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História Nove Meses - Capítulo 11


Escrita por: Mr_Dyo

Notas do Autor


Olha quem chegou na data certa dessa vez?! \o/
Sinceramente? Não sei o que pensar desse capítulo, de verdade, só sei que amo demais!

Boa leitura e nos vemos lá em baixo!

Capítulo 11 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction Nove Meses - Capítulo 11

Nove Meses – Capítulo 11

 

 

Jongin já tinha ido embora há pouco mais de uma hora, mas Kyungsoo ainda sentia os lábios dele em sua pele... era como se aquela região que fora tocada tivesse ficado dormente, mas quente ao mesmo tempo. Era uma algo diferente, mas inegavelmente bom. Contudo, o menor não se permitiu devanear demais sobre aquilo. Aquele gesto de Jongin foi pelo filho, não por si.

Recriminou-se imediatamente. Não poderia ter aqueles pensamentos em relação ao moreno, afinal de contas, ambos eram casados e tinham seus respectivos companheiros, e foi por lembrar do seu que Kyungsoo moveu-se para a cozinha. Decidiu que, se queria que tudo desse certo entre ele e Junmyeon, teria de fazer sua parte plenamente, afinal de contas, jurou diante de todos, no dia de seu casamento, que iria amá-lo, respeitá-lo e o principal... lutaria pelo casamento deles enquanto houvesse amor... e ele ainda o amava.

Foi Junmyeon com quem Kyungsoo dividiu a cama nos últimos anos, foi com Junmyeon com quem Kyungsoo conviveu, sorriu, chorou, sentiu prazer... Kim Junmyeon quem lhe deu o sobrenome e a boa vida que tinha... não Jongin. Não seria Jongin quem lhe daria um filho, Kyungsoo daria um filho a Jongin, então não poderia confundir as coisas e muito menos imaginar outras, pois caso se deixasse levar pelas impressões, quem acabaria perdendo no final seria Kyungsoo... não Jongin. O moreno continuaria casado, não Kyungsoo. E com aquele pensamento, preparou para o marido um de seus pratos prediletos... panquecas.

 

 

E de fato foi uma ótima escolha Kyungsoo ter feito panquecas para o marido, pois as audiências já tinham começado há um tempo e a cada nova sessão, algo novo era descoberto, um novo segredo revelado, o que trazia novas reviravoltas para o caso e deixava tudo tão mais complicado que o advogado se via cada dia mais estressado, pois, o problema maior não era aquele caso em especial, era seu casamento, que ainda se encontrava numa zona vermelha. E por se ver obrigado a ficar tanto tempo longe do companheiro, pois não tinha mais como largar aquele caso, Junmyeon se sentia cada vez mais preocupado.

Contudo, ao abrir a porta e sentir o cheiro delicioso das panquecas, como num passe de mágica, todo o stress que passou no dia pareceu sumir e tudo o que precisava para ficar realmente bem era um banho e os mimos de seu esposo lindo. Um suspiro de alívio e um sorriso, essas foram as primeiras ações de Junmyeon quando viu Kyungsoo tão lindo com aquele avental branco e impecavelmente limpo.

 

- Bem vindo, Jun! Como foi lá, no tribunal? – Kyungsoo se aproximou do mais velho e o saudou como antes de tudo acontecer, um abraço apertado, carregado de saudades, e um selar seguido de um sorriso amplo.

- Obrigado, meu amor – ainda um pouco surpreso, Junmyeon retribuiu o carinho, sentindo uma alegria há muito não sentida. – Foi muito, muito cansativo... mas e você, como está se virando lá na agência sem o Minseok? – questionou, sorrindo amplamente para o menor. Era tão boa a sensação de estar em casa outra vez...

- Apesar da correria, tô conseguindo dar conta junto com o Chanyeol – respondeu, encarrando, com satisfação e alegria, o sorriso do marido. – Vai tomar banho... fiz panquecas... aquelas que você gosta – piscou para o mais velho, como se soubesse que ele queria comer aquela preparação.

- Amor... eu já disse que sou extremamente sortudo por te ter como esposo e que agradeço aos céus por isso todos os dias? – questionou o advogado, voltando a abraçar o menor.

- Já! – Kyungsoo respondeu, escondendo o rosto contra o pescoço alheio. Sempre ficava envergonhado quando o marido falava aquilo.

- Pois sabia que sou muito feliz por ter você comigo, meu amor – declarou antes de deixar mais um beijo nos lábios no menor e subir para o banho.

 

Quando se viu longe da presença do marido, Kyungsoo deixou um suspiro longo sair de seus pulmões e levar consigo parte de sua frustração. Era bom ver aquele brilho apaixonado de antes, era bom vê-lo sorrir daquela maneira, era bom demais tudo aquilo; contudo, queria muito que o marido, quando chegasse, acariciasse sua barriga, perguntasse como foi no médico, como estava o crescimento do bebê, mas ele simplesmente ignorava aquele fato... claramente ignorava a criança que crescia dentro de si.

Ignorava a dura realidade de que Kyungsoo estava esperando um filho, e aquilo era frustrante demais.

Seria tudo tão mais fácil se Junmyeon tivesse para com a criança o mesmo cuidado e carinho que Jongin tinha. Tudo seria tão mais suportável... Era tudo o que Kyungsoo queria. Acreditava, inclusive, que se Junmyeon tivesse o mesmo zelo do moreno, a situação entre eles já estaria como antes de tudo aquilo acontecer, senão, melhor ainda, pois seriam pais, finalmente. Mas Kyungsoo também não poderia esquecer do fato de que o filho não era do seu marido...

 Antes que pudesse pensar mais naquele assunto por demais complicado, ouviu o celular tocar, e ao pegá-lo, sorriu quando viu de quem era a ligação.

 

- Minseok! Como está se sentindo? – questionou antes mesmo de o outro dizer algo.

- Livre! – Minseok respondeu. Era notável seu tom de voz cansado, mas também, feliz. – Finalmente me vi livre daquela coisa demoníaca! Arg! – declarou por fim, rindo logo em seguida do que ele mesmo havia falado.

- Tá andando demais com o Chanyeol, hein?! Ele quem gosta de dizer isso – Kyungsoo comentou entre risos.

- Mas se isso é horrível, o que posso fazer? – questionou o mais velho.

- Aceitar, dói menos! – Kyungsoo brincou em resposta.

- Mentira! Já aceitei esse fato há anos e dói do mesmo jeito – Minseok rebateu. – Reveja seus conselhos, querido! Tem algo errado em suas convicções – aconselhou e gargalhou em seguida.

- Só você pra me fazer rir, Minseok – Kyungsoo acabou deixando “escapar”.

- As coisas ainda estão um pouco pesadas, né?! – Minseok perguntou retoricamente. Pelo tom de voz do outro, de cara deduziu que a situação não era das melhores, por mais que tenha melhorado nos últimos tempos.

- Unhum... – Kyungsoo respondeu e respirou fundo antes de prosseguir. – Ele não liga para o fato de que estou esperando um filho, Minseok! – exclamou, um pouco inconformado. – Ele chega, me abraça, me beija, pergunta como estou, até mesmo como você está... pergunta sobre tudo, menos sobre o bebê, e isso acaba comigo.

- Eu sei que deve ser duro, mas tenta ver o lado dele também, Kyungsoo – o mais velho pediu, mais uma vez. – Não deve ser fácil pra ele também, quer dizer... não é fácil pra ele! – afirmou. Queria poder dizer ao amigo as palavras de Jongin, mas sabia que não podia, pois prometeu aquilo a Junmyeon. – Imagina como ele deve se sentir nessa situação toda? Vocês estão no meio de uma crise conjugal, além de tudo o que aconteceu, tem o fato de você estar esperando um filho que não é dele e o fato de que o pai do seu filho é bastante presente, e isso realmente deve ser muito incômodo. Imagina como não deve ser ruim ver outro cara realizando um sonho que era pra ser apenas de vocês dois? – questionou. – Então ele achou melhor não mexer em assuntos que possam fazer vocês brigarem e acabar complicando ainda mais a situação... o Junmyeon te ama, Kyungsoo! Eu te disse, quando essa criança nascer, tudo vai ser diferente. Ele vai ver que não é só você quem vai precisar dele, o bebê também vai precisar dele, e ele não vai fugir disso, e você sabe que tô falando a verdade, ainda mais pelo fato de que o Jongin não vai morar com vocês – falou com calma, usando seu melhor tom paternal. – Tenha paciência, meu amigo... tudo vai dar certo.

- Eu não tinha pensado por esse lado – confessou. – Sabe... é complicado, porque na minha cabeça, seria tão mais fácil se ele entendesse que essa criança também é dele...

- Sei que seria, mas fica difícil ter qualquer sentimento de posse quando se tem um outro homem na parada, lembrando que aquele filho é dele – Minseok argumentou. – O Junmyeon tá tentando, Kyungsoo... não sei se outro, no lugar dele, faria o mesmo. Ele tá tentando com todas as forças, mas ele não é de ferro... o Junmyeon precisa ter alguém em quem se apoiar, dizer que tudo vai dar certo e esse alguém é você. Quando os dois lutam juntos, a chance de vitória é maior.

- Espero, Minseok... realmente espero – era tudo o que ele mais queria. Queria voltar a viver tranquilo, junto a Junmyeon e assim, criar, juntos, aquela criança.

 

 

A barriga continuava a crescer, dia após dia, e por mais lindo que fosse tudo aquilo, muitas coisas não podiam ser ignoradas.

 

- Tem certeza que isso é normal, amor? – Junmyeon questionou pela terceira vez só aquela manhã, enquanto via Kyungsoo terminando de escovar os dentes e cuspindo uma quantidade absurda de sangue.

- É sim, Jun – o menor afirmou.

 

Nem tudo eram flores para o grávido, que começava a sentir na pele, e no corpo, as verdadeiras mudanças que a gravidez trazia consigo, além do crescimento da barriga. Kyungsoo já estava na 19ª semana de gestação, bem no finalzinho do quarto mês.

 

- Doutor ZiTao me disse que isso era comum, mas que vai passar assim que o Taeoh nascer – sorriu bobo ao falar o nome do filho.

- Assim espero... – falou mais para si do que para o marido. Não podia deixar de notar a barriga cada dia maior e mais linda, mas também não podia deixar de lembrar das palavras do moreno. E por mais errado que fosse, não conseguia sentir nada em relação àquela criança. Não a detestava, só... não era dele.

- Nem fala... – Kyungsoo comentou assim que terminou de escovar os dentes. Era sempre complicado escovar os dentes, pois as gengivas estavam bem sensíveis, por isso ficaram bastante doloridas e a quantidade de sangue ao escovar era bem assustadora, pelo menos foi nas primeiras vezes. – O pior não é nem isso, sabe?! Ter que ir no banheiro a cada meia hora e praticamente ter uma hemorragia a cada vez que vou escovar os dentes é bastante aceitável, acredite, o complicado mesmo é a dor que eu sinto de vez em quando... isso sim é complicado demais – confessou.

- Mas por que isso acontece? Ele te disse algo sobre isso? Tem certeza que isso é normal? Eu não acho! – para Junmyeon era estranho demais, acompanhar todas essas mudanças no corpo do esposo.

- É normal sim, Jun – afirmou, rindo um pouco de toda aquela preocupação exacerbada do advogado. Assim que terminou de secar as mãos, passou pelo marido e seguiu até a cama, sentando logo em seguida. – Segundo ele me falou, são os músculos e ligamentos que sustentam a barriga que estão esticando cada vez mais, e junto com isso tem o afastamento do osso da bacia e uma série de outras mudanças, muitas delas, doloridas – explicou.

- Puta que pariu! – o mais velho não conteve a expressão.

- É exatamente o que eu penso quando a dor vem – salientou, ainda rindo. – Mas o bom é que não é sempre.

- Menos mal – Junmyeon suspirou aliviado. Não lhe agradava em nada a ideia de ver Kyungsoo sentindo dor, sendo essa fisiológica ou não.

 

 

E com o passar dos dias, a barriga de Kyungsoo crescia mais e mais, e toda e qualquer mudança significativa, o grávido fazia questão de relatar ao moreno, e quando este pedia, mandava algumas fotos da barriga. Em compensação, a situação do menor com Junmyeon parecia estagnada. Não havia qualquer mudança, nem para melhor e nem para pior, parecia que ambos se recusavam a reconhecer a realidade que estava bem diante de seus olhos, mas era duro demais admitir aquilo; e por aquele motivo, ambos preferiram ater-se ao silêncio, na esperança que algum dia, tudo aquilo se resolveria.

Mas enquanto nada disso acontecia, Kyungsoo continuava trabalhando, não tão normalmente, mas tudo o que a K Turismo representava para si o fazia focar em outras coisas além da situação delicada em que vivia.

 

- Misericórdia, Park Chanyeol! Não aguento mais te ver cuspindo tanto... credo! – Minseok reclamou, fazendo cara de nojo.

- Ah! E até parece que eu tô cuspindo por querer, né?! – o maior respondeu, impaciente. Estava saindo do banheiro, mais uma vez.

- Vai num médico, Channie... deve ser verme! – Kyungsoo aconselhou e recebeu um olhar carrancudo do maior.

- Hei! Eu não tenho verme coisa nenhuma, tá me ouvindo?! – Chanyeol reclamou com Kyungsoo, que apenas gargalhou.

- Mas você tá parecendo uma lhama, cuspindo tanto – Minseok reclamou, só pra provocar. – Tá me dando agonia, de verdade!

- O que eu posso fazer se tô salivando mais que o normal? – questionou, irritadiço e a voz meio tom acima do normal.

- Alerta de F3! Alerta de F3! Repetindo... Alerta de F3! – Jongdae avisou da sala, cobrindo a boca para fazer de conta que sua voz saía de um rádio. – CORRAM PARA AS COLINAS! AHHHHHHHH – gritou por fim, arrancando boas risadas, inclusive do Park.

- Vish! Ei, caramba, tinha esquecido disso – Minseok acabou por lembrar daquele “detalhe”. – Já tá em tempo, né?

- Acho que tá perto – Chanyeol respondeu, já mais “manso”, enquanto continuava trabalhando na planilha dos ônibus, ao seu lado. – Tô me sentindo inchado de novo, como da primeira vez... – respirou fundo e soltou o ar com força. – E lá vamos nós de novo, pra mais uma semana de sofrimento, dor e angústia – choramingou, fungando.

- Yeol... – Yifan chamou o namorado, que o olhou de imediato, fazendo sua melhor expressão de cachorrinho machucado com direito a olhar pidão e biquinho. – Vem cá, vem! – pediu e assim o Park fez.

 

Yifan estava de pé, em frente ao balcão, preenchendo alguns formulários, quando o namorado chegou perto de si, ainda fazendo manha. O maior o abraçou pela cintura, deixou um selar rápido no pescoço do mais novo, que se derreteu imediatamente e abraçou o namorado, aproveitando os carinhos que recebia na nuca e nas costas para esconder o rosto na curva do pescoço alheio.

 

- Ai, meninos, vocês são tão fofos juntos! – Minseok exclamou, completamente encantado com aquele momento fofura, mas seu sorriso morreu no instante seguinte. – Mas eu tô ligado nessa tua enrolação, Park Chanyeol! Faz essa manha toda só pra não trabalhar – acusou. – Pensa que me engana, é? Teu martírio ainda não começou, então trate de adiantar seu trabalho antes de tirar suas “férias” – determinou.

- Que horror! – Chanyeol olhou para Minseok com uma clara expressão de espanto, que logo se transformou em sofrimento. – Seu sem coração! Não se compadece com o sofrimento alheio? Estou inchado, sentindo dores horríveis...

- É mesmo? Você por acaso pensou no meu sofrimento quando eu descobri que estava passando por isso? Nããão! Ficou foi tirando onda que eu tô ligado – rebateu sem nem se abalar, sabia que aquilo era drama. – Pensa que não ouvi o que você falou não?

- E o que eu falei? – Chanyeol questionou, prendendo o riso.

- Nossa! As trompas do hyung ainda funcionam... incrível, né?! Pensei que ele já tava na menopausa – imitando Chanyeol, Minseok repetiu a fala dele, arrancando risadas do próprio, Yifan e Jongdae. – Pensa que eu não ouvi? E outra, tenho apenas trinta e dois, filho, ainda tenho muito ciclo pela frente, ok?! – apontou para o maior, que saiu de perto do namorado e rumou para o banheiro. – Olha... lá vai a lhama de novo! – fez graça e riu quando Chanyeol lhe deu língua.

 

 

- Alô? – Jongin falou assim que atendeu ao telefone que existia em sua sala.

- Ingrato! – ouviu uma voz feminina acusar do outro lado.

- Oh! Omma... – sorriu fraco ao ouvir a foz da mãe. Era sempre bom falar com ela, mas nos últimos tempos, preferiu evitar.

- Agora lembrou que tem mãe, desnaturado? – questionou com humor.

- Não é isso... a senhora sabe que minha vida é uma correria enorme – respondeu baixo, deixando a caneta cair na mesa e usou a mão que estava antes ocupada com a caneta para apoiar a cabeça.

- O que tá acontecendo, filho? – questionou de volta, já menos sorridente. – Sabe que sou sua mãe e você não pode esconder nada de mim, não é? Mesmo longe, eu sei que tem algo acontecendo com você... e não é de hoje.

- E como sempre, a senhora sabendo das coisas, não é, dona Kim Junghee? – questionou, sorrindo fraco.

- Claro que sei! Eu te gerei, Jongin... eu sei quando algo não tá bem – afirmou ela.

 

“Eu te gerei”... era impossível ouvir aquela afirmativa e não ter os pensamentos automaticamente redirecionados para o baixinho de olhos grandes e expressivos. Era impossível não pensar nele quando via uma criança ou um simples anúncio de produtos infantis... seja em qualquer lugar que fosse. O fato era que, nos últimos dias, estava sendo quase impossível o ato de não pensar em Kim Kyungsoo.

 

- Mas então... o que tá acontecendo? – Junghee voltou a questionar, dado ao silêncio que o filho fez.

- Então, Omma... – como daria aquela notícia a ela? – Na verdade aconteceu, eu só não sei como te contar isso, entende?! – confessou.

- É grave? – questionou ela.

- Dependendo do ponto de vista... – respondeu o moreno. A reação de sua mãe era uma “incógnita”.

- Então fala logo de uma vez e deixa pra explicar como aconteceu depois – determinou. Não era dada a enrolações.

- Vou ser pai! – Jongin mandou logo de uma vez. Automaticamente fechou os olhos, como se fosse levar algum cascudo por conta disso.

 

E um silêncio se fez na linha. Jongin sabia que a ligação não tinha caído por que conseguia ouvir a respiração de sua mãe, mas a falta de reação dela que o preocupava. Será que estaria passando mal? Porém, antes que perguntasse qualquer coisa, um longo suspiro foi ouvido.

 

- Você vai ser pai? Foi isso mesmo que eu ouvi? – Junghee questionou, querendo apenas ter a certeza de que não tinha ouvido errado.

- Foi... eu vou ser pai, Omma – sorriu um pouco mais, mostrando parte dos dentes, mas ainda mantendo a atenção em algum ponto da mesa.

- Como que ele concordou com isso? – Junghee voltou a questionar. Sabia bem o dilema que o filho enfrentava com Baekhyun, do qual nunca falava o nome, e era estranho, para não dizer surpreendente, demais o fato de ele aceitar ter um filho depois de tanto negar.

- Aí que tá... não é o Baekhyun que tá esperando um filho meu, é um outro homem – Jongin esclareceu, e aí sim, fechou os olhos, esperando o “cascudo” que levaria via telefone.

- Você tá me dizendo que traiu o seu marido? É isso? – mesmo não gostando do genro, Junghee era totalmente contra tal ato.

- Não! – Jongin adiantou-se, falando um pouco mais alto, inclusive. – Não o traí... eu não faria isso, a senhora sabe.

- E então como vai ter um filho com um homem, que não é seu marido, se não for por meio de um caso extraconjugal?

- Tendo as fichas trocadas e meus espermatozoides, que deveriam ser armazenados, sendo usados para fecundar os óvulos de um rapaz que estava fazendo tratamento de fertilidade na mesma clínica?! – Jongin questionou retoricamente, explicando num resumo bem breve toda a situação. Inclusive ficou surpreso com seu poder de síntese.

- Ok... deixa eu ver se entendi – Junghee falou, mais consigo mesma do que com o filho, ainda tentando absorver as informações. – Você tá querendo me dizer que foi na clínica pra armazenar seus espermatozoides e por algum motivo os benditos foram usados para fertilizar os óvulos de um rapaz que você não conhece? – questionou.

- Isso! Quer dizer... em partes, porque agora eu o conheço – Jongin respondeu. – Ele se chama Kim Kyungsoo, tem vinte e sete anos e tá com quase cinco meses.

 - Cinco meses? – Junghee repetiu, perplexa. Todo o contexto pareceu perder o sentido ante àquilo. – Então tem um outro cara esperando um filho seu e você só resolve me contar depois de cinco meses? Quer dizer... eu tive que ligar pra você me contar, né?! Por acaso pretendia me dizer isso quando? Quando o menino já tivesse nascido e falando? – questionou, claramente revoltada.

- Não, Omma... eu estava esperando as coisas se acalmarem entre mim e o Baekhyun pra poder te contar – o moreno explicou.

- Então eu nunca saberia! – sentenciou. – As coisas entre vocês nunca foram boas, Jongin. Você e seu marido vivem num pé de guerra sem fim.

- Eu sei, Omma, mas agora tá pior – lamentou-se.

- Pois é, meu filho... infelizmente, eu não posso fazer nada por você. Na verdade até posso, mas eu prometi a mim mesma que não faria nada em relação a você e seu marido... e tenha plena certeza que não vou – determinou. – Você quem decidiu casar com ele, mesmo sem meu consentimento e do seu irmão. Nós te alertamos demais, Jongin, mas como você é cabeça dura demais, turrão demais e só dá ouvidos quando te convém...

- Mas, Omma, o Baekhyun não tem nada haver com essa situação – Jongin rebateu, já impaciente. Por mais que brigassem, o castanho ainda era seu marido e ainda o amava, por isso não gostava quando falavam mal dele.

- Como não tem? Claro que ele tem! Ele tem muito haver com a situação sim! – afirmou, convicta. – Não quero dizer que ele seja obrigado a te dar filhos, claro que não, mas se ele não fosse tão egoísta e pensasse um pouco mais em você, ele já teria te dado um filho há muito tempo e você bem sabe que tô falando a verdade! – Junghee também não poupou as palavras. – Condições de criar um filho com tudo do bom e do melhor vocês têm... o que falta no casamento de vocês é compreensão do lado dele.

- Tá bom, Omma... você tá certa, eu só não quero brigar mais, tá bom?! Minha cabeça tá à mil com tudo isso e a última coisa que eu quero nesse momento da minha vida é brigar com a senhora também – pediu num tom choroso.

- Ok... só por enquanto não vou falar sobre isso, mas me diga, é menino ou menina? Já descobriu, né? – Junghee questionou, já mais alegre.

- É menino! – respondeu o moreno, também sorrindo. – Homens férteis só podem gerar meninos – explicou.

- Oh! Eu não sabia... mas é bom que seja menino mesmo, meninas dão muito trabalho e você não tem competência o suficiente pra dar conta de uma princesinha – comentou, fazendo o filho rir, pois o próprio Jongin já tinha comentado aquilo com Kyungsoo. – Mas me diz... já escolheram um nome pra ele? Tá tudo dentro dos conformes... tá crescendo direitinho? A barriga tá grande? Como que esse rapaz é? É bonito? Qual o nome dele mesmo, já esqueci – riu de si mesma. – Céus! Vou ser avó... nem acredito nisso! Eu... Kim Junghee, aos cinquenta e dois anos, serei avó... avó! – após uma pequena pausa, na qual Jongin imaginou que a mãe estivesse absorvendo as informações... – TAEMIN, EU VOU SER AVÓ! TEM NOÇÃO DISSO? EU VOU SER AVÓ... AVÓ, CARAMBA! SEU IRMÃO VAI ME DAR UM NETO! – gritou a plenos pulmões. Estava tão feliz que simplesmente soltou o telefone no gancho e saiu gritando pela casa.

 

Jongin apenas permitiu-se rir do surto de sua mãe, mas ao mesmo tempo deixou algumas lágrimas caírem, sendo estas de felicidade, em sua maioria. O moreno se encontrava numa confusão tão tremenda de sentimentos que, muitas vezes, se sentia perdido.

Era óbvio que estava extremamente feliz com o fato de que seria pai, mas a situação que vivia com Baekhyun era tão difícil... Queria que as coisas ficassem boas entre eles como era no início do namoro, quando ainda era Byun, ele era doce e sorridente ao extremo. Por vezes Jongin brigou com a mãe por não aceitar o menor como genro e tinha prometido a si mesmo que faria dar certo e não desistiria por nada nesse mundo. Havia feito uma promessa e cumpriria. Jongin nunca foi de quebrar promessas, mas essa em especial estava tão difícil, ainda mais num momento onde existia o fator Kyungsoo e Taeoh.

Sabia que Kyungsoo estava se acertando com Junmyeon, pois o próprio Kyungsoo havia lhe dito que as coisas estavam bem melhores, então não podia, por hipótese alguma, sonhar em ter algo com ele, pois além de ambos serem casados, Kyungsoo também lutava por seu casamento.

 

- Kim Jongin, ainda está aí? – a voz de Junghee trouxe o moreno de volta à realidade. – Pensei que a ligação tinha caído – explicou após ouviu um resmungo por parte do filho. – Taemin tá mandando os parabéns! Ele não pode vir agora, porque tá lá na padaria e o movimento tá alto, mas disse que à noite te liga – avisou. – Mas me diz, já escolheram o nome para o meu neto? Tá tudo bem com ele, né?

- Kim Taeoh – Jongin respondeu, sorrindo.

- Oh! Um bom nome – comentou, feliz.

- Ele tá se desenvolvendo bem, Omma. Inclusive o médico acha que vai ser um meninão, porque ele tá um centímetro acima da média – o moreno contou, sem perder o sorriso. Falar de Taeoh enchia seu peito de felicidade. – O Kyungsoo teve alguns problemas no início da gestação, porque ele não poderia ter engravidado, sabe?! Ele tava no meio do tratamento, então o corpo dele ainda não estava totalmente preparado – fitou, ouvindo a mãe murmurar um “entendo” baixinho.

- E o Kyungsoo... como ele é? – questionou Junghee. Sentiu que o tom de voz do filho, ao falar do rapaz até então desconhecido, tinha mudado... e coração de mãe não se engana.

- Ele é lindo! – deixou escapar, sem nem perceber. Sorriu bobo. – É menor do que eu e bem branquinho... ele tem os olhos muito bonitos e bem expressivos. Ah! Quando ele sorri, a boca dele lembra um coração, e isso é tão fofo... Tenho certeza que se o Taeoh for parecido com ele, vai ser muito lindo – sorriu mais uma vez, sentindo aquela típica sensação de coração acelerado. – Ele também é muito forte, tem uma história difícil... perdeu os pais logo cedo. Ele é filho de um homem fértil, sabia?! – acrescentou – E é tão diferente, ver um homem com a barriga crescendo, mas eu já me acostumei com a dele, não tá tão grande, mas é tão linda... bem redondinha – deixou um suspiro escapar por entre os lábios.

 

E naquele suspiro, Junghee teve a confirmação de suas suspeitas, porém, não faria nada em relação àquilo.

 

- E quando eu vou conhece-lo? – questionou mais uma vez.

- Hã? – Jongin esperava a aceitação da mãe, só não esperava aquela pergunta.

- É meu neto, Jongin... eu tenho todo o direito de conhece-lo, ainda na barriga! – declarou Junghee. – Também quero conhecer o rapaz que está gerando meu netinho lindo!

- Omma, quanto a isso, acho que vai ser mais complicado, porque o Kyungsoo também é casado – informou, pesaroso.

- Aigo! Sério? – questionou, assustada. – Mas como ele tá lidando com tudo isso? E o esposo dele? Aish!

- Quando o conheci, ele estava cheio de preocupações, pensando que eu ia mandar tirar... um absurdo enorme. O esposo dele, o Junmyeon, tá aceitando até bem – Jongin falou. – Mas eu e o Kyungsoo temos uma relação boa, decidimos nos tornar amigos pra não precisar brigar pela guarda depois que o Taeoh nascer. E sem contar que o marido dele, o Junmyeon, é um advogado excelente, e como eu não quero ficar longe do meu filho, decidimos manter uma boa relação pra tudo ser melhor pra todos – explicou. – Só com o Junmyeon que não falo muito, até porque, né?! Mas temos um convívio pacífico e civilizado.

- Menos mal... enfim, meu filho, fale com ele, hm?! – pediu. – Você sabe que eu tenho a padaria e não posso simplesmente deixar tudo aqui assim, do nada, mas fale com ele, tente convencê-lo a vir no final de semana, porque vai ser feriado, então poderíamos fazer algo pra receber ele, o que acha? Se ele não se sentir confortável de vir sozinho com você, diga que ele também pode trazer o marido... eu só quero acompanhar o crescimento do meu netinho... ai... vou ser avó, nem acredito nisso! Eu... avó! – riu alto, toda boba.

- Quando largo do trabalho sempre ligo pra ele, então eu faço o convite e lhe aviso depois – garantiu.

- Faz isso mesmo, mas de qualquer maneira, diga a ele que estou muito feliz, que já amo meu netinho e que quero muito conhece-lo – afirmou, deixando o filho extremamente feliz.

- Tá bem, Omma, agora preciso desligar, tchau! – esperou a mãe se despedir e encerrou a ligação.

 

 

Era horário do almoço, e por terem uma reunião importante, para tratar de novas parcerias, Minseok e Jongdae não compartilharam do momento com os demais, que aproveitaram a “folga” para ir a um restaurante pequeno que ficava nas redondezas.

 

- É sério, tá pesado o negócio – Chanyeol reclamou mais uma vez. – É uma dorzinha chata, sem falar no inchaço.

- O meu pai também fica assim quando tá nos períodos de F3 – Yifan comentou com calma.

 

Estavam numa mesa próxima à janela. Kyungsoo gostava de janelas, por isos, arrastou os dois consigo.

 

- Yifan, seu pai é fértil, certo? – questionou o grávido.

- Sim, hyung!

- Você é também? – questionou mais uma vez. Aquela era uma dúvida recorrente.

- Eu nasci com útero e ovários também, mas minha matriz não me permite gerar – respondeu, mostrando o sorriso um pouco envergonhado ao ver a surpresa dos outros dois.

- Que sorte a tua – falou Chanyeol.

- Depende, Yeol – Yifan olhou para o namorado, sorrindo de leve. – O fato de eu não ter ciclos não quer dizer que eu não precise me importar com mais nada. Claro que o cuidado é menor do que o que você deve ter, mas eu também preciso me cuidar, porque, querendo ou não, eu tenho um útero e dois ovários e estou tão exposto a certos riscos quanto você ou qualquer outro homem fértil – explicou.

- É sério? – quem perguntou daquela vez foi Kyungsoo.

- Sim! – afirmou – Inclusive quando eu tinha dezesseis anos, tive que ser internado por conta de uma inflamação no colo do útero, meu pai até pensou que eu poderia ser fértil, porque os sintomas eram bem parecidos, mas eu era novo demais pra ter meu primeiro ciclo, então quando fiz o exame de sangue descobri que minha “fertilidade” era na verdade uma infecção que inflamou o colo do útero.

- Nossa! Mas, porque você teve essa infecção? – Chanyeol, curioso como sempre, perguntou.

- É... – o maior desviou o olhar para o chão, sentindo o rosto esquentar violentamente. – Eu tinha um namorado na época e meio que não dei ouvidos ao que o meu pai falava sobre os cuidados antes e depois das relações sexuais, então assim...

- Pera! Tá me dizendo que você foi passivo? – Chanyeol questionou, completamente chocado.

- Fui, ué! – Yifan deu de ombros, mesmo acanhado. – Era algo que eu queria e ele também, só que eu não me importei de me cuidar depois, e como nessa época eu não tinha lá uma saúde de ferro, acabei pegando essa infecção e precisei ficar uns quinze dias internado, porque quando descobriram, a infecção estava bem avançada e eu corria o risco de ter uma infecção generalizada.

- Minha nossa! – o Park exclamou, assustado.

- E é por isso que nessa fase do ciclo você deve ter tanto cuidado, porque o corpo está com a imunidade mais baixa e o risco de ter uma infecção dessas é maior – explicou o Wu.

- Hyung... aquele ali não é o Jongin? – Chanyeol questionou, olhando para a porta.

 

Kyungsoo se assustou quando olhou para a entrada do local e viu que, de fato, era Jongin quem estava ali, mas seu susto realmente foi por ver que Baekhyun estava com ele. Seus olhares se encontraram no mesmo instante, mas Baekhyun foi mais rápido, e antes que Jongin visse Kyungsoo, segurou a mão do marido, fazendo-o olhar para si antes de deixar um selar rápido nos lábios alheios, recebendo um sorriso constrangido em resposta.

Um olhar triunfante foi lançado para Kyungsoo, que desviou o olhar imediatamente. Não poderia dizer que aquilo não o deixou, de certa forma, abalado, porque deixou, mas não foi por ver os dois juntos. Era pelo fato de Baekhyun ainda acreditar que, entre ele e Jongin, existia algo.

 

- Tá tudo bem, hyung? – Yifan questionou, segurando a mão de Kyungsoo, notando como seus olhos estavam perdidos.

- S-sim... – afirmou o grávido.

- Cara, viu o modo como ele olhou pro hyung? Ah! Que raiva eu tenho desse cara – afirmou Chanyeol, se referindo a Baekhyun. – Se eu tivesse na agência no dia que ele foi lá, eu teria colocado ele pra fora debaixo de porrada!

- Chanyeol, não precisa de tanta violência – Kyungsoo afirmou, achando fofo demais o cuidado que ele tinha para consigo.

- Então por que quando eu tento pegar seus chocolates, você ameaça me bater? – questionou o Park, todo sabichão.

- Aí já é outro departamento, filho! – Kyungsoo falou um pouco mais alto, agitando a mão direita. – Meus chocolates são MEUS chocolates, entendeu?! Não confunda as coisas, querido! – falou, arrancando boas risadas de Yifan e Chanyeol. Mas antes que falasse mais alguma coisa, uma mão em seu ombro o fez parar.

- Kyungsoo! Porque não me disse que viria comer aqui? – questionou Jongin, que estava sozinho para alívio de todos que estavam na mesa. – Eu teria te buscado lá na agência.

- Ah! Não... eu realmente não vinha, eles que me arrastaram pra cá – explicou, apontando para Yifan e Chanyeol, que acenaram para o moreno, que lhes sorriu em resposta.

- Mas aproveitando que te encontrei, tenho algo pra te contar – informou, mas então, olhou para os outros dois. – Se eu não estiver atrapalhando, claro.

- Oh! Não – Yifan adiantou-se. – Não está nos atrapalhando em nada, mas caso queira, eu e o Yeol podemos sair um pouco.

- Não precisa – Jongin balançou a mão esquerda, só reforçando que aquela conversa não tinha muita importância. – É coisa rápida.

- Então se é assim, sim... – Yifan afirmou, sorrindo mais uma vez.

- Tá tudo bem com ele? – Jongin questionou, tocando a barriga de Kyungsoo, iniciando um carinho delicado logo em seguida.

- T-tá sim! – era a primeira vez que Jongin tocava sua barriga em público, e era óbvio que Chanyeol usaria aquilo em seu favor. Kyungsoo todo tímido, retraído e com o rosto completamente vermelho? Era um verdadeiro achado para futuras zoações.

- Vê só... falei com a Omma hoje mais cedo – informou, olhando para Kyungsoo, mas sem parar o carinho em sua barriga. – Então aproveitei e contei do Taeoh e tudo mais.

- E aí? – questionou, esquecendo-se, por um momento, que perto de si estavam Chanyeol e Yifan como espectadores, e ao longe, recebia olhares mortais de Baekhyun, do qual nem mais lembrava. – Qual a reação dela?

- Apesar do susto, óbvio, ela ficou muito feliz – respondeu o moreno, sorrindo grande. – Mas agora ela...

- Ela...? – Kyungsoo instigou o outro a continuar, já que era notável a insegurança dele.

- Ela quer te conhecer! – Jongin resolveu fazer o mesmo, como tinha feito com a mãe, e riu ao ver Kyungsoo arregalar os olhos em susto. – Ela me pediu pra te dizer que já ama muito o netinho lindo dela e que queria muito conhece-lo, ainda na barriga – explicou. – Hei! Porque está chorando? – questionou, preocupado.

 

Ao ouvir as últimas palavras do moreno, Kyungsoo sentiu-se tomado por uma emoção nunca antes sentida. Seria mentira ele dizer que não pensava sem seus pais todos os dias e no quanto gostaria de compartilhar esses momentos com eles. Queria ouvir histórias, recomendações e pegar experiências com os mais velhos... queria vê-los dizendo o quão orgulhosos estavam de si, por ter se tornado exatamente aquilo que ele tanto queria. E a saudade deles, unida à sensibilidade do período o fez verter algumas lágrimas.

 

- É que... – fez uma pausa antes de responder. Olhou ao redor e viu o olhar preocupado dos três em sua direção. – É que você dizendo isso, me lembrou dos meus pais – revelou e logo sentiu sua mão ser apertada pela tão conhecida do Park, que estava a um passo de chorar também. – Eu queria tanto, sabe... que eles vivessem esse momento comigo, mas eles não estão mais aqui e às vezes ainda dói...

- Aish! Desculpa – pediu o moreno, visivelmente arrependido.

- Não! – balançou a mão livre, a mesma que usou para limpar as lágrimas de seus olhos. – Não precisa se desculpar – pediu. – Acho que tô sentindo na pele esse lance de que grávido fica chorão – brincou.

- E porque você tá chorando, Yeol? – Yifan perguntou, claramente querendo cortar o clima triste.

- Fica tranquilo, Fan... teu namorado tem verme, eu já disse! – Kyungsoo falou, só pra provocar o Park, que bufou no mesmo instante, fazendo Jongin rir.

- Bom... a Omma quer te conhecer e “ver” o netinho – Jongin voltou a falar quando recebeu um olhar mortal do marido. – Ela disse que você pode ir com o Junmyeon se quiser – acrescentou. – Fala com ele, hm? Eu sei que não é a mesma coisa, mas te garanto que ela vai te mimar como se fosse filho dela – garantiu.

- Eu vou falar com o Jun, sim – afirmou o menor.

 

Kyungsoo queria vivenciar todos os momentos memoráveis que a gestação poderia lhe oferecer, ainda mais por não ter certeza se poderia ter outra gestação, então se Junmyeon se recusava a vivenciar tais momentos consigo, ele os viveria sem ele.

 

- Nem uma palavra! – determinou assim que Jongin se afastou, voltando à mesa onde Baekhyun o esperava.

 

Ele sabia bem que aquele momento teria várias interpretações, mas sua vida estava muito confusa, sua cabeça estava muito confusa e a última coisa que ele queria no momento, era Yifan e Chanyeol tentando entender o que foram aquelas ações e, principalmente, reações. Explicação até tinha, mas...

 

 

Quando o grávido e seus seguranças particulares, ideia do Park, saíram do restaurante, não encontraram Jongin e Baekhyun no caminho, o que foi um alívio para Kyungsoo, pois a última coisa que queria era olhar para Baekhyun outra vez, ainda mais depois daquela proposta feita pelo castanho e que rendeu uma briga e tanto, já que Minseok, após receber a mensagem do amigo, convidou o casal briguento a se retirar de uma forma não muito delicada.

 

 

Já em casa, mais uma vez Kyungsoo preparou o jantar e esperou o marido chegar do trabalho para poderem comer juntos. Estava se tornando um hábito, comerem juntos, mas mesmo assim, a situação entre eles não parecia evoluir, muito pelo contrário, cada dia mais Junmyeon ignorava a criança, o que era algo extremamente doloroso para Kyungsoo, que sabia o quanto o marido também sofria com aquela situação.

Não era fácil olhar para o marido e saber que, dentro dele, crescia uma criança que não tinha seus genes, e por mais que tentasse colocar em sua cabeça que ela viveria consigo, a realidade ainda era muito gritante, ainda mais levando em consideração os últimos acontecimentos.

 

- Bem vindo, Jun! – Kyungsoo saudou o marido como sempre, um selar e um abraço – Como foi o dia hoje? – questionou assim que se afastou do mais velho, pegando sua pasta e a levando até a mesa da sala.

- Bem menos cansativo do que quando vou pro tribunal, mas nem por isso menos estressante – Junmyeon respondeu enquanto afrouxava o nó da gravata. – Ainda bem que esse processo infernal tá acabando.

- Já tem alguma ideia do veredito final? – perguntou, curioso, já que o caso tinha ganhado repercussão nacional.

- A esposa dele tá ferrada! – o advogado foi direto em sua resposta. – Das três filhas, só uma é do senhor Lee, e pasme... apenas a do meio é do amante dela, a caçula ninguém sabe quem é o pai.

- Mentira! – Kyungsoo quase gritou, assustado.

- Oush! Tô te dizendo... lá no escritório todo mundo ficou chocado – confidenciou. – Foi tipo... a bomba do ano. Ela tá completamente ferrada, porque além de os advogados dela não terem mais formas de defender ela e o amante, o senhor Lee já disse que vai tirar tudo e deixar ela na miséria. Ele tá com sangue nos olhos.

- E as meninas? Vão ficar com quem? – o menor voltou a questionar, sentado no sofá, já que a coluna estava doendo naquela noite.

- Com o pai, óbvio – Junmyeon respondeu, tirando o paletó e sentando ao lado do marido. – O senhor Lee disse que faz questão de que as meninas fiquem com ele... porque pai é quem cria – afirmou e pela primeira vez, tocou na barriga de Kyungsoo, que se assustou bastante com aquela atitude do marido e logo cobriu a mão alheia com a própria.

- Obrigado! – falou, visivelmente emocionado.

- Não agradeça... não por isso – Junmyeon afirmou, antes de selar os lábios do menor mais uma vez e seguir para o banheiro, mas Kyungsoo levantou e foi atrás.

- Jun... a mãe do Jongin quer me conhecer, daí como vai ser feriado lá, ela me convidou pra passar o final de semana com ela, quer ir comigo? – questionou, porém já imaginava qual seria a resposta do marido, que parou e virou-se para si e o olhou com atenção antes de responder.

- Eu realmente não posso, Kyung... primeiro por que sábado tem a última audiência e segundo que... deixa pra lá – se aproximou do menor e beijou sua testa. – É um momento seu e do Jongin... eu realmente não quero ser um intruso nisso tudo – confessou, se afastou e saiu, deixando Kyungsoo sozinho.

 

Após a saída do marido, antes que Kyungsoo tivesse alguma reação, ouviu o celular anunciar uma nova mensagem. Ao abrir, viu que era de Jongin, dizendo que Baekhyun não viajaria no final de semana, já que a sogra o detestava, então seria apenas eles dois e Taeoh, passando um final de semana na casa da vovó Junghee.

Kyungsoo só não imaginava as surpresas que essa viagem lhe reservava.

 

CONTINUA...


Notas Finais


É só eu, ou mais alguém tá sentindo um cheiro de KaiSoo no ar???
O que cês acham que vai acontecer nesse final de semana, hein?!
Quais serão as surpresas que essa viagem o reserva??? Façam suas apostas!

Minseok se livrou do ciclo, a bola da vez é o Chan, coitado... Dramático ele? Magina!! kkkk
Quem tava com saudade dos momentos KrisYeol grita!!
Ah! Quem imaginava que Yifan tinha útero, ovários e já liberou o precioso? Hehehe
Pois é, amores... essa é apenas mais uma das surpresas que 9 meses lhes reserva.

Cês viram que nesse teve um momento de foco no Jongin, né?!
Ainda haverão outros pela frente, mas esse realmente foi necessário.
E agora temos Junghee na parada... quem gostou da mama Kim?
Esse mulher é foda, viu?! Só digo isso!

E confesso que tô com o coração aos frangalhos por conta dessa situação entre o Jun e Soo... Sério!
Eu invento as coisas e eu mesmo fico sofrendo depois. Que merda!! kkkkkkkkkk

Bom, isso é tudo, pessoal! Mas antes quero expressar minha felicidade pelos 313 favs e também pelos comentários lindos que recebi. É tão lindo viver isso com vocês, gente!! Pretendo trazer a última att dia 22, depois irei me dedicar aos especiais de final de ano a fics que precisam ser terminadas, ainda esse ano, depois disso, att só a partir de fevereiro de 2017, porque vou tirar férias de tudo, então não vou fazer att nenhuma em janeiro, mas quando eu voltar... hehehe

AH! Uma última coisa... preparem o coração, porque o final do próximo capítulo vai ser destruição em massa!!
Quem quiser me encontrar no Twitter... @Mr_DyoKim
E é isso, vejo vocês no dia 22??

Yehet!! o/


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