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História Nunca um sem o outro. - Caçar


Escrita por: GrandeOvelhinha

Notas do Autor


Mais uma noite sem sono.
eai como vai?

Capítulo 3 - Caçar


Fanfic / Fanfiction Nunca um sem o outro. - Caçar

Ele era menos assustador desacordado,  sem a máscara, de olhos fechados e com longos cabelos negros o fazia parecer mais pálido do que realmente era, destacando o vermelho que ainda restava em seu couro cabeludo e o começo da testa. Ela  passara a noite acordada, enquanto tentava  limpar todo o sangue que escorria como uma torneira aberta (ela realmente não sabia medir a força) sentia um forte peso em seu coração, ela se sentia culpada, não por te-lo acertado na cabeça (ele a atacou nada mais justo levar uma pedrada)  mas uma culpa inexplicável  como se tivesse feito o maior erro de sua existência. No fundo ela já deveria saber que ambos não deveriam existir naquele mundo.

Quando os olhos dele se abriram, as pupilas dilatadas se estreitaram como uma câmera  ajustando o foco, tentou levantar o tronco rápido demais fazendo o mundo ao seu redor dar piruetas, seus músculos latejavam fazendo seus reflexos lentos. Ela apoiou as costas dele com a mão antes que ele voltasse a jogar o tronco contra o chão duro.

-Esta doendo ainda?  -ela esperou uma resposta que não veio, ele se manteve parado, pela primeira vez não sabia se deveria morder ou rasgar - Sabe falar senhor Lobo? 

-Vou te dar uma vantagem... - ele se levantou cambaleando, colocou sua mascara que anteriormente estava caída ao chão. Ela permaneceu  sentada  o encarando como se ele tivesse contado uma piana que ela não entendera - corra ovelhinha! - sua voz era como um rosnado irritado.

-No entanto é a sua mascara uma ovelha, eu quem sou o lobo -ela tirou da  mochila dada por Braum sua querida mascara negra - me desculpe, mas não pude deixar de perceber como as mascaras se parecem de certa forma... Já não nos vimos antes?

-Não. - ele disse secamente e antes que ela pudesse falar qualquer outra coisa ele continuou- Palavras tiram toda a graça da coisa, agora saia correndo para eu poder me divertir, sim?

-Se divertir? Vá se divertir com uma árvore ou coisa assim-ela ergueu uma sobrancelha contrariada.

-Árvores não são legais de perseguir... -o lobo chutou a raiz de uma árvore próxima de forma tediosa.

-Ok. -foi a ultima coisa que disse antes de dar de ombros, pegar o arco de madeira, aljava e sair em disparo entre a relva crescente.

Ela não se preocupava em saber para onde ia, nem tinha medo de estar perdida, podia ouvir claramente os passos velozes dele que não se importava em ser mais  silencioso. A Ovelha se perdeu por longos minutos entre as arvores, sempre seguindo o lado contrário das risadas divertidas do estranho homem lobo, quando se cansou de correr pensou como seria agradável comer ao ar livre, mas tinha deixado sua mochila com comida para poder correr de forma mais veloz. Não havia sinal  dele ao redor  o que a fez pensar ter despistado o Lobo por algum tempo, não que realmente quisesse fugir, sabia que seu ponto fraco era a cabeça recém machucada. Procurou  um  bom lugar para encontrar comida, uma clareira onde  haviam  alguns cervos pastando preguiçosamente. Ela mirou naquele que parecia o mais velho, engatou a flecha e puxou firmemente a corda e a soltou. Uma morte limpa e indolor.

Quando ele finalmente a encontrou, ela comia carne assada em volta de uma fogueira de gravetos secos  despreocupadamente, a Ovelha acenou e  sorriu ao ver nas mãos dele  seu inútil arco branco sem corda. Ele não parecia muito feliz.

-Esse arco é meu, caro Lobo. -ela disse cortando um pedaço da carne ao fogo e oferecendo a ele -você parece com fome.

-Arco e flecha, que tédio... -ele jogou o arco para perto dela e lhe deu as costas voltando por onde veio.

-Ei! onde vai? Não estava me caçando? -ela pegou o arco branco e correu atrás dele.

-Ouve outrora, um homem que perseguia tudo que na terra vivia... - ele virou a direita depois de uma grande árvore - Todos o temiam, ele era grandioso.

-Outrora um homem infeliz existiu, todos o temiam e por isso afastavam-se dele... -ela disse na mesma hora  sem pensar, como a lembrança de um velho roteiro. 

-Ele se desfez de suas memórias e de sua fraqueza... para que nunca mais se sentisse infeliz -conforme iam adentrando mais além das árvores o ar se tornava pesado.

-Não é verdade!  Ele estava cansado de viver sozinho! -ela disse sem perceber o quão tremula estava sua voz e antes que notasse suas bochechas estavam mornas por lagrimas.

-Eu vejo água... -ele parou  de frente para ela.

-Se chamam lagrimas -ela as limpou com as costas da mão e fungou.

-Ovelha, conte-me o resto dessa historia. - ele pegou a mascara em forma de lobo e colocou sobre o rosto dela.

-Ele se dividiu ao meio com um machado, para que sempre tivesse um amigo -ela olhou para ele sobre a mascara, ele também usava a dele, seus olhos pareciam duas órbitas brilhantes - Quem é você? 

-Agora cale a boca, palavras estragam a caçada... -ele deu mais alguns passos  para longe dos arbustos altos e ela o seguiu, saindo em uma pequena vila de aparência abandonada. Seus ouvidos zumbiram e o arco em sua mão pulsou em uma fraca luz azul.

-O que vai fazer? - ela olhou em volta, agora a mesma luz azul brilhava de dentro das pequenas casas de madeira e palha.

-Todos lá morreram, mas não podem ir embora... você atira e os que tentarem fugir eu vou atrás -ele disse rapidamente.

-Como sabe disso? -ela o seguia até perto das casas, ele trincou os dentes irritado com a voz dela.

-Palavras, palavras, blá, blá, blá...  Eu faço o que tenho vontade não fico pensando igual você -ele abriu a porta e entrou depressa quase como uma nuvem de fumaça negra.

-Isso foi você tentando me imitar? -ela respirou fundo e entrou.

Por um breve momento pensou no que o Lobo lhe disse, e resolveu não pensar por alguns minutos. Flechas de luz espectral azuis apareciam quando ela levantava o arco, atirou  em tantos seres com a mesma luz azul  que se perdeu em si mesma, não viu quando o Lobo perseguiu uma luz vermelha que se recusava partir. "Aqueles que temem a morte foram inertes em vida" pensou ela enquanto atirava mais uma vez. 

-Não é divertido Ovelha? -ele disse quando ela saiu de mais uma casa.

-Pensei que palavras atrapalhavam -ela disse enquanto olhava ele quebrando a luz vermelha com as mãos-garras- mas é interessante quando eles riem... -disse ela lembrando do som das luzes sumindo para o próximo mundo que ela ainda não se lembrava.

-E gritão... -ele sorriu mostrando caninos anormalmente grandes e afiados.

-E dançam...  -ela pensou nas voltas que as luzes azuis davam em sua volta.

-E fogem. - ele riu correndo atrás de algo atrás de uma casa velha.


Notas Finais


Que tédio... que fome x.x


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