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História Numbers - Capitulo Único


Escrita por: boIo e souhamucek

Notas do Autor


Olá meu loves! Eu e a Lali estávamos super mega ansiosas pra postar Numbers e bom estamos aqui. Não deu 2 dias e o capitulo estava completo, que orgulhinho!

Bem aqui vão as regras!

◆ Plágio é crime. Se nos plagiarem, vamos denuncia-los;

◆ Sem inspirações;

◆ One-shot de total autoria minha e da Lali;

◆ As aparências não são nossas mas as personalidades sim.

♥ Stella Maxwell como 2785 — Avi Wolf;

♥ Cara Delenvigne como 0011 — Basya Carter.

Espero que gostem como eu e a Lali gostamos!
Boa leitura.

Capítulo 1 - Capitulo Único


Fanfic / Fanfiction Numbers - Capitulo Único

Avi Wolf's Point Of View. 

Auschwitz II, Polônia.

 

1944


 

A manhã estava fria. A cama dura de madeira não era mais suficiente para me aquecer, mesmo com a outras três mulheres deitadas ao meu lado. Encarei o cômodo quase vazio. Só faltava eu me levantar. Vesti o uniforme listrado de branco e azul claro, este que mais parecia dois tons de cinza por conta das sujeiras. Pelas frestas entre dois tijolos, avistei o sol iluminando a rala neblina no chão. Tão logo, o dia raiaria de vez. 

 

Caminhei apressada até o centro do campo de concentração. Meu coração estava acelerado por saber que se chegasse atrasada, os nazistas me fuzilariam, sem hesitar. As pedras pequenas machucavam os meus pés descalços. 
 

— 2785! — ouvi me chamarem. Virei-me e encarei a número 9103. 
 

Aqui os nossos nomes eram números para não termos as identidades reveladas. Não éramos mais pessoas. Éramos lixos numerados, todos com a data de morte marcada. Sinceramente, para mim, no momento em que pisei os pés neste campo, eu morri. 
 

— O que foi? — perguntei ao despertar dos meus pensamentos. 
 

 — Pensei que nunca chegaria! — retrucou em sussurros. — Lembra-se daquela vez em que quase te mataram por chegar atrasada? 

— Eu sei, 1903! — revirei os olhos. — Relaxe, estou aqui. 

 

Vários guardas chegaram ao local onde capinávamos. Os demais judeus que estavam aqui fizeram uma fileira única, lado a lado. Olhando nos olhos de cada soldado com a suástica na manga do uniforme. Nossas posições estavam eretas, com as mãos soltas ao longo do corpo. A hora da chamada sempre era assustadora. 
 

— Espero que estejam todos aqui. — um dos guardas se pronunciou, debochando dos maus hábitos. — Se não, sabem o castigo. — em seguida, outro guarda o entrega uma prancheta. Presumi que fosse todos os números, como faziam sempre para checar se estavam todos aqui. — Número 1900! — gritou o homem de farda. Tão logo, o número citado deu um passo à frente. — Número 1901... — desta maneira, ele disse todos os números até chegar ao meu. 
 

Respirei fundo e dei um passo a frente. 
 

Após todos os números serem chamados, começamos a trabalhar. Ajoelhada sobre o gramado perfeitamente esverdeado, eu sentia o suor escorrer de minha testa ao capinar. O cansaço me consumia, mas eu não poderia descansar. Ninguém parava durante um serviço. Caso isso acontecesse, eles matavam “os preguiçosos” sem dó nem piedade. 

Minha boca estava seca. Bebíamos água apenas uma vez por dia. Levávamos garrafinhas com água da torneira do banheiro, porém, quando acabadas, já era. Ficávamos com sede. Ainda havia uma pequena quantidade no meu cantil, contudo eu estava guardando para quando eu chegasse ao meu limite. Confesso que estava próximo. 
 

Ainda me impressionava como aqueles homens podiam ser tão cruéis. Havia crianças e mulheres aqui. Famílias eram diariamente destruídas. O convite para os campos era feito com doçura e alegria, parecia que aqui era uma grande colônia de férias. Mas, na verdade, Adolf Hitler e seus capangas não estavam nem aí. 

 Não sei o porquê de tanto rancor. Será o ódio por judeus, negros e homossexuais é porque não cremos no que eles crêem? 
 

— Alguém está cansada, 2785? — o tom sarcástico de um dos guardas me incomodou. Ergui meus olhos para vê-lo. — Você precisa de um incentivo? — senti o solado de sua botina chocar contra as minhas costas, e fechei os olhos, como se isso me protegesse da dor. 


  

Para despistá-lo, aproveitei o empurrão para agilizar o murro da ferramenta contra o solo seco. Sem perceber, movida pela fúria, machuquei-me com o machado. Urrei de dor, tampando a minha boca em repreensão. 

 

O homem, quem já estava razoavelmente distante, veio até mim. Ele olhou para o machucado em minha perna, pegou em meu braço e me arrastou em meio ao campo. Tentei protestar, debatendo-me. Eu não sabia o que estava por vir, porém, pelo histórico dos homens que me rodeavam, não poderia ser coisa boa. 
 

— Ei, solte-me! — bati nos braços fortes do guarda. Ele me ignorou. Insisti em me chacoalhar. Percebi que meus tapas eram só cócegas. Desisti. 

 

Chegamos a uma câmara grande com parede de pedras, onde havia diversos pacientes. Deduzi que estávamos no hospital. Aliás, eu nem se quer imaginava que existia um ambulatório por aqui. 
 

— 2785, levemente com lesão. — disse o brutamonte à loira de olhos verdes próxima à porta. Reparei que ela usava a mesma roupa que eu, mas com um jaleco branco por cima. 
 

— Obrigada. Pode ir, senhor. Agora eu cuidarei dela! — ele me largou. Ela roda seus braços em meu corpo. Andei junto a ela até uma pequena maca. — Sente-se aqui, buscarei os medicamentos necessários. 

 

A moça percorreu todo o cômodo, voltando com uma bandeja metálica nas mãos. Com um objeto esquisito, ela molhou a gaze com álcool. Ergueu a minha calça ensanguentada e limpou o ferimento. A dor me punia mais que o chupo de minutos antes. O mercúrio acompanhou a extensão do corte. Céus, como aquilo formigava. Em seguida, enrolou uma atadura sobre o machucado e a prendeu. As mãos delicadas deslizaram pela minha perna dolorida, quando um sorriso largo surgiu em seus lábios. 

 

— Terminamos. 
 

— Já? — respondi de maneira decepcionada. — Terei que voltar ao trabalho? Por favor, atrase um pouco. Desde que eu cheguei, esta foi a primeira vez em que me senti cuidada. 
 

A feição da enfermeira aparentava ser de indecisão. Ela bufou. 
 

— Deite-se, então. — obedeci. — Fingiremos que está de repouso. — riu de si mesma. — Como arrumou uma ferida tão profunda, 27... 
 

— 2785. — corrigi-la. — Eu cuido da parte da jardinagem, estava capinando e esbarrei a ferramenta na perna. 

A moça de jaleco fez careta, presumi que estivesse imaginando a situação. 
 

— Isso deve ter doído muito. — concordei com a cabeça. — Se te conforta, os jardins nunca estiveram tão lindos. 
 

— Posso fazer uma pergunta? 
 

— Quantas quiser, 2785. — os olhos verdes me filmavam brilhantes, a mulher me parecia feliz. 
 

— Você é judia, não é? — ela assentiu. — Por que trabalha para eles?
 

A enfermeira cujo o nome ou número não me eram revelados engoliu em seco. Puxou a cadeira que estava no leito ao lado e se sentou. Os olhos preencheram de lágrimas, mas não chegaram a esvaziar. Percebi um suspiro longo abandoná-la. 
 

— É um tanto complicado. Cheguei ao campo há uns quatro ou cinco meses. Na época, todos os judeus que vieram comigo morreram. Por pouco, não sei se por um milagre ou castigo, eu sobrevivi a um banho. — confidenciou. 
 

— Banho? — perguntei, confusa. 
 

— Banho é como eles chamam as câmaras de gás. — meus olhos arregalaram assim que ela explicou. — Somos despidos e encaminhados a esta câmara, lá somos asfixiados por um gás tóxico e, por fim, os corpos são transferidos para o forno. 
 

— Forno? Não me diga que eles queimam os corpos? — a cabeça acenou positivamente, com os olhos cerrados. — Nazistas malditos! — rosnei entredentes. 
 

 — Eles não fazem o trabalho sujo. Somos nós. 

 

Meus olhos azuis arregalaram, bem como a boca se abriu. 

 

— O quê? 

 

— Eles não sujam as mãos conosco. A fim de atrasar a nossa morte, aceitamos qualquer coisa. Os homens que torram os cadáveres são como nós, assim como os que convidam para o banho. — surpreendi-me com cada palavra dita. 
 

— Então, de todos os serviços, o seu me parece ser o menos pior. — analisei. Ela gargalhou. 
 

— O quê? Você não acha terrível o suficiente ter que cuidar e salvar a vida de quem conta os minutos para te matar? 
 

Solto uma risada ruidosa. De fato, aquilo era apavorante. Só consigo enxergar como uma sensação de traição consigo mesma. Não sou capaz de julga-la, talvez, se eu estivesse no lugar dela, eu fizesse o mesmo. 
 

— Claro que acho. Isso é horrível! — disse com os olhos arregalados. Ela riu. — Somos obrigados a isso o tempo todo. É assustador. 
 

— “Assustador”... Exatamente, senhorita! A propósito, o “meu nome” — ela fez aspas com os dedos — é 0011. 
 

— Prazer em conhece-la, 0011. — dei um sorriso largo. — E... obrigada por isso aqui. — aponto para o ferimento coberto. 
 

Ela sorriu. Naquele instante, eu pude perceber como seus dentes eram brancos e bonitos. Meus lábios imitaram os delas. 
 

— Eu preciso ir, se não eles me fuzilam. — avisei ao me levantando. 
 

— Ei, deixe que eu te ajudo! — ela veio até mim rapidamente e estendeu a mão para me amparar. 
 

Peguei em sua mão e me ergui arduamente. Elevei meu olhar de encontro aos dela. Olhei para seu mar esverdeado e senti uma espécie de soco na boca do estômago. Algo se acendeu em mim. Meu coração bateu mais rápido. Fiquei imóvel, apenas observando cada detalhe daqueles olhos. Estávamos tão próximas que sentia sua respiração bater em meu rosto. 
 

Corei de imediato e desviei o olhar. 
 

— É... — rangeu com a garganta. — Eu ajudarei os outros pacientes. — disse, sem graça. 
 

Assenti. Ela sorriu e se afastou, mas, antes de sumir da minha visão, virou-se. 
 

— Até logo, 2785! — disse, colocando as duas mãos no bolso do jaleco. 
 

— Até! 

 

Basya Carter's Point Of View

 

1945



  Estava escuro. Meus pelos se arrepiavam por causa do frio na Polônia. Meu coração batia aceleradamente, e meus labios tremiam. Um misto de ansiedade e medo tomava conta de mim. A ansiedade porque eu encontraria ela, 2785, e o medo de nos pegarem. 

 

A doce paciente roubou meu coração desde o dia em que chegou à enfermaria com o bendito ferimento na perna. Encontrávamos às escondidas durante o trabalho para conversarmos sobre a vida. Eu pensei que o tempo presa aqui estivesse me fazendo confundir aquela amizade, mas não. Ela também estava apaixonada por mim. E, naquela noite, nós nos beijaríamos pela primeira vez. 
 

Nunca estive tão feliz. Parece que o meu milagre era encontrá-la. Cenas dos nossos encontros de amor passavam em minha mente. Meu sorriso se alargou, e a ansiedade aumentava cada vez mais. Faltava pouco para eu chegar ao nosso lugar de encontro. Sempre fomos a um galpão abandonado em que não ia ninguém. 
 

Ouvi vozes dos guardas noturnos e me escondi atrás de um dormitório. Assim que parei de ouvir a voz deles, sai, escondendo-me numas folhas e continuei a caminhada. 

 

Vi o galpão ao fundo e apressei mais os passos. Sorri ao avistar 2785. No momento em que fiquei frente a frente com minha amada, abraçamo-nos desesperadas e, sem pedir permissão, selei nossos lábios. 
 

Ela hesitou, bem como as bochechas coraram. 

 

— Sou Basya Carter. — sussurrei,  revelando como a maior prova de amor. 

 

— Não diga isso! Mesmo que estejamos no campo há quase um ano, aqui não é seguro. 
 

— Depois de tanto tempo juntas, acho que mereço saber o seu nome. — ela negou com a cabeça, encarando o chão. — Confie em mim, como confio em você. — os olhos azuis se ergueram. — Eu te amo, 2785. 
 

— Eu também, 0011. Por isso, prefiro evitar esta informação. 
 

A órbita lacrimejante de meus olhos vibrou de encontro às azuis diante de mim. Num piscar de olhos, nossas testas colaram, bem como nossos olhos se prenderam um ao outro. Senti como se pequenas explosões me ocorressem por dentro. Nossos narizes roçaram lentamente entre si até nossos lábios, finalmente, alcançarem-se. 
 

O deslize delicado de nossas línguas arrepiou toda a minha pele ressecada. Sem ação, minhas mãos seguraram-na pela parte de cima do uniforme listrado, enquanto minhas pernas bambas buscaram força para me manterem de pé. Uma das mãos de 2785 desceu para minha cintura, aniquilando a pouca distancia entre nós. 
 

Meu seio sob o tecido grosso foi pressionado contra seu colo magro, o que fez meu sangue ferver nas artérias. Cada vez mais, nós intensificávamos o beijo. O coração disparava entre os pulmões. De repente, meus lábios ficaram dormentes e meu fôlego falhou. 
 

 Mesmo ofegante, continuei a beijá-la com a mesma avidez. Eu queria sentir seu gosto. Os dedos da paciente apertaram minha cintura com força, prensando-me contra seu tronco, sem ousar romper o beijo. Por sua vez, as minhas mãos inquietas ganharam os botões da veste e, um a um, comecei a soltá-los. 

 

Como se ela caminhasse com os dedos sobre o pano repleto de listras que eu vestia, 2785 repousou a mão sobre um de meus seios, massageando-o cuidadosamente. 
 

Rendida, ajoelhei-me sobre o chão sujo do galpão. Em seguida, suguei o lábio inferior dela e a percebi fazer o mesmo. 
 

— Aqui está imundo. — revelei, separando nossos lábios para rumar os meus ao queixo delicado de 2785. — Se você não quiser que nos entreguemos aqui, eu entenderei. 
 

Percorri o lábio rosado em direção à pele alva de seu pescoço. 
 

— Estamos exatamente onde deveríamos estar. — com uma mecha de meus cabelos entre os dedos, ela respondeu. Estremeci. 
 

De supetão, a outra mão da judia desabotoou meu traje igual ao dela, revelando, assim, o desenho de meus seios. 

Nossos olhares se encontraram mais uma vez, daquela vez com os corpos numa distancia escassa. A íris azul me fitou com atenção. Ela queria me tocar tanto quanto meu corpo clamava por aquele toque. 
 

Arfante, ambas as mãos alcançaram meus seios sobre o pano, como se estivessem descobrindo a região. O ar abandonou meus pulmões com uma tensão nítida. Eu fechei meus olhos, quando suas mãos empurraram a veste. Ato que a fez escorregar e, consequentemente, encontrar o chão. 
 

Engoli em seco sob os olhares atentos de 2785 ao meu corpo. A ansiedade percorria minhas veias. Seu rosto tornou a se aproximar do meu. O roçar de seus dentes sobre minha pele eriçou meus poros, sem tardar. Ofeguei imediatamente, assim que senti a sucção delicada em meu pescoço. 
 

Céus! Aquela capinadeira sabia exatamente o que estava fazendo. 
 

A respiração entrecortada se tornou contínua, conforme suas mãos perambulavam em todos os cantos de meu tronco. Eu estava completamente arrepiada. Ambas estacionaram em meu traseiro, arrastando vagarosamente a calça listrada junto a tanga para baixo. 
 

Notei a sensação de borboletas em meu estômago com o deslize da roupa íntima pelas minhas pernas. 

Um gemido me escapou os lábios, antes que pudesse contê-la, quando seus dedos circundaram minha intimidade. 
 

Com as mãos trêmulas, passeei pelo uniforme comum. Desabotoei a veste que mais parecia um pijama. Admirei as pêras perfeitas que delimitava os seios e, na medida em que dedilhei a região, os músculos da barriga magra de contraíram. Libertei seus braços da camisa, empurrando-a para baixo aos poucos. A tensão incontestável em meu olhar cedeu conforme eu a explorei. Comecei a afastar o elástico da calça pela lateral, abaixando consigo a roupa íntima esbranquiçada. 

 

Arduamente, desvencilhei a maldita vestimenta agarrada. O formato arredondado de sua intimidade sob os pelos que a reveste me fascina. Inclinei-me ligeiramente para frente a fim alcançar meus dedos na parte. Conhecendo a região, dedilhei as curvas e extensão dos lábios debaixo. 
 

Subi as mãos para os seios pequeninos e delicados da judia. Abaixando um pouco a cabeça, envolvi o mamilo rosado com os lábios. Enquanto o deslizar de minha língua fazia o seio enrijecer, a outra mão massageava cuidadosamente o solitário ao lado. 
 

Não economizei nos beijos, deliciando-me com cada centímetro daquela pele. Em forma de resposta ao meu toque, as mãos de 2785 desenharam meus seios, prensando-os entre os dedos à medida que o toque os endurecia. Permiti que outro gemido me escapasse, enquanto nos deitávamos lentamente sobre o chão. 
 

— Quero que esta seja a sua melhor lembrança de mim. — ela rompeu o silêncio. 
 

Com um sorriso extenso no rosto, minhas órbitas verdes vibraram mais uma vez ao encarar a paciente sobre mim. Sua mão direita deslizou delicadamente sobre minha coxa, ato que retornou o fervor em meu sangue. Os dedos fizeram com que eu flexionasse a perna, e ela se encaixando no espaço entre nós. 
 

Todo pavor e tensão, os quais me transitavam instantes antes, transformaram-se numa curiosidade indescritível. Ergui brevemente meu rosto para beijá-la mais uma vez e soltei o ar com sofreguidão, entregando-me ao momento. A ponta dos dedos caminhou pela minha barriga rumo à intimidade. 
 

2785 vigiava as minhas expressões assim que o dedo túrgido tocou minha entrada. De forma involuntária, abri minha boca com os olhos arregalados, oriundos da dor circulante. Em movimentos lentos, ela entrou. Tentando diminuir o meu sofrimento, a judia o enfia por completo dentro de mim. 
 

Minhas mãos deslizaram pelos seus cabelos raspados prestes a crescer como um reflexo. À medida que o dedo estocava em maior velocidade, nossa respiração arfava sem pudor. 
 

Os movimentos em mim roubaram profundos gemidos, que, para abafá-los, mordi seu ombro. 
 

Quando me acostumei com a pressão, tentei tornar a beijá-la, mas, aparentemente, estávamos ocupadas demais para sermos boas nisso. Para suprir nosso desejo, tocamos nossas testas e nos olhamos fixamente. 
 

Sentia meus pulmões clamarem desesperadamente por ar. No entanto, não nos importávamos com tamanha besteira como o oxigênio, queríamos suor. O misto de dor e prazer tomou nossos corpos, os quais começaram a transpirar. Minhas mãos desceram pela nuca despida e úmida, rumando com unhas às costas. 
 

Avi Wolf. — confidenciou entre os suspiros. 
 

Eu sorri de orelha a orelha. 
 

Como se nossos corpos entrassem em erupções, percorri com avidez as garras ruídas sobre a pele alva de suas costas. Um gemido rouco da loira aquece meus ouvidos, e, em seguida, uma de suas mãos captura um seio e o aperta enquanto remexe contra minha intimidade abaixo. O atrito de nossos clitoris os fez pulsar, implorando por mais e mais estímulos. 
 

Os lábios em meu mamilo ocultaram os gemidos da 2785, quem não tardou a intensifica-los na medida em que o clímax se aproximava. 
 

Minhas mãos pressionaram o traseiro arredondado de Avi, puxando-a mais para próximo. A pressão de nossos troncos prensados fez minha perna flexionada deslizar sobre a dela, laçando-nos ainda mais. Pude notar meu corpo enfraquecer. 
 

Sem forças, permiti que meus músculos relaxassem. Ao atingirmos o ápice juntas, minhas pernas tremeram inquietamente, enquanto eu sentia região dela libertar os últimos espasmos. 
 

Exaurida, Avi despejou o peso de seu corpo sobre mim, com a respiração ainda descontinua. Buscou minha mão sobre o chão cruzando nossos dedos a seguir. 
 

Numa forte urrada árdua, afastou nossas intimidades, jogando-se ao meu lado no chão frio. Sem procrastinar, rolei aos poucos para me enlaçar em seus braços e repousei a cabeça na curva de seu pescoço.
 

Depois de descansarmos, levantamo-nos e nos limpamos da sujeira. Olhei para Avi vestindo a calça, e ela sorriu pra mim. Amava o jeito como a capinadeira sorria para mim. Seus olhos brilhavam e pareciam estrelas no céu. 
 

— Ei, vadias! O que fazem aqui? — arregalei os olhos e me virei assustada ao ver um dos brutamontes de Hitler. Meu coração gelou e minha boca ficou seca. — Ah, suas desgraçadas! Estavam aqui no bem bom, né, suas judias putas? — ele disse cuspindo todo seu ódio. Ouvi o estalar de um tapa. Desviei apenas meus olhos, mas consegui ver a boca da carpinadeira sangrando e seu rosto pálido, agora vermelho. 
 

— O que pensa que está fazendo, seu monte de merda? — disparei com nojo. 
 

— Você me chamou do que? 
 

— Monte de merda! — repito, sorrindo desafiadora. 

— Não... Amor, não o provoque... — disse Avi com o dedo em seus lábios para estancar o sangue. 
 

— Ah... Já que vocês estavam brincando, acho que eu posso participar também. O que acham? — um sorriso malicioso estampou os lábios ressecados do guarda ao colocar a mão no fecho da calça. — Talvez com uma boa surra de pênis, vocês aprendam o que é o certo. 

Arregalei meus olhos desesperada. Eu imaginava o que poderia vir a seguir e eu não estava preparada para isso. 
 

Num golpe bruto, o brutamontes me segurou. Chacoalhei os braços na tentativa de me soltar, mas qualquer movimento era inútil naquele momento. 2785 se desesperou do outro lado, deduzi que estivesse se sentindo impotente naquela situação. As mãos ásperas do homem deslizou por baixo de meu uniforme listrado. 
 

— Você é bem gostosinha. — analisou no instante em que circundou o formato de meu seio. Uma lágrima nasceu no canto de meu olho devido ao desgosto, porém não lhe daria o prazer de ver minha comoção. 
 

Desesperada, Avi encontrou uma caixa de ferramentas sobre uma mesa superlotada. Lenta e silenciosamente, a judia se aproximou de nós dois. 
 

— Que delicia, soldado. — menti, distraindo-o ao máximo. — O senhor tinha razão, eu só precisava de um homem de verdade. — encarei os olhos do filho da mãe o qual rumou as mãos para baixo em busca de minha intimidade. — Agora! — berrei. 
 

A capinadeira acertou em cheio a caixa pesada contra a cabeça do capanga que não tardou a cair no chão. Quase que involuntariamente, cuspi no corpo brevemente desacordado. 
 

— Corra, Basya! — gritou o amor de minha vida, puxando-me pela mão. 

Corremos. Nossos pés descalços dispararam sobre o chão de areia. Os degraus do galpão foram galgados de dois em dois, com toda a pressa do mundo. Sem nos preocuparmos com a vigília, seguimos para o meu dormitório. 
 

— Fugitivas na área leste! — pude ouvir um dos guardas próximo ao quarto de banho. — Paradas! — ordenou. 

Ao contrário do pedido, corremos o mais rápido que podíamos. A parede de tijolos do dormitório já estava visível. 
 

— 0011, estou cansada. — confidenciou ofegante. 
 

— Dê-me a mão. — 2785 estendeu o braço, unindo nossos dedos. — Correremos juntas, ok? Independente do que acontecer, não me solte. 
 

Bastou uma breve assentida para que nós duas acelerássemos. Conforme atravessávamos o campo destemidas, mais guardas nos apontavam os fuzis. Parecíamos intocáveis até então. 

 

Uma sequência de estrondos se fez presente. Os tijolos atrás de nós se perfuraram alinhados. Sem desvencilhar nossas mãos, o corpo de Avi tocou o chão assim como o meu teve o mesmo destino seguido pela escuridão. 

 

Eu não sabia que era para tão longe aquela viagem. Sem nos mexermos, fomos carregadas para o forno. Não sentimos dor, não nos vi queimar. O que me confortou foi imaginar que nossas fumaças se encontrariam nos céus, cruzando para sempre nossas almas para onde forem... 


Notas Finais


Agradecemos a @Rachel_Wilde pela capa e pelo banner.
Obrigada ♥
Espero que tenham gostado.


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