não poderia me privar nem por mais um momento por isso. Não faria nada de errado, apenas passaria pela sua rua, e seguiria para empresa. Onde me atolaria de trabalho até o fim do dia.

Quando passei por sua rua, algo no mínimo peculiar acontecia ali. Chegando mais perto vi que algumas pessoas se aglomeravam em frente a uma casa, que não demorei muito a perceber que era a de Lucy. Um gosto amargo preencheu minha boca. Isso não queria dizer boa coisa, nunca queria.

Aproximei mais o carro, e perguntei para uma das mulheres que estavam ali:

— O que aconteceu?

Ela me olhou espantada primeiramente, mas logo me informou. O que na verdade não me deixou nada contente.

— Nós também não sabemos direito ainda, mas pelo que entendi, uma jovem passou mal e eles tiveram que levá-la para o hospital. Tudo que sei era que a moça estava em estado grave.

Moça? Não havia muitos moças ali, certo? Para falar a verdade, só tinha Lucy. Ela morava com os pais e o irmão. Minhas mãos tremeram, e eu bem sabia que aquilo não era resultado da direção. Tinha algo a mais ali. Instantaneamente meus pensamentos voltaram para o dia em que Lucy desmaiara bem a minha frente. Apertei os olhos, voltando à realidade e perguntei, minha voz saindo mais preocupada do que eu imaginava.

— Pra onde eles a levaram?

Mal esperei pela sua resposta, acelerando mais que o limite imposto ali. Continuei seguindo e por alguns segundos a vi deitada em uma cama de hospital. Cara, como podia ser tão impotente naquele momento. 

Foram necessários sete minutos para que chegasse até o casa de saúde, estacionei o carro no primeiro lugar que vi e quase corri para a entrada. Pouco me importando para o que as pessoas iriam achar.

Seu irmão provavelmente não entenderia nada bem aquilo, dado que nosso último encontro não fora um dos melhores.

Esse fora no dia do meu casamento, a pouco mais de um mês. Toda vez que pensava naquilo ainda me corroia a vontade de ir até a casa dele e socá-lo até que minha raiva se esvaísse. Bem, mas eu entendia o motivo de tudo que fez, ao menos tentava entender. Em sua mente, eu havia iludido sua irmã, para depois me casar com outra. Era assim que a história parecia, para que não estava por dentro dos mínimos detalhes. Ele tinha defendido Lucy, assim como eu faria se Wendy ainda estivesse aqui.

Mesmo isso, ainda não me acalmava completamente.

Parei a alguns metros da entrada, quando meus olhos avistaram a cena.

Minha visão se concentrou em seu rosto, e caramba, ela estava ainda mais bonita. Seus cabelos estavam um pouco maiores, os olhos tinham aquele magnetismo que me atraia irrevogavelmente, seus lábios que pareciam clamar pelos meus, e finalmente os contornos de sua face, que pareciam um pouco mais cheinhos, que ainda assim, continuavam encantadores.

Meus olhos desceram um pouco mais e o ar fugiu completamente dos pulmões. Meu coração deu uma batida irregular, antes de voltar a funcionar mais potente do que nunca. Ela... Ela... As palavras se negavam a formar a frase até mesmo em pensamentos. 

O que era aquilo?

Lucy estava...

Lucy estava grávida!

Grávida! Grávida! Grávida!

Senti as pernas bambearem, e eu segurei em uma árvore que estava bem ao meu lado.

Ela não tinha me visto e sorria para a barriga que acariciava muito gentilmente. Parecia tão linda naquele vestido folgadinho que acentuava seu ventre, que combinava perfeitamente com toda sua delicadeza.

Ela deu dois micro passos e um cara se aproximou dela. Ele era alto se comparado a Lucy, seus cabelos de um laranja-mel eram grandes e estavam espetados em todas as direções. Ele usava óculos, e parecia extremamente feliz quando a alcançou.

Um tremor me abraçou quando ele depositou a mão sobre a dela, e se abaixou depositando um beijo sobre o volume de sua barriga.

“Virgo estava certa, Lucy havia seguido em frente.” — Pensei comigo mesmo.

Ele provavelmente era o pai da criança, e meus olhos se espremeram quando ele a abraçou. Merda! Quem eu estava querendo enganar? Quem mais seria se não ele? Lucy não era esse tipo de mulher que ficava com um ou com outro, sua timidez nunca permitiria isso. Seu jeito único, que encantava até o mais idiota dos seres. Que havia me encantado.

Ela tinha seguido em frente, estava vivendo sua vida e que direitos eu tinha de me intrometer? O cara a soltou e depois olhando para os lados e então ele me viu.

Por mais idiota que aquilo fosse eu quis ir até lá e quebrar a cara do sujeito, o desgraçado que tinha tocado-a. O filho de uma mãe que se tornou o cara mais sortudo do mundo por tê-la com ele.

Eu me virei incapaz de assimilar aquilo, foi quando ouvi sua voz:

— Natsu! Natsu! — Pensei tê-la visto correr um pouco, mas não sabia exatamente até que ponto era verdade ou invenção da minha cabeça. — Natsu, espere!

Entrei no carro e me vi novamente dirigindo além do permitido. Quando soube que estava longe o suficiente parei o veículo numa rua menos populosa.

Lucy estava esperando um filho.

Um filho que era daquele desgraçado.

Tentei raciocinar, e me peguei pensando como aquilo poderia ter acontecido.

— Droga! 

Apertei meus dedos uns contra os outros até que seus nós se embranqueceram, sabendo que aquilo não era o suficiente, esmurrei o volante uma vez, em seguida fiz novamente, continuei numa seqüência sem fim. Até que, suspirei cansado de mais daquilo tudo e joguei minha cabeça para trás, sentindo-a se acomodar no estofado.

Aquela criança que ela esperava agora poderia algum dia ter sido nossa. Se eu não tivesse feito tudo errado. No começo tudo tentava me convencer de que não tive outra escolha, mas agora, essa desculpa já não se fazia tão forte. Sempre há uma maneira, e eu desisti dela antes mesmo de procurá-la.

Agarrei o celular no banco ao meu lado e disquei o primeiro número da agenda. Não demorou muito para que ele atendesse.

— Filho? — Discorreu. Notei que deveria estar fazendo algo de importante, pois sua voz parecia meio urgente.

Empurrei toda aquela merda bem para o fundo do estômago, e puxei bastante ar antes de dizer:

— Velho, acho que não vou poder ir para a empresa hoje.

Fez-se um silêncio e escutei que algo foi arrastado do outro lado da linha.

— Porque Natsu? Aconteceu algo?

Era claro que qualquer profissional digno não deixaria aquilo interferir no trabalho, mas naquele momento eu só queria dizer dane-se para tudo.

— Eu... Eu vi Lucy . — Disse para ele.

Ainda era difícil tentar assimilar que ela estava esperando um bebê.

Ouvi meu pai xingar. Ele nunca xingava, foram tão raras as vezes que vi ele soltar palavras de baixo calão que foi que eu não pude falar mais nada naquele momento.

— Merda Natsu, não era para você descobrir assim.

— Descobrir assim? — Sussurrei, tentando procurar os sentidos das palavras. Então meu pai também era conhecedor daquela situação?

De repente alguns flashs voltaram e eu finalmente entendi algumas coisas. Todas as vezes que ela acariciara a barriga, e não eram poucas, nesses instantes que eu dizia a mim mesmo que não passava de coisa da minha cabeça. Agora estava claro como água.

Mamãe está tão contente e ficará mais contente ainda quando tudo estiver resolvido”

Quando estávamos na casa de campo e peguei-a falando aquilo. Que era no mínimo muito estranho. No momento a reação que tive de imediato foi perguntar-lhe se estava grávida. E ela disse que não.

 Disse que não. 

 O que aquilo tudo significava? Bem, no fundo eu sabia. Se Lucy estava grávida naquela época, quer dizer que já estava com o pai de seu filho? Se não, porque mentiria para mim?

 Não, era impossível.

 Tantas vezes me fizera acreditar que ela me amava.

 — Natsu! Natsu! Você ainda está aí? — Ouvi meu pai gritar, e finalmente fui capaz de lhe dar atenção.

 — Eu preciso desligar. — Conclui.

 — Espere! Para onde você va...? — encerrei antes que terminasse a sua frase, e talvez de alguma maneira me convencesse a continuar na linha.

  Alguns minutos mais tarde dirigi de volta para casa, e não sabia por que diabos estava fazendo aquilo. Já que não era capaz de fazer com que minha cabeça funcionasse com decência para trabalhar hoje, poderia apenas me contentar com a idéia de que eu tinha uma esposa e daqui a alguns meses um filho.

  Abri a porta, já prevendo que algo estava errado. Alguém quase me atropelou, e quando parei para encará-la vi que era Virgo. Ela estava bufando de raiva e a vi segurava o choro, o tanto quanto podia.

  — Hey,o que aconteceu?

 Não posso dizer que tínhamos nos tornado grandes amigos,entretanto, Virgo foi uma pessoa de quem me aproximei consideravelmente nos últimos tempos.

  — Olha, eu juro que tentei Natsu. Juro mesmo, mas sua mãe é uma mulher impossível de lidar.

  Ela se calou, e ouvimos o leve barulho do portão se abrindo. Ao olhar para trás vi que era o carro do meu pai. Virgo secou as lágrimas que nesse instante já percorriam seu rosto.

  — O que aconteceu? — Perguntou meu progenitor, correndo até nós. — Você está bem Natsu? — Assenti e ele se voltou para Virgo, questionando-a também.

  — Nós brigamos de novo. Não era minha intenção, mas caramba, lidar com Yukiko e como se estivesse em um patamar superior ao que posso alcançar. Eu sinto muito, mas pra mim já chega.

  Meu pai se aproximou dela, segurando seus braços carinhosamente. Nós entramos e caminhamos para a sala quando um ruído peculiar me atraiu para o fim do corredor.

— Onde você a deixou? — Perguntei.

— Na cozinha, mas acho que ela não está la mais. Saiu com tanta raiva que eu não me ofereci pra ficar nem mais um momento para tentar descobrir onde estava indo.

— Bem, eu acho que isso não é mais um mistério. — Falei e apontei para o fim do corredor.

Com aquela distância não passavam de alguns sussurros. Meu pai levantou-se abruptamente se dirigindo imediatamente até lá, mas parou de repente a alguns centímetros da porta. Eu e Virgo o seguimos e ele colocou o indicador sobre os lábios, num pedido de silêncio.

 Não, jamais chegaria a esse ponto. Só estou tentando dizer que você tem tanto a perder quanto eu. — Alguém disse, mas não era Yukiko. Prontamente mentalizei o rosto de Lisanna e soube que era ela. — Talvez até mais. Já imaginou se Igneel descobre que foi traído dentro da própria casa? Ou melhor, que você estava esperando um filho, mas que para não arriscar a perder tudo que tinha você...

Meu cérebro se negou a processar as últimas palavras da minha esposa. Quando olhei para o meu pai, vi seu semblante de uma forma que jamais pensei ser possível nessa vida. Primeiro, uma confusão se espalhou por todo o seu ser e depois uma raiva que quase podia apanhar. Ela estava ali, numa escala tão grande que eu não podia mais segurar minhas mãos.

Quando fiz menção de que iria entrar, ele segurou meus punhos. Balançou a cabeça, e nós todos continuamos na mesma posição.

— E quem é você para dizer algo sobre mim. Logo você Lisanna... — Parece que ouve uma risada, mas não era possível definir ao certo. — Que planeja roubar o filho daquela insuportável da Heartfilia, para passar como seu. E por mais que consiga enganar meu filho, você sempre saberá que ele não é seu.  Jamais poderá gerar uma criança.

Roubar o filho...

Roubar o filho da Heartfilia? A criança de Lucy?

Lisanna não podia gerar filhos?

Pouco a pouco sua frase tomou compreensão dentro de mim. E eu não imaginei que minha mulher podia orquestrar um plano tão... Não havia palavras para definir aquilo. E o nosso bebe?

— Não vejo porque iria querer, se fosse para matá-la. Além de acabar com a vida de seu filho, você me ajudou a planejar roubar a criança de outra pessoa. Você é mais podre que eu.

...

...

...

Deus! Eu acho que nada mais podia sair de mim, não consegui levantar a cabeça para ver qual foi à reação das duas pessoas ao meu lado, mas desconfiava que não fosse muito diversa da minha.

Estava vivendo com dois monstros dentro de casa.

Primeiro um aborto, depois a traição, Lisanna era infértil, e ainda havia o fato de elas quererem pegar a criança de Lucy.

O que ela tinha haver com toda essa porcaria?

Incapaz de conter cada instinto do meu corpo que gritava para que colocasse aquela porta abaixo, soquei a madeira e ela deslizou rapidamente para dentro.

Vasculhei a sala minimamente antes de deixar meu olhar cair nas duas figuras a minha frente, ouvi o suspiro creio eu que de espanto deixar a boca de Virgo.

Tudo era pior do que eu imaginava.

Yukiko apontava uma arma para Lisanna, mas ao nos ver ela mirou em nós. Mais precisamente para Virgo, e não duvidei de que pelo seu semblante pudesse apertar o gatilho.

— Olha só quem veio nos dar o ar da graça. — A mulher, que um dia, numa época muito remota, eu ainda chamava de mãe, pronunciou. Suas mãos tremiam, eu ainda não sabia se era de medo ou raiva. O pouco que ouvimos da conversa de ambas, faíscas estavam prestes a sair.

— Yukiko... — Ouvi meu pai dizer cautelosamente. — Abaixe essa arma.

— Você não está em condições de dar ordens, não acha querido? — Eu dei dois passos, e ela repentinamente mirou o revólver bem acima do meu peito.  Engoli em seco, mas não vacilei. — Não se mexa Natsu, não me obrigue a fazer isso. A única pessoa que ainda vale algo nesta casa é você.

— Então... — Pedi. — Jogue a arma no chão para podermos conversar.

— Conversar Natsu? Você acha que eu quero conversar? — Ela gritou e então passou a mão livre pelos cabelos. Ela mordeu os lábios tão fortemente que vi quando arrancou o coro de um deles. — Estou com tanta raiva que sinto que posso fazer uma peneira da cabeça dessa daí.  — Prosseguiu, apontando o queixo rumo a virgo. — E não é muito diferente com você Igneel.

Vi meu pai se mover um pouco, contudo ele parou quando sua cabeça foi à nova mira.

— Lisanna, dentro do armário há um saco preto, pegue ele. — Yukiko disse, e vi minha... Não sabia mais como chamá-la, o termo esposa já não parecia ser apto. No fim, ela fez exatamente o que a mais velha disse. — Agora você Igneel, vai nos levar até o cofre. E espero que seja inteligente o suficiente para não tentar nada, do contrario, eu não sei quem posso acertar primeiro. Sua queridinha, ou quem sabe você mesmo. Quanto a você Natsu, eu não quero matá-lo, mas acredito que apenas um tiro na perna já seja o suficiente para impossibilitá-lo. Então, nada de joguinhos também. Agora vão! Vão!

Meu pai foi o primeiro a sair, Virgo e eu fomos logo atrás dele. Lisanna estava bem atrás de mim, e não tinha como negar, ela tremia de medo de Yukiko e por isso faria o que ela quisesse. Tentei discorrer sobre minhas opções, nós éramos três contra duas. Se eu tentasse algo, algum deles poderia correr e ligar para a polícia.  No entanto, se algo desse errado e alguém saísse ferido...

Nós andamos até o escritório, e quando dentro vi meu pai relutar em fazer qualquer movimento.

Seu semblante estava contraído, com certeza pensando em uma maneira de nos tirar daquela situação.

— Parece que você precisa de algo para te motivar Igneel. — Ela sorriu e então puxou os cabelos de Virgo, trazendo-a até si. Posicionou a arma a alguns centímetros da orelha dela e bradou: — Faça!

— Yukiko solte-a, você não precisa fazer...

— Faça!

Meu pai andou até a parede e vi quando seus dedos encontraram um local onde estava levemente estufado. Ele pareceu ter encontrado algo e então puxou todo o papel decorativo. Atrás deste, estava ali um grande cofre embutido na parede. Vi ele colocar sua digital e então puxou a porta de metal.

Meus olhos não estavam preparados para aquilo.

O dinheiro estava dividido em blocos e havia no mínimo vinte. Yukiko apontou para Lisanna, que silenciosamente se moveu até lá. Lentamente ela colocou todos dentro do saco, um a um, e mirei-a, com vontade de explodi-la junto com toda essa porcaria. Mais ao fundo, havia um saquinho médio transparente. Imediatamente compreendi seu conteúdo: era um colar. Mas não um colar comum, havia uma grande pedra de diamante no centro e a todo ele era composto por alguns menores. Nós todos bem conhecíamos, era de vovó, aquele colar era guardado a sete chaves depois de sua morte, pelo valor emocional primeiramente, e, o preço avaliado no mercado: mais de cinqüenta milhões. 

Yukiko andou até a porta, com Virgo ainda ao seu alcance e apontou para que Lisanna viesse para perto. Quando ambas estavam lado a lado, a garota de cabelos exóticos foi jogada contra o chão.

— Isso é por você se atrever a tocar em mim. — Vi que ela pensou em reagir, mas diante a arma se manteve parada.

E então Yukiko seu movimentou mais rápido do que esperei. Tentei alcançá-la, mas não cheguei a dar dois passos, e vi-a levantar consideravelmente a arma e atirar. Primeiro um grito feminino e depois um mais grosso; notei que o segundo foi de meu pai. Ao olhar para trás vi Virgo caída em seus braços, e o local logo acima de seu estomago adquiriu uma mancha avermelhada. 

Mais uma seqüência de tiros, provavelmente direcionada a todos nós foram disparados.

— Virgo! Fique comigo! Fique comigo!  — Vi quando meu pai puxou o celular do bolso e discou o que pensei ser a emergência. Acho que nunca vi seus olhos com um terror tão grande desde que soubera da morte de Wendy, ele parecia tão desesperado que não teve como não me sentir assim também. — Não! Por favor...

Voltei o meu olhar para a porta, incrédulo com a capacidade dela de chegar a tal ponto. Senti a espinha arrepiar quando vi que nenhuma delas estavam ali. Era tarde de mais. 

— Droga!! — Gritei, e um dos empregados finalmente apareceu. Quase o atropelei, antes de bradar: — Ligue para a polícia!

Corri pelo único caminho que elas poderiam ter ido e assisti quando abriram a porta da frente. O prazo para chegar até lá, foi o que demorou para elas pegarem o carro de Yukiko, e saírem. Corri, adentrando o automóvel do meu pai, pondo-me imediatamente a segui-las. Quando atravessava o portão, vi uma figura conhecida descer de uma moto que acabava de estacionar.

As madeixas loiras jamais poderiam ser confundidas.

Deixei essa questão de lado, me concentrando nas duas pessoas que agora era alvo de todo o meu ódio. Eu precisava alcançá-las e o fato de estarem uns bons metros à frente não me agradava. O que faria quando conseguisse pará-las? Eu ainda não sabia. Nunca fui um fã de fazer justiça com as próprias mãos, mas naquele momento nada parecia mais adequado. Era um horror pensar naquilo, mas elas mereciam passar o resto da vida por trás das grades. Mereciam toda a merda de situação que viriam para cima delas.

Viraram na esquina que se aproximava e fiz o mesmo, com a certeza de que a velocidade estava muito acima do permitido. No entanto, quando completei a curva um Honda Civic surgiu repentinamente em minhas vistas. Era tarde de mais quando tentei desviar e senti o impacto do meu corpo com algo duro.

Apaguei por algum tempo, não saberia dizer quanto, mas achei que fosse pouco. Consegui abrir os olhos e aquilo doeu como lanças perfurando minha pele. Olhei para os lados e vi algumas pessoas se aproximando, notei também naquele momento que estava caído no chão.

Não sabia qual era minha condição, mas entendi que não era nada boa. Minhas vistas começaram a escurecer novamente e minha perna doía tanto que imaginei que pudesse estar arrancada. Tinha algo cravado em meu braço esquerdo, tentei não imaginar o que seria. Senti que algo escorria em minha testa, tive certeza que era sangue.  

Ouvi alguns gritos de espanto, mas um entre todos me chamou a atenção. Ele estava ficando mais forte na medida em que eu ia apagando. Senti alguém cair ao meu lado e forcei por mais alguns segundos meus olhos se manterem abertos.

— Natsu! Oh Meu Deus! Por favor, mantenha os olhos abertos. Por favor, por favor... Alguém chame uma ambulância! Por favor, chamem uma ambulância!

Ela parecia um anjo, e naquele momento senti o maior arrependimento da minha vida. Arrependi-me de não ter ficado com ela, de ter insistido em um casamento que resultou em toda essa merda, arrependi-me de ter deixado outro estar fazendo sua felicidade.

Eu nem mesmo havia conseguido pegá-las.

— L-Lucy. — Sussurrei. Tentei fazer força para me levantar, mas já não tinha controle sobre meu próprio corpo.

Nunca imaginei uma maneira que pudesse morrer, mas ter alguém como ela ao meu lado amenizava esse horror.

— Natsu! Você tem que ficar comigo... Conosco. Nós precisamos de você. — Não entendi o que falava e a força que mantinha para continuar a olhando estava se esvaindo. Senti algo pingando em minha face, e não pensei que pudesse ser chuva. Em algum lugar no fundo de mim, soube que Lucy chorava. Chorava por minha causa.  — Você precisa ficar conosco Natsu, comigo e com a nossa criança. — Senti como se mais alguma coisa tivesse acontecido comigo, porque não era capaz de lidar com aquilo. O que ela estava tentando dizer? — É isso mesmo Natsu, esse filho que estou esperando é seu. Eu sei que parece impossível, mas eu juro que vou te explicar. Para isso você precisa ficar conosco. Por favor, por favor...

Não conseguia compreender suas palavras. Mas, não imaginava porque Lucy mentiria em um momento como esse.

Tentei me manter acordado, para saber que merda era aquela que estava dizendo. Entretanto naquele momento aquilo se tornou uma tarefa impossível. Finalmente apaguei com um último pensamento:

Como poderia eu ser o pai daquela criança?


Notas Finais


Boa noiteee galerinha, como estão? Eu estou muito bem. Não da pra ficar triste nas noites de domingo durante algumas semanas do ano. Kkk Bem o que acharam desse capítulo? Natsu descobriu sobre o filho, infelizmente em um momento como esse. Lisanna e Yukiko conseguiram fugir, só resta esperar qual será o impacto na estória. Sobre Natsu e Lucy eu gostaria da opinião de vocês sobre algo: Qual o sexo do bebê que vocês gostariam? Quando comecei a escrever a fanfic sempre pensei em uma menina, mas ultimamente me veio essa dúvida porque comecei ter uma paixonite por meninos... Então?
1) Para menina;
2) para menino;
3) Tanto faz
Ou
4) Ambos. Tá parei com a zoeira, não têm gêmeos aí não. kkkk
Mas me digam se tem alguma preferência ou nao (1, 2, ou 3)
Bem por hoje é isso, espero que tenham gostado. Perdoem-me pelos erros grotescos, como sempre revisei o capítulo rapidamente. Próximo domingo postarei o próximo capítulo.
Beijinhos♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...