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História Nove Meses - Capítulo 8


Escrita por: Mr_Dyo

Notas do Autor


Olha quem veio um dia antes, mais uma vez?? Hehehehe
Sim! Eu só deveria att amanhã, mas como hoje é aniversário da Lara, vulgo ~TaeKeyMin, eu resolvei fazer isso hoje e dedicar o cap inteiramente pra ela.

Parabéns, viu?! Te desejo tudo de necessário em sua vida. O necessário pra que viva bem, feliz, que se torne uma pessoa melhor a cada dia, e não se esqueça que, mesmo quando as coisas não estiverem tão bem, você pode crescer nas adversidades e aprender que, quando os tempos ruins passam, você se torna mais forte... basta querer.

No mais, obrigado por ser sempre presente, viu?! De verdade.
Espero que goste do capítulo, tá?! É de coração!! <3

E a todos, boa leitura!! o/

Capítulo 8 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction Nove Meses - Capítulo 8

Nove Meses – Capítulo 8

 

 

Após conversarem bastante, ficou decidido que eles voltariam à clínica para tentar um possível acordo com Luhan, contudo, Jongin preferiu resolver pessoalmente e pediu que Kyungsoo apenas descansasse que ele o avisaria da decisão tomada após a conversa com o chinês. Kyungsoo sentiu-se extremamente aliviado, pelo menos em relação àquele fato, já que Jongin queria privá-lo do máximo de todo esforço e estresse possível, o que era uma benção.

Mas Junmyeon não pensava daquele jeito. Não conseguia ver as atitudes de Jongin como sendo apenas um cuidado em relação ao bem-estar do filho. Na verdade, aquela ideia o estava incomodando de maneira extrema. Ter Kyungsoo consigo mais uma vez estava sendo ótimo, mas, por mais que as coisas estivessem fluindo bem, entre eles ainda parecia ter uma barreira. Barreira essa que ambos sabiam existir, e embora tentassem, estava difícil de ser derrubada.

 

- Tem certeza que realmente há a necessidade de ele ligar tantas vezes, Kyungsoo? – Junmyeon questionou assim que viu o marido despedindo-se do outro Kim, novamente.

 

Estavam no escritório. Foi a primeira vez que Kyungsoo entrou lá desde a volta para sua casa, e não pode deixar de notas algumas mudanças no ambiente, a principal delas, a retirada do sofá, o qual Kyungsoo não tinha a menor ideia de onde fora parar e nem procuraria saber sobre seu destino.

Junmyeon estava trabalhando em mais um de seus casos dificílimos quando Kyungsoo entrou para lhe levar um pequeno lanche, já que passava e muito da hora do jantar, e o advogado sequer colocou os pés para fora.

 

- Mas, Jun... ele só me ligou pra dizer que tinha entrado num acordo com a clínica – Kyungsoo falou com calma, voltando-se para o esposo. – O Jongin acha injusto eu carregar a criança e ainda assim ter que resolver essas coisas, por isso ele foi e ficou de me avisar tudo o que estivesse acontecendo. Não há segundas intenções... acredite em mim. Ele também é casado! – era difícil ressaltar alguns pontos como aquele, porque, querendo ou não, dava a intenção de que era uma indireta, o que não era. E para provar que não havia qualquer alfinetada em sua voz, Kyungsoo se aproximou da cadeira onde o marido estava, se sentou no braço e o abraçou pelo pescoço. – E acredite... ele também não se sente confortável ligando pra mim tantas vezes – alegou. – E a julgar pelo estrago que o Baekhyun fez nele quando soube da gravidez, eu acho que cada ligação é um risco enorme que ele corre. E tem mais... o pré-natal, cirurgia e internação vão sair totalmente de graça – sorriu grande e seus olhos diminuíram.

- De graça? E porque você vai continuar fazendo o acompanhamento lá? Existem tantas outras clínicas e médicos pela cidade – Junmyeon não viu aquilo com bons olhos.

- Sim! De graça – Kyungsoo reafirmou. – Ele disse que os motivos eu vou saber quando voltar lá, mas de qualquer modo, eu também fiquei com receio – Kyungsoo confessou, se afastando do esposo. – Mas acontece que a Genetic Center é referência quando o assunto é homem fértil, tratamentos de fertilidade e acompanhamento gestacional. Não tem como fugirmos disso – constatou. – Uma coisa é um obstetra “normal” que acompanha mulheres e homens férteis, outra coisa é um centro médico de referência, com equipamentos de última geração e uma equipe especializada em fertilidade do homem – argumentou. – Sem contar que estou lá há meses, certo?! Apesar dos pesares, já me habituei ao modo de trabalho deles, é perto do meu trabalho, o tratamento é excelente, todo meu histórico clínico está lá e também não sei como anda o desenvolvimento dessa criaturinha que está crescendo dentro de mim – sorriu pequeno ao acariciar a barriga.

- Tudo bem – Junmyeon deu-se por vencido diante daqueles argumentos e, principalmente, ao ver a felicidade nos olhos de Kyungsoo. – Quando será a primeira consulta?

- Jongin marcou pra depois de amanhã – informou.

- Que droga! – Junmyeon reclamou, bufando.

- O que foi?

- Tenho audiência justamente nesse dia – o mais velho respondeu, passando a mão pela testa. – E o pior é que nem sei quando vai acabar, porque essa vai ser longa – reclamou. – E agora que estou trabalhando sozinho, aí a coisa complica de verdade.

- Jura? – Kyungsoo não conseguiu esconder a frustração ao saber daquilo. Queria que Junmyeon estivesse junto naquele momento.

- Unhum! – Junmyeon apenas concordou – O Sr. Jung descobriu que o sócio dele estava desviando dinheiro pra uma conta no exterior, e ao que tudo indica, até a esposa dele estava envolvida nesse esquema, porque foi descoberto que ela mantinha um caso com o sócio há mais de dez anos. E isso tá dando uma confusão do caramba por que ela acusou ele de tentativa de assassinato, alegou que ele tentou empurrar ela da escada e está processando ele por causa disso, e no meio desse processo todo, ainda tem as três filhas dele, que talvez não sejam dele... pelo menos duas, porque a primeira nasceu antes de o sócio se tornar amante da esposa, já as outras duas... – deu de ombros.

- Porra! – foi tudo o que Kyungsoo conseguiu dizer na hora. Não era de falar palavrões, mas uma situação daquelas pedia... pelo menos um.

- Bota porra nisso! – Junmyeon acrescentou, fazendo o menor rir.

- Porque você não contrata alguém pra te ajudar? – Kyungsoo questionou.

- Não quero! – Junmyeon respondeu de imediato. – E agora que eu voltei para o escritório da associação, lá no centro, vai ser melhor, porque são vários advogados envolvidos nesse caso. Cinco, se não me engano.

- Então tem muita coisa envolvida – Kyungsoo deduziu.

- Pra começo, uma empresa avaliada em dois bilhões de dólares, isso sem contar a quantia que foi desviada e as empresas de fachada que podem estar associadas no esquema de lavagem de dinheiro – Junmyeon contou.

- Puta que pariu! – Kyungsoo exclamou, assustado.

- Três filhas, pra ser mais exato – Junmyeon não perdeu a piada, rindo em seguida e logo sendo acompanhado por Kyungsoo.

 

Aos trancos e barrancos, Kyungsoo e Junmyeon tentavam reestruturar o casamento ainda muito fragilizado. Os toques ainda não eram os mesmos. Na maioria das vezes era um abraço ou um selinho, que na maior parte das vezes partia de Kyungsoo, já que Junmyeon não sabia se o esposo ainda estava tão à vontade para aqueles contados inesperados. Era difícil para ambos estar “pisando em ovos”, mas alguma coisa precisava ser feita. A confiança não se reestabeleceria tão rapidamente, sabiam disso, mas precisavam tentar.

 

 

A consulta estava marcada para a quarta-feira pela manhã. Kyungsoo não sabia como estava o desenvolvimento da gestação e a ausência de volume em sua barriga o deixava assustado, muito embora não falasse daquilo para ninguém.

Como estava acontecendo nos dias desde que voltou para sua casa, Junmyeon o deixava na K Turismo, já que era caminho. Kyungsoo não poderia negar que estava ansioso com aquela situação. Por mais que se obrigasse a não pensar em determinadas coisas, era muito difícil.

 

- Tá acontecendo algo? – Minseok perguntou, assustando o amigo.

- Não é nada – Kyungsoo tentou desconversar, mostrando um sorriso fraco.

- Kyungsoo, você tá mais pensativo que o normal, fica olhando o vácuo e nunca responde de primeira, e você não é de agir assim normalmente– Minseok comentou. – Eu não sei o que tá acontecendo, mas eu sei que tem algo rolando e isso tá te preocupando. Se não quiser me contar, tudo bem, só não me peça pra fingir que não tô notando isso, porque aí já é pedir demais – falou sério e viu Kyungsoo soltar um suspiro cansado. Se deu por vencido.

- Eu tento não pensar besteira, mas... é difícil demais – confessou.

- Que tipo de besteira? – Minseok questionou.

- Eu sei que pode até ser coisa da minha cabeça... e talvez seja, mas eu sempre fico com a sensação de que está acontecendo de novo – Kyungsoo confessou. Realmente não queria ter aquele tipo de pensamento, mas em alguns momentos fugia do controle.

- O que é que está acontecendo de novo? Você acha que o Junmyeon ainda tá com o Yixing? – Minseok, como sempre, indo direto ao ponto.

- Não sei... às vezes acho que sim, mas às vezes acho que não – Kyungsoo parecia confuso. E estava. – Se ele estivesse ainda no escritório, lá em casa, eu me preocuparia com o que ele estaria fazendo lá, mas estando no do centro, embora eu sabia que não fará nada em casa, me preocupa por saber que é mais próximo de tudo, entende?! É como se existisse uma voz falando no meu ouvido que ele tá de caso com alguém, e que esse alguém não é necessariamente o Yixing – deu voz ao que lhe atormentava.

- Sinceramente? Eu acho que o Junmyeon não tá fazendo nada disso – Minseok opinou. – Eu realmente acho que não, mas isso que você tá sentindo é normal – afirmou. – E digo que é normal por que eu também tinha essa sensação quando voltei pra o Chen – confessou. – Sempre que ele saía, eu pensava que ele iria se encontrar com o amante, ou quando ele recebia uma ligação, pensava que era o outro, daí eu sempre tentava ouvir pra ver se ele falava algum nome suspeito.

- Isso! – Kyungsoo afirmou. Minseok sempre acertando na mosca.

- Esse é o momento de você provar que acredita nele, Kyungsoo – Minseok ditou com calma. – Tenho certeza que ele deve estar sentindo uma pressão enorme por conta disso, porque ele sabe que você perdeu a confiança nele, mas que o ama e está reaprendendo a confiar de novo. Isso leva tempo, não é algo tão fácil como voltar a dividir o mesmo teto. Reconstruir a confiança é como reconstruir uma casa que caiu após um desastre. Você precisa retirar todos os escombros, se livrar de tudo o que lembrava o acontecido e reconstruir as paredes, porque a base, vocês já têm, que é o amor que sentem um pelo outro – afirmou e sorriu quando percebeu os olhos de Kyungsoo ficarem tomados por lágrimas, mas antes que falasse algo, duas figuras altas atraíram sua atenção quando passaram pela porta de vidro.

- Yeol, por favor! – Yifan tinha uma expressão suplicante e andava atrás do namorado, que estava visivelmente irritado.

- Por favor uma ova, Wu Yifan... uma ova! – Chanyeol retrucou sem nem olhar para o chinês.

- Yeol, você está sendo infantil – Yifan falou num tom um pouco mais sério.

- Ah! Agora eu que estou sendo infantil? – rapidamente Chanyeol se virou para Yifan, como se o que ele tinha acabado de dizer, fosse o maior dos absurdos. – Aquele cara chega do nada, pula no teu pescoço, fica tentando me fazer de otário, faz aquela ceninha toda e no final eu que sou infantil?

- É! – Yifan afirmou.

- Pois eu prefiro mil vezes ser infantil do que ser uma puta oferecida com ele – afirmou com raiva na voz.

- Não fale assim do Kevin – Yifan repreendeu o namorado.

- Ah! Agora vai defender ele? – Chanyeol questionou, colocando as mãos na cintura. Pouco se importava do fato de ter Minseok e Kyungsoo como plateia. Estava transtornado demais para se tocar daquele fato. – Se era pra defender aquele babaca, porque me pediu em namoro, então? Vai lá pra os braços do “seu Kevin” – ditou o nome do outro com desgosto. – Vai lá, ficar se agarrando com ele e me deixa em paz! Se era pra ser assim, melhor nem ter começado! – exclamou, se controlando pra não chorar.

- Mas eu não estava me agarrando com ninguém, meu anjo – Yifan tentou se aproximar de Chanyeol, que estava de cara feia e as orelhas vermelhas.

- Meu anjo é uma ova. E não chega perto de mim! – estendeu as duas mãos, impedindo o chinês de prosseguir.

- Não querendo interromper, mas já interrompendo... o que tá acontecendo? – Kyungsoo no começo até achou engraçada a cena, mas quando viu Chanyeol com os olhos vermelhos, deixou a posição de espectador, se levantou e se aproximou dos grandões.

- Ciúmes! – Yifan foi rápido em sua resposta.

- Ciúmes uma merda! – Chanyeol voltou a exclamar.

- Se não foi por ciúmes, por qual outra razão você jogou aquele copo de refrigerante do rosto do Kevin? – Yifan questionou, olhando sério para o namorado.

- Por que ele estava me provocando o tempo inteiro e você não fez porra nenhuma! – Chanyeol respondeu de imediato. – Tento ser legal com todo mundo, mas não tenho sangue de barata... se me provocar, eu parto pra cima.

- Pera! Peeera, pera, pera, pera, pera! – Kyungsoo entrou no meio dos dois, levantando as mãos – Vamos com calma nesse bonde, porque se não alguém acaba caindo e perdendo a perna – falou em seu melhor tom apaziguador, ouvindo Minseok resmungar um “que ditado é esse? ”, ao que Kyungsoo logo rebateu com um “cale-se! ” – Primeiro de tudo... quem é Kevin? – questionou, mas sabia que aquele nome não lhe era estranho.

- Meu amigo – Yifan respondeu. – Ele quem me avisou da seleção daqui – completou e ouviu Minseok dizer que lembrava do rapaz.

- Certo! – Kyungsoo apenas concordou, até porque, também lembrava vagamente do referido rapaz. – Agora... Channie, porque você jogou um copo de refrigerante no amigo do Yifan?

- Porque ele é um oferecido idiota! – Chanyeol foi categórico. – Eu sei que ele é amigo do Yifan, mas não tinha a necessidade de ficar abraçando ele a cada cinco minutos, chamando de “meu Fanfan” e ficar me cortando sempre que ele tentava me incluir nas conversas.

- O Kevin mereceu! – Minseok afirmou de cara.

- Calado, Minseok! – Kyungsoo repreendeu o mais velho, que apenas revirou os olhos.

- Mas o Channie tá certo sim! – Minseok insistiu. – Tudo bem que é amigo, mas daí ficar com essas gracinhas?! Não, meu amor! Se fosse comigo, eu nem estragaria refrigerante com um tipinho desse, enfiaria logo a mão na cara dele – falou, balançando a mão direita no ar.

- Mas foi por isso que o Chanyeol jogou o refrigerante no Kevin, porque eu não deixei que batesse nele, entendeu?! – Yifan explicou, fazendo Minseok gargalhar, apontar para Chanyeol e murmurar “esse é o meu garoto! ”.

- E por que você não fez nada a respeito, antes disso, Yifan? – Kyungsoo questionou, olhando para o maior. – Porque deixou as coisas chegarem nesse ponto? Aposto que se tivesse baixado a bola do seu amigo, muita coisa seria evitada.

- Porque a gente sempre se tratou assim, hyung – Yifan se defendeu. – A gente sempre teve essa brincadeira de um cortar o outro... e o Kevin é brincalhão demais, gosta de implicar com as pessoas.

- Você e o Kevin, sim, mas você, o Kevin e o Chanyeol, não – Kyungsoo alertou. – Entendo que sejam amigos, é completamente respeitável esse fato, inclusive o fato de querer incluir Chanyeol nessas brincadeiras, mas você não pode esquecer que o Chanyeol é o seu namorado, e se ele não gosta dessa interação toda, desde que seja por motivos racionais, óbvio, você deve respeitar isso, pelo menos na frente dele. E você, mocinho – apontou para Chanyeol. – Nada de ficar estragando refrigerante com besteira.

- Hei! – Yifan protestou.

- E você calado! – Kyungsoo apontou para o chinês. – Se tivesse dado limites ao seu amigo, nada disso teria acontecido – censurou. – E não pense que estou defendendo o Chanyeol pelo fato de o conhecer há mais tempo, não é isso! O carinho que tenho por ele, eu tenho por você também, então se algum dia eu precisar puxar as orelhas dele, eu vou puxar sim, do mesmo jeito que tô fazendo com você agora – esclareceu.

 

E Yifan percebeu que sim, tinha pisado na bola. Não esperava encontrar Kevin no caminho de volta. Viu naquele encontro a oportunidade para que os dois se conhecessem..., mas não deu muito certo.

 

- Desculpa, Yeol – o chinês pediu, com os ombros baixos.

- Awn! Por mais que seja lindo ver vocês dois juntos, se resolvam lá dentro – Kyungsoo ditou, empurrando os dois para a sala de descanso. – Pode chegar um cliente a qualquer momento e... é isso! Vão lá e só saiam depois que se resolverem. Quero os dois juntos e fofos como sempre são! – determinou antes de fechar a porta, e quando o fez, suspirou. – Essas crianças... – balançou a cabeça negativamente.

- Veja pelo lado bom, já é um treinamento pra quando seu filho tiver na idade de namorar – Minseok zombou.

- Cruzes! – Kyungsoo exclamou num tom falsamente dramático, contudo, sua expressão ficou mais tranquila quando ouviu a buzina – Jongin chegou! Vou nessa – acenou para o amigo, que apenas lhe desejou sorte e correu para espiar Chanyeol e Yifan pela brecha da porta.

 

 

Já com os exames anteriores em mãos, Kyungsoo desceu as escadas e logo viu o carro de Jongin estacionado. Como das outras vezes, a porta já estava aberta quando se aproximou, então somente entrou, fechou a porta e atacou o cinto. Ao olhar para o lado, sorriu aliviado, pois as marcas no rosto e pescoço do moreno eram praticamente inexistentes, contudo, a mão continuava do mesmo jeito.

 

- Como tem se sentido? – Jongin perguntou enquanto saía com o carro da vaga. Estava usando óculos de sol estilo aviador, o que só realçou sua beleza, algo que não passou despercebido por Kyungsoo.

- Por incrível que pareça, hoje não enjoei ainda – Kyungsoo revelou, como se fosse uma comemoração.

- Isso é bom! E então... preparado para o primeiro ultrassom? – Jongin voltou a questionar. O carro já ganhava as principais vias da cidade, seguindo em direção à clínica.

- Ansioso, sim, preparado, não! – Kyungsoo foi sincero, deixando o sorriso diminuir um pouco. – Ainda tenho medo, sabe?! – confessou.

- De que? – Jongin notou de cara a preocupação na voz do outro.

- Por causa do que aconteceu nas gestações anteriores – explicou. – Sempre que fazia o primeiro ultrassom, o médico logo dizia que a gestação era de risco, me fazia mil e uma recomendações e eu as seguia à risca, mas então, misteriosamente, pouco tempo depois eu perdia – terminou o curto relato com lágrimas prestes a caírem de seus olhos.

 

Sim! Kyungsoo sentia um medo absurdo de passar por todo aquele sofrimento outra vez e ainda estava muito tenso, porque a situação com Junmyeon parecia avançar à passos de tartaruga, mas o temor maior naquele momento era perder mais esse bebê. Já sentira a mesma dor duas vezes e acreditava não ser capaz de suportar uma terceira. Naquela manhã, pouco antes de tomar o banho, notou pequenas manchas vermelhas em sua cueca e aquilo o deixou extremamente assustado e angustiado, contudo, preferiu não alarmar ninguém e guardar apenas para si.

 

- Mas não vamos pensar nisso – Jongin pediu ao ver a angústia nos olhos do menor. Quando o carro parou, por conta do sinal vermelho, deixou a mão direita sobre a esquerda de Kyungsoo, apertando-a com carinho. – Vai dar tudo certo, ok?! – ditou, otimista.

 

Por mais que Jongin não soubesse o que estava lhe acontecendo, Kyungsoo obrigou-se a pensar positivo. Era necessário manter o pensamento positivo e, principalmente, a calma. Queria afastar por completo todos os pensamentos negativos e medos que pudesse ter acerca da vida que crescia dentro de si.

Para tentar afastar os pensamentos negativos de Kyungsoo, Jongin começou a falar de algumas roupinhas que tinha visto na internet, e a empolgação de Kyungsoo foi bem notável. Saber que Jongin estava tão empolgado quanto ele era muito reconfortante, lhe dava a sensação de que não era o único desejando aquele filho.

Entre conversas e mais algumas perguntas, com pouco tempo chegaram à clínica, e após se identificarem, não demorou muito para Kyungsoo ser encaminhado para a sala a qual ele já conhecia tão bem, a sala do Doutor Oh. Grande foi sua surpresa ao abrir a porta e ver Huang ZiTao lá dentro. Kyungsoo abriu um sorriso largo ao ver seu médico ali, e sem muito pensar, o abraçou, tendo o abraço prontamente correspondido pelo médico, que no momento estava moreno e com os cabelos cortados.

 

- Me desculpe pelo “sumiço”, mas te garanto que eu tenho uma boa explicação para isso – ZiTao falou assim que se afastou de Kyungsoo. Olhou o paciente com atenção e respirou fundo. – E também... me desculpe p-por.. todo o transtorno que você está passando – não segurou algumas lágrimas ao falar do ocorrido. Mesmo Luhan já tendo tomado as providências e acertado tudo com Jongin, ele se sentia na obrigação de falar aquilo.

- Não se preocupe, a situação já foi resolvida – Kyungsoo tratou de confortar o médico. – Só não chore, por favor. Se não eu choro também – ditou numa falsa ameaça. – Você melhor do que qualquer um aqui sabe que grávidos choram fácil, né?! – brincou.

- A culpa não é minha se estou mais chorão que o normal – ZiTao contou, limpando as lágrimas. – A culpa é dele – afastou o jaleco e Kyungsoo pode perceber uma pequena elevação no ventre do médico. – Foi por causa desse danadinho que eu demorei tanto pra voltar – explicou, sorrindo bobo. – Como você sabe, eu tinha ido à China pra resolver outros assuntos, mas acontece que o mundo dá voltas, e numa dessas muitas voltas, descobri que tô esperando um filho. E cá estamos nós, eu e meu primogênito – sorriu largo ao ver o espanto de Kyungsoo. – E não! Vou te dizer que não senti absolutamente nada – respondeu antes mesmo que o menor perguntasse.

- E como descobriu? – Kyungsoo questionou, ainda embasbacado pelas surpresas.

- Eu comecei a desconfiar que tinha algo errado comigo quando minhas calças ficaram mais apertadas – ZiTao explicou. – Oh! Quanta indelicadeza – sorriu envergonhado ao ver Jongin. – Desculpe! Eu fiquei tão empolgado que acabei perdendo a noção das coisas – confessou, envergonhado. – Você deve ser Kim Jongin, estou certo? Muito prazer, Huang ZiTao – apertou a mão do moreno, que o cumprimentou de volta, sorrindo simpaticamente. – Por favor, sentem! – pediu e assim fizeram.

 

A sala não era pequena, então acomodou todos perfeitamente. Kyungsoo e Jongin estavam sentados lado a lado, tendo ZiTao e Sehun do outro lado da mesa. Ao contrário do que se podia imaginar, o clima não estava estranho, todos estavam bem confortáveis na presença um do outro.

 

- Bom, Kyungsoo, como pode ver, eu estou de volta... e grávido – ZiTao falou com calma. – Estou com quatro meses e meio, e como é óbvio, não poderei acompanhar sua gestação até o final, por isso, eu quero te fazer uma proposta – fez uma pausa, o suficiente para Kyungsoo compreender e confirmar. – Já que o Doutor Sehun está por dentro de tudo o que aconteceu e também realizou seus últimos exames, eu queria te propor o seguinte... o acompanhamento da sua gestação será feito por nós dois e ele assumirá quando eu entrar de licença.

 

Kyungsoo olhou para o outro médico, que tinha o semblante um pouco mais sério, e pode ver com nitidez o temor em seu olhar. Sabia que ele não teve culpa alguma no ocorrido, e também sabia que ele era um ótimo profissional, e por isso, olhou para Jongin, num questionamento mudo para que pudesse tomar a decisão. Após um breve acenar positivo por parte do moreno, olhou para os médicos e sorriu.

 

- Por mim tudo bem – Kyungsoo afirmou e seu sorriso aumentou quando viu Sehun sorrir mais abertamente. – Vai ser bom, ter dois médicos cuidando dele – tocou na barriga, ato que não passou despercebido por ninguém.

- Então vamos ver como ele está? – ZiTao questionou, já se levantando.

 

Um aceno positivo e todos seguiram para a outra sala. Enquanto Jongin assinava os papéis com ZiTao, Kyungsoo se deitava na maca, assim como fizera da outra vez, enquanto Sehun sentava na cadeira em frente ao equipamento e preparava tudo para o exame. Após Sehun ligar o aparelho, digitar o nome de Kyungsoo, escolher a opção do exame e selecionar o transdutor que seria usado, Jongin e ZiTao entraram na sala... já estava tudo pronto.

 

- Ok! Vamos ver o que esse ultrassom nos aguarda – Sehun falou pouco antes de colocar o gel no transdutor e sobre a barriga do Kim grávido. Este, como da outra vez, não segurou o riso.

- Esse já é o novo? – surpreso, ZiTao questionou assim que olhou o aparelho.

- É sim! – Sehun sorriu, olhando o chinês. – É uma beleza, precisa ver, Doutor ZiTao – sorria como se estivesse mostrando o novo celular ao outro médico.

- Pra mim é igual as outras – Kyungsoo falou consigo, mas os outros puderam ouvir.

- Essa é nova – ZiTao explicou. – A diferença dessa pra outra, é que nessa podemos fazer ultrassom com doppler colorido.

- E isso seria? – Kyungsoo questionou de volta.

- A possibilidade de ver o rostinho do bebê antes de ele nascer – Sehun quem respondeu, vendo o brilho nos olhos de Kyungsoo. – Mas, infelizmente, você precisará esperar um pouco.

- Tudo bem, só preciso saber se tá tudo bem com ele – Kyungsoo sorriu e olhou Jongin, que estava calado, com as mãos pra trás, encostado à porta.

 

Enquanto Sehun mostrava o novo aparelho a ZiTao, Kyungsoo acenou para Jongin, que, mesmo um pouco distraído, o olhou. Timidamente, Kyungsoo chamou o moreno para mais perto... e ele foi. Jongin se sentou numa cadeira que estava ao lado de Kyungsoo, de modo que podia ver com perfeição a tela do aparelho de ultrassom e com mais perfeição ainda a barriga do menor. Por alguns segundos, fixou o olhar naquela área em especial.

Ainda era inacreditável imaginar que ali dentro estivesse crescendo um pequeno ser que tinha parte de si. Era realmente difícil assimilar todas aquelas mudanças, porque tudo ainda lhe parecia muito irreal. Voltou a realidade quando viu Sehun posicionar o transdutor na barriga de Kyungsoo, e, de imediato, prendeu sua atenção no monitor, que estava preto e só via algumas manchas cinzentas, quase brancas. Apoiou os cotovelos nas coxas, juntou as mãos e focou-se no monitor.

Então, toda a tela ficou predominantemente cinza, tanto Jongin quando Kyungsoo tentavam entender alguma coisa, mas não conseguiam decifrar nada daquilo, contudo, continuavam olhando com atenção. Foi então que, no meio da tela, uma mancha preta, como um buraco, apareceu, e próximo à lateral desse buraco, uma bolinha cinza e outra mais escura e menor.

 

- Opa! Olha quem eu vejo – Sehun abriu um sorriso enorme, dando a certeza a Jongin e Kyungsoo de que aquele era o bebê em formação.

 

Enquanto Kyungsoo sentia aquela típica emoção de ver mais um serzinho se formando dentro de si, Jongin não sabia o que sentir... ou não sabia dizer o que sentia. Até então, o que parecia irreal estava bem ali, na sua frente. Olhou do monitor para a barriga de Kyungsoo, repetiu o movimento mais algumas vezes e manteve-se na posição inicial. O coração disparou de imediato, um misto de nervosismo com euforia e uma grande vontade de sair gritando, tomava conta de si, mas apenas se mantinha quieto.

Foi então que Sehun apertou algum botão e, após um bip, no lado esquerdo da tela apareceu um retângulo fininho, na vertical, semelhante ao que estava desde o começo, mas que ia do preto ao branco. Este novo, porém, ia do azul claro para o laranja, passando pelo vermelho, começando de baixo para cima. Após dar o foco na bolinha branca, viu nela um ponto menor que mudava de cor, do vermelho para o azul, rapidamente. Após mais um bip, uma linha apareceu no meio do foco e um som estranho foi ouvido, algo como se alguém tivesse passando o dedo no microfone do celular durante a ligação.

Após estalar a língua, Sehun reposicionou a linha no meio do pontinho vermelho e azul e tudo ficou mais claro. Os batimentos do pequeno ser tomaram conta da sala e tudo o que Jongin sentiu naquele momento foi a mão se Kyungsoo segurando a sua semelhante saudável. Olhou para ele e sorriu, sentindo aquela explosão de sentimentos dentro de si. Era verdade. Era a mais pura verdade. Aquele pontinho branco era um bebê... o seu bebê. Aquele por quem há tanto tempo esperou e com quem tanto sonhou. Sim, depois que soube da gestação, Jongin passou a sonhar com o seu filho e com o dia que o colocaria em seus braços.

Não conteve as lágrimas e nem fez questão de tentar contê-las. De repente, nada mais lhe importava ou parecia ter tanta relevância quanto aquele momento. Olhou para Kyungsoo, que também chorava e sorriu. Seu melhor e mais sincero sorriso até aquele momento em sua vida. Era algo tão lindo de se ver que tal sorriso contagiou até Sehun.

 

- E ainda dizem que só os grávidos ficam chorões – Kyungsoo brincou, limpando as lágrimas com a mão livre, já que a outra mantinha-se unida à do outro Kim.

- Mas os pais engravidam juntos – ZiTao comentou. Também estava visivelmente emocionado. Na verdade, sempre ficava quando vivenciava um momento como aquele. – Isso é sinal de que ele também está vivendo essa gestação.

- Não tinha como eu não viver... – Jongin falou baixo, ainda tomado pela emoção. – É um pedaço meu crescendo aí dentro – explicou.

- E por falar nele... tá tudo bem com ele, não é? – Kyungsoo perguntou. Mesmo estando tão feliz, ainda tinha medo do que Sehun e ZiTao poderiam ver.

- Sim – Sehun afirmou, tranquilizando Kyungsoo. – Levando em consideração o seu histórico e os riscos que envolvem toda essa gestação, o coração dele está ótimo – assegurou. – Cento e vinte batimentos por minuto. O tamanho está normal para seis semanas de gestação... o peso também.

- Mas ainda há um risco, não é? – Kyungsoo voltou a questionar.

- O risco nas primeiras semanas é sempre presente, Kyungsoo – ZiTao respondeu. – Ainda mais quando se teve dois abortos anteriores e o fato de que você não estava previamente preparado para receber o embrião. Tudo isso caracteriza sim, sua gestação como sendo de risco, mas não é como nas anteriores, que você corria o risco de perder a qualquer momento, porque a fixação do embrião na parede do útero não era completa – falou com calma.

- Mas... hoje pela manhã, quando fui tomar banho, notei que tinha tido um sangramento – Kyungsoo contou, o que acabou assustando Jongin, que o olhou espantado. – Não era grande, como aconteceu nas gestações anteriores, foi coisa pouca, mas tinha.

- Completamente normal – ZiTao assegurou. – Inclusive eu tive sangramentos intensos, então posso te afirmar que é normal, mas requer atenção e cuidado – avisou. – Por isso também que eu demorei tanto pra voltar, mas vamos falar sobre isso quando terminarmos aqui, mas de cara posso dizer que, até o momento, está tudo como imaginávamos.

 

Com a afirmação do médico, Kyungsoo se sentiu mais tranquilo, o mesmo aconteceu com Jongin. E foi naquele momento que ele entendeu o motivo de Kyungsoo querer continuar o acompanhamento na Genetic Center, ZiTao era praticamente um anjo... grávido.

 

 

Assim que o ultrassom terminou e Sehun foi obrigado a fazer duas cópias com o vídeo e ainda extrair o áudio, após Kyungsoo estar devidamente livre de todo aquele gel, voltaram para a sala de consulta.

 

- Então, Kyungsoo, como eu estava te falando, os três primeiros meses são cruciais em qualquer gestação, principalmente as oito primeiras semanas, porque é a fase do desenvolvimento embrionário. Porque é nesse intervalo, principalmente entre a terceira e a oitava semana, onde ocorrem a maioria dos avanços visíveis. Pra vocês terem ideia, nessas oito semanas, o que no início eram apenas dois gametas microscópicos, no final é um pequeno ser de aproximadamente trinta milímetros que já tem cabeça, olhos, bracinhos, cotovelo, punho, perninhas... joelhos – ZiTao falou com calma.

- Wow! – Jongin exclamou, surpreso. – Isso tudo em tão pouco tempo?

- Sim! – ZiTao afirmou. – A fase embrionária, nós podemos dizer que é determinante para o curso da gestação, porque é nela onde ocorrem a maioria dos abortos. Inclusive, dez a quinze por cento das gestações clinicamente reconhecidas terminam em aborto espontâneo, muito embora esse número possa aumentar para vinte e dois por cento se levarmos em consideração as análises sensíveis de gonadotrofina coriônica.

- Mas qual a razão do aborto espontâneo? – Jongin voltou a perguntar. Sentia-se totalmente à vontade para fazer aquelas e outras perguntas. Kyungsoo, ao seu lado, apenas observava, satisfeito, toda a curiosidade do moreno.

- Podem ser tanto fetais quanto paternas – ZiTao respondeu. – Anomalias cromossômicas como aneuploidia, poliploidia e translocações estão presentes em aproximadamente cinquenta por cento dos abortos precoces. Defeitos genéticos também estão como possíveis causas de um aborto. Já os fatores paternos incluem defeito da fase lútea, diabetes inadequadamente controlado e outros distúrbios endócrinos não corrigidos, o que era o caso do Kyungsoo. Por isso que ele precisou tomar uma série de injeções bloqueadoras pra deixar os níveis hormonais adequados para tonar a gestação possível e sustentar até o final.

- Lembrando que defeitos físicos do útero, como leiomiomas submucosos, pólipos uterinos ou malformações uterinas podem impedir uma implantação adequada para suportar o desenvolvimento fetal – Sehun complementou a resposta de ZiTao, que apenas concordou com o outro médico.

- Mas o problema do Kyungsoo, que era a desregulação hormonal, nós conseguimos corrigir com sucesso – ZiTao assegurou, sorrindo. – E comparando o ultrassom de hoje com o da última gestação, que foi feito na mesma semana, essa apresenta o desenvolvimento infinitamente superior à anterior – comemorou. – E por falar nela, me empresta o DVD, por favor? – pediu e logo Jongin entregou o dele.

- Também vale lembrar que logo nas primeiras semanas já é possível detectar malformações fetais, se a fixação aconteceu no lugar errado, o que não é o caso, já que tudo está dentro dos conformes e o desenvolvimento do embrião está acontecendo à todo vapor – Sehun falou, mais uma vez.

 

Cada nova informação deixava Kyungsoo mais aliviado. Era como se estivessem tirando um peso enorme de seus ombros, o mesmo aconteceu com Jongin, que respirou aliviado ao sentir a tensão momentânea se dissipar. Só de saber que estava tudo bem com o bebê, o seu bebê, já o deixava num estado de felicidade extrema.

 

- Isso mesmo! – ZiTao apenas sorriu, concordando. – Olhem aqui – apontou para o monitor, onde passava as imagens do ultrassom. – Ele tem seis semanas e quatro dias, num total de trinta e nove. Mede dez milímetros, e já tem olhos, nariz, lábios inferior e superior – informou e riu quando os dois encaravam a tela com uma expressão bem confusa. – Eu sei que vocês só estão vendo borrões, mas veja que ele está próximo à parede do útero. Está bem fixado e o coraçãozinho, perfeito... mas não é por isso que você vai relaxar – alertou. – Mesmo estando tudo bem, vale lembrar que é preciso evitar algumas coisas como esforço físico, stress, ficar em pé por muito tempo... não podemos esquecer que você tem dois abortos em seu histórico.

- Então eu corro o risco de abortar? – Kyungsoo questionou. Sentiu o coração bater mais forte, em temor, só por imaginar passar por aquilo de novo.

- Não vou te dizer não apenas para que você fique tranquilo – ZiTao confessou, olhando com carinho para Kyungsoo. – O risco existe, mas não podemos pensar nele como um sinal negativo ou como uma certeza.

- Vai dar tudo certo! – Jongin afirmou, segurando a mão de Kyungsoo com a sua. Sorriu, mostrando confiança no ato.

 

E Kyungsoo quis chorar. Não era por medo, porque, apesar de tudo, estava confiante que sim, daria certo. A sua emoção era por estar recebendo tanto apoio por parte de Jongin. Era incrível como ele tinha confiança e mais incrível ainda a facilidade que ele tinha de transmitir essa confiança para as outras pessoas. Era errado ter aquele tipo de pensamento, mas... Jongin era maravilhoso e Kyungsoo se sentia muito sortudo por ter o moreno como pai de seu filho.

 

- Exatamente! Fique tranquilo que tudo vai dar certo, acredite – ZiTao afirmou, sorrindo gentilmente. – Para agora, só vou receitar uma suplementação, porque existem vitaminas e minerais essenciais para o desenvolvimento fetal, como o ácido fólico, por exemplo, que é de extrema importância – o médico falava enquanto anotava tudo num bloco de papel com o timbre da clínica. – Inclusive, vou te receitar o que estou tomando, ele é completo e não dá sono... também vou passar um remédio pra enjoos.

- Agradeço imensamente – Kyungsoo ditou, aliviado, e Jongin riu.

- Enjoando muito? – ZiTao perguntou retoricamente.

- Nem me fale. Tô que não suporto cheiro de morango – Kyungsoo fez careta só de lembrar. – É instantâneo... basta sentir o cheiro que já sobe tudo pronto.

- Mas com esse remédio, esse sofrimento vai acabar, pode acreditar – ZiTao afirmou, entregando a folha a Kyungsoo. – Tem sentido inchaço ou algo fora do comum?

- Até o momento não – Kyungsoo respondeu. – Mas quando a barriga vai começar a crescer? Vai demorar muito? – seus olhos brilharam ao fazer a pergunta.

- Vai depender muito de sua estrutura física e do tamanho do bebê. Em alguns a barriga já é visível a partir do segundo mês, já em outros, só depois do quarto – Sehun quem respondeu. – Mas o “boom” da gestação mesmo acontece a partir do sétimo mês, que é quando o bebê começa a crescer de verdade... e numa velocidade impressionante.

- Meu pai me disse que quando estava grávido de mim, a barriga só apareceu de verdade com seis meses. Se eu for como ele, nem vou aproveitar muito – Kyungsoo bufou só de lembrar daquele fato. Queria ficar bem barrigudo.

- Eu, se fosse você, apelaria pra que a barriga não ficasse tão grande... vá por mim – Sehun confidenciou, deixando um sorriso tímido aparecer.

- Porque? É tão lindo ver aquele barrigão enorme – Kyungsoo realmente não entendia o que de negativo poderia ter no fato de estar barrigudo.

- Que é lindo, isso é um fato incontestável – Sehun concordou. – O problema é o que vem junto com o barrigão... esse que é o problema. Eu sei que vocês não sabem, mas o Luhan é meu noivo e temos um filho de cinco anos, o Yuan – contou e não conseguiu conter a risada baixa quando Kyungsoo e Jongin arregalaram os olhos. – Acidentes de percurso – justificou.

- Vocês precisam ver, o filho deles é a coisa mais linda que existe no mundo – ZiTao falou, mostrando um sorriso enorme. – Mostra a foto pra eles, Sehun. Vocês vão ver, é a cara do Luhan, mas o gênio... é dele – apontou para o Oh e fez careta.

- Aqui... – Sehun entregou o celular a Kyungsoo, tinha no rosto um sorriso todo orgulhoso.

 

Kyungsoo quase teve um ataque quando viu a foto. Na tela do celular era possível ver um menino bem branquinho, segurando um lápis. Vestia um casaco verde e cinza. Os cabelos bem pretinhos caíam sobre a testa, dando destaque aos olhos espertos, o narizinho bem pequeno e afilado e a boquinha bem rosada. Jongin teve uma reação bem parecida com a de Kyungsoo.

 

- Seu filho é adorável – Kyungsoo não conteve o elogio.

- Obrigado! – Sehun sorriu agradecido, pegando o celular de volta. – Mas voltando... o Luhan fez barriga antes dos três meses, então era algo bem bonito de se ver, mas parte dessa beleza acabou quando ele completou sete meses. As pernas ficaram inchadas, ele teve muita azia... sem contar que ele não conseguia sequer amarrar os sapatos, porque a barriga não permitia.

- Então foi um meninão – Jongin deduziu.

- Bota meninão nisso! – Sehun concordou. – O Yuan nasceu com cinquenta e dois centímetros, três quilos setecentas e vinte e sete gramas.

- Minha nossa! – Kyungsoo se assustou. – Eu cabia numa caixa de sapatos, segundo meu pai – contou e riu mais um pouco. – É... olhando por esse lado, espero que ele puxe a mim.

- Será uma criança linda, tenho certeza – Jongin deixou escapar. Sentiu o rosto ficar vermelho logo em seguida, o mesmo aconteceu com Kyungsoo, mas ZiTao pareceu não perceber e voltou a falar.

- O Yuan esteve aqui ontem, pena que vocês não o conheceram, é um doce de menino. Kyungsoo... tem mais alguma dúvida? – perguntou.

- Não! Estou feliz de saber que está tudo bem comigo e com ele – Kyungsoo sorriu mais uma vez, passando a mão no ventre.

- Então nos vemos dentro de um mês, tudo bem? – ZiTao sugeriu, vendo os dois afirmarem de imediato. – E só lembrando, nada de esforço físico e stress menos ainda. Quanto ao sangramento, continuar assim por alguns dias é normal, mas se for intenso demais e você sentir dor, nos avise imediatamente.

 

Após mais algumas palavras e recomendações, Kyungsoo e Jongin deixaram a sala de consulta. Kyungsoo tinha nas mãos a pasta com algumas imagens do ultrassom e uma cópia em vídeo, fez questão de tirar uma foto e mandar para Minseok, que fez questão de ligar logo em seguida, surtando de felicidade e louco para saber como foi a consulta e pediu riqueza de detalhes.

Kyungsoo emanava felicidade, sentimento esse compartilhado por Jongin, que apenas mantinha aquele sorriso bobo no rosto.

 

 

- Minseok é sério, eu sei que você tá bem empolgado, mas eu preciso falar com o Jongin – Kyungsoo tentava encerrar a ligação, mas Minseok se recusava. Sempre estava perguntando mais e mais sobre o sobrinho. – Sim! Quando eu chegar aí a gente conversa. Tchau! – exclamou e nem esperou o amigo se despedir, apenas encerrou a ligação. – Foi mal... o Minseok surtou – contou e riu em seguida.

- Sem problema – o moreno apenas assentiu. – O que acha de a gente comer no restaurante antes de você voltar? Você já almoçou? – questionou, e ao ter em resposta um aceno negativo, apenas segurou Kyungsoo pelo ombro e seguiu com ele até o carro.

 

No trajeto até o restaurante o assunto girou exclusivamente em torno do bebê e não parou nem enquanto almoçavam. A euforia era muito grande e nem um dos dois conseguia se conter diante de tudo o que estavam vivendo.

 Contudo, pela primeira vez, Kyungsoo não se sentia muito à vontade ali. Se sentia incomodado e aquele típico aperto no peito quando algo ruim está para acontecer. E seu incômodo só aumentou quando foi ao banheiro e sentiu como se estivesse sendo observado por alguém. Olhou ao redor e não notou nada suspeito, mas a sensação de alerta continuava.

Ao entrar no banheiro, apenas tentou espantar aqueles pensamentos negativos e entrou na cabine. Quando saiu, viu-se sozinho com um rapaz, lavando as mãos. Ele era muito bonito, mas sua expressão, que não era das melhores, de algum modo deixou Kyungsoo intimidado ao ponto de fazê-lo sair sem sequer lavar as mãos. Kyungsoo não o conhecia, muito menos já o tinha visto alguma vez na vida, mas algo dentro de si gritava para que se afastasse dele o máximo possível. Kyungsoo estava com medo.

 

- Já pagou? – questionou assim que sentou perto do moreno.

- Já, porque? – Jongin questionou de volta. Kyungsoo estava pálido e um pouco trêmulo, e aquilo o preocupou. – Aconteceu alguma coisa?

- Não tô me sentindo muito bem – confessou, só não disse o motivo. – Deve ser o cheiro da comida, quando sair daqui eu melhoro.

- Tá bem – o maior apenas concordou e levantou.

 

Em silêncio, seguiram até a saída da sala onde estiveram da outra vez, mas uma presença inesperada fez Jongin travar em susto, e Kyungsoo, de medo. Ele sabia que deveria se manter longe daquele rapaz, mas nunca imaginou que ele era o marido de Jongin. Imediatamente lembrou do que ele tinha feito ao moreno e temeu por si e pelo seu filho. No peito, sentia o coração bater aceleradamente.

 

- Baekhyun? – estava assombrado.

- Eu mesmo, por que? Não esperava me encontrar aqui? – questionou Baekhyun, olhando do marido para Kyungsoo. A raiva em seus olhos era nítida e ela era totalmente direcionada para o grávido. – Ou você realmente achou que eu não descobriria toda essa palhaçada, Jongin?

- Descobrir o que? – Jongin franziu as sobrancelhas e questionou de volta. – Não tem nada escondido pra que você precise descobrir, Baekhyun... e o que você tá fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando?

- O que eu tô fazendo aqui? Não se faça de idiota, Kim Jongin! – Baekhyun ditou com agastamento. – E sim! Eu deveria estar trabalhando, mas não estou. Pensou mesmo que eu não ia descobrir que você estava se encontrando com o seu amante aqui? Por acaso acha que eu nasci ontem? Desde quando eu tenho cara de otário?

- Amante? – Kyungsoo, que até o momento estava calado por conta do susto, se pronunciou pela primeira vez. Por mais nervoso que estivesse com toda aquela situação, não permitiria que Baekhyun o ofendesse. – Não! Não tem amante nenhum aqui. Eu não sou amante dele! – afirmou.

- Ah! Não? – Baekhyun ironizou, erguendo uma sobrancelha. – E o que você é, hein? – elevou a voz. – A pobre vítima de um erro causado pela estagiária burra? Faça-me o favor! Não vai ser essa cara de coitadinho que vai me enganar – olhou o menor de cima a baixo.

- Baekhyun, aqui não é lugar pra isso, por favor! – o Kim maior recriminou o esposo.

- Então além de estar me traindo, você vai defender esse puto? – falou mais alto ainda, atraindo a atenção das pessoas, que já apontavam para eles e, principalmente, para Kyungsoo.

- Hei! Olha como fala comigo – o menor se impôs, ou pelo menos tentou, já que o mal-estar, que ates era apenas uma sensação, tornou-se real.

- Olha VOCÊ, como fala comigo, vigaristazinho ordinário! – Baekhyun rebateu, quase num grito. – Não sei em qual beco ele te achou, mas se tá pensando que esse filho vai tirar ele de mim, tá enganado! Não vai ser o filho bastardo de um puto como você que vai acabar com o meu casamento. Antes que isso aconteça, eu acabo com você e com esse feto miserável que você carrega na barriga! – tentou avançar em Kyungsoo, mas Jongin se colocou entre ele e Kyungsoo. Baekhyun, como resposta, deu um tapa no rosto do marido, que deu dois passos para trás, pelo impacto.

- Baekhyun, para! Por favor... para! – Jongin pediu, sentindo o rosto arder. Estava nervoso por estar atraindo a atenção de todos no restaurante e, principalmente, por causa de Kyungsoo.

 

Quando se virou na direção do menor, notou que ele estava mais pálido ainda e que sua expressão era de dor. Tentou se aproximar, mas antes que pudesse concretizar o ato, sentiu o marido lhe agarrar pela gola da camisa e gritar algo que não conseguiu entender naquele momento. Tomado pela raiva e sem muito pensar nas consequências, voltou-se para Baekhyun e o devolveu o tapa, derrubando-o no instante seguinte. Àquela altura, dois dos seguranças já se aproximavam deles, mais precisamente de Baekhyun, que tentava furiosamente avançar sobre Jongin mais uma vez.

 

- Kyungsoo! – Jongin exclamou assustado, quando viu o menor tentando se escorar numa cadeira próxima. – O que foi? O que está sentindo? Me diz... Kyungsoo!

- Tá doendo! – foi tudo o que conseguiu responder.

 

Kyungsoo sentia uma dor forte na barriga e aquilo era desesperador demais. Antes que pudesse tentar controlar, começou a chorar desesperadamente. Não queria passar por tudo aquilo outra vez, não poderia perder mais aquele filho.

 

- Doendo onde? – Jongin estava cada vez mais desesperado.

 

As pessoas ao redor começaram a se levantar, enquanto alguns garçons tentavam afastá-las. A testa de Jongin suava. Tudo o que ele queria no momento era que nada daquilo tivesse acontecido.

 

- Minha barriga – a voz de Kyungsoo saiu baixa e sofrida, devido ao choro. – Jongin... eu não quero perder meu filho. Ai! – se encolheu de dor. – Por favor, não me deixa perder o meu filho, Jongin – implorou.

- Alguém chama a ambulância, por favor! – pediu, desesperado, o que só aumentou o alvoroço no restaurante.

 

Enquanto um dos garçons corria para chamar a ambulância, o outro se aproximou com uma cadeira para ajudar Kyungsoo. Ele estava visivelmente nervoso e chorava sem parar. A voz de Baekhyun nem era ouvia àquela altura, provavelmente tinha sido expulso do restaurante.

 

- Tenta manter a calma, por favor! – Jongin se via prestes a chorar também. – Não vai acontecer nada – tentava convencer ao outro e a si também. – Já ligaram para a ambulância? – questionou, desesperado.

- Sim, senhor! A ambulância já está a caminho – o garçom respondeu.

- Jongin! – o chamado de Kyungsoo atraiu a atenção do moreno, mas foi o sangue nos dedos dele que o fez entrar em pânico de verdade. – Eu tô abortando!

 

CONTINUA...


Notas Finais


Então, gente... não queiram me matar, tá?! Lembrem-se, tenho proteção por lei ambiental, maltratar/matal animal silvestre é crime!! E lembrem-se... se eu for morto, a fic não tem continuação!! Hahahahahaha

Cês gostaram? Eu simplesmente amei escrever esse, porque foi bem movimentado e cheio de emoções.
KrisYeol, como sempre, fofos demais. Hahahahah
Quem imaginaria que o TaoZi lindo demorou tanto a voltar por conta de um problema na gestação? Pois é!! Hehehe
Quem imaginava que Sehun e Luhan estivessem juntos?! Essa eu sei que algumas pessoas imaginava, e foi por causa delas que eu inclui eles. Me amem!! KKkkkkk
Esse aqui é o filhinho deles: https://s4.postimg.org/rg1mc9mwt/111546123.jpg
Um amor de criança, né?! <333

Agora vamos lá... o que foi esse momento KaiSoo no primeiro exame? Hm? Lindo demais, né?!
"Será uma criança linda, tenho certeza" foi uma constatação de Jongin ou tem algo por trás dessas palavras?
Cês acham que tá surgindo algo entre eles?

Pra quem queria o Baek, finalmente ele deu as caras... acho que nesse momento, quem queria vê-lo se arrependeu, por que, né?! Mas eu tentei me colocar no lugar dele, e, realmente, não sei como agiria. em contar que estavam todos calmos demais, né?! Tudo muito calmo e centrado, tinha que chegar um "louco" pra colocar fogo nisso tudo. Se alguém tinha dúvidas, sim! Baekhyun é o grande "vilão" de 'Nove Meses'. Hehehehe

E esse final?? Mais dramático, é possível sim, aguardem os próximos, mas pra agora, tá legal!! Hehehehe
O que esperar no próximo cap?? Muitas emoções, tenho certeza!! <333

Ah! Também quero agradecer imensamente todos os favoritos e comentários lindos que tenho recebido a cada att.
Já disse e não canso, vocês fazem todo meu esforço valer a pena e enquanto continuarem comigo, eu continuarei escrevendo. Vocês são meu combustível!! <333

Próxima att dia 15 de novembro!! Vejo vocês lá?!

Yehet!! o/


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