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História Nuestro amor - Cão Véio


Escrita por: lareswtf

Capítulo 6 - Cão Véio


A primeira reunião para o MasterChef Profissionais iria ocorrer aquele dia, em uma terça-feira chuvosa em São Paulo. Paola buscou Francesca na escola, já que a menina havia trocado de turno para a manhã, e levou-a para o escritório de Juan. O argentino foi buscar a loira no carro, em frente sua empresa de arquitetura.

- Boa tarde, Paola. - Ele sorriu ao ver a mulher no volante. - Obrigada por deixar ela aqui.

- Oi, papai! - A menina gritou assim que se viu livre do cinto de segurança. - Hoje vou dormir na sua casa?

- Não sei, Fran, vai depender de como for no trabalho. - Paola respondeu primeiro. - Juan, qualquer coisa me liga, vou tentar buscar ela ainda hoje, mas eu não sei até que horas vai ser na Band.

- Pode ir, qualquer coisa ela dorme comigo.

Juan pegou a menina, a mochila e fechou a porta do carro.

Paola seguiu para a Band e encontrou Ana Paula já no estacionamento.

- Meu Deus, como você some desse jeito! - Ana quase grita. - Eu fiquei preocupada! Porque seu celular está desligado desde domingo?

- Não está mais. - Paola mostrou o celular e sorriu. - Comprei um novo hoje de manhã. Pode me ligar.

- O seu antigo quebrou?

- Eu joguei na parede. - Paola fechou o carro e sorriu sem mostrar os dentes. - Como vai ser a reunião?

- Acho que puxada, é a primeira reunião e já vão começar a chamar os escolhidos ainda essa semana.

As duas seguiram até a sala de reuniões colocando o papo em dia. Chegando lá, já estavam todos, menos Pato e Fogaça. As duas se acomodaram perto da cadeira da ponta, que seria a de Pato e voltaram a conversar.

- Você acha que consigo tirar uns dias pra viajar? - Paola perguntou e Ana cerrou os olhos. - Quero ir à Londres ver o Jason.

- Melhor perguntar ao Pato, mas eu acho que dá, só não ficar um mês.

- Ficarei no máximo cinco dias, Francesca não pode perder tanta aula assim, estamos na metade de agosto e as aulas recomeçaram por agora.

Pato logo chegou com Fogaça, os dois riam feito duas crianças. Ana sorriu e cutucou a amiga.

- Como vai o caso com o nosso jurado? - Paola a olhou e fez cara de vômito. - Brigaram?

- Terminamos.

Antes de Ana questionar o motivo, Pato deu início a reunião.

***

O clima da sala estava cada vez pior. A maioria estava cansada e o relógio já marcava 20:40h. Paola não conseguia entender mais nada e Ana já havia tomado dois remédios para dor de cabeça. Pato logo tratou de encerrar a reunião.

- Pato, posso perguntar uma coisa? - A argentina pediu. Sentiu os olhares do tatuado sobre ela e estufou o peito para que ele visse que ela estava bem sem ele. - Posso viajar pra Londres durante cinco dias?

- Claro, não teremos reunião até dia o começo do mês, pode viajar até o fim de agosto.

- Gracias.

Assim que a sala foi ficando vazia, Ana tratou de perguntar sobre o motivo do término. Assim que Paola terminou, Jacquin se aproximou das duas e fez um convite:

- Estamos indo comer no Cão Véio, o do Fogaça, vamos?

- Eu tô dentro. - Ana disse animada, já levantando.

- Não vou poder, tenho que buscar a minha filha na casa do pai.

- Ah, não! Temos que comemorar a nova temporada! Deixa a Fran dormir com o pai, ué.

- Você sabe que eu prefiro a minha filha comigo, não é? - Paola a encarou e rolou os olhos. Sabia que não ia ganhar de Ana. - Tudo bem, mas tenho que ligar pra Juan e avisá-lo.

***

Quase uma hora depois, todos chegaram ao Cão Véio. Foram recebidos por Henrique, que tinha saído correndo para organizar alguma mesa para os amigos, e sua mulher/namorada/falsa Carine.

- Oi, tudo bom!? - A voz e simpatia forçada de Carine fez Paola querer vomitar. A morena ainda tentou fazer o gesto de vômito, mas Ana puxou seu braço. - Oi, Paola!

- Oi! - Paola sorriu e apertou a mão da loira.

Ana puxou a argentina até a mesa, as duas sentaram e começaram a conversar com os outros sobre qualquer coisa, menos sobre o novo Masterchef, pois era quase um assunto proibido aquela mesa.

Henrique não havia falado com Paola, nem na Band e nem no gastropub. Assim que conseguiu uma brecha da conversa de Ana, Paola levantou e foi ao banheiro. Quando saiu, dirigiu-se ao bar e sorriu para o barman. 

- Oi, tudo bien? - Ela perguntou sorrindo. - Qué tiene para ofrecer? - A mulher jogou um espanhol para tentar um charme.

- Temos muitas cervejas, do mundo todo, de todos os gostos, sabores... Posso apresentar uma argentina, que tal? - Paola riu e negou.

- As cervejas argentinas são horríveis.

- Te garanto que essa não é. - O rapaz retirou uma garrafa da geladeira, abriu e lhe ofereceu. - Se você não gostar, eu pago sua bebida.

- E se eu gostar? - Paola sorriu, estava cada vez mais próxima dele, cada vez mais dentro do bar. 

- Eu pago da mesma forma. - Os dois riram.

Ela ergueu a garrafa em forma de brinde e deu um gole. Os primeiros segundos o líquido teve gosto estranho, mas logo aprovou. Realmente era a melhor cerveja da Argentina.

- Eu não gosto muito de lembrar da Argentina, aconteceram coisas que... Enfim. - Ela riu e ele se apoiou no balcão, encantado com a mulher. - Mas você ganhou, é muito boa.

- Claro que é, todas as argentinas são maravilhosas e gostosas. - Ele lhe cantou mais ainda. - E nem é só da cerveja que eu tô falando.

Paola estava com o sorrido de orelha a orelha. O ambiente parecia quase em silêncio, como se tivesse apenas os dois. Porém, logo ele apareceu. Os gritos que ele deu no Masterchef e lhe assustaram, voltaram da mesma forma.

- VAMO TRABALHAR, PORRA! - Henrique bateu a mão no balcão, fazendo Paola dar um pulo e quase derrubar a garrafa no chão.

- Eu volto daqui a pouco. - Paola avisou ao barman e voltou a mesa.

- Que grito foi aquele? - Ana perguntou assim que ela sentou. - Todo mundo olhou.

- Henrique e suas besteiras. 

Logo que procurou o  tatuado novamente, encontrou-o conversando com Carine próximo ao banheiro. Revirou os olhos e voltou a conversar com os amigos.

***

No fim de semana, Henrique chegou cedo ao Cão Véio e foi surpreendido pelo barman, Caio.

- Posso perguntar uma coisa, Fogaça? - Ele pediu limpando o balcão, pronto para mais uma noite agitada de sábado.

- Claro. - Fogaça disse guardando o celular e o olhando.

- Aquela jurada, a Paola, ela é solteira? - A feição de Henrique foi se fechar e tentar entender o que Caio queria perguntando aquilo. - Ela veio aqui na terça e conversamos.

Fogaça se aproximou do balcão, segurou o pulso do rapaz com força e o olhou nos olhos.

- Você precisa focar no seu trabalho, não em ficar paquerando a Paola, entendeu? Não quero você perguntando sobre ela, principalmente pra mim. Entendido!? - Caio assentiu, assustado com a reação do seu chefe. - ENTENDEU PORRA?

- Sim, senhor. Desculpa se... Desculpa.

O rapaz saiu rapidamente do balcão, indo arranjar outra coisa pra fazer.

Fogaça pegou o celular e discou o número da argentina. Já havia perdido a quantidade de vezes que havia ligado, mas sempre era recusado ou la não o atendia. Então decidiu ligar para aquela que poderia conversar e entender sua argentina.

- Oi, Ana. - Ele sentou em uma das cadeiras do Cão Véio. - Tudo bom?

- Tudo e você? Me ligando no sábado à noite... O que houve? Precisa de uma chef no seu restaurante?

- Ainda bem que não, porque aí você iria expulsar todos os clientes por conta da sua comida.

- Fogaça, você nunca provou minha comida, então não tem o direito de criticá-la. - Os dois riram. - Mas então, porque me ligou?

- Quero te pedir um favor. Então, certamente você sabe o que rolou entre Paola e eu, nós terminamos nosso rolo, assim nós não, ela terminou e não fala comigo há dias.

Paola olhou pra Ana e fingiu vomitar. A argentina havia ido até a casa da amiga para um jantar íntimo.

- E o que você quer? Que eu peça que ela converse contigo?

- Sim, que atenda minhas ligações, me responda no Whatsapp. Ela está me ignorando por completo!

- Ok, Fogaça, eu vou falar com ela. Agora preciso desligar.

- Certo, Aninha. Obrigado.

Ana desligou e encarou Paola. A argentina levantou-se do sofá aos risos e negou.

- Se você pedir ou me obrigar a falar com ele, eu acabo minha amizade agora mesmo, Ana Paula Padrão.

- Eu não vou falar nada, até porque você escutou e notou a voz de tristeza dele.

- Tristeza? Ele deve tá curtindo esses dias com a mulherzinha dele, deve tá comendo ela todos os dias e nem se lembrando de mim. No mínimo, ele deve tá bêbada lá no bar dele e ligou pra falar isso.

- Se ele tivesse bêbado, iria ligar pra você se declarando, não pra mim.

- Ah, foda-se o Fogaça!

Francesca olhou pra mãe, um pouco assustada com o nervosismo da mulher. Paola suspirou e abraçou a filha.

- Desculpa, ignora o que a mamãe falou do tio Fogaça, OK?

A loirinha assentiu e voltou a explorar a casa de Ana. As duas mulheres se olharam e Ana pôde ver lágrimas nos olhos da amiga.

- Você está sofrendo por causa dele.

- Eu sou a pessoa mais idiota do mundo. - Ela suspirou e virou o copo de Whisky. - Pode colocar outra dose, hoje sou eu que vou ficar bêbada.


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3


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