- Essa foi a história de como eu fui estúpida o suficiente pra deixar o amor da minha vida escapar
- Mas mãe, se você gostava tanto dela você deixou ela ir viajar triste com você sem motivo?
- Eu era muito impulsiva, seu pai me transformou numa pessoa mais calma que pensa antes de agir
- Eu ainda não entendi totalmente, tudo que você tentou me passar lendo esse diário, e onde foi que você conseguiu o diário dessa menina? Vocês voltaram a se encontrar?
- Eu vou te contar outra história, depois que eu deixei a Karla parada naquele banco eu fui pra casa e arrumei as malas, sua vó não podia me ver, ela tinha me expulsado de casa, então fui bem rápida e peguei um dinheiro dela que ela deixou guardado pra minha faculdade...
- Você roubou minha vó?????
- Foi por um bom motivo, e você me roubou também!
- Mas também foi por um bom motivo...
- Enfim, eu peguei aquele dinheiro e fui para Boston, eu segui o plano que tinha oferecido pra Karla, ela estava do outro lado do mundo e eu estava num quarto com um banheiro imundo, mas com o tempo às coisas melhoram, depois de quatro anos morando lá eu consegui me formar num curso de fotografia e arrumar bicos de fotografa em festas, o dinheiro que entrava era bom e eu me mudei pra um apartamento melhor, depois de sete anos eu já tinha um emprego fixo na equipe do seu pai, e foi naquela época que eu o conheci, e com esse emprego eu pude ter muito mais do que eu esperava, e então eu senti falta da sua vó e eu voltei pra casa. Eu passei uns dois anos com ela e na semana que eu estaria voltando pra Boston eu acordei um dia decidida de que queria cortar o cabelo, e então eu fui, de apé já que o carro estava sujo de lama, e no caminho eu passei pela casa da Karla, tinha uma moça arrumando as flores e com o cabelo preso num coque, e pode ser coisa de filme mas aquela moça era a Karla, mais linda do que um dia foi, com delineador de gatinho e um batom vermelho, estava mais encorpada e mais mulher, eu não queria mas eu a chamei, ela me olhou com o olhar arregalado e um sorriso de orelha a orelha, e veio até mim, ela continuava a mesma menina que eu conheci na escola, alegre e simpática, me deu um abraço como se fôssemos super íntimas e perguntou como eu estáva, tivemos uma conversa breve e uma outra mulher saiu de dentro da casa, uma bem bonita e muito amigável, ela se apresentou como Lucy e depois envolveu a Karla num abraço, e eu soube que elas estavam apaixonadas, o jeito que se olhavam era bem claro, eu não sei dizer bem a razão mas eu quis vomitar, e resolvi voltar pra casa, não antes que a Karla me desse o diário e dissesse que sempre quis que eu soubesse como ela se sentiu naquela época, ela disse que foram longos anos e que estáva com saudades e poderíamos sair tomar uma café algum dia, eu concordei claro mas isso nunca aconteceu, e eu guardei o diário por uns meses antes de ler pela primeira vez, e eu nunca me perdoei por ter sido como eu fui.
- E você descobriu que era bixessual?
- Não, eu sou completamente homossexual, mas eu já estava na faixa dos trinta, seu pai gostava de mim, eu não tinha superado a Karla, acredite se quiser, então eu percebi que meu maior erro foi ter errado com ela e eu pago o preço até hoje, eu me casei com seu pai e um ano depois você nasceu, e essa é a história.
- É meio comprida mas acho que consigo diminuir um pouco, obrigada mãe eu vou tirar a maior nota
- De nada *risadas*
- E ah, Camila, tira aquela carne de porco do congelador pra mim, acho que vou fazer carne de porco com arroz e feijão
- Igua ao prato favorito da Karla né?
- É, igual ao prato favorito da Karla.
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