Eu podia ser azul: sereno, frio e monótono. Também podia ser verde: calmo e reconfortante, até mesmo maduro. No entanto, nunca poderia ser vermelho como você, Mark, tão vibrante e cheio de paixão e coragem.
Você sempre estava por dentro das causas sociais nobres, mesmo que fosse para juntar tampinhas para comprar ração para os cachorros. Sempre estava pronto para encarar os problemas, mesmo que a pedra parecesse uma rocha. Era possível até mesmo de explodir a rocha se fosse necessário. Você sempre sonhou alto, não deixando que nada nem ninguém lhe desmotivasse.
Desde pequeno foi assim. Era notável até no balanço da pracinha onde lhe levava. Arriscava-se lá no alto, quase deitando seu corpo no ar, sem se preocupar com a possibilidade de bater a cabeça no chão. Você sempre foi assim, cheio de vida, tão vibrante quanto vermelho.
Enquanto eu mal me balançava temendo o pior. Se houvesse uma pedra no meu caminho, eu não a tiraria, apenas a contornaria numa distância grande para não ter o perigo de tropeçar e bater nela. Caso fosse uma rocha faria a mesma coisa ou acabaria por deixá-la me esmagar, talvez sentaria para conversá-la e convencê-la de sair do meu caminho.
É, eu sei que era muito patético. Principalmente se fosse comparado ao corajoso Mark.
Porém, sempre fui assim, calmo e monótono como o verde e azul, mas nunca serei vermelho como você, Mark.
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