-L. Prás
-O que você acha de ser ratinho de laboratório?
Ele sentenciou com um sorriso maldoso estampado no rosto.
Enquanto eu analisava o que ele havia dito, ele cobria o pote com um pano, me deixando enlouquecer na penumbra.
... não.
Não.
NÃO!
Não isso.
Não de novo.
Comecei a gritar por ajuda, mas meus gritos eram inaudíveis.
Comecei a bater em todas as direções, mas era inútil.
Só pude chorar.
Hesitei,
E desisti.
Me entreguei.
Esperei para sucumbir.
Depois de algum tempo andando, o lobo parou, e tirou o pano, revelando inchaços sob meus olhos, em relação aos meus prantos derramados.
O local era extremamente quente, e minhas asas, que ainda estavam machucadas, começaram a amolecer com o calor infernal do local. Mas eu não me importava mais.
O monstro em forma de lobo havia saído para buscar um copo d'água em um bebedouro que estava perto. Eu apenas fitava o chão envolvida em pensamentos.
Não iria ficar ali. Não quero voltar a ser apenas “um experimento”.
Forcei a tampa do pote para cima com meus últimos esforços. Abriu.
Estiquei minhas asas feridas, saltei, fechei os olhos e levantei vôo.
Senti o ar quente envolver meu corpo, e, quando abri os olhos, vi o lobo de cima, me encarando, incrédulo. Ele havia derrubado o copo.
No âmago de minha alma pude sentir a vida pulsar novamente, assim como foi minha primeira fuga do centro nuclear. Voei rapidamente em frente. A liberdade corria em minhas veias.
-Layla
Apesar de demonstrar ignorância quanto ao lobo, estava curiosa do que ele iria fazer com a fada que estava me perseguindo no monte, antes de eu cair. Segui os dois silenciosamente até um local rubicundo e quente. Era imerso em lava e tinha uma alta tecnologia. Fiquei encantada… Até aquele desgraçado me tirar da minha rápida contemplação, com um berro de cólera. O imbecil deixou a fada fugir.
Segui-o enquanto corria insanamente atrás da fada, que por sua vez ia em direção à um centro de toda aquela tecnologia. Chegando lá mais parecia um hotel, e fomos inclusive recebidos com xingamentos de um robô extremamente sexy. Eles ignoraram o robô completamente enquanto eu parei para assobiar sobre seu corpanzil, mas logo voltei a correr. A troca de xingamentos do lobo com a fada era cada vez mais envolvente e… eu deveria ter trazido uma pipoca.
Continuamos em direção à um local completamente cinzento, mas que estava coberto por mantos de flores de diversas cores e aromas, porém não consegui apreciar a beleza desse jardim pois não era mais interessante que aqueles dois provocando uma baderna por onde passassem.
Por um momento, a fada se virou para mostrar o dedo do meio para o lobo, só que acabou tropeçando em alguém. O lobo tentou parar mas acabou caindo nela também, enquanto eu, obviamente, estava divagando e tropecei no lobo também. Alguma coisa aconteceu, e agora eu sou a única acordada que tá olhando pra um bichinho que tem cabelo cinza que parece uma fusão de gato com cachorro de pelúcia usando um moletom de listrinhas verde e azul. Daí eu desmaiei também.
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