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História Nu ABO {Monsta X} - Purus Lupi, Venit!


Escrita por: Monbebeboy

Notas do Autor


Oii ^-^

Capítulo 18 - Purus Lupi, Venit!


Fanfic / Fanfiction Nu ABO {Monsta X} - Purus Lupi, Venit!

Kihyun sorriu ao ver o brilho da vida sumir dos olhos de Changkyun, que se tornaram vazios e vidrados. Agachou-se e acariciou os cabelos do recém morto.

— Não é nada pessoal, entenda. — disse pegando a vela preta. — Eu até gostava de você. — enfiou-a no peito do garoto onde havia perfurado com a adaga. — De verdade… — seus olhos cravados no cadáver demonstraram pesar, mas o vampiro rapidamente mandou esse sentimento para longe e acendeu a vela.

Levantou-se e pegou sua adaga, voltando para dentro do círculo em seguida. Ficou de pé e apontou a arma para baixo, no rumo da vela negra. Fechou os olhos e se concentrou.

Começou a recitar os dizeres que havia decorado há séculos para o grande dia:

Hunc Satansoo ut immolem. Sanctificetur nomen ejus, et quod laudatur, id est pura potentia, et tenebrae super te virgo meam. (1)

Latim era o idioma sagrado da Igreja a qual os lobos frequentavam e, por isso, queimava a língua dos vampiros que o proferissem, pois eram considerados pelos padres a raça maldita que tinha um pacto com o diabo. Curioso é que eles nunca tiveram pacto algum até Kihyun o firmar com Kyungsoo.

O vampiro parou por um instante pois sua língua doía e imediatamente a dor passou.

— Faça o que tem que fazer Kihyun. — disse a si mesmo com um suspiro pesado e então prosseguiu. — Sacrificium obtulistis mihi hunc exercitum qui egressus iubendi potestate. Et surgere meum ad vocationem. (2)

Ao dizer tais palavras, passou a lâmina na palma da mão, cortando-a sem cerimônia, e deixou que o sangue pingasse no fogo da vela. A chama subiu alto e crepitou, sobretudo quando enfaticamente o vampiro concluiu o encantamento com os dizeres:

Maximo Exercitus Purus Lupi, venit ad me! Est in potestate mea! (3)

Suspirou de satisfação e foi até a janela observar o movimento. Via o exército de alfas se aproximando cada vez mais e sorriu maldosamente.

— Vem titiu, titiu, titiuzinho… — deu uma risada divertida enquanto fazia sinal com as mãos como se tivesse chamando cães. — Vem totó…

Afastou-se da janela e caminhou até o corpo de Changkyun. Olhou para a chama da vela, antes alta, forte e crepitante, e viu que começava a enfraquecer. O vampiro não entendeu bem o por que disso. Fez um novo corte na mão e deixou que seu sangue pingasse ali novamente, fazendo a chama crepitar, porém logo voltou ao normal. Receoso, voltou à janela e gritou:

Purus lupi, venit, exercitus meun! (4)

Nada aconteceu.

Foi até o círculo e analisou as chamas das velas, sobretudo a negra, e constatou que estavam ficando falhas. Pegou a caixa de fósforos e uma a uma foi colocando mais fogo em seus pavios.

Ouviu um barulho e se virou para a direção de onde tinha vindo, que era a janela. Estremeceu ao ver Shownu parado à sua frente. Suas pernas bambearam por um momento, mas o vampiro não demonstrou o que sentiu e rapidamente ficou em posição de combate corpo a corpo, semelhante ao que sempre via Jooheon fazer.

— Deixa de ser patético, Kihyun. Você não sabe lutar. — o lobo o empurrou contra a parede e se aproximou.

O vampiro tentou pensar rápido em alguma forma de bloquear o golpe que certamente viria.

O golpe, porém, não veio.

Em vez disso Shownu o beijou.

Quando já estava no coração da escura floresta Kihyun ouviu o barulho de alguém agonizando para morrer. Parou. Olhou ao redor, pois conseguia enxergar perfeitamente, e localizou a pessoa. Era um rapaz corpulento que estava deitado imóvel embaixo de uma árvore perdendo muito sangue de um ferimento na barriga. O vampiro aproximou-se com cautela saboreando o cheiro do líquido vermelho até ver a identidade do moribundo. Sorriu maldosamente, como lhe era típico, enquanto se agachava perto do rapaz.

— Um Maior como você morrendo assim, desse jeito… — sussurrou e mostrou as presas afiadas.

O lobo lançou-lhe um olhar de ódio. Kihyun, no entanto, não se importou e cravou os dentes no próprio pulso.

— Não me leve a mal, quero sim que você morra. — disse se sentando e colocando a cabeça de Shownu em seu colo. — Mas não assim. — colocou o pulso na boca do lobo para que chupasse seu sangue, porém ele se virou para o outro lado.

Kihyun então forçou-o a se voltar novamente para o pulso sangrento.

— Deixa de ser orgulhoso, lobo! Eu te odeio também. — disse-lhe calmamente. — Estou salvando sua vida pra te matar pessoalmente depois. — o fez beber seu sangue à força. — Quero duelar honestamente com você. — começou a acariciar os cabelos pretos de Shownu, mas parou assim que se deu conta do que estava fazendo. — Do contrário eu não iria intervir nos seus assuntos de família. — deu um leve riso.

O lobo estava completamente fraco e não conseguia dizer nada, a mera tentativa de o fazer causava-lhe dor. Se não estivesse morrendo, porém, certamente iria matar Kihyun de modo brutal.

— Sei que me culpa por ele estar comigo, mas não se esqueça de que passar pro meu lado foi escolha dele. Eu nunca o obriguei a nada. — o vampiro continuou.

Shownu sabia disso, sentia a sinceridade daquelas palavras. Mas não conseguia deixar de odiar Kihyun sempre que se lembrava de que Jooheon o havia renegado para servir a espécie inimiga.

O vampiro ficou um tempo ali com o lobo em seu colo, cuidando de seu ferimento e dando-lhe de seu sangue. Quando viu que ele já havia saído da zona mortal resolveu deixá-lo e se levantou.

— Shownu. — disse antes de partir. — É melhor você ir pra longe daqui, porque se ele te encontrar de novo… — passou o dedo pela garganta indicando o que queria dizer. — Não o subestime, ele não é mais o mesmo que você conhecia. Está muito mais forte agora. — bateu os dedos de forma orgulhosa no pulso machucado. — Só… Se mantenha vivo, tá?

Observou-o como que para gravá-lo em sua memória e então partiu sem olhar pra trás.

***

Os lobos camponeses amarraram Minhyuk fortemente em um tronco de árvore e começaram a encher de alho em volta.

— Estão colocando isso aí à toa, não consigo me soltar mesmo. — o vampiro disse descontraidamente e ninguém deu ouvidos. — E se eu conseguisse não iam ser esses alhos que iam me impedir de fugir…

— Cala a boca, vampiro! — um dos lobos jogou-lhe água benta no rosto.

— Aaaaaaaaiiiii! Isso queima! — Minhyuk gritou, pois a água sagrada queimava-lhe feito ácido.

Os lobos não pararam por aí, continuaram jogando-lhe água benta aos montes.

— Parem! Por favor! — o vampiro gritava. — Eu sou contra a guerra! É sério!

Ninguém queria saber.

Começaram a jogar-lhe alhos, o que, além de queimar-lhe a pele, ainda doía pelo impacto pois aqueles filhos da mãe tinham uma força extraordinária.

— Socorroooooooooo!!!

Minhyuk começou a chorar de dor e desespero e rezava para que seu irmão não demorasse a chegar.

***

Kihyun estava saboreando o beijo de Shownu, que o imprensava contra a parede deixando-o imobilizado, quando se deu conta do que estava fazendo.

— Por que está aqui?! — empurrou o lobo.

— Vim salvar você! — Shownu o puxou pelo braço tentando tirá-lo dali. — O exército lupino está mais poderoso do que pensei e você não vai conseguir vencer.

Kihyun bruscamente se soltou.

— Não vou a lugar nenhum com você. Vou ficar e lutar!

— Não seja idiota, Kihyun! Você vai morrer se ficar aqui!

— Não me subestime! — apontou para o corpo de Changkyun.

Shownu olhou e ficou pasmo.

— É sério que você pretende vencer uma guerra fazendo macumba?!

— Isso não é macumba! — o vampiro disse rispidamente, seu olhar então brilhou. — Logo meu exército irá se levantar.

O lobo não estava entendo.

— Que exército, Kihyun?! De vampiro só sobrou você e seus irmãos que não venceriam nem uma luta contra uma criança humana!

O vampiro sorriu triunfantemente.

— Nunca disse que era um exército de vampiros. — caminhou ao redor do círculo de velas e apontou para Changkyun. — A morte dele vai dar vida aos antigos guerreiros Maiors, você sabe, os que guerrearam contra nós. Só que… — parou e suspirou de satisfação. — Dessa vez estarão sob o meu comando, e não o do seu pai.

Shownu ficou chocado e boquiaberto por um instante.

— Você… — não queria acreditar. — Você fez pacto com o diabo?!

Kihyun desdenhou.

— Não deveria ser surpresa pra você já que seu povo sempre nos acusou disso mesmo…

O lobo permanecia perplexo.

— Isso é muito baixo, é jogo sujo, é…

— Shhhhhh! — o vampiro colocou o dedo indicador em seus lábios. — Limpo será o duelo que você e eu teremos quando isso tudo acabar. — sussurrou em seu ouvido e então lhe beijou apaixonadamente apalpando-o com luxúria em todos os lugares possíveis.

Ficaram assim por um breve período de tempo e então Kihyun se afastou.

— Agora vai! Sai daqui! — ordenou a Shownu, que permaneceu imóvel.

— Eu posso salvar você e seus irmãos, venha comigo… — mais uma vez o lobo insistiu.

O vampiro não queria nem saber, se garantiria sozinho nessa guerra. Pegou a caixinha de fósforos e jogou em Shownu.

— Sai! — gritou e dessa vez o lobo o obedeceu, não porque estivesse com medo da caixa de fósforos, quem nem lhe acertou, mas porque conhecia Kihyun bem o bastante para saber que ele era terrivelmente teimoso e não iria ceder nem que a vaca tossisse.

— Não preciso de um lobo pra salvar a minha pele. — disse a si mesmo já sozinho e voltou à janela para observar o movimento.

Viu Jooheon lutando bravamente com um grupo de lobos que parecia particularmente difícil de derrotar.

— Esse é o meu garoto! — exclamou orgulhoso e foi até a vela negra observar sua chama, que permanecia fraca. — Talvez o Kyungsoo precise de um pouco mais de tempo… — disse a si mesmo para acalmar o receio que começava a surgir. — Mas que não seja muito tempo, por favor. — soou como uma súplica enquanto, novamente na janela, observava com um olhar preocupado seu servo dando o melhor de si na batalha.

***

Jooheon tentava a todo custo manter o exército lupino afastado do castelo e isso não seria problema para ele, que matava 10 alfas facilmente com uma única mão, o problema eram os lobos puros que também a todo custo tentavam evitar que ele conseguisse matar os alfas. Como eram puros não era qualquer golpe aplicado pelo servo de Kihyun que os derrubaria, e até agora nenhum deles havia sido mortalmente ferido, inclusive contra atacavam com gosto, deixando Jooheon machucado.

Ele sabia que não conseguiria por muito tempo evitar que o castelo fosse invadido, pois para cada alfa que matava apareciam mais dois e ele levava um golpe de um dos Maiors.

“Kihyun, se você tem uma carta na manga, é hora de usá-la”, pensou.

E seu temor não demorou a se concretizar. Um grupo de alfas se aproximou da porta e começou a tentar arrombá-la. Jooheon tentou correr até lá mas os lobos pularam em cima dele, atrasando-o e fazendo com que os alfas tivessem sucesso em seu intento. Ainda que posteriormente tenha matado tais lobos, logo outros apareceram e, com a passagem desbloqueada, conseguiram entrar.

Jooheon finalmente matou um dos lobos puros e, enquanto se concentrava nisso, mais alfas adentraram o castelo.

***

Minhyuk já não tinha mais forças para gritar e nem chorar, sua visão estava ficando escura aos poucos e antes de apagar completamente sorriu ao ver sua amada correndo em sua direção para lhe salvar. 

Mas era tarde pois os lobos enfiaram-lhe uma estaca no peito, e ela estava banhada em água benta.


Notas Finais


Tradução das falas em latim do Kihyun:
(1) Para Satansoo eu ofereço este sacrifício. Que seu nome seja honrado e louvado, que as trevas levem a você a energia desta alma pura e virgem.
(2) Que este sacrifício me traga o poder de comandar o exército daqueles que já se foram. Que eles se levantem com o meu chamado.
(3) Grande Exército dos Lobos Puros, venham a mim, estejam sob meu poder!
(4) Lobos Puros, venham, meu exército!

Perdoem os erros ^-^

Kissus :-*


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