História Nunca olhe para trás - Capítulo Cinco part. 1

  Me assustei ao ver o branco que pairava sobre o meu olhar. Demorou alguns minutos para que desse a enxergar o lugar onde eu estava. Um quarto. Era um quarto básico, bem limpo. Consegui ver um guarda-roupa usado, porém estava em ótima forma. Senti-me aconchegante ao estar deitada em uma cama confortável a ponto de sentir a despreocupação sobre o mundo. Uma sensação que durou pouco, pois logo me lembrei de tudo que havia acontecido. Me senti desconfortável, tentando saber aonde Jason e estava e o que aconteceu no estacionamento. A sensação de desespero havia voltado, mais forte que nunca. Me levantei às pressas. E olhei uma janela que estava atrás da cama. O clima era frio. E pude ver pela janela casas, prédios e estabelecimentos comerciais. Eu devo estar em uma cidade. Pensei.

 Andei até a porta aos poucos. Uma dor em meu peito estava forte. Puxei a blusa regata que estava em meu corpo (e eu não lembrara de ter me vestido). Aquilo não havia sentido. Retirei aos poucos os curativos que estavam sobre o ferimento. Depois de tirar, analisei o corte. Não sabia o que tinha acontecido, parecia que uma bala havia me atingido. Será? Logo me lembrei de um ferimento que eu tinha há um tempo. Assim como aquele, eu não me lembrava de como havia me machucado. Meus pais disseram que eu deixei uma faca escorregar de minha mão e cortou grande parte de minha perna. A verdade é que eu não lembro de nada naquela noite, assim como não lembrava do que tinha acabado de acontecer.

 Me sentei em frente à porta, esperando por alguém. Quando estou bastante nervosa, costumo desmaiar. Por sorte eu aquilo ainda não havia acontecido. Me acalmei aos poucos. Por fim, alguém abriu a porta. Sai de lá o mais rápido possível para melhor acesso a quem estava vindo. Era um homem, alto, de pele e olhos escuros. Ele ficou me encarando por alguns segundos, fechou a porta e saiu. Continuei quieta sem pensar em nada, apenas olhava para um formiga que passava no meio do quarto. Ouvi a porta se destrancar. E Jason havia entrado. Me levantei e o abracei. Ficamos abraçados por alguns minutos.

 - O que está acontecendo? - Perguntei.

 - Você deve estar com frio. - Disse ele, sem responder minha pergunta

 - Jason, eu preciso saber o que está acontecendo. Por favor! - Continuei

 - Olha, tem muitas coisas que você não sabe, mas é pelo seu bem. - Disse ele, puxando uma gaveta do guarda-roupa, e tirando da mesma um casaco

 - Você tem que me dizer. O que eles queriam de você? O que aconteceu comigo?

 - Vem comigo.

 Vesti o casaco que ele havia me entregado. E fui levada por ele até fora daquele lugar. Não sabia o que era ali, mas sim que havia vários quartos e pessoas neles. Enquanto eu andava junto com ele, observei muito bem as pessoas, os lugares, aquilo parecia mesmo uma cidade, era tudo como antes. Fomos até um parque que havia no meio da cidade. Sentamos em um banco, e eu esperei até que ele me falasse alguma coisa.

 - Este lugar se chama Lake City. Foram eles que nos ajudaram nos ajudaram com o Matt. Bom, na verdade, nosso pai era uma membro muito importante desse grupo. Eles começaram a construir essa cidade, e meu pai fazia de tudo para ajuda-lós. Mas depois que ele morreu eu tive que assumir essa responsabilidade. Por isso que eles nos ajudaram. Mas, depois que disso, alguns dos membros do grupo do Matt morreram, mas outros não. Você desmaiou na floresta e um deles atirou em você, mas por sorte, eu cheguei a tempo e te salvei. - Explicou Jason.

 - Por que esconderam isso de mim? - Perguntei.

 - Achamos melhor pra você saber disso depois que tudo estivesse pronto. - Ele me respondeu.

 - Por que? - Ele me ignorou. - O que o Matt queria de você?

 - Ele queria armas.

 - Mentira. Eles já tinham armas suficientes para querer as suas.

 - Bom, ele queriam armas, e você.

 - Eu?

 Parei de perguntar naquele momento. Pois sabia que ele não iria me responder mais nada. Mas eu precisava saber.

 - Por quê eu?

 Ele não me respondeu. Tirou uma carta do bolso de seu casaco e me entregou. Depois ele foi embora. Olhei para a carta e vi que minha mãe que havia escrito. Guardei em meu bolso e procurei sair daquele lugar. Por sorte, as grades ainda não haviam sido colocadas em todo lugar. A floresta estava mas fria do que nunca. Me afastei daquele lugar e me escorei em uma árvore. Estava preparada para ler aquela carta.